Draghi segura bolsas com sinal de que vai prolongar estímulos
Sem rodeios, o presidente do BCE garantiu que programa de compra de ativos pode ser prolongado. Mercados acionistas inverteram para positivo após ouvir estas declarações.
Por momentos, os investidores não gostaram de ouvir Mario Draghi dizer que a economia da Zona Euro podia piorar perante pressões negativas que ainda subsistem na região. Mas logo depois o presidente do Banco Central Europeu (BCE) tratou de descansar os mercados ao assegurar que o banco central vai continuar a providenciar estímulos económicos se for necessário e que não haverá um “final abrupto” no plano de compra de ativos no setor público (PSPP), abrindo a porta ao prolongamento do programa.
Foi neste cenário que as bolsas europeias inverteram da zona de perdas para fechar em sinal mais. Foi o caso do CAC 40 de Paris, DAX 30 de Madrid e o FTSE MIB de Milão, que assumiam perdas ligeiras, até perto de 0,2%, e encerraram o dia a avançar mais de 0,5%. Já o PSI-20, o principal índice português, esteve sempre a negociar em cima da linha de água, tendo fechado a sessão a valorizar 0,3% para 4.736,69 pontos.
O setor financeiro esteve em particular evidência. Há alguma expectativa de que Draghi flexibilize os limites das obrigações elegíveis para o seu programa de aquisição de ativos, sentimento que valorizou as ações de bancos como o Bank of Ireland (7,3%), Deutsche Bank, Barclays, Bankinter BBVA, e Royal Bank of Scotland (todos mais de 3%).
“Estamos à espera de ação em dezembro”, referiu Michael Ingram, estratego da BGC Partners, à Bloomberg. “Ainda há esperança de que o BCE vai acompanhar as pisadas do Banco do Japão e focar-se na curva de rendimentos e ajudar na rentabilidade dos bancos”, acrescentou.
"Estamos à espera de ação em dezembro. Ainda há esperança de que o BCE vai acompanhar as pisadas do Banco do Japão e focar-se na curva de rendimentos e ajudar na rentabilidade dos bancos.”
Em Lisboa, as ações do BCP estiveram em forte destaque. Avançaram mais de 5% até aos 1,79 cêntimos, renovando máximos de mais de um mês e beneficiando da expectativa de entrada do grupo chinês Fosun no capital do banco liderado por Nuno Amado.
Evolução das ações do BCP no último mês
A fusão de ações acontece esta sexta-feira e no próximo dia 9 de novembro há assembleia geral para os acionistas votarem o aumento do limite de votos e o alargamento do número de membros do conselho de administração do BCP, três condições impostas pelo grupo chinês para assumir uma posição no capital da instituição portuguesa.
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