TAP quer prolongar por 7 anos pagamento aos bancos
A conclusão e sucesso da privatização da transportadora aérea dependem da renegociação da dívida às instituições financeiras.
No final do ano passado, a TAP teve de pedir 120 milhões de euros de emergência aos bancos. O anterior Governo comprometera-se a amortizar o financiamento da transportadora aérea portuguesa assim que se assinasse o contrato de venda da empresa mas tal não aconteceu. Sem garantias de ajuda, a TAP pede agora às instituições financeiras que prolonguem o prazo de pagamento da dívida por mais sete anos.
O empréstimo aconteceu perto da altura da assinatura do contrato de privatização de 61% da TAP à Atlantic Gateway. Nessa altura, entraram cerca de 150 milhões de euros nos cofres da transportadora, os quais não serviram para pagar as dívidas aos bancos mas sim para liquidar dívidas com a gestora aeroportuária ANA e para investir no próprio negócio, de acordo com o Público. Depois disto, a renegociação dos empréstimos com os bancos não aconteceu da melhor forma, que fecharam a possibilidade de ajustar o prazo de pagamento ou as taxas de juro caso a TAP não liquidasse parte do financiamento.
O problema é que o sucesso da privatização da transportadora ao consórcio de Humberto Pedrosa e David Neeleman depende precisamente desta renegociação. Além do prolongamento do prazo de pagamento, a TAP está ainda a pedir aos bancos taxas de juro de 3,5% (não de 5% como acontece atualmente) e o pagamento das amortizações apenas em 2021.
Este pedido de prolongamento dos prazos para pagamento pretende conciliá-los com a liquidez anual da empresa. Caso este cenário se concretize, no próximo ano a TAP terá de pagar 140 milhões de euros e 50 milhões de euros no ano seguinte aos bancos envolvidos: CGD, Novo Banco, BCP, Santander e BIC. Neste processo, a CGD foi o banco responsável pelo atraso nas renegociações das dívidas devido às alterações na administração e planos de recapitalização do banco do Estado.
É quase certo que o processo de privatização da TAP, com a devolução de 50% ao Estado, não será cumprido este ano mas o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, disse numa entrevista ao mesmo jornal, que conta fechar a renegociação no próximo ano, assim como a venda de 5% da transportadora aos trabalhadores. Depois disso, fica a faltar apenas a aprovação do regulador da aviação, que terá de dar o seu parecer no âmbito do cumprimento das regras europeias que foram recentemente alteradas.
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