Jovens põem procura mundial por café em recorde

  • Bloomberg
  • 2 Novembro 2016

Café está a seduzir cada vez mais a geração do novo milénio, numa altura em que a oferta é mais reduzida.

A sede aparentemente insaciável da geração do milénio por café está a ajudar a procura mundial para um recorde exatamente quando a oferta está a contrair.

Os americanos estão a ficar viciados em café cada vez mais cedo e os jovens adultos estão aumentando o consumo diário a um ritmo suficientemente rápido para compensar o declínio entre os mais velhos. O resultado: a procura nos EUA, o maior consumidor do mundo, deverá atingir um máximo histórico e a tendência entre os mais jovens também está a surgir em outros grandes consumidores, como o Brasil e até mesmo a China, onde a população adora o chá.

O consumo está a aumentar num momento em que a seca restringe a oferta do Brasil, o maior produtor e exportador do mundo. Na semana passada, em Nova Iorque, os preços da variedade arábica dispararam para o valor mais alto desde fevereiro de 2015. Hedge funds estão a posicionar-se para mais ganhos, aumentando suas apostas em que os preços vão atingir o valor mais elevado em oito anos.

A procura “está a avançar muito além das expectativas, por isso os mercados de café estão a ajustar-se significativamente”, disse Harish Sundaresh, gestor de ativos e analista de commodities, da Loomis Sayles Alpha Strategies.

"A procura está a avançar muito além das expectativas, por isso os mercados de café estão a ajustar-se significativamente.”

Harish Sundaresh

Gestor de ativodos da Loomis Sayles Alpha Strategies

Apostas dos fundos

O total de posições líquidas compradas em café deu um salto de 18%, para 50.651 futuros e opções na semana finalizada em 25 de outubro, de acordo com dados da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities publicados três dias depois. Trata-se do maior volume desde março de 2008. O café arábica subiu 6%, para 1,655 dólares por libra-peso, na semana passada na ICE Futures U.S. em Nova Iorque, o maior avanço desde julho. Os preços registaram uma média de 1,344 dólares neste ano.

A geração millennial — grupo de jovens que atualmente têm entre 19 e 34 anos — responde por cerca de 44% da procura de café dos EUA, de acordo com a empresa de pesquisa com sede em Chicago Datassential. No período de oito anos até 2016, o consumo diário entre pessoas de 18 a 24 anos aumentou de 34% para 48% e entre pessoas de 25 a 39 anos subiu de 51% para 60%, de acordo com a Associação Nacional do Café, em Nova Iorque. Ao mesmo tempo, entre os adultos com 60 anos ou mais houve uma queda de 76% para 64% e também houve declínio no grupo de 40 a 59 anos.

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O nome do estabelecimento também se ajusta à mente dos millenials: “Pense em café”, diz o sinal luminoso.Pixabay

A procura por café também está a começar mais cedo na vida das pessoas. Na geração millennial, os mais jovens, nascidos após 1995, começaram a consumir café com cerca de 14,7 anos de idade, ao passo que os mais velhos, nascidos mais perto de 1982, começaram aos 17,1 anos, mostram dados da associação dos EUA.

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