Vem aí a nova National Geographic… e vai a Marte
A National Geographic tem 128 anos, mas viaja como poucos. A parceria com a 21st Century Fox e a criação da National Geographic Partners abre um nova fase da marca... e uma viagem a Marte.
A National Geographic Society existe há 128 anos, está em Portugal há 15 anos, mas nem por isso para. A parceria com a 21th Century Fox, a mudança de imagem e os novos conteúdos vão marcar a nova fase de uma marca que já faz parte do imaginário dos portugueses. Já a partir do dia 13 de novembro, vai a Marte, afirma Vera Pinto Pereira, managing diretor da Fox Network Group and National Geographic Partners na Península Ibérica.
A série Marte – seis episódios de uma missão ao planeta vermelho no ano de 2033 e que mistura ficção, documentários reais e entrevistas a cientistas, assinados pelos produtores executivos Ron Howard e Brian Grazer – será a face visível, uma delas, da nova National Geographic Partners.
A nível empresarial, aquilo que aconteceu este ano foi uma “joint-venture” entre a NG Society e a 21th Century Fox, que deu origem à NG Partners. “A NG Society consegue assim continuar a focar-se na exploração do mundo e aliar-se à 21th Century Fox, cuja missão é contar histórias, ter os canais de televisão, os meios de produção”, explica Vera Pinto Pereira. E para o mundo, acrescenta: “Com a NGP, a marca National Geographic chega, todos os meses, a mais de 730 milhões de consumidores de diferentes faixas etárias em todo o mundo, destacando-se assim como a marca líder no entretenimento documental”.
A NG Society participou de forma ativa no conhecimento, investigação e gestão do planeta, e os exemplos não faltam. “As escavações em Machu Picchu, o mapeamento das estrelas no Hemisfério Norte, que durante anos serviu de orientação para muito investigadores, e ainda o financiamento do estudo de Jane Goodall, que aos 26 anos foi para o Gombe National Park viver e estudar os chimpanzés”, explica Vera Pinto Pereira.
Uma parceria vantajosa
A National Geographic Partners é a entidade que agora gere tudo o que diz respeito aos meios de comunicação ligados à atividade da NG Society (a revista, o canal de televisão, o site, e os produtos merchandising). “Fica tudo agrupado. No fundo, o objetivo é dar o know how de fazer media a quem detém o mercado, que, neste caso, é a 21th Century Fox”, refere.
Esta “joint-venture” acontece a nível global. Do lucro que resultar da parceria, 27% será reinvestido no principal foco da NG Society: a investigação a nível global. “São duas entidades que se juntam, a exploração e a marca que detém o know how da produção de conteúdos”, explica.
“No fundo, o que vai acontecer é que a NG vai estar presente de forma mais ‘apetecível’ para as marcas portuguesas, a longo prazo. E o que vale a pena perceber é a forma como as coisas se vão organizar daqui para a frente e a visibilidade que vão dar ao canal”, explicou ao responsável ao ECO.
Para Vera Pinto Pereira, em Portugal podem existir potenciais players para apoiar projetos no âmbito da investigação, porque há valores que começam a ser partilhados pela grande maioria das empresas, tal como já aconteceu em Espanha, onde a elétrica Acciona se associou ao projeto da NG Society, — o “Years of living Dangerously”, — revelando a sua preocupação com as energias renováveis.
Rebranding da marca: o que é necessário fazer?
“Estamos claramente numa nova etapa da National Geographic: em termos de dimensão de negócio no mercado local e em termos de desafio de alcance da marca”, refere ao ECO a managing diretor ibérica.
Além de ser uma marca centenária, a NG é o canal mais distribuído globalmente e o que tem mais seguidores nas redes sociais. Mas o que é que falta mudar?
“Em primeiro lugar, temos de atualizar a marca. Os temas que trata são os mesmos, mas começam agora, mais do que nunca, a ser importantes. Depois, temos de a aproximar ainda mais dos jovens em termos de look and feel, porque apesar de os jovens a seguirem, há a sensação de uma marca antiga, que está longe”.
Para este efeito, vai ser lançado um pacote gráfico de toda a marca ainda este mês. Além do lançamento de “Marte”, vai haver uma transformação a nível de conteúdos e na maneira como as histórias são contadas. “Sermos capazes de contar uma história que valha a pena ouvir é um desafio enorme para nós e para a 21th Century Fox”, acrescenta Vera Pinto Pereira.
Que espaço fica então para um conteúdo como o do National Geographic? “A grande mudança é que, a partir de agora, a transmissão vai passar a ser feita a 180 graus: quando lançarmos a série ‘Marte’ vamos fazê-lo em 180 graus: no site, no canal de televisão, na revista”, conclui Vera Pinto Pereira.
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