CGD: “A culpa é do Governo”, diz Rui Rio
Para Rui Rio, António Domingues não quer esconder a declaração de rendimentos. A responsabilidade desta situação está "do lado de quem se comprometeu com o que não podia", diz o ex-autarca.
Rui Rio acredita que a culpa da polémica em torno da Caixa Geral de Depósitos (CGD) é do Governo. O antigo autarca defende que a responsabilidade está do lado de quem se comprometeu com o que não podia fazer. Rui Rio deixa ainda em aberto a possibilidade de vir a substituir Passos Coelho na liderança do PSD.
“Se a lei efetivamente não o permite, é óbvio que a responsabilidade está do lado do Governo. Do lado de quem se comprometeu com o que não podia”, diz Rui Rio numa entrevista ao DN, referindo-se à polémica relacionada com a entrega das declarações de rendimento e património dos novos gestores da CGD. António Domingues apenas aceitou o cargo depois de Mário Centeno ter garantido que não teria de revelar a declaração.
“Tanto quanto percebo, ele [António Domingues] não quer esconder a declaração, até porque já a entregou a outras entidades legais”, acrescenta o antigo autarca. Rui Rio acredita que o presidente do banco apenas não quer ver a sua declaração a “passear pelas páginas da comunicação social para alimentar a venda de jornais”.
Apesar de pensar que o salário de António Domingues é elevado para Portugal, Rui Rio diz que entende que o novo responsável pela CGD o exija, já que vai assumir uma função de grande responsabilidade.
Rui Rio quer ser a alternativa a Passos Coelho
Questionado se em 2018 vai surgir uma alternativa de liderança no PSD, Rui Rio diz ao jornal que é provável que isso aconteça. “Se, até lá, o partido não conseguir descolar — como se costuma dizer –, acho que sim”, esclarece. E essa alternativa poderá ser Rui Rio.
O possível candidato ao lugar de presidente do PSD nega que já esteja a preparar uma candidatura, como tem sido dito. “Foram as tradicionais fontes anónimas ou próximas” que o disseram, explica Rui Rio. “Especular que eu estaria — a mais de um ano de distância — a preparar uma candidatura é tentar que as pessoas fiquem desiludidas comigo.”
Mais impostos em 2016 e 2017
“No conjunto de 2016 e 2017 há mais impostos”, defende Rui Rio, falando também sobre o Orçamento do Estado para o próximo ano. O antigo autarca diz que não acredita que os impostos diretos são socialmente mais justos do que os indiretos. “Isso é verdade até certo ponto, mas por diversas razões não se pode levar esse raciocínio até ao infinito”, explica.
Rui Rio também pensa que o OE2017 não está orientado para o que é realmente importante: a economia. “Portugal tem de promover o crescimento económico, caso contrário a sua dívida é realmente insustentável”. E o OE deveria estar virado para esse objetivo. “E infelizmente, não está”, realça.
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