Pinto da Costa: Proposta da Meo “era muito melhor”
Em entrevista ao JN, Pinto da Costa, presidente do FC Porto, revelou como o clube chegou a um contrato de 457,5 milhões com a Meo, "muito melhor" do que as propostas da Nos e da Olivedesportos.
As explicações foram dadas. Pinto da Costa, presidente do Futebol Clube do Porto (FCP), revela, numa entrevista ao Jornal de Notícias, como chegou a um contrato milionário com a Meo para compra dos direitos desportivos do clube. O presidente começou por explicar que “não queria a Meo”: “Queria falar com a Nos” antes de “reunir com os outros”, disse.
Foi no final do ano passado. Joaquim Oliveira, da Olivedesportos, “queria renovar” o contrato que a dona da Sport TV mantinha com o clube há já vários anos. “Pagava 17/18 milhões por ano”, recorda o presidente, que indicou que “não o ia fazer por esses valores”. “A Nos estava disposta a fazer um contrato, mas com menos 20% do que iam dar ao Benfica e eu não aceitei“, acrescentou.
Em cima da mesa, uma proposta de 320 milhões de euros pelos direitos de transmissão dos jogos do clube da invicta, com a validade de dez anos. Pouco satisfatória para o presidente, foi o gatilho para Pinto da Costa decidir “ouvir toda a gente”: “Quando a Meo apresentou a sua proposta, que era muito melhor, até superior aos 400 milhões de euros, decidimos fazer o contrato”, avançou ao mesmo jornal.
O contrato de 457,5 milhões de euros foi assinado no final do ano passado, já depois do de 400 milhões de euros entre o Benfica e a Nos. Entra em vigor na época que começa em 2018 e abrange os jogos da primeira liga que se joguem no Estádio do Dragão. Durante dez épocas, os direitos de transmissão serão da Meo.
Acabou por ser o único contrato deste género assinado pela operadora nessa altura, começando assim o braço de ferro que levou a Nos a assinar ainda contratos com o Sporting (446 milhões de euros) e o Sporting de Braga (100 milhões de euros) e que, este verão, culminou com um acordo de partilha entre as quatro principais operadoras portuguesas — tanto de conteúdos como de custos.
“Andei a ser vigarizado”
Na entrevista, Pinto da Costa revela também que na noite em que assinou com a Meo, alguém lhe terá dito “que o Joaquim Oliveira cobria qualquer proposta”. As palavras não terão caído bem junto do presidente do FCP, que acrescentou: “Trocámos porque fomos obrigados a trocar. Andei a ser vigarizado durante muitos anos e queriam fazer de nós anjinhos.”
Sobre se ainda mantém relações com o empresário, Pinto da Costa indicou que “não esfriaram nem deixaram de esfriar”: “Ainda estou à espera que me vá buscar para jantar, como tínhamos combinado no dia 1 de janeiro do ano passado”, rematou com ironia.
Trocámos [pela Meo] porque fomos obrigados a trocar. Andei a ser vigarizado durante muitos anos e queriam fazer de nós anjinhos.
E com Antero Henrique?
Pinto da Costa também falou acerca de Antero Henrique, que deixou o cargo de administrador da SAD do FCP no início de setembro. Questionado se a saída esteve relacionada com alguma divergência com o filho Alexandre Pinto da Costa, o presidente frisou que “meter o Alexandre nisso é ridículo. Nunca interferiu, nem sequer conhece as pessoas.”
Como ficou a relação com o ex-dirigente? “Excelente”, garantiu o presidente do FCP: “Tenho com Antero Henrique relações normais de amizade, almocei com ele mais do que uma vez desde a saída, continua a ser o representante do FCP na Liga, mas não [lhe] peço conselhos sobre futebol”, indicou.
Pinto da Costa termina este ano o mandato à frente do clube. Será o ex-dirigente da SAD um candidato à sucessão? “Se [Antero Henrique] tem as quotas em dia, é”, confirmou — para sublinhar logo de seguida qualquer um dos “50 mil sócios” tem “condições” para serem o próximo presidente do clube nortenho.
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