PS e PCP querem acabar com supervisor dos combustíveis criado por Passos

  • ECO
  • 24 Novembro 2016

Os socialistas querem transferir as competências da ENMC para a ERSE, enquanto os comunistas querem mesmo extinguir o supervisor criado pelo governo de Passos Coelho.

A esquerda quer retirar competências — ou mesmo extinguir — à Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis (ENMC). Nas propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2017, que serão votadas na sexta-feira, PS e PCP são claros no objetivo de acabar com este supervisor do mercado dos combustíveis, criado pelo governo de Passos Coelho.

A história é contada pelo Público, que dá conta de que, já na proposta de Orçamento do Estado para 2017, está prevista a transferência da regulação do gás de botija para a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), retirando esta competência à ENMC.

Mas não é só. Numa proposta de alteração ao OE, citada pelo Público, os socialistas defendem que a regulação dos combustíveis fósseis e dos biocombustíveis também passe a ser competência da ERSE. Já o PCP propõe extinguir esta entidade.

Do lado do PS, a justificação é que a ENMC tem competências “despropositadas”, já que não é razoável que essas mesmas competências “estejam fora da ERSE. Já o PCP argumenta que “nada justifica a não integração de todas as atividades de regulação pública dos diversos setores energéticos”, como a eletricidade, gás natural e combustíveis fósseis, “numa única entidade” — no caso, a ERSE.

O PCP, que também propõe que as atividades de prospeção e exploração de petróleo passem para a Direção-geral de Energia e Geologia (DGEG), diz ainda que a ENMC é “uma estrutura híbrida que acumula evidentes funções regulação” e de administração pública.

Desde logo, há um problema bastante evidente com a intenção dos dois partidos: a ENMC tem um contrato obrigacionista de 360 milhões, constituído em 2008 e com vencimento em 2020, para comprar reservas petrolíferas. “Se amanhã a ENMC fosse extinta, o Estado, como garante, teria de se substituir às entidades internacionais que são tomadoras do empréstimo”, o Dexia e o Debfa, adianta ao Público Paulo Carmona, presidente da ENMC, que se diz “perplexo” com as propostas que serão votadas no Parlamento.

Para pagar a dívida, o Estado teria de se financiar “a uma taxa bastante superior ao que pagamos agora”, diz ainda. Isto porque a dívida emitida pela ENMC é elegível, tal como a da Infraestruturas de Portugal, para as compras de títulos de empresas públicas da Zona Euro que estão a ser levada a cabo pelo Banco Central Europeu (BCE).

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Dólar forte puxa por papeleiras, Haitong dispara avaliação da Navigator e Altri

Produtoras de pasta de papel continuam em destaque num ambiente de dólar forte. A Haitong aumentou a avaliação da Navigator e Altri e melhorou a recomendação para a última.

Tempo para comprar papel do papel. A Haitong acredita que o dólar forte está a dar uma nova vida às produtoras de pasta de papel nacionais. Vê sinais de estabilização dos preços da polpa de papel em euros. E, perante a avaliação baixa que estava a atribuir ao setor, agora o cenário é diferente: subiu o preço-alvo da Navigator em 11% e melhorou a recomendação para os títulos da Altri, cotada que também vê a sua avaliação melhorada.

“Apesar de termos sido ‘neutros’ em relação ao setor ao longo de 2016, pensamos agora que é altura de sermos mais positivos à medida que os preços da polpa [em euros] parecem ter atingido o ponto mais baixo”, indicaram os analistas da Haitong, numa nota de investimento. “Ainda receamos que a nova oferta em 2018 possa colocar os preços sob pressão a partir do quarto trimestre de 2017, mas com o dólar forte, a avaliação barata para a Ence e Altri e o seu desempenho desde o início do ano abaixo dos índices de referência, melhoramos o setor para uma recomendação de ‘compra'”, acrescentaram.

Em relação à Navigator, o preço-alvo atribuído é revisto em alta de 11% para os 4,20 euros, apresentando um potencial de valorização de 53% face à cotação de fecho de ontem. E sobre a Altri, com uma avaliação de 4,00 euros por ação, acima dos 3,00 euros face à última revisão, o Haitong recomenda agora “compra” títulos da cotada co-liderada por Paulo Fernandes.

Na sessão de hoje, os papéis da Altri subiam 0,38% para 3,45 euros. Também os títulos da Navigator somavam mais de 1% para os 2,79 euros. A Semapa, que controla a Navigator, ganha 0,5% para 12,18 euros.

“No setor ibérico, nós preferimos a Navigator devido ao seu balanço forte, elevado dividendo e custos de caixa baixos”, diz o analista Nuno Estácio. Quanto à Altri, “os atuais múltiplos parecem bastante atrativos“. “A Altri está negociar com um preço de dez vezes o seu lucro estimado para 2017 (…). O capex está ligeiramente acima da nossa estimativa de longo-prazo, mas isto deverá ajudar a reduzir ainda mais os seus custos de caixa, quando a Altri está a substituir a caldeira na fábrica da Celtejo”, diz o Haitong, que continua a assumir como “lógica” uma fusão com a produtora espanhola Ence.

“Aos preços atuais, a Ence está barata. A possibilidade teórica de uma fusão ou aquisição entre a Ence e Altri, que nós discutimos anteriormente, continua a ser lógica, mas não parece que esteja em cima da mesa neste momento”, conclui a Haitong.

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

(notícia atualizada às 10h23 com revisão em alta para o preço-alvo da Altri)

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Uma em cada três PME portuguesas aponta como principal risco a falta de procura

  • Lusa
  • 24 Novembro 2016

Além da falta de procura, o elevado nível de concorrência em termos de preços é também uma preocupação para a estas empresas.

Uma em cada três PME portuguesas identifica como principais riscos para o seu negócio a falta de procura e o excesso de “stocks”, segundo o estudo “Zurich PME: Riscos e Oportunidades.

A falta de procura é o risco que mais preocupa também as pequenas e médias empresas (PME) espanholas (42%), suíças (39%), austríacas (38%) e italianas (36%), refere o documento.

No estudo, conduzido pela GFK junto de PME de oito países (Portugal, Áustria, Alemanha, Irlanda, Itália, Espanha, Suíça e Turquia), foram ouvidas 200 empresas portuguesas representativas, que empregam até 250 trabalhadores a tempo inteiro, através de entrevistas telefónicas a presidentes-executivos, diretores-gerais, diretores financeiros e diretores de operações.

O elevado nível de concorrência ou os preços sujeitos a ‘dumping’, uma prática desleal no comércio internacional, com impacto negativo nas margens de venda, constituem a segunda maior preocupação dos empresários portugueses, embora se tenha registado uma descida de 6% nos últimos quatro anos (2016/2013).

De acordo com o documento, ainda na análise dos riscos, os empresários portugueses mostram-se cada vez mais preocupados com danos na reputação (17%) e também com a ocorrência de incêndios (8%).

A nível mundial, entre os riscos que mais cresceram para o negócio das PME destacam-se o cibercrime na Europa, os danos no transporte nos Estados Unidos, o dano na reputação na Ásia-Pacífico e as catástrofes naturais na América Latina.

Segundo o diretor de Marketing e Comunicação da Zurich Portugal, Artur Lucas, o estudo, além de possibilitar a recolha de informação, permite sensibilizar os empresários para “a importância da gestão de risco, uma vez que a existência de um planeamento adequado possibilita identificar os principais riscos e formas de mitigá-los”.

Quanto às oportunidades de negócio, 41,5% das PME portuguesas “considera crucial a redução de custos e despesas”, o que corresponde a um aumento de 9% nos últimos quatro anos.

A aposta em novos segmentos de clientes também foi enumerada como “uma importante oportunidade” por mais de um terço (36%) dos empresários portugueses.

Por outro lado, a necessidade de condições de crédito atrativas aumentou 8% entre as PME portuguesas nos últimos quatro anos.

O estudo mostra ainda que cerca de 5,5% das PME portuguesas estão “ainda mais pessimistas” uma vez que não detetam oportunidades a breve prazo.

A expansão para os mercados internacionais como oportunidade de negócio, por sua vez, desceu de 16% para 11% nos últimos quatro anos.

Questionados sobre a possibilidade de crescimento do negócio por via da aquisição de concorrentes, apenas 5,5% das PME portuguesas considerou este fator como uma oportunidade.

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Revista de imprensa internacional

A imprensa norte-americana continua a dar destaque ao presidente eleito dos Estados Unidos. Desta vez, escreve-se sobre os receios em torno dos favores que Donald Trump poderá fazer ao Deutsche Bank.

Donald Trump continua a dar que falar na imprensa norte-americana, desta vez por “potenciais favores” ao Deutsche Bank. Na Europa, os jornais espanhóis destacam o plano de Rajoy para garantir as pensões, enquanto o The Guardian escreve sobre o negócio milionário que resultou na venda do Skyscanner.

Financial Times

Berlim e Paris em rota de colisão

França e Alemanha estão em desacordo quanto à revisão dos regulamentos para a banca europeia. Berlim considera que as propostas que constam de um pacote de reformas apresentado ontem, pela Comissão Europeia, são insuficientes para proteger os contribuintes dos custos de uma nova crise bancária. Em particular, a proposta para a aplicação de uma norma europeia comum quando um grande banco estiver em stress. Os alemães consideram que esta proposta limitar demasiado os supervisores da banca. Leia a notícia completa no Financial Times. (Acesso pago / Conteúdo em inglês).

Bloomberg

A Apple quer investir mil milhões, mas três irlandeses não deixam

A Apple planeia investir mil milhões de dólares (qualquer coisa como 943 milhões de euros) num centro de dados em Athenry, uma pequena aldeia na costa Atlântica da Irlanda. Mas está a esbarrar com os processos interpostos por três locais, que contestam o potencial impacto ambiental e duvidam dos benefícios económicos que o investimento poderá trazer. A empresa de Tim Cook pretendia avançar começar a operar no centro já em 2017, mas, para já, nada feito. Pelo menos, até março do próximo ano, quando um tribunal vai ouvir nova ronda de argumentos. Leia a notícia completa na Bloomberg. (Acesso gratuito / Conteúdo em inglês).

El Mundo

O que propõe Rajoy para garantir as pensões?

Depois de quase um ano sem um governo com capacidade executiva, Espanha depara-se agora com um novo desafio: dinheiro para pagar as pensões. O executivo de Mariano Rajoy já esboçou uma série de medidas para assegurar a viabilidade da Segurança Social espanhola e é isso que a imprensa espanhola destaca esta quinta-feira. O El Mundo explica a proposta do primeiro-ministro por pontos e destaca a medida mais “chamativa”: a eliminação do limite máximo de tributação dos salários mais altos. Neste momento, a partir do salário mensal de 3.642 euros, a contribuição mensal para a Segurança Social não varia, isto é, a tributação é a mesma para quem ganhar 3.700 ou 50.000 euros. Ainda não é certo que isso vá mudar, mas é possível que sejam criados novos escalões salariais. Leia a notícia completa no El Mundo. (Acesso gratuito / Conteúdo em castelhano).

The Guardian

Chineses compram Skyscanner por 1,6 mil milhões

O motor de buscas de viagens escocês Skyscanner foi vendido ao concorrente chinês Ctrip.com, a maior agência de viagens online da China, numa operação avaliada em 1,4 mil milhões de libras (mais de 1,6 mil milhões de euros). O site escocês, que nasceu da frustração do fundador Gareth Williams em encontrar voos baratos, tem 60 milhões de utilizadores ativos por mês e está disponível em mais de 30 línguas. Leia a notícia completa no The Guardian. (Acesso gratuito / Conteúdo em inglês).

Wall Street Journal

Democratas alertam para possíveis favores de Trump ao Deutsche Bank

Um grupo de deputados democratas está a avisar as autoridades federais que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, poderá fazer “favores especiais” ao Deutsche Bank, o único banco de Wall Street que tem crédito concedido a Trump. Isto numa altura em que o banco alemão está em negociações com o Departamento de Justiça nos EUA, que condenou o banco alemão a pagar uma multa de 14 mil milhões de dólares, pelos empréstimos imobiliários de baixa qualidade, os designados subprime, que concedeu antes da crise financeira mundial. Os democratas acreditam que Trump poderá tentar influenciar estas negociações. Leia a notícia completa no Wall Street Journal. (Acesso pago / Conteúdo em inglês).

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Schulz deixa o Parlamento Europeu. Desafia Merkel

  • ECO e Lusa
  • 24 Novembro 2016

O atual presidente do Parlamento Europeu poderá estar de saída do cargo para voltar à política alemã. É visto como um potencial concorrente de Merkel.

O presidente do Parlamento Europeu, o social-democrata Martin Schulz, vai deixar o cargo para se lançar na política alemã. Poderá vir a desafiar a chanceler Angela Merkel nas legislativas de 2017.

Schulz, de 60 anos, que lidera o Parlamento Europeu desde 2012, salientou no discurso em que anunciou que não se recanditará ao cargo atual que “mais do que nunca, o mundo precisa de uma União Europeia unida”. E “a partir de agora, irei lutar por este projeto a nível nacional”, ou seja, na Alemanha.

Schulz não o assumiu, mas poderá vir a fazer frente a Merkel nas legislativas do próximo ano. Schulz poderá substituir o ministro dos Negócios Estrangeiros, Frank-Walter Steinmeier, que é um dos principais candidatos para a presidência da Alemanha, ou posicionar-se para a chancelaria, frente a Merkel.

Angela Merkel apresentou, na última semana, a sua recandidatura, a quarta, à liderança da maior economia da Europa. “Pensei nisto durante imenso tempo. A decisão de concorrer a um quarto mandato – depois de 11 anos no cargo – é tudo menos trivial” disse a chanceler alemã em conferência de imprensa, depois de uma reunião porta fechada com dirigentes da CDU.

A líder conservadora de 62 anos é amplamente vista como uma força estabilizadora na Europa, sobretudo depois do referendo no Reino Unido que ditou a saída da União Europeia, mas também depois da vitória de Donald Trump como Presidente do Estado Unidos. Merkel surge como o bastião dos valores liberais do Ocidente.

(Notícia atualizada às 9h40 com as declarações de Martin Schulz)

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Governo garante que Domingues “não teve informação confidencial”

  • ECO
  • 24 Novembro 2016

O secretário de Estado do Tesouro garante que as reuniões entre Domingues e os responsáveis das autoridades europeias foram apenas "conceptuais" e que só se discutiu informação pública.

António Domingues não teve acesso a qualquer informação confidencial enquanto negociava a sua entrada na presidência da Caixa Geral de Depósitos (CGD). A garantia é dada por Ricardo Mourinho Félix, secretário de Estado do Tesouro e das Finanças, em declarações ao Público.

O governante confirma, ainda assim, que acompanhou António Domingues, enquanto este ainda era administrador do BPI, a duas reuniões, em Frankfurt e Bruxelas, para avaliar se as condições de Domingues para aceitar ser presidente da CGD podiam ser cumpridas, já que tinham de ser aprovadas pelas autoridades europeias.

Ainda ontem, a Comissão Europeia tinha confirmado que houve uma reunião para discutir a recapitalização da CGD quando Domingues ainda estava no BPI. Em resposta a uma questão do eurodeputado José Manuel Fernandes (PSD), a comissária europeia para a Concorrência, Margrethe Vestager, disse “ter sido contactada pelas autoridades portuguesas pela primeira vez em abril de 2016”.

Agora, o Público refere que houve uma reunião ainda antes disso, a 24 de março, com Daniele Nouy, presidente do mecanismo único de supervisão europeu. Já a 7 de abril, diz o mesmo jornal, houve a reunião com a Direção-Geral de Concorrência.

Nessas reuniões, refere Mourinho Félix, Domingues foi como convidado do Governo, porque as autoridades europeias não reúnem com presidentes de bancos. “Eu apresentei-o como vice-presidente do BPI, disse que o tínhamos convidado para ser presidente da Caixa – e que ele estava disponível. E que queríamos saber se havia disponibilidade para abdicar do plano que estava em curso na CGD, aprovando um novo plano de negócios sem ajuda de Estado; para aceitar uma estrutura de governação em que o Estado não se metia; e garantindo que a Caixa teria um sistema de incentivos normal”, disse ao Público.

E garantiu: “Não havia qualquer informação confidencial. Nem o acionista poderia ter acesso a ela, muito menos sobre dados em sigilo bancário. Foi apenas uma discussão conceptual. E quando se trabalhou no plano de negócio, fez-se com informação pública, aplicando à Caixa os rácios do BPI”.

Uma mensagem que o Governo tem repetido até à exaustão. Horas depois, no Conselho de Ministros, Maria Manuel Leitão Marques reiterou que Domingues não acedeu a informação confidencial.

“Creio que o senhor secretário de Estado [Adjunto, do Tesouro e das Finanças] já esclareceu que na verdade foi com o Dr. António Domingues a Bruxelas e a Frankfurt para verificar se as condições que ele colocava para aceitar o cargo podiam ou não ser preenchidas, mas não houve nesse momento o acesso a qualquer informação confidencial”, respondeu Maria Manuel Leitão Marques aos jornalistas na conferência de imprensa.

Segundo a governante, no entanto, este assunto “não foi hoje tema do Conselho de Ministros“, frisando que “a preocupação deste Governo é a estabilidade do sistema financeiro português”.

Artigo atualizado com as declarações de Maria Manuel Leitão Marques

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PSI-20 à boleia da energia

  • Ana Luísa Alves
  • 24 Novembro 2016

Bolsa de Lisboa abriu a sessão em terreno positivo, animada pelas energéticas. A Mota-Engil continua em queda.

A bolsa nacional arrancou em alta. Depois da queda na última sessão, a praça portuguesa acompanha a tendência positiva das restantes bolsas europeia, beneficiando da recuperação do setor energético.

O PSI-20 avançou 0,18% para os 4.434,98 pontos, após a descida na última sessão. O Grupo EDP destaca-se pela positiva, com a elétrica liderada por António Mexia a ganhar 0,7% para os 2,70 euros e a subsidiária EDP Renováveis avança 0,52% para os 6,04 euros.

“Embora de forma volátil, nas últimas sessões tem-se assistido a um recuo das yields nacionais mesmo perante um novo incremento das suas congéneres americanas”, referiram os analistas do BPI no Diário de Bolsa.

Este padrão poderá dar algum alento as ações mais sensíveis às taxas de juro como a EDP, a EDP Renováveis, a REN, entre outras. A curto prazo, as obrigações portuguesas continuarão a ser influenciadas pelo comportamento das taxas de juro italianas, que dependem da perceção que os investidores internacionais têm em relação às hipotéticas consequências do referendo constitucional do dia 4 de dezembro”, acrescentaram os analistas.

Na banca, o destaque vai para o BPI com uma subida ligeira, de 0,9%, depois de a Assembleia Geral de acionistas ter sido adiada para dezembro, a pedido do Caixabank, o maior acionista do banco. A razão apresentada foi não terem ainda a garantia de que a venda dos 2% do capital do BFA seja considerada suficiente para que o BCE classifique a operação passível de reduzir a exposição do banco aos grandes riscos de Angola.

A impedir ganhos mais expressivos em Lisboa está a Mota-Engil. A construtora segue em queda pela 10ª sessão consecutiva, depois de na terça-feira ter anunciado que não vai apresentar contas do trimestre, mas apenas as contas semestrais. O Caixa BI cortou, entretanto, a avaliação das ações.

Nas principais praças europeias o cenário é idêntico ao de Lisboa. Em Milão, FTSE MIB regista um avanço de 0,07%, e na França, a CAC_40 avança 0,30%. Em Frankfurt e Londres, no entanto, o início de sessão foi no vermelho.

(Notícia atualizada às 8h20)

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Subida do petróleo com corte da OPEP? Não durará

Falta uma semana para a reunião. No meio de avanços e recuos, os preços vão-se aproximando dos 50 dólares por barril. Um corte vai puxar pelas cotações, mas a AIE diz que a subida não vai durar.

O petróleo tem andado ao sabor do acordo para o corte de produção na Organização dos Países Exportadores do Petróleo (OPEP). E um entendimento para concretizar esse mesmo corte pode levar o barril a cotar nos 60 dólares, prevê a Agência Internacional de Energia (AIE), mas rapidamente voltará aos níveis atuais.

O West Texas Intermediate, negociado em Nova Iorque, segue a ganhar 0,15% para 48,03 dólares, já o Brent avança 0,1% para cotar nos 49 dólares por barril, mantendo-se perto dos 50 dólares. E se a 30 de novembro houver acordo, Fatih Birol, o diretor da AIE, acredita que os preços poderão disparar até aos 60 dólares.

Irão e Iraque estão a atrasar um acordo para o corte da produção, mantendo o suspense até ao dia da reunião em Viena, na Áustria. A ideia é que um corte na oferta reduza o excesso de petróleo no mercado. Com menos petróleo, os preços deverão subir. Mas a equação não será assim tão simples, de acordo com o líder da AIE.

Os preços até podem disparar numa fase inicial, mas depois a oferta da matéria-prima deverá voltar a aumentar. Não será pela OPEP, mas pelos EUA. Fatih Birol, em entrevista à Bloomberg, acredita que com o barril acima dos 50 dólares, os produtores de petróleo de xisto poderão acelerar o ritmo de produção já que tornará as suas explorações mais rentáveis.

Caso esse movimento seja uma realidade, os preços da matéria-prima poderão rapidamente voltar a cair. O responsável da AIE dá um prazo de nove meses até que no período pós corte da oferta da OPEP as cotações voltem a recuar para os níveis a que estão atualmente, ou seja, em torno dos 50 dólares.

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Euro iguala mínimo de um ano

O dólar está a disparar contra a maioria das moedas mundiais. Com a Fed a sinalizar a subida de juros para dezembro, a moeda norte-americana está a tocar máximos face ao euro e ao iene.

Com a economia norte-americana a evidenciar sinais de robutez, mesmo antes de Donald Trump tomar lugar na Casa Branca com a promessa de fazer levantar ainda mais a atividade económica, o dólar continua o seu percurso de apreciação face à generalidade das moedas mundiais. Está em máximos de mais de um ano contra o euro.

No caso da moeda europeia, a paridade está cada vez mais à vista. A moeda única da Zona Euro recuava pela 13ª sessão nas últimas 14 sessões, cotando-se esta manhã nos 1,0523 dólares, igualando o nível mais baixo desde dezembro de 2015. Também o iene japonês seguia pressionado, estando a negociar contra a nota verde, na casa dos 0,00887 dólares, um mínimo de quase dois anos.

“O dólar está a ser impulsionado pela subida dos juros das obrigações norte-americanas e pelos dados económicos sólidos”, justificava Takuya Kanda, especialista da Gaitame.com Research Institute, à Bloomberg. “O dólar tem sido guiado sobretudo por movimentos de curto prazo num mercado anormal com o resultado da eleição de Donald Trump. Há espaço para serem construídas posições de longo prazo”, acrescentou, antecipando uma queda do dólar.

"O dólar está a ser impulsionado pela subida dos juros das obrigações norte-americanas e pelos dados económicos sólidos. O dólar tem sido guiado sobretudo por movimentos de curto prazo num mercado anormal com o resultado da eleição de Donald Trump. Há espaço para serem construídas posições de longo prazo”, acrescentou, antecipando uma queda do dólar.”

Takuya Kanda

Gaitame.com Research Institute

Os dados dos pedidos de subsídio de desemprego e das encomendas de bens duradouros revelados esta quarta-feira mostraram que a maior economia do mundo continua a apresentar sinais de crescimento. Uma circunstância que, perante a intenção de Trump de introduzir estímulos orçamentais, deixa o mercado com a certeza de que a Reserva Federal norte-americana vai subir a taxa de juro diretora já em dezembro.

Essa expectativa foi reforçada ontem pela Fed. As atas do Comité de Operações no Mercado Aberto (FOMC) revelaram que os responsáveis pela política monetária americana “notaram que as recentes comunicações do comité eram consistentes com um aumento no intervalo das taxas de juro da Fed, no curto prazo, ou argumentaram que, para preservarem a credibilidade, uma subida dessa natureza deveria ocorrer na próxima reunião”.

Com a inflação a convergir para a meta da Fed, os juros das obrigações norte-americanas também estão a subir — para evitar que subida generalizada dos preços corroía os retornos dos ativos. A taxa da dívida a dez anos reforçava máximos de junho de 2015.

O dólar forte também deixava o mercado da commodities deprimido. Com as matérias-primas a cotarem-se na divisa norte-americana, o apetite do mercado por ativos como ouro perante um dólar em alta. O metal amarelo cedia 0,31% pela terceira sessão, cotando-se abaixo dos 1.200 por onça.

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Quantos euros separam patrões e sindicatos

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 24 Novembro 2016

Para que o aumento exceda 540 euros, patrões pedem contrapartidas mas a CCP avisa já que não vai apresentar nenhuma. A UGT também pede contrapartidas, mas para aceitar um aumento mais comedido.

O tema está longe de um consenso. Para já, todos os parceiros sociais afirmam que estão disponíveis para negociar o aumento do salário mínimo mas os pontos de partida ainda estão distantes. A somar à discussão, há um compromisso político, firmado com o Bloco de Esquerda, que aponta para um salário mínimo de 557 euros em 2017: um valor demasiado alto para uns e aquém do desejado para outros.

As confederações patronais entendem que, para o Governo cumprir os pressupostos previstos no acordo assinado com os parceiros sociais (excluindo a CGTP), o salário mínimo não poderá ultrapassar os 540 euros em 2017, mais 10 euros face ao valor atual. Acima disto, já foram pedidas contrapartidas, mas falta saber quais.

“Tudo o que seja acima de 540 euros depende das contrapartidas, até pode chegar aos 560 ou aos mil euros, não discuto números nesta fase”, afirmou ao ECO o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP).

Mas João Vieira Lopes também garante que não será ele a apresentar qualquer medida: “não vou propor nada. Quem propuser números acima, proponha as contrapartidas”.

O Governo já alterou a sua proposta relativa ao adicional ao IMI, isentando também os imóveis ligados à atividade do comércio e serviços. Com isto, conseguiu que a CCP entrasse na discussão do aumento do salário mínimo, mas terá de ir mais longe se quiser chegar a um consenso com esta confederação em torno de um aumento mais significativo.

Para Vieira Lopes, o aumento para 540 euros não levantará objeções caso se mantenham as medidas que já hoje existem, nomeadamente a redução de 0,75 pontos percentuais da TSU paga pelas empresas quando estão em causa trabalhadores com salário mínimo.

"Ou o Governo renegoceia o acordo político ou então dá um conjunto de contrapartidas que tornem o número aceitável. É um problema do governo.”

João Vieira Lopes

Presidente da CCP

Já a CIP — Confederação Empresarial de Portugal faz questão de destrinçar o acordo político daquele que pode ser o acordo de concertação social.

Frisando que o “Governo não é o partido socialista”, António Saraiva salienta: “o único acordo do Governo que conheço é o de concertação social que está em vigor e que determina que a evolução do salário mínimo será feita de determinada forma, com determinados indicadores”.

“Cumprindo o acordo, não chegamos a 557 euros, chegamos a 540. Se o Governo tem outra leitura dos indicadores que lá estão contemplados e se chega a outros valores, que apresente em concertação social”, afirmou.

Saraiva não quer usar a palavra “contrapartidas”, preferindo frisar que o salário mínimo tem de ser “discutido num amplo acordo”, em que “competitividade e emprego seja pedra angular”. E não quis concretizar que medidas podem ser discutidas.

"Não somos políticos, somos da economia real.”

António Saraiva

Presidente da CIP

Já as confederações sindicais querem ir mais longe. A UGT defendia um aumento para 565 euros em janeiro mas também já admitiu aceitar um valor abaixo de 557 euros se o Governo aceitar algumas moedas de troca. Quais? “Dinamizar a negociação coletiva, alterar os critérios das portarias de extensão, desbloquear salários na Administração Pública — mesmo que o assunto seja a título exploratório e que só possam entrar em vigor no final de 2017 ou início de 2018 –, haver um acordo de princípio de que os patrões não invocarão a caducidade na negociação coletiva em todas as convenções enquanto o acordo estiver em vigor, haver um entendimento em regulamentar efeitos muitas vezes perversos da caducidade, alargar a questão do tratamento mais favorável”, explica Carlos Silva ao ECO.

Se as reivindicações forem aceites, a UGT está assim disponível para aceitar um aumento do salário mínimo que não chegue aos 557 euros mas também não aceita ficar muito longe do objetivo inicial. 540 euros não é hipótese, frisa Carlos Silva. “Imagine que todas as contrapartidas são satisfeitas, a UGT poderia ir para 555 [euros], muito abaixo está fora de questão“.

"Achamos que é razoável discutir à volta daquilo que o Governo tem acordado com o Bloco de Esquerda. Imagine que todas as contrapartidas são satisfeitas, a UGT poderia ir para 555, muito abaixo está fora de questão.”

Carlos Silva

Secretário-geral da UGT

 

Já a CGTP defende uma subida para 600 euros em 2017 e diz que a base de partida da discussão tem de ser o valor assumido pelo Governo (557 euros) e nunca abaixo. “Se houver acordo, há acordo, se não houver acordo, compete ao Governo atualizar o salário mínimo”, refere Arménio Carlos.

O secretário-geral da CGTP deixa já claro que não aceitará contrapartidas para viabilizar um aumento mais contido. “Não aceitaremos de forma nenhuma qualquer proposta que seja inferior ao que já foi anunciado como base de partida”, refere. E também deixa o recado ao patrões: a CGTP não aceitará a manutenção da baixa da TSU nem outros “benefícios que sejam suportados pelos impostos”.

"Não aceitaremos de forma nenhuma qualquer proposta que seja inferior ao que já foi anunciado como base de partida.”

Arménio Carlos

Secretário-geral da CGTP

O ministro do Trabalho vincou esta quarta-feira, aos microfones da TSF, que o salário mínimo “é fixado pelo Governo”, depois de ouvidos os parceiros sociais mas acrescentou que seria mais vantajoso que existisse um acordo, embora “nem sempre” seja possível. Já antes, o primeiro-ministro tinha afirmado, no Twitter, que o programa do Governo é para cumprir.

Questionado sobre se isto significa que a decisão do Governo está tomada e que avançam os 557 euros em janeiro, António Saraiva mostrou-se “convencido de que o Governo irá numa perspetiva de negociar”. Caso contrário, “que evite custos para todos de nos deslocarmos a uma reunião”, indicou.

“Acho que está toda a gente a tentar encontrar argumentos para justificarem compromissos assumidos: do lado do PS, do Governo, há compromisso à esquerda, e os patrões também não querem dar passos em falso”, indicou por seu turno Carlos Silva.

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5 coisas que tem de saber antes de abrirem os mercados

  • Marta Santos Silva
  • 24 Novembro 2016

Com Wall Street encerrada para a Ação de Graças, os olhos dos investidores vão estar na Alemanha, que revela números atualizados do crescimento, e em Lisboa, onde se vai conhecer o valor do défice.

O dia de Ação de Graças encerra a bolsa nova-iorquina, mas não vão faltar novidades na Europa, com a Alemanha a divulgar esta manhã de quinta-feira os dados atualizados do PIB e também os novos valores do seu indicador de confiança.

Em Portugal, o destaque vai para a divulgação dos dados da execução orçamental, que se espera para a parte da tarde, e para a divulgação pelo INE do valor médio da avaliação bancária à habitação. Os mercados deverão também estar a reagir à nova informação divulgada pela Reserva Federal dos EUA no final da tarde passada, que indicam que os juros são mesmo para subir.

Fed dá nova indicação de subida de juros em dezembro

Como os investidores já previam, a Reserva Federal dos Estados Unidos voltou a dar indicação de que vai subir as taxas de juro em dezembro, desta feita através da divulgação de minutas que apontam para uma subida de juros para breve. Uma subida das taxas de juro nos EUA teria consequências que incluem a desvalorização do euro relativamente ao dólar, o que deverá fazer com que os mercados reajam à notícia ao longo desta quinta-feira, mesmo que a mudança fosse já esperada.

Alemanha divulga valores atualizados do PIB

O motor da economia europeia divulga às 7:00 os dados atualizados do seu crescimento, após ter desiludido com as estimativas preliminares de um crescimento de 0,2% no terceiro trimestre de 2016. Os novos dados vão mostrar os valores discriminados da despesa e permitir um melhor entendimento dos fatores que influenciaram o abrandamento da economia. Também hoje, a Alemanha divulga o seu indicador de confiança Ifo Business Climate Index, que se espera às 9:00.

Governo revela se o défice cresce ou encolhe

É durante a tarde que a Direção-geral do Orçamento deve divulgar os dados da execução orçamental para outubro, que permitem saber o valor atual do défice e compará-lo com as metas do Governo e da União Europeia. No mês passado, os resultados até ao terceiro trimestre mostraram que o défice melhorara 292 milhões relativamente ao período homólogo em 2015.

INE divulga avaliação bancária à habitação

O Instituto Nacional de Estatística revela hoje, por volta das 11:00, o valor médio da avaliação bancária à habitação, que já sobe há seis meses consecutivos. Em setembro registou-se um aumento de 0,3% relativamente ao mês anterior e de 3,6% relativamente ao mesmo mês em 2015. Este valor é a referência usada pelos bancos para definir as condições de financiamento, como os spreads.

Volume de negócios baixo com Wall Street encerrada

A comemoração do dia de Ação de Graças nos Estados Unidos esta quinta-feira vai deixar a bolsa norte-americana encerrada. Espera-se assim que o volume de negócios na Europa seja mais baixo do que o habitual.

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Rocha Andrade sobre OE2017: “Não há nenhuma animosidade” em relação ao setor privado

  • Lusa
  • 23 Novembro 2016

O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais afirmou que "não há nenhuma animosidade" do Governo em relação ao setor privado, respondendo a uma crítica do presidente do Fórum para a Competitividade.

O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Rocha Andrade, afirmou que “não há nenhuma animosidade” do Governo em relação ao setor privado, respondendo a uma crítica do presidente do Fórum para a Competitividade, Ferraz da Costa.

Ambos participaram numa conferência sobre o Orçamento do Estado para 2017 (OE2017), organizada esta quarta-feira em Lisboa pela AESE Business School e pelo Fórum para a Competitividade.

Não há neste Governo nenhuma animosidade face ao setor privado.

Rocha Andrade

Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais

“Não há neste Governo nenhuma animosidade face ao setor privado e não há neste Governo nada se não a consciência de que o crescimento económico e a criação de emprego se fazem através da atuação dos empresários e das empresas. As nossas opções podem ser diferentes, mas temos o mesmo objetivo”, afirmou Fernando Rocha Andrade.

O secretário de Estado sublinhou que as opções do Governo “estão muitas vezes limitadas pelas condições” orçamentais existentes e que por vezes algumas das medidas que o executivo gostava de tomar “são medidas impossíveis no curto prazo” ou têm de ser tomadas “faseadamente”, defendendo que as políticas prosseguidas “são do interesse comum” e “facilitam a vida às empresas portuguesas”.

Antes da sua intervenção, o presidente do Fórum para a Competitividade fez também um discurso em que acusou Portugal de não ser amigo das empresas, considerando que, “sem políticas microeconómicas enunciadas de forma clara e aplicadas consistentemente” e “sem um ambiente geral favorável ao investimento” dos privados, “o sistema fiscal torna-se quase a única área em que o Governo pode atuar”.

“Portugal não é um país estruturalmente amigo das empresas, nunca foi, já não era no regime anterior, não é e isso não vai mudar”, lançou Pedro Ferraz da Costa. O antigo presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) defendeu que, “por todas estas razões, o sistema fiscal torna-se quase a única área em que o Governo pode atuar” e apelou ao Governo para resolver o problema do contencioso fiscal.

“Não é entendível que, ao fim destes anos todos, continuamos a achar que é normal esperar 10 anos por uma decisão de contencioso fiscal”, disse Ferraz da Costa, considerando que há “uma falta de vontade política e de sentido prático”.

Sobre esta crítica, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais reconheceu que há o “problema de haver uma incerteza quanto às decisões fiscais, sobretudo quando se recorre aos tribunais” porque “demoram muito tempo” a decidir e porque “não é previsível quanto tempo” vão demorar.

Rocha Andrade afirmou ainda que “num país que não tem margem orçamental para reduzir impostos que desejaria, o Governo tem pelo menos obrigação de reduzir os custos de contexto para as empresas que não se traduzem em receita fiscal“.

“Quando conseguimos reduzir o que é um custo para as empresas, mas que não é uma redução da receita para o Estado, temos um ‘win win’ [duplo ganho] e isso é certamente uma das prioridades da atuação de qualquer Governo”, disse o governante, referindo que é este o caso da alteração ao regime do IVA alfandegário.

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