Bancos portugueses estão atrasados na transformação digital, diz Faria de Oliveira

  • Lusa
  • 22 Novembro 2016

Presidente da Associação Portuguesa de Bancos considerou hoje que os bancos portugueses estão atrasados na adaptação à nova era digital e que o setor tem de acelerar esse processo.

“Começamos a ficar um bocadinho atrasados neste domínio”, disse hoje Faria de Oliveira no debate O Futuro da Banca no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), em Lisboa.

Para o responsável máximo da associação que representa os principais bancos que operam em Portugal, as instituições têm neste momento “tantas preocupações”, nomeadamente as crescentes exigências dos reguladores, reforçar capital e melhorar rentabilidade que estão a deixar para trás a necessidade de adaptarem os seus processos à transformação digital que está em curso.

As parcerias entre os bancos e as ‘fintech’ (empresas tecnológica de serviços financeiros), para que possam usufruir do conhecimento que estas produzem, e a melhoraria das ligações entre o setor bancários e as tecnologias da informação é para Fernando Faria de Oliveira fundamental para os bancos na adaptação à nova era digital.

“E esta evolução vai ser extraordinariamente rápida, não vai demorar sequer cinco anos”, afirmou.

A adaptação dos bancos tradicionais ao desafio da era digital foi um tema de várias conferências na ‘Web Summit’, realizada no início do mês em Lisboa, uma vez que se considera que este é dos setores em grande transformação.

Então, o presidente da empresa de pagamentos ‘online’ Currency Cloud disse à Lusa que os grandes bancos têm recebido todos a mesma informação, de que a próxima geração de serviços financeiros será baseada nos ‘social media’, focada no digital, com os consumidores com menos de 30 anos – os nativos digitais – a não quererem ir a agências físicas, comunicando com os bancos através de dispositivos móveis (como telemóvel ou ‘tablet’).

No entanto, avisou, são poucos aqueles que se estão a conseguir adaptar atempadamente, até pelo ‘peso’ das suas estruturas, referindo como ‘bons exemplos’ os espanhóis Santander e BBVA e o britânico Lloyds Bank, considerando que as ‘fintech’ continuarão a ganhar terreno.

O termo inglês ‘fintech’ resulta da junção das palavras ‘financial’ e ‘technology’ e é usado para designar empresas que criam inovações na área de serviços financeiros.

Em geral, estas empresas oferecem produtos simples, intuitivos e automatizam processos, levando o consumidor a não necessitar do banco como intermediário financeiro.

As ‘fintech’ têm poucas barreiras à entrada, facilitando a inovação, e o modelo de negócio tem custos reduzidos, assente em poucos trabalhadores, o que possibilita cobrar preços abaixo dos seus competidores tradicionais.

No caso da empresa de Mike Laven, Currency Cloud, esta cobra cerca de 0,5% nos pagamentos internacionais, enquanto bancos tradicionais podem cobrar entre 2 e 4%.

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Aposte no Sporting e reze com Jesus

  • Juliana Nogueira Santos
  • 22 Novembro 2016

Nas casas de apostas, o favorito está escolhido. Mas se Jesus acreditar e concretizar, os ganhos dos apostadores podem ser cinco vezes maiores.

A estadia do Sporting na liga milionária depende do jogo desta noite e as casas de apostas já decidiram o seu favorito por larga margem: o Real Madrid. Ainda que a passagem do clube português pelo Santiago Bernabéu em setembro passado não tenha sido assim tão pacífica para o clube da casa — que só conseguiu virar o resultado nos últimos momentos do jogo –, a cota do Real é bem mais baixa.

Segundo o portal do Placard, o jogo desportivo dos Santa Casa da Misericórdia, a cota do Sporting está nos 4,95, enquanto a do Real Madrid está nos 1,55. Um empate entre as duas equipas dará ganhos na ordem dos 4,05.

Na Bwin, as hipóteses do Sporting são ainda mais reduzidas: os ganhos para apostas no clube português serão da ordem dos 5,50 e, em caso de empate, de 4,10. O Real permanece mais que favorito com uma cota de 1,60.

Nesta jornada da Liga dos Campeões destaca-se ainda uma partida que, se acabar com um resultado diferente do previsto, vai encher os bolsos dos apostadores: se o Légia de Varsóvia conseguir vencer o Borussia Dortmund, os apostadores do Bwin podem levar para casa 21 vezes mais aquilo que apostarem.

Os jogadores estão quase prontos e as apostas também, falta ver quem fica mais contente com o apito final.

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Mota-Engil só divulga contas de seis em seis meses

A Mota-Engil não vai apresentar contas trimestrais, uma faculdade que resulta da nova diretiva comunitária e que isenta as cotadas de apresentarem contas trimestrais.

A Mota-Engil — afinal — não vai apresentar resultados trimestrais. A partir de agora, a empresa liderada por Gonçalo Moura Martins só irá apresentar resultados semestrais e anuais, tal como diz a nova diretiva comunitária.

António Mota, chairman do grupo, adiantou ao ECO que a empresa irá “proceder ao que diz a nova lei e essa indica que apenas temos que apresentar resultados de seis em seis meses”.

"Iremos proceder ao que diz a nova lei e esse indica que apenas temos que apresentar resultados de seis em seis meses.”

António Mota

Presidente do conselho de administração da Mota-Engil

A possibilidade de não apresentar contas trimestrais está definida na lei, depois de ter sido aprovada a transposição da diretiva da transparência. Com base nas novas regras, a apresentação de contas trimestrais passa a ser facultativa, mantendo-se a obrigatoriedade das contas semestrais e anuais.

A Mota-Engil, cuja apresentação de resultados trimestrais estava agendada para esta terça-feira, é assim a primeira empresa do PSI 20 a não divulgar as contas trimestrais.

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Benesses em vésperas de autárquicas. Coincidência?

  • Margarida Peixoto e Cristina Oliveira da Silva
  • 22 Novembro 2016

A oposição tem questionado os timings de implementação de algumas medidas simpáticas para o eleitorado. Em alguns casos os socialistas apontam motivos. Mas não há respostas para tudo.

As pensões têm um aumento extraordinário em agosto de 2017, o subsidio de refeição da função pública também e os precários entram no Estado em outubro. No segundo semestre sobe ainda, pela segunda vez, o abono de família para crianças entre os 12 e os 36 meses. Nota de calendário: há eleições autárquicas no final do ano. É coincidência?

“Porque é que [o aumento extraordinário das pensões] é em agosto? Daqui até agosto não há dinheiro para pagar? O Estado só vai ter dinheiro para pagar em agosto?”, questionou o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, no fim de semana passado. “Está bem à vista de todos que em agosto estamos na véspera da campanha eleitoral e que o Governo faz contas de cabeça com a sua maioria. Vamos dividir a democracia pelos seus beneficiários. Quantos são os pensionistas, quantos são os servidores do Estado? Podemos dar-lhes mais qualquer coisinha para a eleição? Vamos dar”, concluiu o social-democrata.

De acordo com a política orçamental do Governo, não são só as pensões que têm um aumento extraordinário previsto para a segunda metade do ano. O subsídio de refeição dos funcionários públicos aumenta para 4,52 euros a partir de 1 de janeiro e 4,77 euros a partir de 1 de agosto. No caso do abono de família o Governo anunciou a subida da prestação atribuída a crianças entre os 12 e os 36 meses faseada, até 2019. Mas isto implica que em 2017 haja um aumento no primeiro semestre e outro no segundo.

A somar a esta medida há ainda a entrada dos precários no Estado. A proposta do Governo indica que a integração dos trabalhadores nesta situação deve começar até 31 de outubro.

O Governo também repõe direitos previstos em contratação coletiva no setor público empresarial de forma gradual. Matérias como subsídio de refeição, trabalho extraordinário e noturno entram logo em vigor a 1 de janeiro. Mas tudo o resto é reposto em 50% em julho de 2017 e 50% em 2018.

Os motivos do Governo

Durante o debate na especialidade do Orçamento do Estado para 2017, o Governo já tinha explicado que o aumento extraordinário das pensões não será concretizado em janeiro por dois motivos. O primeiro tem que ver com uma questão técnica: o Governo quer atribuir o aumento por pensionista e não por pensão, e precisa de tempo para implementar os sistemas de informação que vão permitir conhecer esta informação. O segundo motivo prende-se com o facto de estes sistemas informáticos exigirem um investimento inicial, o que implica recursos do Estado.

Sobre a integração de precários no Estado, o líder parlamentar do PS, Carlos César, já explicou a calendarização da medida: “O levantamento está concluído e o Orçamento do Estado para 2017 prevê que até março vamos conseguir que o programa de regularização extraordinária esteja concluído e até outubro de 2017 se inicie o plano de preenchimento desses lugares, que correspondem a funções efetivamente permanentes na administração pública.”

O ECO contactou o Ministério das Finanças e o do Trabalho sobre o faseamento de medidas, mas ainda não obteve resposta sobre os motivos do Executivo.

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OE2017: PCP quer proteger a banca no adicional ao IMI

O novo imposto adicional ao IMI (AIMI) foi alvo de várias propostas de alteração ao desenho inicial do OE2017. O PCP propõe que a banca tenha um desagravamento ao pagamento do imposto.

O Partido Comunista Português quer proteger o setor bancário e das seguradoras do novo imposto adicional ao IMI (AIMI). Na sexta-feira, o PCP propunha uma isenção total das instituições de crédito ou empresas de seguros e resseguros. Uma substituição à proposta suaviza o efeito: os comunistas propõem que paguem a taxa única de 0,4% sobre o valor patrimonial que exceda os 600 mil euros.

O grupo parlamentar do PCP propunha inicialmente uma isenção do pagamento o adicional ao imposto municipal sobre imóveis, tal como se pode ler na proposta que foi entregue na sexta-feira, o último dia para entregar propostas de alteração ao OE2017. A passagem consta do ponto 2 do Artigo 135.º-B que estabelece a “Incidência Objetiva” do AIMI:

"São excluídos do adicional ao imposto municipal sobre imóveis os prédios urbanos habitacionais cujos titulares sejam instituições de crédito, definidas nos termos do artigo 3.º do Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras, ou empresas de seguros e resseguros, abrangidas pelo Regime jurídico de acesso e exercício da atividade seguradora e resseguradora, bem como aqueles que estejam comprovadamente afetos à atividade económica ou social dos sujeitos passivos do adicional ao imposto municipal sobre imóveis que sejam pessoas coletivas, nos termos definidos no artigo 135.º-A.”

PCP

Proposta substituída

Contudo, os comunistas fizeram uma “emenda” à proposta de alteração, tendo a original sido substituída por uma outra, tal como se pode verificar no site do Parlamento. Na nova formulação, o Partido Comunista Português elimina esse ponto e acrescenta uma nova alínea ao Artigo 135.º-F para estipular a incidência do imposto sobre o setor bancário e das seguradoras:

"No caso dos imóveis que sejam propriedade de instituições de crédito, definidas nos termos do artigo 3.º do Regime geral das Instituições de Crédito e sociedades Financeiras, ou empresas de seguros e resseguros, abrangidas pelo Regime jurídico de acesso e exercício da atividade seguradora e resseguradora, aplica-se uma taxa única de 0,4% sobre o valor patrimonial que exceda € 600 000.”

PCP

Nova proposta

A proposta é assinada pelos deputados Miguel Tiago, Bruno Dias e Paulo Sá que, ao ECO, explica a razão da mudança: “Entendemos que as entidades financeiras têm muitos prédios que resultam da sua atividade económica e que podem ser prédios de valores elevados. E, portanto, não deviam ser onerados com uma taxa tão grande como aquela que nós propomos para os particulares. Passam a ter uma taxa mais reduzida tendo em conta a atividade que desenvolvem”.

Isto traduz-se numa taxa efetiva de 0,4%, em linha com os 0,36% que o PCP propõe para os prédios urbanos valorizados em um milhão de euros, para o valor patrimonial que exceda os 600 mil euros. “É desagravada relativamente às tabelas normais. Se um banco tem casas no valor de 100 milhões de euros de acordo com a tabela pagaria 2%. A proposta do PCP é que seja 0,4%”, afirma Paulo Sá ao ECO. Eis as tabelas:

A taxa marginal incide sobre o excedente. A taxa efetiva é o valor que paga face ao total do património.
A taxa marginal incide sobre o excedente. A taxa efetiva traduz a aplicação da taxa marginal face ao valor total do património.

O desenho da medida que constava na proposta do OE2017, de 14 de outubro, isentava apenas “os prédios urbanos classificados na espécie “industriais”, bem como os prédios urbanos licenciados para a atividade turística, estes últimos desde que devidamente declarado e comprovado o seu destino”. Assim, só ficava de fora o turismo e a indústria, penalizando o setor bancário, seguradoras ou o comércio.

Após muita especulação, o Partido Socialista apresentou na passada sexta-feira uma proposta de alteração que agrava o imposto para património imobiliário acima de um milhão e sobre pessoas coletivas, isentando empresas que afetem esses prédios à atividade económica. Caso não estejam afetados, esses prédios pagam 0,4% sobre todo o valor patrimonial (cai o limite de 600 mil euros), ao contrário dos 0,3% e inicialmente propostos pelo Governo.

Resumindo, a versão final — se a proposta do Partido Socialista for aprovada — aplicar-se-á apenas à habitação e aos terrenos para construção. A taxa é progressiva para os contribuintes singulares: 0,7% dos 600 mil ao um milhão e 1% daí em diante. Os offshores vão pagar uma taxa efetiva de 7,5%.

Editado por Mariana de Araújo Barbosa ([email protected])

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Aqui não precisa de pedir um café para ir ao WC

  • Juliana Nogueira Santos
  • 22 Novembro 2016

Em 220 cidades alemãs, os estabelecimentos locais estão a abrir as casas de banho a quem passa. Porquê?

Se já andou a passear por uma qualquer cidade do mundo, de certeza que se deparou com este grande problema: a falta de casas de banho. As públicas, quando existem, raramente têm as condições de higiene necessárias para que se consiga passar da porta e as que restam são dentro dos estabelecimentos comerciais, que normalmente são reservadas a quem consome. Não nos resta qualquer hipótese senão pedir aquela garrafa de água ou café da vergonha e usar a casa de banho.

Os municípios alemães conseguiram encontrar uma solução para este dilema e decidiram começar a pagar aos negócios locais para deixarem os transeuntes utilizarem as suas casas de banho. O programa chama-se “Die nette Toilette” — em português algo como “A Casa de Banho Agradável” — e pressupõe um apoio monetário que vai dos 30 aos 100 euros por mês. Em troca, os estabelecimentos têm de colocar uma etiqueta na montra a mostrar que fazem parte do programa e abrir as portas a quem está aflito.

Die Nette Toilette

A etiqueta colocada na porta avisa que “aqui pode encontrar uma casa de banho agradável”.

Esta iniciativa já está presente em mais de 220 cidades alemãs. Munique é a mais recente a tornar as casas de banho agradáveis, enquanto Berlim ainda não faz parte desta lista. Segundo dados citados pelo City Lab, uma das aderentes, Bremen, já conseguiu poupar cerca de 1,1 milhões de euros por ano. Ao mesmo tempo, a cidade tem agora um dos melhores rácios de casas de banho públicas por residente.

Assim, o município já não tem de se preocupar com a construção de uma nova rede, com a remodelação da existente, com a constante manutenção e com o vandalismo inevitável destes espaços. Está também disponível uma aplicação para smartphone onde é possível ter acesso a todos os estabelecimentos aderentes e o seu horário.

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Portugal deverá pagar mais de 2% no leilão

É a última venda de dívida do ano. Mercado antecipa aumento dos custos de financiamento de Portugal no leilão que o IGCP realiza esta quarta-feira, fruto da recente turbulência nos juros da dívida.

Portugal deverá pagar uma taxa de juro média entre os 2,1% e os 2,2% quando esta quarta-feira o Tesouro português for ao mercado pela última vez em 2016 tentar levantar obrigações do Tesouro a cinco anos, num montante entre os 500 e os 750 milhões de euros.

Os custos de financiamento do Estado português deverão assim agravar-se face ao último leilão comparável, realizado a 26 de outubro, em que Portugal pagou um juro médio de 1,751% — no leilão anterior pagou um juro de 1,87% — para angariar 1.000 milhões de euros.

“As avaliações nos mercados secundários têm estado voláteis nos últimos dias, especialmente nas obrigações portuguesas. Um juro entre 2,1% e 2,2% parece-me mais provável amanhã”, adiantou ao ECO o analista do Commerzbank, David Schnautz. “O resultado das eleições norte-americanas colocou as obrigações sob pressão, alargando os spreads dos juros periféricos face à Alemanha. Tem sido negativo para as obrigações portuguesas até agora”, acrescentou.

As avaliações nos mercados secundários têm estado voláteis nos últimos dias, especialmente nas obrigações portuguesas. Um juro entre 2,1% e 2,2% parece-me mais provável amanhã. O resultado das eleições norte-americanas colocou as obrigações sob pressão, alargando os spreads dos juros periféricos face à Alemanha. Tem sido negativo para as obrigações portuguesas até agora.

David Schnautz

Analista do Commerzbank

Depois das eleições norte-americanas, os juros da dívida portuguesa escalaram para máximos de nove meses, acompanhando a tendência de agravamento das taxas nos outros países. Tudo por causa das expectativas da inflação nos EUA com o plano orçamental que o republicano vai introduzir na maior economia do mundo, que vai levar a Reserva Federal norte-americana a subir os juros já em dezembro.

Mas a implicação da eleição de Trump para a Casa Branca não se vai refletir apenas no aumento dos custos de financiamento. Aliás, de acordo com Tiago da Costa Cardoso, gestor da corretora XTB, os resultados eleitorais norte-americanos já terão condicionado o IGCP, organismo que gere a dívida pública, na sua última ida ao mercado de dívida de 2016. O mercado esperava um double-tap, isto é, dois leilões no mesmo dia, com a inclusão de uma linha de obrigações a dez anos no leilão.

Juros a 5 anos aliviam depois de escalada

Fonte:
Fonte: Bloomberg (valores em percentagem)

“A gestão da dívida leva a que haja uma sensibilidade maior face a certos fatores e neste momento, com estas subidas acentuadas dos juros, não é de todo uma boa ideia haver um leilão de longo prazo. Considero que o que faz mais sentido seja aguardar pela resolução do referendo de Itália e o suavizar da subida da dívida norte americana para que se retomem os leilões a dez anos”, justificou o responsável.

David Schnautz, que antecipou a turbulência no mercado de dívida português por causa deste leilão, acredita que o Tesouro não terá muitas dificuldades em colocar o montante máximo pretendido. “Com títulos acima de 4,5 anos e um juro de 2%… isso deve inspirar a procura por uma oferta tão pequena“, explica o estratego de rendimento fixo do Commerzbank. “O tom firme das obrigações portuguesas desde o final da segunda-feira também dá suporte. Espero um leilão suave”, reforçou.

A gestão da dívida leva a que haja uma sensibilidade maior face a certos fatores e neste momento, com estas subidas acentuadas dos juros, não é de todo uma boa ideia haver um leilão de longo prazo.

Tiago da Costa Cardoso

Gestor da corretora XTB

Por isso, tanto Schnautz como Costa Cardoso referem que um bom leilão de fecho de ano será mais ou menos este: estabilidade na taxa de juro a pagar aos investidores para comprar dívida portuguesa na extremidade superior do intervalo indicativo, “especialmente porque o intervalo é bastante baixo”

“Um leilão positivo será qualquer colocação que não envolva uma subida muito acentuada do juro. À partida, tendo em conta toda a envolvente macroeconómica, não será de estranhar que possa existir uma subida maior dos juros. Portanto, qualquer subida que não seja demasiado agressiva pode sempre ser considerada uma colocação normal”, resume o gestor da XTB.

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Alívio dos juros contagia bolsa

  • Rita Atalaia
  • 22 Novembro 2016

Os juros da dívida portuguesa afundaram. E caíram ainda mais depois de o Governo ter dito que reembolsou mais dois mil milhões ao FMI. A surpresa foi bem recebida pelos investidores e o PSI-20 subiu.

Depois de terem superado a fasquia dos 3,9%, os juros da dívida portuguesa voltaram a afundar. E a taxa a 10 anos caiu ainda mais depois de o Governo ter dito que reembolsou antecipadamente mais dois mil milhões de euros do que ainda deve ao FMI. Este alívio dos juros refletiu-se na bolsa nacional. O PSI-20 subiu e as papeleiras foram as estrelas.

 

 

 

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Cinco segundos. É quanto basta para congelar o seu iPhone

Circula um vídeo de cinco segundos na internet que é capaz de congelar qualquer telemóvel da Apple. O problema já foi confirmado pela imprensa especializada.

É um problema real. Foi descoberto um vídeo de cinco segundos, capaz de congelar qualquer iPhone após ser reproduzido. O erro, descoberto por um utilizador do fórum Reddit, já foi testado e confirmado pelo site de tecnologia The Verge.

Ao enviar por mensagem o ficheiro MP4, e ao reproduzi-lo no iPhone de destino, o aparelho bloqueia e só volta a funcionar depois de ser reiniciado. E não de uma forma qualquer: tem de ser um reinício total do sistema, carregando no botão de bloqueio e na tecla Home em simultâneo durante algum tempo.

O erro só acontece se o vídeo for enviado por ficheiro e por mensagem. Ou seja, esta versão carregada para o YouTube e processada pela plataforma não deverá causar problemas. É o ficheiro original que se encontra corrompido e que, de alguma forma, entra em conflito com o sistema iOS.

O youtuber “EverythingApplePro” também experimentou (e confirmou) o problema. Por isso, se preferir uma via cem por cento segura para ver o vídeo em causa, experimente a versão abaixo:

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Pós-Brexit, Portugal de olho no regulador europeu dos medicamentos

  • Marta Santos Silva
  • 22 Novembro 2016

"Se houver empresas que preferem sair do Reino Unido, evidentemente que temos uma estratégia para atrair esse investimento para Portugal", disse a secretária de Estado dos Assuntos Europeus.

Portugal gostaria de receber a sede da Agência Europeia de Medicamentos se esta abandonar Londres por causa da saída do Reino Unido da União Europeia. Margarida Marques, secretária de Estado dos Assuntos Europeus, disse, citada pela Bloomberg: “Se no novo enquadramento da relação entre o Reino Unido e a União Europeia houver empresas que preferem sair do Reino Unido, evidentemente que temos uma estratégia para atrair esse investimento para Portugal“.

O regulador europeu que controla a segurança dos medicamentos, a Agência Europeia de Medicamentos (AEM), emprega 900 pessoas e tem a sua sede em Londres. A Bloomberg escrevia na semana passada que o regulador se tornou numa das empresas mais cobiçadas pelos países que tencionam permanecer na UE, incluindo a Suécia, a França e a Dinamarca.

Em Lisboa, Margarida Marques disse, esta terça-feira, que Portugal também se conta entre os interessados para tentar atrair a AEM se esta decidir sair de Londres. Ser o país anfitrião da AEM tem várias vantagens: os funcionários são pagos pela União Europeia, que também pagará o aluguer dos espaços que ocupar. Conferências relacionadas com a AEM também trariam vantagens aos negócios locais das cidades onde a sede se instalasse.

Sobre a negociação dos termos do Brexit, Margarida Marques repetiu as ideias já referidas pelas autoridades europeias: as conversas só vão ter início quando o Reino Unido ativar o Artigo 50º do Tratado de Lisboa, que inicia o processo de saída da União Europeia. “Sem notificação, não há negociação”, disse a secretária de Estado.

No entanto, aproveitou para sublinhar que, embora Portugal não vá negociar bilateralmente com o Reino Unido acerca deste tema, o país quer “manter a relação bilarial que tem tido com o Reino Unido, que dura há sete séculos, e quer manter a segurança da comunidade portuguesa que vive no Reino Unido e das empresas que operam no Reino Unido”.

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Buffett queria Clinton. Mas foi com Trump que lucrou

Um dos que estão a beneficiar financeiramente dos efeitos do novo presidente dos EUA é Warren Buffett. A fortuna pessoal do multibilionário valorizou 8,1 mil milhões de dólares.

O multibilionário Warren Buffett apoiou a candidatura presidencial de Hillary Clinton mas, no dia 9 de novembro, não ficou contente: Donald Trump venceu e, inicialmente, assustou os mercados. Mas esse susto foi rápido e trouxe uma época de bonança para os mercados, beneficiando também Buffet.

A vitória de Donald Trump animou os mercados. Esta segunda-feira foi exemplo disso: os três principais índices bateram recordes históricos. Um dos que estão a beneficiar financeiramente desse efeito do novo presidente dos EUA é Warren Buffett.

De acordo com a CNBC, o portefólio de investimento do multibilionário já valorizou mais de oito mil milhões de dólares (estima-se 8,1 mil milhões), passados 14 dias das eleições norte-americanas. O mercado está a responder de forma positiva à promessa de menos regulação, apesar de ser quase certo que a taxa de juro vai aumentar.

O grupo Berkshire Hathaway, presidido por Buffet, viu as suas holdings financeiras valorizar 4,3 mil milhões de dólares, de acordo com as contas da CNBC. As ações de classe b da própria empresa valorizaram 8,6% até esta segunda-feira, acumulando uma valorização anual de 20%. Apenas isto traduziu-se em 3,8 mil milhões de dólares a mais para a fortuna pessoal de Warren Buffett.

Editado por Mariana de Araújo Barbosa ([email protected])

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Vinci afunda. Porquê? Foram os hackers

  • Leonor Rodrigues
  • 22 Novembro 2016

As ações da empresa dona da ANA Aeroportos caíram mais de 18% em poucos minutos depois de ter sido vítima de um ataque informático.

A Vinci, dona da ANA Aeroportos, gestora dos aeroportos em Portugal, foi vítima de um ataque informático. Um falso comunicado teve consequências expressivas na bolsa. Os títulos afundaram em poucos minutos.

Esta terça-feira, os hackers lançaram um comunicado, em tudo semelhante aos oficiais, a afirmar que a empresa francesa tinha demitido o seu diretor financeiro, Christian Labeyrie, por alegadas irregularidades nas contas da Vinci. Ainda antes de a empresa se pronunciar, já as ações caiam a pique: a Vinci perdeu mais de 18% em poucos minutos, a maior perda em 17 anos, com as ações a custarem 49,93 euros.

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“Fomos pirateados”, afirmou Paul-Alexis Bouquet, porta-voz da empresa esta terça-feira. Ainda não se sabe de quem foi a autoria do ataque mas a Vinci já anunciou que vai avançar com uma queixa sobre o incidente, de acordo com a Bloomberg.

Atualmente, as ações já estão a recuperar mas continuam no vermelho, a desvalorizar 2,57%, com as ações a 59,53 euros.

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