Será que Draghi passou para o “lado negro”?

O economista-chefe do Deutsche Bank diz que o BCE entrou numa nova dimensão de risco moral, enumerando os cinco "lados negros" do programa de compra de ativos do BCE.

Mario Draghi, que acaba de completar cinco anos à frente do Banco Central Europeu, está a fazer o que até hoje nenhum dos seus antecessores se tinham atrevido. Levou a taxa de referência para zero, mas fez mais do que isso: lançou um programa de compra de ativos em larga escala. Tudo para cumprir com o “whatever it takes” na missiva de salvar o euro. Há quem aplauda, mas também quem o critique. E diga que Draghi passou para o “lado negro”.

"O BCE está preso … entre um equilíbrio desfavorável de baixo crescimento, desemprego elevado e um período de zero reformas, por um lado, e crescentes riscos para os balanços dos países principais, por outro.”

David Folkerts-Landau

Deutsche Bank

As taxas de juro muito baixas, mas principalmente a compra indiscriminada de ativos levou o Deutsche Bank a lançar um ataque contra o Banco Central Europeu. David Folkerts-Landau, economista-chefe do Deutsche Bank, elevou este conjunto de preocupações a um novo nível numa nota de research cujo título é: “O lado negro do QE [quantitative easing]”.

“Enquanto os banqueiros centrais se congratulam pela escala e originalidade da política monetária levada a cabo desde 2012, este autoelogio aparenta ser cada vez menos verdadeiro. O BCE está preso… entre um equilíbrio desfavorável de baixo crescimento, desemprego elevado e um período de zero reformas, por um lado, e crescentes riscos para os balanços dos países principais, por outro”, refere o economista.

David Folkerts-Landau, numa nota de research agressiva para com Mario Draghi e o BCE, enumera um conjunto de cinco consequências malignas do programa de 80 mil milhões de euros de compras mensais de ativos, um pacote que fez disparar o balanço do banco central, mas que ainda não atingiu o objetivo de evitar uma espiral de deflação na Zona Euro.

1. Países alvos sem reformas

“Até julho de 2012, as elevadas taxas de juro e as ameaças de refinanciamento forçaram os governos a levar a sério a necessidade de reformas. Com efeito, antes de 2012, mais de metade das medidas de crescimento económico recomendadas pela OCDE estavam a ser implementadas em toda a Zona Euro. Mas no ano passado, apenas 20%, o foram”, refere o banco de investimento alemão.

2. Preço das obrigações? Não diz nada

“Desde que os investidores começaram a antecipar as compras de dívida soberana pelo BCE no final de 2014, os spreads da dívida soberana dentro da Zona Euro foram bloqueados. Por sua vez, as yields soberanas menos representativas distorcem o universo de obrigações, como um todo, e a avaliação da dívida governamental”, refere.

3. BCE arrisca perdas. Cidadãos pagam

O Deutsche Bank alerta que “na eventualidade de uma reestruturação de um membro da Zona Euro, as responsabilidades do banco central nacional provavelmente terão de ser suportadas pelos contribuintes de outros Estados-membros, mesmo que essas perdas se estendam por um período longo. Basicamente, a dívida terá sido socializada.”

4. Poupa? Está a pagar a ajuda do BCE

O banco de investimento alerta que é quem poupa que está a pagar o programa de compra de ativos. E deixa o alerta: “o aumento dos preços da energia, a escassez de juros elevados e, em última instância, uma má reversão do programa, acabarão por passar a fatura” aos investidores mas também aos países (castigando os contribuintes).

5. BCE manteve vivas empresas zombie

“O aumento dos empréstimos foi, na sua maioria, para devedores de baixa qualidade já existentes, libertando os bancos em dificuldades da necessidade de abater empréstimos. Sem uma destruição, de forma criativa, de algumas empresas que enfrentam dificuldades, os investidores em países com elevadas poupanças, têm feito disparar o preço dos ativos saudáveis”, nota.

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Europa afunda. Lisboa não escapa à maré vermelha

Foi um dia negro nas principais praças europeias. O índice de referência da região atingiu o nível mais baixo desde julho. Caiu pela oitava sessão, naquele que é o maior ciclo de perdas em dois anos.

Dia negro nas praças europeias, com os principais índices a encerrarem no vermelho. Quedas de mais de 1% na generalidade das bolsas, incluindo a de Lisboa. Nenhuma das cotadas do PSI-20 conseguiu valorizar.

O índice português desvaloriza há três sessões e, esta quarta-feira, derrapou 1,66% para 4.548 pontos. O Stoxx 600 caiu 1,07% para 331,66 pontos, o valor mais baixo desde julho. É já a oitava sessão consecutiva de perdas, o ciclo de quedas mais longo desde 2014.

A pressionar os investidores estiveram fatores como a queda nos preços do petróleo e a incerteza quanto às eleições norte-americanas — Donald Trump segue à frente nas sondagens. Além disso, a Reserva Federal norte-americana pondera aumentar as taxas de juro para fazer frente ao aumento da inflação. A decisão final será conhecida ainda hoje, ao final do dia.

Tal como nas restantes praças, as quedas foram generalizadas na bolsa nacional. Mas foram particularmente expressivas no setor da energia, ainda que a banca também tenha sido fustigada. A instituição bancária Banca Popolare de Milano destacou-se ao afundar 7,69% para 38 cêntimos.

A EDP Renováveis protagonizou a maior queda da sessão, com os títulos da empresa a derraparem 4,03% para 6,57 euros por ação. Seguiu-se a EDP, com uma queda de 2,63% para 2,89 euros. Recorde-se que, esta quarta-feira, soube-se que a EDP está a ser alvo de uma investigação por parte da Autoridade da Concorrência.

Ainda no setor energético, os títulos da Galp Energia desvalorizaram 1,6% nesta sessão. As ações negoceiam-se agora a 11,99 euros, isto numa altura em que o petróleo está a afundar mais de 3%.

Destaque também para o desempenho negativo da Corticeira Amorim, que encerrou a sessão com perdas de 2,53% para 8,78 euros. O BCP, que na sessão anterior valorizou, voltou a cair: cedeu 1,79% para 1,2041 euros.

BPI teve a melhor prestação da sessão, ainda que negativa: os títulos do banco caíram 0,09% para 1,13 euros, já a Jerónimo Martins fechou com um descida de 0,13% para 15,71 euros.

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Aumento das reservas de crude afunda preços em mais de 3%

Os preços do crude mantêm a trajetória de queda, afundando mais de 3%, abaixo da linha dos 50 dólares. Reservas norte-americanas cresceram 3,1% na última semana.

Os preços do petróleo continuam a cair, acentuando a tendência negativa com a divulgação de um aumento maior do que o esperado das reservas nos EUA. Um sinal de maior oferta numa altura em que os investidores estão cada vez mais céticos quanto ao corte efetivo de produção por parte da OPEP.

O Brent, referência para a Europa, caía 3,07% e negociava-se a 46,70 dólares, enquanto um barril de West Texas Intermediate, negociado nos EUA, estava a cotar nos 45,10 dólares em Nova Iorque, uma derrapagem de 3,2% face à última sessão.

Evolução dos preços do Brent

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A contribuir para a queda está relatório do governo norte-americano, que mostra que as reservas de petróleo no país têm vindo a aumentar. De acordo com a Energy Information Administration, só na última semana os stocks dos Estados Unidos da América cresceram a 3,1%, ou 14,4 milhões de barris.

Segundo a Bloomberg, trata-se do maior crescimento desde 2008, o que mostra que a oferta continua muito superior à procura. Analistas ouvidos pela agência previam um crescimento de dois milhões de barris, ao mesmo tempo que, na terça-feira, o Instituto Americano do Petróleo reportava um aumento do stock na ordem dos 9,3 milhões de barris de crude.

A trajetória de queda nos preços da matéria-prima mantém-se há quatro sessões consecutivas, numa altura em que as esperanças de que a OPEP chegue a um acordo para cortar na produção da matéria-prima se começam a esvair.

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Carregue a bateria do seu carro em dez minutos

Como? Com um novo carregador desenvolvido por uma empresa espanhola. Só será apresentado ao público em dezembro, mas será compatível com os carros elétricos das principais marcas.

Os carros elétricos têm um futuro risonho e quem os conduz tem agora um novo motivo para sorrir. Uma empresa espanhola criou um carregador para automóveis elétricos capaz de deixar as baterias a 100% em menos de dez minutos.

O carregador da Energer é capaz de carregar um carro na totalidade em menos de dez minutosEnerger/Ecomotor

A empresa em causa é a Energer, que criou este carregador com capacidade de carga de 100 kW, diz o ElEconomista. O aparelho é ainda compatível com as principais tecnologias de carga do mercado (a europeia e a japonesa, assim como os carregadores trifásicos normais).

Isso significa que os automóveis elétricos das principais marcas do mercado o vão poder usar. Em relação aos modelos da Tesla, incompatíveis com as tecnologias normais, o jornal espanhol recorda que existem adaptadores à venda que resolvem o problema por pouco mais de 135 euros.

A Energer garante que ainda não estabeleceu um preço fixo para este rápido carregador, mas indicou que o preço deverá “baixar bastante” se forem adquiridas muitas unidades ao mesmo tempo. O produto deverá ser oficialmente apresentado ao público em meados de dezembro.

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VW diz adeus ao WRC. O futuro é elétrico

A fabricante alemã termina esta temporada a presença no Campeonato Mundial de Ralis da FIA. A explicação está nos "enormes desafios" que enfrenta, sendo o foco, agora, os elétricos.

A Volkswagen está de saída do campeonato de ralis. Após quatro anos marcados por um sucesso histórico, com vitórias consecutivas dos títulos do WRC nos campeonatos de Pilotos, Co-Pilotos e de Construtores com o Polo R WRC, a “Volkswagen termina esta temporada a presença no Campeonato Mundial de Ralis da FIA (WRC)“. O foco nos elétricos ditou a decisão da empresa que está envolvida no escândalo das emissões de gases poluentes.

A marca Volkswagen enfrenta enormes desafios. Com a futura expansão da eletrificação na nossa gama de veículos, devemos concentrar todos os nossos esforços em importantes tecnologias futuras“, diz a marca no comunicado em que anuncia o abandono do WRC. “A Volkswagen vai concentrar-se mais nas corridas para equipas-clientes, como o Golf GTI TCR na vertente da Velocidade e o Beetle GRC no rallycross. Também queremos oferecer aos clientes produtos de topo e desenvolver um novo Polo de acordo com a regulamentação dos R5”, diz.

“Quero enviar os nossos sinceros agradecimentos aos nossos pilotos e co-pilotos pelas suas notáveis conquistas. Eles não são apenas incrivelmente rápidos, mas também dignos embaixadores da Marca Volkswagen. Toda a equipa construída em redor de Sven Smeets, Diretor da divisão Motorsport, criou a base para este sucesso com o enorme compromisso de cada um dos seus elementos. Queremos continuar a trabalhar com esta excelente equipa, após realizar o realinhamento”, diz Frank Welsch.

O membro do conselho de administração da VW, e responsável pelo departamento de desenvolvimento técnico da marca, acrescenta que a VW vai “expandir a estreita cooperação existente entre as áreas de desenvolvimento da produção e a Motorsport, que sempre mostrou benefícios para ambas as partes nos últimos anos. Há uma garantia de emprego para os funcionários da Volkswagen Motorsport “, referiu aos 200 funcionários.

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PSD quer alargar dever de transparência dos gestores públicos a “mandatos em curso”

  • Lusa
  • 2 Novembro 2016

Os sociais-democratas entregaram dois diplomas sobre os gestores públicos cujos efeitos serão não só imediatos como também se deverão aplicar aos "mandatos em curso".

O PSD entregou hoje dois diplomas para a eliminação da exclusão dos administradores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) do Estatuto do Gestor Público, explicitando que a lei deverá produzir efeitos imediatos, “incluindo relativamente aos mandatos em curso”.

Os dois diplomas correspondem ao desdobramento do projeto de lei que o PSD entregou na sexta-feira para fixar na lei os critérios de “razoabilidade e adequação” nos salários dos gestores públicos e garantir que a administração da Caixa Geral de Depósitos fica obrigada aos deveres de transparência.

Segundo adiantou no sábado o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, com o desdobramento é autonomizado o ponto relativo à transparência para promover o consenso entre os partidos no parlamento.

Nos novos diplomas, que substituem o projeto que deu entrada no final da semana passada, é acrescentada uma alínea no artigo relativo à sua “entrada em vigor e produção de efeitos”. Enquanto na primeira versão estava apenas fixado que a lei entraria em vigor no dia seguinte ao da sua publicação e produziria efeitos de imediato, agora nos dois novos diplomas é acrescentado que produz “efeitos imediatos com a sua entrada em vigor, incluindo relativamente aos mandatos em curso“.

"Reforça-se a responsabilidade do ministro das Finanças na autorização de salários acima do primeiro-ministro. Fica claro que se trata de uma faculdade e não uma obrigação do ministro das Finanças, que tem de exercer com razoabilidade.”

Diploma entregue pelo PSD

Um dos projetos de lei agora entregues na mesa da Assembleia da República introduz “alterações ao estatuto do gestor público e aos regimes jurídicos do setor empresarial do Estado e do setor empresarial local”, eliminando a exclusão dos administradores da CGD do Estatuto de Gestor Público e repondo limites salariais.

“Relativamente ao limite remuneratório excecional aplicável às empresas mercantis que operam em mercado concorrencial, clarifica-se e reforça-se a responsabilidade do ministro das Finanças na autorização de salários acima do primeiro-ministro. Fica claro que se trata de uma faculdade e não uma obrigação do ministro das Finanças, que tem de exercer com razoabilidade”, lê-se na exposição de motivos do diploma.

Ao ministro das Finanças, é ainda referido, “cabe-lhe fundamentalmente, decidir e fixar em cada caso a remuneração entre um dos dois limites taxativos que a lei prevê: o nível do primeiro-ministro ou um valor que fundamente como adequado, respeitando sempre o limite máximo da média dos últimos três anos“.

Maior transparência através de publicações online

O outro diploma, que corresponde à parte que foi autonomizada na versão inicial, visa impor “deveres de transparência aos administradores da CGD”.

Neste diploma são introduzidas três alterações em matéria de transparência, nomeadamente o alargamento o “dever dos gestores públicos declararem interesses potencialmente conflituantes, incluindo referência expressa à lei n.º 4/83 que confirma a necessidade de reporte também ao Tribunal Constitucional”.

Além disso, são expressamente revistas “regras mais clara nos impedimentos” e estabelecida a obrigação de publicitação no ‘site’ da empresa pública dos registos de interesses dos administradores, das orientações transmitidas pelo Governo e da fiscalização do cumprimento dos objetivos fixados.

No sábado, o presidente da bancada do PSD voltou a classificar como “absolutamente escandaloso que o presidente da Caixa se dê ao luxo de afirmar publicamente” que não cumpre a disposição legal do dever de transparência e que “o Governo lave daí as mãos dizendo que não é nada consigo”.

“A forma mais expedita de resolver esse assunto é autonomizar a parte relativa à transparência, que fazia parte do nosso projeto, e suscitar junto dos partidos uma aproximação para que se resolva de uma vez por todas uma situação escandalosa. Nós desdobraremos a nossa iniciativa em duas para que não haja nenhum álibi por parte dos partidos“, explicou, recordando que no caso da transparência há uma opinião unânime, o que não acontece no caso dos salários.

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Vieira Monteiro: “Intervenção do Estado na banca é bem-vinda”

Presidente do Santander Totta vê com bons olhos qualquer intervenção pública que solidifique o sistema financeiro português.

Primeiro foi o diploma que determinou o fim dos limites de votos que veio potenciar a Oferta Pública de Aquisição (OPA) do CaixaBank sobre o BPI. Depois foi o regime criado para permitir o agrupamento de ações sem redução do capital que abriu a porta à entrada dos chineses da Fosun no BCP. E agora a solução para reduzir o crédito malparado dos bancos nacionais.

A intervenção do Estado no setor financeiro é vista por António Vieira Monteiro, presidente do Santander Totta, com bons olhos. Isto porque vai beneficiar todo o sistema e o presidente gosta de concorrência saudável. “Todas as intervenções para solidificar e que venham resolver os problemas passados da banca são bem-vindos”, afirmou Vieira Monteiro durante a apresentação dos resultados do banco.

O Santander Totta apresentou um lucro de 293,7 milhões de euros até setembro, mais 66,2% face ao mesmo período do ano passado. A margem financeira — o resultado entre as receitas com os juros dos empréstimos menos as despesas com os juros pagos nos depósitos — contribuíram decisivamente para o resultado, registando um crescimento de 31% até aos 550 milhões de euros.

Para o presidente do Santander Totta, é “fundamental” que o sistema financeiro seja “forte e organizado e que possa servir a economia”. “Vemos com bons olhos a reestruturação do setor. Gostamos imenso da concorrência. É um elemento fundamental para a economia. É bom que esteja numa fase de reestruturação”, declarou o responsável.

“Não vou comprar o Novo Banco”

Sem querer prestar qualquer declaração sobre a Caixa Geral de Depósitos, António Vieira Monteiro afirmou que não está interessado na compra do Novo Banco. Mas se o cadernos de encargos se alterar, admite olhar para o dossiê.

“Já disse mais do que uma vez. Não vou comprar o Novo Banco. Mas estamos sempre atentos ao que se passa no mercado”, referiu.

De resto, face à expressividade dos resultados do banco nos primeiros nove meses do ano, Vieira Monteiro adiantou que o Santander Totta tem “todas as condições para crescer do ponto de vista orgânico no mercado nacional”.

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Wall Street em queda pela sétima sessão

Os investidores mostram-se cautelosos face às eleições presidenciais que se aproximam, e expectantes face à reunião de hoje da Fed que se deve pronunciar sobre o rumo dos juros.

Os principais índices bolsistas norte-americanos iniciaram a sessão em queda. Para o S&P 500 trata-se da sétima sessão consecutiva de quedas, o ciclo mais extenso de perdas dos últimos cinco anos, com os investidores expectantes em relação a decisões que ocorrem nos próximos dias que prometem ser determinantes para o rumo dos mercados até final do ano. Em concreto a reunião da Fed que hoje deverá esclarecer se haverá ou não uma subida dos juros em dezembro. Para além disso, o mercado aguarda com expectativa as eleições presidenciais nos EUA no próximo dia 8 de novembro.

"O mercado está apenas a assumir uma posição defensiva perante as incertezas em relação às eleições e relativamente à subida das taxas de juro pela Fed.”

Terry Morris

BB&T Institutional Investment Advisors

É perante este cenário, que o índice bolsista que agrega as maiores 500 capitalizações bolsistas abriu a perder 0,2%, para os 2.106,39 pontos, um dia depois de ter registado a maior queda das últimas três semanas.

“Existe um grande conjunto de coisas com que estar preocupado”, revelou Terry Morris, responsável pela equipa de ações do BB&T Institutional Investment Advisors, citado pela Bloomberg. “O mercado está apenas a assumir uma posição defensiva perante as incertezas em relação às eleições e relativamente à subida das taxas de juro pela Fed”, acrescentou o mesmo especialista.

No foco dos investidores estará também no dia de hoje a divulgação de contas. O Facebook é uma das empresas que revela os seus resultados trimestrais no dia de hoje, sendo que a Alibaba já apresentou um forte crescimento das receitas.

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Santander Totta prevê mais 50 rescisões até final do ano

Esforços de ajustamento após compra do Banif continuam. Até final do ano, o Santander Totta prevê rescindir contrato com mais meia centena de trabalhadores.

Apesar de a integração do antigo Banif estar praticamente concluída, o Santander Totta vai continuar a ajustar a sua força de trabalho e o número de balcões. Até setembro, o banco já havia fundido 160 agências e rescindido contrato por mútuo acordo com perto de 150 trabalhadores. Mas até final do ano o downsizing continua.

“Fundimos perto de 160 e iremos fechar 25 agências até final do ano. Ficará sempre a que estiver em melhor posição, seja de localização ou financeira”, declarou António Vieira Monteiro, presidente do Santander Totta, em conferência de imprensa de apresentação de resultados. “Além disso, prevemos rescindir mutuamente com mais 50 funcionários até final do ano”, acrescentou.

Segundo Vieira Monteiro, “por força da integração do Banif e estando num processo de reformulação do setor financeiro, da atividade bancária, entrada de novos concorrentes, tudo isso leva a uma transformação grande”. “Isto leva-nos a pensar sobre a nossa atividade”, disse o presidente do banco português.

O Santander Totta apresentou um lucro de 293,7 milhões de euros até setembro, mais 66,2% face ao mesmo período do ano passado. A margem financeira — o resultado entre as receitas com os juros dos empréstimos menos as despesas com os juros pagos nos depósitos — contribuíram decisivamente para o resultado, registando um crescimento de 31% até aos 550 milhões de euros.

Sem interesse no veículo para o malparado

Confrontado pelos jornalistas sobre o veículo para agrupar os ativos tóxicos do setor bancário, Vieira Monteiro nem é favorável nem desfavorável a esta solução. Simplesmente não tem interesse porque, adiantou, o Santander Totta não precisa.

“Não precisamos de recorrer a esse veículo”, declarou o presidente do banco, desconhecendo qualquer conteúdo sobre o que está a ser discutido para aliviar o crédito malparado. “Vamos ver o que lá vem. Há no mercado quem esteja mais interessado e quem esteja menos interessado. Nós não estamos interessados. Não somos contra nem a favor. Apenas não estamos interessados”, reforçou Vieira Monteiro.

Sobre a constituição de imparidades, necessárias para fazer face a créditos em incumprimento, que decresceram quase 24% para os 110 milhões de euros, o presidente do Santander Totta enalteceu a qualidade da carteira de crédito do banco. “A carteira é de qualidade por isso há menor necessidade de constituir imparidades”, regozijou-se.

 

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Desemprego mantém-se em agosto, depois de revisão em baixa

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 2 Novembro 2016

O Instituto Nacional de Estatística reviu em baixa taxa de desemprego de agosto, para 10,9%.

A taxa de desemprego foi revista em baixa e manteve-se em 10,9% em agosto, o mesmo valor registado no mês anterior, referem os dados já definitivos publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Na estimativa anterior, o INE apontava para uma taxa de 11% em agosto, o que implicaria uma subida mensal do desemprego. Porém, os dados definitivos, ajustados de sazonalidade, apontam agora para uma estabilização dos valores. Comparando com agosto de 2015, quando a taxa atingiu 12,3%, o desemprego recuou.

O número de desempregados também se manteve “praticamente inalterado”, diz o INE, embora denotando um ligeiro aumento. “A estimativa definitiva da população desempregada de agosto situou-se em 560,0 mil pessoas, mantendo-se praticamente inalterada em relação ao mês precedente”, que registou 559,4 mil desempregados, sublinha o destaque publicado.

Já a taxa de emprego estabilizou nos 58,6%, tendo o número de empregados aumentado 1,7 mil em relação ao mês anterior.

O Instituto também estima a taxa de desemprego de setembro, mas aqui os dados ainda são provisórios e só serão confirmados nos dados a publicar a 30 de novembro. No mês passado, a taxa terá recuado para 10,8%, menos uma décima face a agosto e menos 1,6 pontos comparando com setembro de 2016. Este é o valor mais baixo dos últimos anos já que é preciso recuar a junho de 2009 para encontrar outro valor igual. A taxa de 10,9% de agosto também já era a mais baixa desde julho de 2009.

Fonte: INE (Valores mensais em percentagem da população ativa) *Valor provisório
Fonte: INE (Valores mensais em percentagem da população ativa) *Valor provisório

 

Em setembro, o número de desempregados terá caído de 560 mil para 555,6 mil mas o número de empregados também terá sofrido uma redução (de 0,2% ou 7,1 mil), indicam as estimativas provisórias ajustadas de sazonalidade.

Entre os jovens (15 a 24 anos), a taxa de desemprego caiu de 27,2% em julho para 26,7% em agosto. Para setembro, projeta-se novo recuo para 26,5%.

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Receitas da Alibaba disparam 55% no terceiro trimestre

A gigante chinesa do comércio online apresentou receitas acima das previsões dos analistas. Infraestrutura de 'cloud' e compras em dispositivos móveis deram o maior contributo.

A Alibaba, gigante chinesa do comércio online, apresentou esta quarta-feira resultados acima das previsões dos analistas, com as receitas provenientes da prestação de serviços cloud a mais do que duplicarem no terceiro trimestre.

As receitas dispararam 55% em relação ao período homólogo, alcançando cerca de 34,29 mil milhões de yuan (4,6 mil milhões de euros), contra 22,17 mil milhões de yuan (3 mil milhões de euros) no mesmo trimestre do ano passado. Com base nestas receitas, os lucros ascenderam a 5,26 yuan (70 cêntimos) por ação, contra 3,61 yuan (50 cêntimos) há um ano, segundo a CNBC.

No negócio de comércio eletrónico, o aumento das receitas foi de 41% para 28,5 mil milhões de yuan (3,8 mil milhões de euros). As receitas ligadas à divisão de entretenimento e novos media digitais quadruplicaram para 3,6 mil milhões de yuan (483 milhões de euros).

A empresa tem vindo a apostar nas compras online a partir de dispositivos móveis, atraindo ainda mais clientes no campo do comércio online, de acordo com a agência Bloomberg. A contribuir para isso estão também os fortes investimentos em centros de dados (data centers), dotando a Alibaba de grande capacidade de computação para, simultaneamente, captar clientes no setor da cloud — o chamado o armazenamento “em nuvem”.

Por exemplo, só a unidade de cloud rendeu à Alibaba 1,5 mil milhões de yuan (dois milhões de euros), um aumento de 130% em relação ao trimestre transato. Neste campo, a empresa já conquistou mais de 651 mil clientes, cortando nas despesas para 57 milhões de yuan (7,6 milhões de euros) no trimestre.

“A esta taxa de crescimento, a unidade cloud da Alibaba poderá atingir o break-even ainda antes do fim do próximo trimestre. A capacidade de gerar receita de anunciantes nas plataformas core de comércio eletrónico também melhorou”, explicou à Bloomberg Li Muzhi, um analista da Arete Research Services, sedeada em Hong Kong.

Estes resultados deverão ser suficientes para pôr fim ao ciclo de perdas que decorre há seis sessões consecutivas na bolsa norte-americana. Nas negociações antes da abertura do mercado, as ações da Alibaba estavam a valorizar mais de 3%.

De referir que os resultados positivos estão a ser apresentados cerca de uma semana antes do Singles’ Day (Dia dos Solteiros), uma efeméride chinesa marcada por megapromoções em lojas, às quais a Alibaba também adere. É considerada uma grande geradora de receita e a maior promoção de 24 horas do mundo.

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Banif totalmente integrado no Santander Totta

Processo de migração tecnológica e operacional do antigo Banif ficou concluído no final de outubro, menos de um ano após a aquisição da parte do Santander Totta.

A integração do Banif no Santander Totta está praticamente concluída. Todo o processo de migração tecnológica e operacional ficou concluído em outubro. “Os ativos e passivos comprados ao Banif estão hoje totalmente integrados”, adiantou António Vieira Monteiro, presidente do Santander Totta, na apresentação de resultados do Totta.

O Banif foi comprado no final de 2015 por 150 milhões de euros em dezembro de 2015.

De acordo com Vieira Monteiro, a operação que resultou da compra do Banif tem representado um lucro de cerca de um milhão de euros por mês. Um valor que, considera aquele responsável, é baixo face à expectativa do Santander Totta para o futuro. “Não é em nove meses que conseguimos pôr as coisas a funcionar a 100%. Um investimento deste tipo leva algum tempo. Estamos a tirar já alguns resultados, mas não e o que pretendemos extrair no futuro”, disse.

O Santander Totta apresentou um lucro de 293,7 milhões de euros até setembro, mais 66,2% face ao mesmo período do ano passado. A margem financeira — o resultado entre as receitas com os juros dos empréstimos menos as despesas com os juros pagos nos depósitos — contribuíram decisivamente para o resultado, registando um crescimento de 31% até aos 550 milhões de euros.

A apresentação decorreu na nova sede do Santander Totta, em Lisboa, que teve um custo de cerca de 30 milhões de euros e onde trabalham 950 funcionários do banco.

“Melhora em muito toda a área circundante, sobretudo junto à Calouste Gulbenkian. Estamos a contribuir para o engrandecimento da cidade”, afirmou Vieira Monteiro.

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