Descobrir uma grande vulnerabilidade no iPhone rende 1,5 milhões

  • Marta Santos Silva
  • 30 Setembro 2016

Uma das maiores empresas de compra e venda de 'exploits' aumentou o preço oferecido a quem consiga arrombar remotamente um iPhone para um milhão e meio de dólares.

Os piratas informáticos do mundo têm uma nova forma de ganhar a lotaria: conseguir arrombar remotamente um iPhone com o novo sistema operativo, o iOS 10, agora vale até 1,5 milhões de dólares (1,3 mil milhões de euros) na Zerodium, uma das principais empresas que se dedica a comprar os resultados de investigações sobre as fragilidades informáticas de vários tipos de programas e sistemas operativos.

Esta quinta-feira, a Zerodium anunciou que ia aumentar o seu prémio máximo em 500 mil dólares para chegar ao milhão e meio, no caso de um jailbreak feito remotamente a um iPhone com o novo sistema operativo da Apple — mais difícil de “arrombar”, diz a empresa, assim como o novo Android 7, que também é de um nível de dificuldade superior para os hackers. Também subiram os preços para quem conseguisse encontrar vulnerabilidades na segurança de aplicações como o Flash ou programas como o Microsoft Word.

Os prémios aplicam-se àquelas vulnerabilidades conhecidas como Zero Day — formas de contornar a segurança dos programas e sistemas operativos que ainda nunca foram reveladas, pelo que o fabricante ainda não estará a preparar uma solução para elas.

A Zerodium foi lançada no ano passado, quando pagava um prémio máximo de 500 mil dólares a quem encontrasse vulnerabilidades graves no iOS 9. Mais tarde, o prémio subiu para o milhão, tendo sido conseguido por apenas um grupo de hackers. A mais recente subida justifica-se por uma necessidade de “mais investigadores”, disse à revista especializada Wired o fundador da Zerodium, Chaouki Bekrar.

Esta startup adquire técnicas que se aproveitam de vulnerabilidades, chamadas exploits, e posteriormente vende-as a clientes que incluem agências e empresas da América do Norte, mas também outros países por todo o mundo, disse Bekrar. A exploração de vulnerabilidades no iOS tem valorizado particularmente após a disputa entre a Apple e o FBI, quando a agência norte-americana ameaçou a gigante tecnológica por precisar de acesso ao iPhone de um dos terroristas responsáveis pelo ataque em San Bernardino.

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Capoulas Santos quer frango nacional nos mercados asiáticos

O ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, afirmou hoje que os mercados asiáticos são prioritários para a indústria nacional de aves, com destaque para a China, Vietname e Camboja.

O assunto foi abordado na manhã de sexta-feira, na reunião que Capoulas Santos manteve com o comissário europeu da Agricultura, Phil Hogan, que deu conta das iniciativas europeias que estão a ser feitas neste sentido, designadamente no Vietname e na Indonésia.

O ministro da Agricultura adiantou que o Governo tem em curso mais de 150 processos de abertura de mercados para diversos produtos, onde se inclui a carne de frango, numa vintena de países.

São mercados com uma enorme população, onde há uma classe média emergente e portanto quer no pano bilateral, quer no contexto da União Europeia, a abertura de novos mercados é uma preocupação muito grande do governo português

Ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos

O mercado chinês é a “grande aposta” para o frango, mas os restantes mercados asiáticos são vistos como “grandes oportunidades, mais até do que os mercados sul-americanos”, onde a concorrência é maior e os custos de produção são bastante mais baixos do que na Europa, adiantou Capoulas Santos.

O comissário Phil Hogan disse hoje, durante a sua intervenção na Assembleia-Geral da AVEC, que a Comissão Europeia “está a desenvolver grandes esforços para aumentar o acesso do agroalimentar europeu aos mercados”, incluindo o setor das aves.

Já foi concluído um acordo com o Vietname, que dará acesso ao setor das carnes, em 2018, a um mercado com 90 milhões de pessoas, foram iniciadas negociações em maio com as Filipinas e este mês com a Indonésia, adiantou o responsável europeu.

Segundo Capoulas Santos, a indústria das aves emprega em Portugal 20 mil pessoas e é excedentária em termos de carne de frango, ultrapassando em mais de 3% as necessidades internas.

Os portugueses são os maiores consumidores europeus de carne de frango fresca (29 quilos anuais para uma média europeia de 23 quilos per capita).

Editado por Mariana de Araújo Barbosa.

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Prostitutas montam startup e há um banco que ajuda

Descrito como projeto único na Europa, um grupo de prostitutas em Amesterdão, na Holanda, vai gerir o seu próprio negócio depois de garantir financiamento do fundo de investimento social do Rabobank.

“Estamos a testemunhar um grande avanço no empoderamento das profissionais do sexo. É um sonho tornado realidade”. Os responsáveis do Rabobank não poderiam estar mais entusiasmados com a primeira vez… em que vão ajudar a financiar o estabelecimento de um bordel numa das capitais mundiais do sexo, Amesterdão, que será gerido em exclusivo por pela My Red Light, uma fundação liderada por cinco prostitutas.

O banco irá fornecer uma linha de crédito de “algumas centenas de milhar de euros” na renovação de mobília e outros custos relacionados com a criação da startup que contará com 14 quartos espalhados por quatro edifícios no centro da capital holandesa, revelou o porta-voz do banco Carlo Verhart.

“O plano de negócios parece ser realmente bom. Nós somos um banco cooperativo e estamos orgulhosos por apoiar uma cooperação entre colegas”, acrescentou este responsável.

Negócio legal

Desde 2010 que a prostituição é uma atividade legal na Holanda e os profissionais de sexo, que estão registados na câmara do comércio, pagam impostos sobre os seus rendimentos. E os seus patrões têm de ter uma licença para explorar este negócio. No caso da My Red Light, o objetivo é poder dar às profissionais o poder de gerir o seu próprio negócio.

“A My Red Light, fundada por profissionais do sexo, oferece aos empresários por conta própria do setor da prostituição a oportunidade de arrendar espaços de trabalho a taxas atraente e em condições flexíveis”, refere este grupo no comunicado.

A ideia resultou de um estudo de viabilidade realizado a pedido das autoridades da cidade no ano passado, e além do Rabobank, o projeto conta ainda com o apoio do fundo de filantropia Start Foundation.

Além de profissionais do sexo feminino, a plataforma tem portas abertas a profissionais masculinos e transgénero. Dina Bons, porta-voz do projeto, refere que a ideia é “criar um lugar seguro e confortável para toda a comunidade”.

" My Red Light, fundada pelo profissionais do sexo, oferece aos empresários por conta própria do setor da prostituição a oportunidade de arrendar espaços de trabalho a taxas atraente e em condições flexíveis.”

Projeto My Red Light

O novo espaço vai nascer no coração da Red Light District, um local tão emblemático como polémico, onde mulheres e homens estão sentados à janela das ‘lojas’ numa tentativa de atrair clientes. Para o My Red Light, porém, os lugares disponíveis não são numa vitrine. “Queremos que todos se sintam livres para ocupar um lugar na administração ou outras posições de gestão. Queremos terminar com qualquer tipo de estereótipo e estamos aqui para todos os que partilham esta nossa visão”, reforça Bons, citada pela AFP.

Com aproximadamente 7.000 profissionais do sexo, dos quais três quartos provêm de países pobres, sobretudo do Leste europeu, Amesterdão vai acolher uma casa de entretenimento para adultos que promete dar um novo estatuto à classe, com os lucros do arrendamento dos quartos a reverter para iniciativas que promovam as condições e imagem destes trabalhadores.

Haverá ainda workshops dirigidos aos profissionais do sexo para ajudar a criar um ambiente seguro para todos, algo que faz parte de uma iniciativa mais geral da cidade para “tornar a indústria do sexo limpa e segura, e para dar maior autonomia aos profissionais e reduzir casos de abuso”, segundo o departamento do turismo da cidade.

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Em Portugal vive-se cada vez mais

  • Lusa
  • 30 Setembro 2016

A esperança de vida à nascença e aos 65 anos aumentou em Portugal, situando-se, respetivamente, nos 80,41 anos e nos 19,19 anos, para o total da população, segundo as Tábuas de Mortalidade 2013-2015.

A esperança de vida mais elevada à nascença foi registada na região centro (80,8 anos para o total da população) e aos 65 anos no Algarve (19,66 anos), revelam os dados do INE que se reportam ao triénio 2013-2015, por comparação com o triénio 2008-2010.

Os valores da esperança de vida à nascença foram estimados em 77,36 anos para os homens e em 83,23 anos para as mulheres, o que representa um ganho de 1,19 para os homens e de 1,04 anos para as mulheres, comparativamente com os valores estimados para 2008-2010.

Segundo os dados, a esperança de vida à nascença continua a ser superior para as mulheres, mas a diferença para os homens tem vindo a diminuir, sendo agora de 5,87 anos (face a 6,02 em 2008-2010).

Analisando os dados pelas 25 regiões NUTS III, o INE verificou que foi no Cávado e na região de Coimbra que se registam as maiores esperanças de vida à nascença, com valores acima dos 81 anos.

As maiores diferenças de longevidade entre homens e mulheres observaram-se nas Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, onde as mulheres podem esperar viver em média, respetivamente, mais 7,54 anos e mais 7,27 anos do que os homens.

Já as menores diferenças de longevidade ocorreram nas regiões norte e Alentejo para homens e mulheres (5,72 e 5,65 anos, respetivamente).

A esperança média de vida aos 65 anos aumentou igualmente neste período, sendo, em média, de mais 17,32 anos para os homens de mais 20,67 anos para as mulheres, o que representa ganhos de 0,58 anos e de 0,64 anos, respetivamente, face a 2008-2010.

De acordo com os dados, “a diferença entre a longevidade aos 65 anos de homens e mulheres passou de 3,29 para 3,35 entre os dois períodos em análise”.

Comparando as sete regiões NUTS II (norte, centro, Área Metropolitana de Lisboa, Alentejo, Algarve, Açores e Madeira), o estudo encontrou os valores mais elevados de esperança de vida aos 65 anos no Algarve: 17,66 para os homens e 20,99 para as mulheres.

Contudo, sublinham os dados, foi na Madeira que se observou o maior aumento deste indicador nos últimos cinco anos, quer para homens quer para mulheres: de 13,86 para 15,15 anos e de 18,05 para 19,17 anos, respetivamente.

As maiores diferenças de longevidade aos 65 anos entre homens e mulheres registaram-se na Madeira e nos Açores, onde as mulheres podem esperar viver em média, respetivamente, mais 4,02 anos e mais 3,65 anos do que os homens.

Na região Norte verificaram-se as menores diferenças entre os dois sexos (3,16 anos), para a longevidade aos 65 anos.

A nível de sub-regiões NUTS III, a população residente na Região de Coimbra (19,89 anos), em Viseu Dão Lafões (19,88 anos) e Terras de Trás-os-Montes (19,82 anos) foi a que apresentou a maior longevidade aos 65 anos.

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Dijsselbloem: Deutsche Bank não vai ser ajudado

O Deutsche Bank está e tem de trabalhar sozinho na resolução do problema da multa norte-americana, afirmou o líder do Eurogrupo esta sexta-feira.

Os problemas do Deutsche Bank são resolvidos pelo próprio banco alemão. É pelo menos nisso que acredita o presidente do Eurogrupo. Jeroen Dijsselbloem assegurou que “existem várias possibiilidade para isso [resolver o problema] e eles [Deutsche Bank] estão a trabalhar nisso”, referiu aos jornalistas em Haia, no parlamento holandês, esta sexta-feira, segundo a Bloomberg.

"O Deutsche Bank tem de pôr a casa em ordem por si próprio”

Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo

As declarações são do presidente do Eurogrupo, o órgão informal que precede o Ecofin, e também ministro das Finanças da Holanda. E seguem a linha do que já tinha dito o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, e o Baffin, entidade que regula e fiscaliza os bancos privados da Alemanha.

A mesma recusa de um resgate tinha sido dada pela chanceler alemã Angela Merkel. Conclusão: não há plano de emergência alemão ou europeu a caminho.

O problema começou com uma multa de 12,5 mil milhões de euros para encerrar um processo ligado aos créditos imobiliários de baixa qualidade que provocaram a crise do subprime.

A exigência das autoridades norte-americanas fizeram cair as ações do banco alemão a pique. Na segunda-feira o colapsou retirou 10 mil milhões de euros, em valor de mercado, ao índice da banca da Zona Euro.

Editado por Mariana de Araújo Barbosa.

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DBRS preocupada com subida dos juros portugueses

Agência canadiana, que mantém Portugal elegível para as compras do BCE, elogia estabilidade política mas fraco crescimento económico e subida dos juros preocupam.

Para a agência de notação financeira canadiana DBRS, a recente subida das ‘yields’ associadas às obrigações portuguesas assusta.

Com uma revisão do rating esperada para meados de outubro, a DBRS está preocupada com o agravamento da perceção de risco por parte dos investidores em relação a Portugal. “No geral, a situação política parece boa suficiente… infelizmente, os juros das obrigações têm subido, aumentando assim o seu custo de financiamento no mercado”, referiu Fergus McCormick, economista-chefe e diretor de ratings soberanos da DBRS, em entrevista à Bloomberg.

Na mesma entrevista, McCormick salientou ainda como fator negativo o frágil crescimento económico em Portugal observado na primeira metade do ano, que foi “metade do que era esperado”. “Assim, temos duas notícias negativas e uma positiva”, resumiu o responsável.

No mercado secundário, os juros associados às obrigações do Tesouro a dez anos subiam até 3,346%, e vai a caminho da maior subida mensal desde o início do ano. Já o diferencial face à dívida alemã mantinha-se a rondar a casa dos 350 pontos, o nível mais elevado desde fevereiro deste ano.

"No geral, a situação política parece boa suficiente… infelizmente, os juros das obrigações têm subido, aumentando assim o seu custo de financiamento no mercado.”

Fergus McCormick, economista-chefe e diretor de ratings soberanos da DBRS

Bloomberg

A DBRS prevê rever o rating de ‘BBB’ de Portugal no dia 21 de outubro. É esta a agência que mantém a dívida portuguesa elegível no âmbito do plano de compras de ativos do Banco Central Europeu (BCE) e, nesse sentido, é com grande expectativa que o mercado está a antecipar esta decisão. Um downgrade colocaria as obrigações nacionais num patamar de investimento considerado especulativo. Com Portugal fora do radar do BCE, os juros nacionais iriam agravar-se ainda mais.

Se o BCE deixa de comprar, então os investidores também deixam de comprar”, explicou David Schnautz, estratega do Commerzbank, à Bloomberg. “Isso poderia facilmente levar ao corte no acesso ao mercado a juros confortáveis para Portugal”, acrescentou o analista, que espera que a DBRS coloque a dívida nacional em perspetiva negativa sem alterar, porém, o rating.

Caixa é evento “one-off”

Para a DBRS, a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos é uma evento “one-off”, que não se vai repetir, e por isso não deverá implicar uma “ação de rating” da parte da agência. “É uma boa intenção tentar resolver os problemas relacionados com o setor bancário, mas a verdade é que têm uma elevada dívida e estão muito expostas a choques. Isso é um motivo de preocupação”, disse McCormick.

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Telefónica desiste do IPO da Telxius

  • Ana Luísa Alves
  • 30 Setembro 2016

Propostas dos investidores não foram suficientes. Telefonica procura alternativas para reduzir dívida.

A Telefonica, desistiu de vender em bolsa a Telxius, a unidade onde estão concentradas as infraestruturas da empresa. Os investidores pareciam não estar dispostos a pagar o preço que a principal empresa espanhola de telecomunicações pedia.

A Telecom definiu um intervalo de preço entre 12 e 15 euros por ação, mas a procura dos investidores não correspondeu ao objetivo da Telefonica. Assim a Oferta Pública de Aquisição (IPO) foi cancelado, uma decisão tomada entre a operadora e os bancos que estavam a gerir a operação. No entanto, a operadora espanhola ainda não desistiu de tentar encontrar uma “alternativa estratégica” para o negócio que estava agendado para 3 de outubro, refere a empresa em comunicado.

Com esta operação o grupo de telecomunicações espanhol tinha previsto arrecadar 1,5 milhões de euros, pondo em bolsa 40% da sua filial, o que permitiria à multinacional espanhola reduzir a sua dívida, de 52,6 mil milhões de euros. A Telxius é a empresa espanhola não financeira mais endividada.

A Telefonica avaliou a Telxius em 3,75 mil milhões de euros, contudo os investidores não concordam com esta avaliação que consideram excessiva, nomeadamente o cabo submarino de fibra ótica.

Agora, a operadora espanhola ou baixa o preço ou reduz a dimensão da percentagem que quer alienar em bolsa. Esta já não é a primeira vez que a Telefonica tem de rever em baixa o preço da operação. Em maio foram os reguladores europeus que forçaram esta revisão, ao bloquear a venda da O2, a unidade britânica de telemóveis por 10,25 mil milhões de libras (11,58 mil milhões de euros). Isso deixou a Telefonica nunca situação complicada já que pretendia reduzir o seu endividamento com os proveitos desta operação. O Plano B da operadora, vender parte da O2 numa oferta pública de aquisição, ficou em suspenso devido à desvalorização da libra, depois do resultado do referendo em junho, que ditou a saída do Reino Unido da União Europeia.

Com a Moddy a ameaçar cortar o rating da dívida da Telefonica, a multinacional espanhola estava a apostar as suas fichas na venda de parte da Telxius no IPO para obter liquidez e assim pagar parte da dívida de 52,6 mil milhões de euros e assim reduzir a pressão sobre o rating.

Editado por Mónica Silvares

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Inflação na Zona Euro ascende a níveis de 2014

  • Marta Santos Silva
  • 30 Setembro 2016

Dados revelados hoje pelo Eurostat mostram que em setembro a inflação anual na Zona Euro atingiu 0,4%.

A inflação anual na Zona Euro terá atingido os 0,4% em setembro, revelou esta sexta-feira o gabinete estatístico da União Europeia, o Eurostat. O valor, que duplicou relativamente aos 0,2% registados em agosto, é o mais alto desde 2014.

O objetivo do Banco Central Europeu seria alcançar uma inflação próxima de 2% — os resultados provisórios de setembro divulgados hoje são promissores mas estão ainda longe dessa meta. A inflação média é arrastada para baixo por um período de deflação nos preços da energia, cuja queda abrandou, no entanto, em setembro: a inflação anual da energia foi de -3%, uma melhoria substancial relativamente aos -5,6% registados em agosto.

Evolução da inflação na Zona Euro

O economista Jack Allen, que falou à Bloomberg, explicou que o aumento dos preços da energia deverá continuar a aumentar, inflacionando a média na Zona Euro. “A não ser que os preços do petróleo voltem a cair de repente, a inflação global deverá subir na direção do objetivo de quase 2% do Banco Central Europeu ao longo dos próximos meses à medida que vão desaparecendo finalmente os efeitos negativos da energia”, afirmou o economista da Capital Economics, em Londres. “Mas isto vai ser temporário”.

A decisão de ontem da OPEP em cortar a produção de crude também vai ajudar a manter a pressão em alta dos preços do ouro negro, já que haverá uma menor oferta, sendo de prever uma manutenção do consumo.

A baixa inflação na Zona Euro é uma preocupação premente para o Banco Central Europeu, que se tem visto forçado a comprar 80 mil milhões de euros em dívida todos os meses.

O Eurostat também divulgou hoje os dados provisórios do desemprego da Zona Euro em agosto: a taxa de desemprego manteve-se estável nos 10,1%. Portugal é dos países com mais desemprego na Zona Euro.

Editado por Mónica Silvares.

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Crescimento do Reino Unido supera expectativas

A economia do Reino Unido continua a mostrar sinais de resiliência, crescendo mais do que o esperado no segundo trimestre. No entanto, o défice comercial tocou um máximo de dois anos e meio.

A economia do Reino Unido cresceu 0,7% no segundo trimestre, ficando ligeiramente acima do que era previsto. O consumo aumentou e o investimento das empresas cresceu, compensando a subida do défice comercial para um máximo de dois anos e meio.

A leitura preliminar do gabinete nacional de estatísticas do Reino Unido era de 0,6%, mostrando que a economia tem-se mantido resiliente após o país ter decidido sair da União Europeia. No entanto, o aumento do défice comercial teve impacto: a subida do défice externo no segundo trimestre.

O défice externo foi de 28,7 mil milhões de libras (33,3 mil milhões de euros), o que corresponde a 5,9% do Produto Interno Bruto. No primeiro trimestre, ficou nos 5,7% e tocou um máximo recorde de 7% no final do ano passado.

O Brexit acabou por colocar o défice externo em foco, com alguns analistas a alertarem que os investidores estrangeiros podem estar menos dispostos a financiar o défice através da compra de ativos do Reino Unido.

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Santander Totta quer malparado abaixo de 6% em 2018

É uma das prioridades do grupo espanhol para o mercado em Portugal: reduzir o rácio do crédito malparado para um nível abaixo de 6% até nos próximos três anos.

O grupo espanhol Santander, que em Portugal opera com a marca Santander Totta, tem como uma das prioridades reduzir a sua carteira de créditos problemáticos até 2018. O objetivo é claro: baixar o rácio do malparado para uma fasquia abaixo de 6% até final desse ano. Este valor compara com a meta inferior a 8% em 2018 que havia sido estabelecido há um ano pelo presidente do Santander Totta, António Vieira Monteiro.

Numa apresentação enviada aos investidores com o plano do grupo para o período entre 2016-2018, José Antonio Álvarez, CEO do grupo Santander, elencou um conjunto de prioridades para a sua operação em Portugal: além da prioridade “gestão ativa da qualidade de crédito: reduzir o rácio de crédito malparado para menos de 6%”, o banco pretende melhorar indicadores como a lealdade de clientes e eficiência de custos, obter “ganhos de quotas de mercado lucrativos (corporate e pequenas e médias empresas)”.

Portugal é o país menos representativo para o lucro consolidado do grupo Santander, contribuindo com cerca de 2% para o total dos resultados.

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Europa: Setor bancário está em apuros

Não há planos de recuperação que ajudem neste momento os maiores bancos globais. O corte do número de empregos, suspensão de dividendos e multas estão a assustar o mercado.

O Deutsche Bank está a afundar para mínimos históricos com receios em torno de falta de capital, o Commerzbank diz que vai eliminar quase 10 mil postos de trabalho e o ING prepara-se para seguir o exemplo. Um cenário negro na banca que faz recordar os momentos de stress da crise financeira.

As atenções do mercado têm estado viradas para o Deutsche Bank, que tem sido a principal personagem na pressão vendedora que se está a registar no setor bancário europeu. O banco alemão já tocou novos mínimos históricos depois de uma queda de 9% para 9,89 euros. Os receios sobre a saúde financeira do Deutsche Bank estão a aumentar.

A instituição enfrenta uma multa milionária nos EUA — de 12 mil milhões de euros, embora tenha provisionado ‘apenas’ cinco mil milhões para fazer face a custos judiciais –, e perante uma situação de dificuldade em aumentar capital, os mercados já falam abertamente num resgate público, uma ideia que já foi afastada pelo governo alemão e pelos próprios responsáveis do banco.

Estas notícias levaram alguns hedge funds que negoceiam derivados e outros produtos financeiros complexos a reduzir a sua exposição ao banco, intensificando ainda mais os receios de que poderá precisar de ser resgatado. “O nosso banco tem sido algo de uma tremenda especulação — rumores de que desencadearam uma acentuada queda nas ações”, diz John Cryan, co-presidente executivo do Deutsche Bank.

Ainda na Alemanha, o Commerzbank disse que planeia eliminar 9.600 postos de trabalho e suspender o pagamento de dividendos, num altura em que o CEO, Martin Zielke, tenta aumentar a rentabilidade do banco. Estes esforços incluem uma restruturação que poderá custar mais de mil milhões euros ao banco. As ações do banco afundam 5,7%.

O nosso banco tem sido alvo de uma tremenda especulação — rumores de que desencadearam uma acentuada queda nas ações.

John Cryan

Co-presidente executivo do Deutsche Bank

O ING também poderá juntar-se a este cenário sombrio, já que se espera que anuncie milhares de despedimentos na segunda-feira, quando decorre o investor day. A notícia é avançada pelo jornal holandês Het Financieele Dagblad, citando fontes anónimas. O porta-voz do banco, Raymond Vermeulen, não quis comentar as notícias. O banco emprega cerca de 52.000 pessoas.

O mercado foi apanhado de surpresa com estas notícias. E os investidores não conseguem prever quando é que este cenário vai melhorar. Na dúvida, vendem. Não só os títulos das instituições cujos problemas ecoam nos mercados, mas também dos restantes bancos da Europa.

Apesar de todas as medidas implementadas desde a crise financeira para tentar salvaguardar a estabilidade em caso de stress num banco, os investidores preferem ser cautelosos. Nem os apelos dos altos responsáveis europeus parecem estar a conseguir acalmar os ânimos. As bolsas pintam-se de vermelho. Os índices europeus seguem todos com quedas de mais de 1%.

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Portugal continua entre os países com mais desemprego na UE

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 30 Setembro 2016

Desemprego estabilizou nos 10,1% na zona euro em agosto.

Portugal continua entre os países da União Europeia com taxas de desemprego mais elevadas. De acordo com os dados do Eurostat divulgados esta sexta-feira, a estimativa ainda provisória de 11% coloca Portugal na sexta pior posição do ranking do desemprego em agosto.

Com valores mais altos estão Grécia (23,4%, embora neste caso o valor mais recente reporte a junho), Espanha (19,5%), Croácia (12,9%), Chipre (12,1%) e Itália (11,4%). No extremo oposto está a República Checa, com uma taxa de 3,9%.

As estimativas do Eurostat permitem perceber que, tanto na União Europeia como na zona euro, o desemprego estabilizou face ao mês anterior e recuou em comparação homóloga. A taxa de 10,1% registada na zona euro é a mais baixa desde julho de 2011. Já a taxa de 8,6% na União Europeia continua em mínimos de março de 2009.

A taxa de 11% referente a Portugal foi divulgada esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mas os dados são provisórios e estão sujeitos a revisão no próximo mês.

Taxa de desemprego

Fonte: Eurostat (Valores em percentagem da população ativa)
Fonte: Eurostat (Valores em percentagem da população ativa)

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