EBA quer banco mau de um bilião para reunir malparado na Europa
Presidente da Autoridade Bancária Europeia defende a constituição de um banco mau que compre todo o crédito malparado da banca europeia. Tudo com o objetivo de libertar financiamento à economia.
O presidente da Autoridade Bancária Europeia (EBA) pediu a Bruxelas a criação de um “banco mau” na União Europeia que reúna os milhares de milhões de ativos tóxicos detido pela banca, no sentido de interromper o ciclo vicioso da queda dos lucros, redução na concessão de empréstimos e fraco crescimento económico.
Andrea Enria tem planeado um discurso esta segunda-feira e, segundo o Financial Times (acesso pago, conteúdo em inglês), deverá declarar que o elevado montante de crédito em risco de incumprimento se tornou num problema “urgente e litigável” que os responsáveis políticos devem enfrentar. Atualmente, os bancos detêm mais de 1 bilião de euros em malparado.
Para Enria, se a União Europeia reconheceu a crise do malparado da banca mais rapidamente que o Japão o fez depois da “década perdida” em 1990, ela está agora em risco de fazer face ao problema ainda mais tardiamente do que fez Tóquio.
Nesse sentido, o responsável propõe a criação de um fundo público na UE que compre o mau crédito dos bancos problemáticos ao seu “valor económico real” — o valor será determinado pelo fundo depois de realizada a análise aos ativos tóxicos em vista.
Segundo Enria, a criação deste “banco mau” teria o benefício de aumentar a transparência acerca do valor real dos elevados montantes de crédito malparado que tem feito a vida complicada aos bancos europeus.
Embora a EBA não tenha poder para introduzir um projeto como este, o discurso de Enria surge numa altura em que Bruxelas está a estudar alternativas para reduzir a exposição do sistema financeiro a estes ativos problemáticos. Os ministros das Finanças da região estão a trabalhar num relatório que estará pronto até final de março.
Também em Portugal o Governo estuda uma medida que possa libertar os bancos portugueses do crédito em risco de não cumprimento. Na semana passada, foi noticiado que o português António Esteves, partner do Goldman Sachs, está interessado em comprar o malparado do sistema nacional, num consórcio que junta ainda a Delloite e a sociedade de advogados Vieira de Almeida.
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