Figura do setor da cortiça: Américo Amorim
"Homem de visão". É assim que quem conhece Américo Amorim o descreve. Com 82 anos, e uma vida cheia de negócios, é a figura incontestável do setor da cortiça.
“O meu descanso é o trabalho, o meu prazer é investir”. A frase emblemática é de Américo Amorim, o homem mais rico de Portugal, segundo a revista Forbes que avalia a sua fortuna em 5,3 mil milhões de euros, e a figura indiscutível do setor da cortiça.
Industrial por natureza, entrou no setor corticeiro no início dos anos 50 através da Amorim & Irmãos, a empresa da família Amorim que se dedicava sobretudo à cortiça. Sob o lema “nem um só mercado, nem um só cliente, nem uma só divisa, nem um só produto“, Américo Amorim começou a viajar pelo mundo sempre com o objetivo de apresentar e representar a cortiça. O trabalho compensou e a Corticeira Amorim é líder mundial na área.
A paixão pela cortiça é um eterno desafio.
Mas Américo Amorim, 82 anos de idade, não ficou por aqui. O empresário construiu um grupo económico, através da holding Amorim – Investimentos e Participações, com ligações ao imobiliário, sistema financeiro, energia, turismo, tendo chegado a ter mais de 200 empresas sob a sua tutela.
Natural de Mozelos, pai de três filhas (Paula, Marta e Luísa), o empresário esteve na origem do BPI (na altura SPI) em 1981. Três anos mais tarde é um dos fundadores do BCP, de onde sairia em discordância com Jardim Gonçalves. Mas a sua passagem pela banca não se esgota aqui. Esteve também na criação do Banco Nacional de Crédito. Já no início do século XXI, entra no Banco Popular com 7,8% do capital e torna-se o maior acionista individual da instituição espanhola. Entretanto cria em Angola o banco BIC, em parceria com Isabel dos Santos. E, em Moçambique, cria o Banco Único, ao mesmo tempo que, no Brasil, entra no capital do Banco Luso Brasileiro.
Ainda nos anos 90 cria a Amorim Imobiliária — que viria a vender anos mais tarde à Chamartin. Apesar disso mantém-se no setor detendo atualmente ativos imobiliários em Portugal e no Brasil. E aposta num setor que começava a emergir: as telecomunicações. Com visão, o empresário esteve ligado ao consórcio fundador da Telecel (hoje Vodafone).
Pelo meio, decorria o ano de 2005, cria a Amorim Energia (holding detida em 55% por Américo Amorim e em 45% pela Esperanza, de Isabel dos Santos) e entra no capital da Galp Energia onde, em 2012, viria a reforçar o capital tornando-se o maior acionista da petrolífera com 33,34%, passando a chairman da empresa.
Devido a problemas de saúde, o empresário abandonou a presidência da Galp tendo escolhido como sua sucessora, a filha Paula Amorim. Já antes passara a liderança da Corticeira Amorim ao sobrinho António Rios Amorim. Desengane-se quem pensa que isso significa o fim da ligação do empresário aos seus negócios. Américo Amorim continua atento ao que se faz e a dar sugestões sobre os dossiês: prova disso é o “passeio” de carro que terá feito pelas fábricas.
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