CGD: PSD vai pedir a António Domingues transcrição das mensagens que trocou com Centeno
PSD vai requerer a António Domingues a transcrição das mensagens escritas que trocou com o ministro das Finanças, para clarificar a “extensão da mentira de Mário Centeno” e o envolvimento do primeiro
O PSD vai requerer ao ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos António Domingues a transcrição das mensagens escritas que trocou com o ministro das Finanças, para clarificar a “extensão da mentira de Mário Centeno” e o envolvimento do primeiro-ministro.
“Vamos hoje dar entrada de um requerimento [na comissão parlamentar de inquérito à gestão da Caixa Geral de Depósitos] pedindo ao doutor António Domingues que faça a transcrição das mensagens escritas que terá trocado com o senhor ministro das Finanças apenas e só a propósito daquilo que a alteração ao estatuto do gestor público exclui, designadamente a questão da entrega das declarações de rendimentos, para que possa ficar claro de uma vez por todas a extensão da mentira do doutor Mário Centeno e para percebermos também o envolvimento do primeiro-ministro em toda esta matéria”, disse o deputado do PSD Hugo Soares, em declarações à Lusa.
Recusando o argumento que as mensagens de telemóvel trocadas entre António Domingues e Mário Centeno são particulares, Hugo Soares frisou que essas comunicações fazem parte da negociação que houve para a escolha de uma administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e até para “a alteração de um diploma legal com determinadas consequências”.
CDS: “Erros de perceção vão ficar muito claros nas audições”
O CDS também quer explicações. O deputado João Almeida refere, numa conferência de imprensa, que os “erros de perceção vão ficar muito claros nas audições” de António Domingues e Mário Centeno. O ministro das Finanças é ouvido amanhã, às 10h30, na comissão de Orçamento e Finanças. O deputado diz que é “importante saber se estes erros de perceção efetivamente existiram ou se não existiram, e se são mais do que erros de perceção. O país já percebeu que até chegarmos ao erros de perceção passamos um longo caminho que começou com certezas absolutas”.
O deputado centrista responsabiliza António Costa por continuar a reiterar a confiança no ministro das Finanças. Isto mostra, segundo o deputado, a “degradação das condições que o ministro das Finanças tem para o exercício do mandato. É mau para o Governo e é mau para o país. Porque nenhum país deve ter um ministro das Finanças fragilizado e essa responsabilidade é do próprio e de quem reitera a confiança” no seu trabalho. Ou seja, o primeiro-ministro.
Questionado sobre durante quanto tempo o CDS vai insistir com esta polémica, João Almeida esclarece que o partido “não insiste em polémica nenhuma, o CDS insiste em recuperar a verdade”, o que vai acontecer “até ao fim da comissão de inquérito e, eventualmente, posteriormente se se justificar”.
PCP garante que criticará Centeno este não exigiu declaração de rendimentos
O PCP, por seu turno, avisou que, caso o ministro das Finanças não tenha exigido a apresentação da declaração de rendimentos ao ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos António Domingues, terá de confrontar-se “com a posição e a crítica” dos comunistas.
Num comunicado intitulado “a propósito de aspetos suscitados sobre a intervenção do Ministro das Finanças”, os comunistas recordam que sempre se pronunciaram “pela exigência da apresentação de declaração de rendimentos por António Domingues, ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos”.
“A ter existido uma outra atitude do Ministro das Finanças ela confronta-se com a posição e a crítica do PCP“, advertem.
O PCP considera que “a decisão sobre a manutenção em funções do ministro das Finanças cabe ao primeiro-ministro que entretanto já se pronunciou, em articulação com o Presidente da República, pela sua continuidade”.
“Para o PCP, face a sucessivas campanhas em parte animadas por erradas decisões adotadas pelo Governo, a questão central que continua a colocar-se é denunciar e pôr fim à operação que o PSD, o CDS e o grande capital desenvolvem contra a Caixa Geral de Depósitos visando a sua privatização”, refere o texto.
Neste processo, o PCP promete agir “como sempre”, com o objetivo de “assegurar o controlo público da CGD e a sua colocação ao serviço do desenvolvimento nacional e para garantir a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo e do país”.
Bloco: Centeno tem “papel tragicamente irónico”
Já o Bloco de Esquerda, em reação à polémica da CGD em torno da anterior administração e da entrega ou não das declarações de rendimentos e património, disse que “não se pronuncia sobre as condições” dos ministros exercerem ou não as suas funções, focando-se antes em debater políticas com o Governo.
A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, definiu como “tragicamente irónico” o papel do ministro das Finanças, valorizando os dados “simpáticos” da economia mas realçando que a polémica sobre a Caixa Geral de Depósitos (CGD) já devia estar encerrada.
Catarina Martins, que falava à margem de uma visita a uma escola em Lisboa, defendeu, contudo, que na segunda-feira não houve “nenhum facto novo” sobre a CGD, um dossiê que, lamentou, vem sendo “mal gerido”. De todo o modo, concretizou a líder bloquista, há que realçar que “foi derrotada qualquer visão” de fuga à “transparência” pelos gestores do banco público.
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