Banco de Portugal: Avaliação do BPI ao GES “em nada alterou a análise” já feita
O Banco de Portugal, em reação à reportagem da SIC, recusa que a avaliação do BPI ao Grupo Espírito Santo tenha sido determinante para a investigação ao que se passava no BES.
Ainda antes de a reportagem da Sic ter terminado a sua emissão integral, o Banco de Portugal reagiu novamente, desta vez às revelações feitas no segundo episódio de “Assalto ao Castelo”. A instituição liderada por Carlos Costa defende-se argumentando que a avaliação económica do Grupo Espírito Santo feita pelo BPI foi entregue ao BdP, mas que “em nada alterou a análise e o planeamento em curso no Banco de Portugal”.
Em sete pontos, o BdP faz novamente esclarecimento sobre o conteúdo das reportagens da Sic sobre o Banco Espírito Santo. Primeiro, o comunicado começa por esclarecer que, a “1 de agosto de 2013, o BPI entregou no BdP uma avaliação económica do GES, com especial incidência na Espírito Santo International (ESI)”. Essa informação foi partilhada com o Parlamento, nomeadamente os deputados da comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e GES.
Acontece que, quando o BPI entregou o documento aos quadros do Banco de Portugal, “já se encontrava em preparação uma análise particularmente exigente dos principais grupos económicos devedores à banca“. Segundo o BdP, essa decisão “foi aprovada pelo Conselho de Administração do Banco de Portugal no dia 11 de setembro de 2013”, pouco de um mês depois da entrega da avaliação do Banco Privado Português.
Essa análise, segundo o BdP, foi desenvolvida “com base numa metodologia particularmente exigente, que questionou em profundidade os planos de negócio dos grupos económicos selecionados, de modo a confirmar que os mesmos assentavam em pressupostos robustos”. Foi essa investigação — que o Banco de Portugal atribui exclusivamente à sua atuação — que permitiu a deteção, no final de novembro de 2013, de uma disparidade: “As contas publicamente divulgadas pela ESI não refletiam a sua verdadeira realidade financeira”.
“Esta desconformidade contabilística não tinha sido até aí reportada pelos órgãos de administração do BES, por empresas de auditoria, por qualquer outro regulador ou supervisor, por qualquer instituição credora do GES, ou por qualquer indivíduo”, explicita o Banco de Portugal.
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