Costa e Passos irritados por causa da polémica das offshores
O primeiro-ministro e o líder da oposição queriam ambos um pedido de desculpa um do outro. Ficaram irritados e crispados no debate quinzenal, com acusações mútuas e pouco debate de factos.
Acusações de “desfaçatez”, ressabiamento, de enlamear adversários políticos, de falta de nível. O caso das offshores irritou tanto o primeiro-ministro António Costa, como o líder da oposição, Pedro Passos Coelho, crispando o debate quinzenal desta quarta-feira. Passos queria um pedido de desculpas de Costa, mas Costa respondeu que o líder do PSD é que lhe devia pedir desculpas a ele.
A exaltação durou cerca de 15 minutos. O tema das offshores foi trazido por Pedro Passos Coelho, que exigiu um pedido de desculpas a António Costa por ter insinuado, no último debate quinzenal, que o anterior Governo tinha responsabilidades na saída de quase dez mil milhões de euros para offshores, sem controlo da Autoridade Tributária, enquanto melhorava o sistema de penhoras para os pequenos contribuintes.
"Sabemos que não há nenhuma ligação entre as estatísticas e o problema informático detetado. [Mas o primeiro-ministro] não pede sequer desculpa por tentar enlamear as pessoas que estiveram no seu lugar.”
“Sabemos que não há nenhuma ligação entre as estatísticas e o problema informático detetado”, frisou Passos Coelho. Mas o primeiro-ministro “não pede sequer desculpa por tentar enlamear as pessoas que estiveram no seu lugar”, disse o líder do PSD.
“Consegue sempre surpreender-me pela desfaçatez”, respondeu António Costa. E defendeu que, nesse mesmo debate, tanto Passos Coelho, como o líder parlamentar dos social-democratas, Luís Montenegro, o “insultaram”. Mas foi mais longe: referiu “fugas de informação para a comunicação social” sobre uma reunião do PSD onde Costa terá sido chamado de “vil, soez, reles e mimos de boa linguagem.” E ainda acrescentou que, nesse debate parlamentar, o “CDS ofendeu a comunicação social dizendo que uma notícia do Público era plantada” pelo Governo socialista.
"Depois de me pôr em causa a mim, o Presidente da República, o presidente da Assembleia da República ainda teve de vir criticar o seu próprio Governo. E ainda quer que lhe peça desculpas a si.”
“Depois de me pôr em causa a mim, o Presidente da República, o presidente da Assembleia da República ainda teve de vir criticar o seu próprio Governo. E ainda quer que lhe peça desculpas a si”, rematou.
Mas o plenário já estava incendiado. Passos garantiu que nunca tinha visto intervenções assim, que o Governo “não perde oportunidade para desqualificar os seus adversários” e que “nunca, nem nos tempos de pior memória de debates turbulentos parlamentares”, esta forma de intervir se verificou.
Sucederam-se pedidos de defesa da honra, aplausos de pé nas bancadas, pateadas, acusações de falta de nível. Montenegro acusou Costa de ser mal-educado. A calma só foi retomada no plenário quando os tempos do Governo e do PSD se esgotaram e as figuras de defesa da honra foram também esgotadas pelos líderes parlamentares Carlos César e Luís Montenegro.
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