BCE considerou subir taxa de juro em março, mas inflação não convenceu
Ainda há uma "incerteza significativa" em torno da recuperação económica e da evolução da inflação, considera o BCE.
Os governadores do Banco Central Europeu (BCE) estudaram a hipótese de acabar com os cortes à taxa de juro diretora na última reunião que fizeram, a 8 e 9 de março, mas acabaram por decidir manter a política monetária que tem sido implementada. O facto de a recuperação económica e a evolução da inflação ainda estarem em risco demoveu o banco central de aliviar os estímulos à Zona Euro.
“Retirar já a tendência de queda das taxas de juro da orientação futura do Conselho de Governadores foi considerado prematuro”, referiu o BCE, nas atas publicadas esta quinta-feira, citadas pela Bloomberg. “Ainda havia uma incerteza significativa em torno das perspetivas económicas e da robustez da inflação“, justifica o regulador.
Em fevereiro, a inflação na Zona Euro fixou-se nos 2%, sobretudo graças à evolução dos preços dos combustíveis, mas voltou a desacelerar para 1,5% em março. Apesar desta desaceleração, a evolução da inflação tem sido suficiente para que se levantem vozes a pedir uma redução gradual do programa de compra de dívida levado a cabo pelo BCE.
A instituição liderada por Mario Draghi responde agora a esses pedidos: alterações à atual política monetária “poderiam levar a uma tendência de subidas excessivas no mercado das taxas de juro, bem como apertar as condições financeiras”.
O BCE manteve, assim, o pacote de estímulos à Zona Euro, deixando inalteradas as taxas de juro e mantendo o programa de compra de títulos de dívida dos Estados-membros a um ritmo de 60 mil milhões de euros por mês. Os governadores concordaram que continuar com estas duas medidas é “apropriado”, ainda que reconheçam a melhoria das condições económicas.
Na reunião de 8 e 9 de março, os governadores analisaram ainda as perspetivas para a inflação. O BCE antecipa que a inflação na Zona Euro vai chegar aos 1,8% em 2019 e alguns dos governadores consideram esta projeção é “demasiado otimista”, tendo em conta os riscos associados à saída do Reino Unido da União Europeia e às políticas do governo de Donald Trump.
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