Sindicato: Bruxelas quer “transformar Caixa numa Caixinha”
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da CGD, João Lopes, defende que o objetivo de Bruxelas é fazer com que a CGD perca quota de mercado para que os outros bancos possam crescer.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da CGD está preocupado com a possibilidade de a Caixa Geral de Depósitos (CGD) ter de despedir mais funcionários e fechar mais agências, caso falhe as metas definidas por Bruxelas. João Lopes defende que as entidades que negociaram o plano com as autoridades europeias “não olharam bem para as condições em que essa aprovação foi dada”. O presidente diz que o objetivo de Bruxelas é que o banco público perca quota de mercado, transformando “a Caixa numa Caixinha”.
“As entidades que negociaram o plano com Bruxelas ficaram satisfeitas com a aprovação da recapitalização, mas não olharam bem para as condições em que essa aprovação foi dada”, defende João Lopes, numa entrevista ao jornal i. As declarações são feitas depois de o Jornal de Negócios ter avançado que a CGD poderá ter de despedir mas trabalhadores e encerrar mais balcões nos próximos quatro anos, caso for falhando as metas definidas junto de Bruxelas.
"As entidades que negociaram o plano com Bruxelas ficaram satisfeitas com a aprovação da recapitalização, mas não olharam bem para as condições em que essa aprovação foi dada.”
Para garantir que o plano estratégico é cumprido, a Direção Geral da Concorrência (DGComp) vai monitorizar trimestralmente o cumprimento destes alvos, uma fiscalização que vai contar com um auditor independente. A CGD terá, no âmbito do plano de recapitalização, de despedir mais de dois mil trabalhadores e encerrar cerca de 170 balcões. Mas este número pode vir a aumentar.
“Não sei que Caixa vamos ter daqui a três anos”, refere João Lopes. Para o presidente, o objetivo de Bruxelas é claro: “transformar a Caixa numa Caixinha”, levando a instituição a perder quota de mercado para que os outros bancos, nomeadamente espanhóis, possam crescer.
O presidente alerta ainda que é preciso encontrar uma solução para as zonas onde os balcões da CGD vão encerrar. “Se é importante o banco público estar em todo o lado, então deveria ser a tutela a definir e a encontrar uma alternativa.” João Lopes refere que uma das respostas a esta questão poderia passar por uma negociação com as câmaras municipais e juntas de freguesia para que estas criassem uma espécie de balcão volante.
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