Bloomberg: Portugal é uma “miragem keynesiana”
A teoria económica do economista inglês Keynes assenta no investimento público. Apesar de ter um Governo de esquerda, essa não tem sido a alternativa em Portugal, diz a Bloomberg.
No dia em que a DBRS se pronuncia sobre o rating da República portuguesa, a Bloomberg publica um artigo onde se refere a Portugal como uma “miragem keynesiana”. Apesar de reconhecer a vitória do “melhor défice da democracia”, desde 1974, a análise da agência de notícias internacional alerta que os “keynesianos não deveriam festejar tão cedo”. Porquê? É que o “milagre orçamental” português foi conseguido através da diminuição do investimento público para compensar a queda da receita fiscal.
Citando o Conselho de Finanças Públicas, a Bloomberg escreve que o investimento público em 2016 sofreu um corte de 28,9%. “Apenas 2,9 mil milhões de euros foram gastos em estradas, hospitais e semelhantes”, lê-se no artigo. Tal como o ECO noticiou quando o CFP divulgou o seu relatório, o investimento do Estado no ano passado ficou-se pelos 1,6% do PIB, o pior registo pelo menos desde 1995. Em comparação com o período pré-crise, o investimento foi cerca de um terço.
O Governo português está a redistribuir os frutos da recuperação [económica], mas está a falhar em plantar as sementes para uma nova colheita.
Contudo, “não se deve colocar toda a culpa no Governo português”, admite o artigo, referindo que o investimento que chegou da União Europeia baixou para metade. “Ainda assim o Governo fez pouco para contrariar essa descida“, critica. Na opinião do autor do artigo, a estratégia de Lisboa não é uma alternativa de um modelo de esquerda que resulte num crescimento económico sustentável. “O Governo português está a redistribuir os frutos da recuperação [económica], mas está a falhar em plantar as sementes para uma nova colheita”, conclui.
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