Portugal emite 632 milhões a dez anos. Procura duplica oferta
IGCP conseguiu levantar 1.250 milhões de euros em obrigações a cinco e dez anos. No leilão a dez anos pagou 3,386%, um valor acima da taxa paga na última emissão comparável em agosto de 2016.
No primeiro leilão de dívida a dez anos de 2017, Portugal pagou um juro mais alto para levantar no mercado 632 milhões de euros. A operação registou uma taxa de 3,386%, acima do valor pago na última emissão comparável realizada em agosto do ano passado. Já no leilão a cinco anos, os custos de financiamento do país baixaram. A procura em ambas as linhas duplicou a oferta.
No total, o Tesouro português alcançou o objetivo: arrecadou os 1.250 milhões de euros com esta operação, garantindo metade do financiamento que pretende obter este ano com obrigações.
Apesar do aumento da taxa no leilão a dez anos, o resultado desta operação não deixa de ser mais favorável aos cofres da República tendo em conta os juros que o IGCP estava a obter desde o início do ano e em prazos mais curtos até. Por exemplo, para vender obrigações a sete anos, a agência pagou 3,668% em fevereiro passado. Agora paga visivelmente menos para vender 632 milhões de euros em títulos a dez anos.
No leilão a cinco anos, foram vendidos 618 milhões de euros com um juro de 1,828%, abaixo dos 2,174% que havia pago no mês passado.
Em ambas as linhas, Portugal registou forte interesse da parte do mercado, tal como os analistas antecipavam. A procura duplicou a oferta, circunstância que contribuiu decisivamente para a baixa dos custos de financiamento.
Juros sobem face ao últimos leilões
“Os resultados foram ligeiramente melhores do que esperávamos, com a taxa de juro da dívida a dez anos a fazer o valor mais baixo desde final de 2016″, refere Filipe Silva, do Banco Carregosa. “Mas na emissão a cinco anos a descida foi mesmo muito acentuada. O certo é que tanto a taxa dos cinco como dos dez anos refletem a descida do custo da dívida portuguesa a que temos assistido nas últimas semanas. Após o resultado das eleições francesas, há uma sensação maior de segurança quanto à solidez da União Europeia”, explica o diretor da gestão de ativos daquele banco.
"Tanto a taxa dos cinco como dos dez anos refletem a descida do custo da dívida portuguesa a que temos assistido nas últimas semanas. Após o resultado das eleições francesas, há uma sensação maior de segurança quanto à solidez da União Europeia.”
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