Fundos ficam com metade da emissão de dívida do BCP
Banco emitiu mil milhões de euros em obrigações hipotecárias, relacionadas com créditos à habitação. Quase metade da emissão ficou nas mãos de gestores de fundos.
O BCP obteve esta semana mil milhões de euros numa emissão de obrigações hipotecárias a cinco anos. Quase metade destes títulos foi absorvida por gestores de fundos. E mais de um terço da dívida foi comprada por investidores portugueses. A procura ficou próxima de duplicar a oferta.
De acordo com fonte próxima da operação citada pela agência Bloomberg, 45% desta emissão de títulos de dívida garantidos por carteiras de créditos à habitação ficou nas mãos de gestores de fundos. Já cerca de 30% desta dívida foi adquirida por bancos centrais e outras instituições. Outros bancos e seguradores e fundos de pensões ficaram com 21% e 5%, respectivamente.
Em termos geográficos, a dispersão foi a seguinte: 36% da emissão foi garantida por investidores em Portugal. Seguiram-se Alemanha/Áustria (25%), Espanha (10%), França (10%) e a região do Benelux (7%).
O facto de a operação ter registado forte procura permitiu baixar do custo de financiamento face às taxas inicialmente previstas. A taxa de juro anual será de 0,75%, com um spread de 65 pontos base acima da taxa swap para o prazo de cinco anos, um valor que também ficou abaixo do previsto.
“A operação foi colocada com grande sucesso num conjunto muito diversificado de investidores institucionais europeus”, referiu o banco, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), após ter finalizado a emissão esta terça-feira. A procura atingiu “mais de 180% do montante da emissão”, detalha ainda o BCP, sublinhando a “confiança do mercado no banco“.
A emissão marcou o regresso do banco liderado por Nuno Amado ao mercado de capitais de dívida, mais de sete anos após a última emissão de obrigações hipotecárias realizada, e “insere-se na sua estratégia de financiamento para os próximos anos“.
Este financiamento a esta taxa dá margem ao banco liderado por Nuno Amado para apresentar taxas mais competitivas nos novos empréstimos para a compra de casa. Atualmente, o banco conta com um spread mínimo de 1,50%, ficando a meio da tabela entre os vários bancos no mercado. A CGD e o BPI têm o mais elevado (1,75%) enquanto o Bankinter apresenta a taxa mais baixa, de 1,25%.
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