easyJet anuncia este verão onde cria subsidiária. Portugal na calha
A companhia aérea britânica quer manter-se na União Europeia para evitar as restrições à livre circulação de pessoas que poderão resultar do Brexit. A decisão está para breve.
A easyJet vai anunciar, até ao final deste verão, qual o país onde pretende criar uma subsidiária para fugir ao Brexit e manter-se como uma companhia aérea da União Europeia. O processo para a obtenção de um novo Certificado de Operação Aérea “está a correr bem” e Portugal é uma das hipóteses em cima da mesa.
“O processo está a correr bem. Não vamos fazer qualquer anúncio até termos a licença, mas não nos teríamos candidatado se não achássemos que conseguíamos obter a licença. Já foi feito muito trabalho e esperamos fazer o anúncio no verão”, disse, em declarações ao ECO, Carolyn McCall, a presidente executiva da companhia aérea britânica.
A decisão de pedir uma nova licença de operação aérea, noutro país da União Europeia, surgiu depois de o referendo no Reino Unido ter ditado a saída do país da União Europeia, em junho do ano passado. A lowcost quer manter-se no espaço comunitário para fugir aos entraves à livre circulação de pessoas e o facto de contar com 40% de capital cipriota permite-lhe cumprir com a legislação a que a aviação europeia está sujeita.
Portugal estará na short list para receber a nova subsidiária da easyJet na União Europeia, a par da Áustria, segundo noticiou o Dinheiro Vivo em março.
"O nosso plano é garantir que a easyJet está segura naquilo que está a fazer na Europa. Por isso é que o Certificado de Operação Aérea é tão importante, porque nos permite continuar a operar como atualmente.”
Sobre o Brexit, Carolyn McCall não tem dúvidas de que vai mesmo acontecer, daí que seja tão importante obter o novo Certificado de Operação Aérea. “Não acredito” que o resultado das eleições britânicas possa alterar o rumo do Brexit, diz a CEO. “Há um compromisso em sair da União Europeia e quem quer que seja o Governo tem de honrar esse compromisso. O nosso plano é garantir que a easyJet está segura naquilo que está a fazer na Europa. Por isso é que o Certificado de Operação Aérea é tão importante, porque nos permite continuar a operar como atualmente”, explica.
Seja qual for o país eleito para a criação da nova subsidiária, certo é que haverá criação de emprego. “Não vamos mover os trabalhadores do Reino Unido para a União Europeia. O que vamos fazer é criar empregos no país da UE onde obtivermos a nossa licença. Ninguém se vai mover, não é como a banca”, garante Carolyn McCall.
Voos transatlânticos? Não está nos planos. Mas “observamos com interesse”
Os voos transatlânticos são a mais recente aposta de algumas companhias lowcost europeias. A Eurowings, a lowcost do grupo alemão Lufthansa, deu o pontapé de saída no passado e espera chegar às quatro rotas transatlânticas este verão. Seguiu-se a Norwegian, que, em dezembro, anunciou voos para os Estados Unidos por menos de 70 euros. No início deste ano, a islandesa WOW Air seguiu-lhe o exemplo e também passou a oferecer voos por menos de 70 euros entre a Europa e os Estados Unidos, com ligações para Miami e Boston, a partir da Islândia, Paris, Londres, Amesterdão, Berlim e Frankfurt.
Já este mês, o grupo IAG (que detém a British Airways e a Iberia) também vai entrar na corrida e anunciar voos para os Estados Unidos, através da Level, partindo de Barcelona.
Para a easyJet, estes voos não estão, para já, em cima da mesa, até porque a companhia aérea não detém aviões de longo curso. Mas os responsáveis da empresa olham com interesse para esta hipótese.
“Continuamos muito focados no curto curso Europa. Podemos chegar ao Egito, a Israel, à Islândia, mas os Estados Unidos não estão nos nossos planos”, sublinha Carolyn McCall. Mas ressalva: “Estamos muito interessados em ver o que vai acontecer com o modelo de longo curso das lowcost. Observamos isso com interesse“.
*A jornalista visitou a sede da Airbus, em Toulouse, a convite da easyJet.
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