Corrupção na Força Aérea leva a detenção de 12 militares. Major-General entre os detidos

A Polícia Judiciária deteve vários militares da Força Aérea e alguns empresários por suspeita de corrupção. São acusados de sobrefaturação de produtos vendidos nas messes de oficiais, com prejuízo para a Força Aérea e para o Estado. As detenções foram feitas no âmbito da operação Zeus, que teve início em novembro do ano passado.

Em comunicado, a Polícia Judiciária revela que deteve doze militares e quatro empresários que vendiam géneros alimentícios, acusando-os de “corrupção passiva e ativa para ato ilícito, abuso de poder e falsificação de documentos“.

A operação contou com a participação de 130 elementos da PJ e dez magistrados do Ministério Público, que fizeram um total de 36 buscas de norte a sul do país, nos distritos de Lisboa, Porto, Santarém, Setúbal, Évora e Faro. Trinta e uma das buscas foram domiciliárias e as restantes cinco não domiciliárias.

Após a sobrefaturação ao Estado dos produtos vendidos na messe, o excedente era alegadamente dividido entre os militares e os empresários acusados. As investigações continuam em aberto na busca de mais provas, mas já é certo que os detidos serão presentes a tribunal para que possam ser determinadas as medidas de coação.

Esta operação surgiu na sequência de um inquérito do Departamento de Investigação e Ação Penal e para complementar as operações iniciadas em novembro do ano passado. Já nessa altura foram detidos seis militares da força aérea, incluindo um major, Rogério Martinho. Os prejuízos ao Estado apontados pelo Ministério Público ascendiam aos dez milhões de euros.