Presidente da Câmara de Alijó vai declarar Estado de Emergência Municipal
O presidente da Câmara de Alijó, Carlos Magalhães, afirmou estar a preparar-se para declarar Estado de Emergência Municipal, referindo que o incêndio "está incontrolado".
O incêndio que começou na madrugada de domingo em Alijó, Vila Real, aproximou-se a meio da tarde de segunda-feira de casas na localidade de Vila Chã, onde queimou alguns terrenos agrícolas, deixando a população local assustada com a proximidade das chamas.
Segundo constatou a Lusa no Local, na localidade de Vila Chã, a cerca de 10 quilómetros do centro de Alijó, o fogo serpenteou algumas habitações, mas a situação está controlada pelos muitos meios de combate presentes.
Há situações igualmente preocupantes nas aldeias de Santa Eugénia, Carlão e Pegarinhos, segundo informações recolhidas no local.
O concelho de Alijó está coberto há várias horas por um grande manto de fumo.
De acordo com informações disponibilizadas pelas 17:00 na página da Internet da Proteção Civil, o fogo em Alijó, na freguesia de Vila Chã, estava a ser combatido por oito meios aéreos, 491 operacionais e 146 viaturas.
Na aldeia de Santa Eugénia, alguns idosos foram retirados de suas casas por precaução, conforme constatou a Lusa no local. A agência Lusa verificou ainda que foi por volta das 13:00 que houve uma deslocação em massa dos meios de combate às chamas para aquela aldeia do concelho de Alijó.
Entretanto, o presidente da Câmara de Alijó, Carlos Magalhães, afirmou estar a preparar-se para declarar Estado de Emergência Municipal, referindo que o incêndio que lavra desde a madrugada de domingo está incontrolado.
“É um alerta, é um pedido de socorro para todo o país para ver se nos ajudam”, afirmou aos jornalistas na localidade de Vila Chã, onde as chamas se aproximaram das casas durante a tarde, assustando a população.
Proteção Civil garante que comunicações não estiveram comprometidas
A Proteção Civil garantiu entretanto que as comunicações SIRESP no incêndio do concelho de Alijó “nunca estiveram comprometidas”, avançando que algumas das “intermitências pontuais” registadas no domingo nesta rede são comuns nos fogos de grande dimensão, avança a Lusa. Isto depois de a adjunta nacional da Proteção Civil, Patrícia Gaspar, ter apontado “falhas pontuais”.
Em comunicado, a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) adianta então que “foram registadas algumas intermitências pontuais, todavia comuns a todos os teatros de operações de grande dimensão, para as quais a ANPC de imediato acionou, através da Secretaria-Geral da Administração Interna (SGMAI), uma estação móvel que já se encontrava preposicionada no Porto”.
Na nota, intitulada “incêndio rural em Alijó: intermitências no SIRESP”, a ANPC adianta que as comunicações SIRESP (Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal) no combate ao incêndio do concelho de Alijó (Vila Real), que lavra desde a madrugada de domingo, “nunca estiveram comprometidas”.
No entanto, destaca que o plano de comunicações da ANPC prevê “supletivamente a interligação entre os vários meios que operam no teatro de operações através da Rede Operacional dos Bombeiros (ROB)”.
A ANPC refere ainda que, como medida de precaução, foi também preposicionada, no distrito de Viseu, outra estação móvel de comunicações que “poderá ser de imediato acionada, caso se justifique”, em outro incêndio.
Marcelo: “Aguardamos [pela apuração de] factos e responsabilidades”
Já esta segunda-feira, o Presidente da República agradeceu a solidariedade manifestada pelos portugueses após os incêndios na região Centro e insistiu que é preciso uma “resposta rápida e exaustiva às interrogações sobre factos e responsabilidades”. Numa nota colocada no site da Presidência da República, quando passa um mês sobre o incêndio de Pedrógão Grande que fez 64 mortos e mais de 250 feridos, Marcelo Rebelo de Sousa “agradece as sugestões, opiniões, palavras de solidariedade e votos de pesar que lhe foram dirigidos pelos Portugueses” e apela ao apuramento rápido de responsabilidades.
“Depois de termos vivido uma dor sem medida perante uma tragédia quase sem precedente na história do Portugal Democrático, aguardamos pela resposta rápida e exaustiva às interrogações sobre factos e responsabilidades”, lê-se na nota. Mas, ao mesmo tempo, prossegue Marcelo Rebelo de Sousa, deve-se “louvar o espírito nacional de entreajuda e de reconstrução, que muito tem contribuído para que seja mais rápida a recuperação das pessoas e comunidades atingidas pela tragédia”, referindo-se aos donativos conseguidos, no valor de 13,3 milhões de euros.
"Depois de termos vivido uma dor sem medida perante uma tragédia quase sem precedente na história do Portugal Democrático, aguardamos pela resposta rápida e exaustiva às interrogações sobre factos e responsabilidades.”
“Tudo com a visão nacional, sempre demonstrada pela nossa pátria, ao longo dos séculos, perante as adversidades mais pesadas e complexas”, concluiu o Presidente, que se encontra no México em visita de Estado.
Os incêndios de junho iniciados em Pedrógão Grande provocaram 64 mortos e mais de 200 feridos e consumiram mais de 53 mil hectares. Os fogos da região Centro afetaram aproximadamente 500 habitações, quase 50 empresas e os empregos de 372 pessoas. Os prejuízos diretos dos incêndios ascendem a 193,3 milhões de euros, estimando-se em 303,5 milhões o investimento em medidas de prevenção e relançamento da economia.
Notícia atualizada às 21:10
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