Na OCDE só há dois países piores que Portugal na fiscalidade
Portugal ficou nos últimos três lugares entre 35 países da OCDE, acusando políticas fiscais pouco competitivas.
Entre os 35 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) avaliados, Portugal só supera Itália e França na qualidade das suas políticas em termos de fiscalidade. O IVA é o que mais puxa o país para baixo no ranking da Tax Foundation. A Estónia lidera a lista há três anos.
Portugal está no 33.º lugar do Índice de Regulação Fiscal 2016-2017 da Tax Foundation. Analisando as políticas separadamente, a melhor classificação é obtida nos impostos sobre a propriedade, nos quais Portugal consegue a vigésima posição. Segue-se o tratamento em termos de tributação de resultados internacionais, critério que consegue o 29.º lugar e o IRC, que vale ao país o 30.º lugar. O IRS desce ao 31.º.
O IVA é a categoria em que Portugal tem a pior classificação, ficando-se pelo 33.º lugar — a taxa normal é de 23% em Portugal. Neste aspeto, a Suíça destaca-se em primeiro lugar e só a Polónia e a Hungria estão abaixo de Portugal. Na Hungria, a taxa do IVA é de 27%.
A Estónia é o país que sai vencedor — pela terceira vez consecutiva. O país tem “o código tributário mais bem desenhado da OCDE” aponta o relatório, distinção explicada por quatro fatores. Destaca-se a simplicidade do IRS, que cobra invariavelmente 20% sobre um mínimo que fica isento. No caso das empresas, não há cobrança de imposto sobre os lucros, apenas sobre os distribuídos através de dividendos. Além disso, o sistema de impostos da propriedade incide sobre o valor do terreno em vez de “valorações arbitrárias”. Por fim, os lucros obtidos no estrangeiro estão totalmente isentos de impostos.
A Estónia é seguida no ranking pela Nova Zelândia, Letónia, Suíça e Suécia, por esta ordem, completando o pódio. No extremo oposto surge França, que ocupa o último lugar, e a Itália está em penúltimo. Ambos os países são penalizados sobretudo pelos impostos cobrados tanto sobre os resultados auferidos pelas empresas como sobre a propriedade.
O Índice de Regulação Fiscal 2016-2017, que avalia as políticas de 35 países da OCDE, foi divulgado pelo Foro Regulación Inteligente em parceria com a Tax Foundation, duas entidades privadas que se dedicam à matéria das políticas fiscais. No relatório, realçam a importância da estrutura das políticas fiscais que relacionam estritamente com o potencial de desenvolvimento económico, pois facilita o cumprimento das regras e o funcionamento das administrações públicas.
Notícia editada por Paulo Moutinho
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