Incêndio em Setúbal ameaça casas e hospital. Centro do país preocupa
As chamas ameaçam casas e uma unidade hoteleira em Setúbal. No centro do país, havia incêndios com grande intensidade ao final da tarde desta terça-feira. A estrada A23 foi cortada.
Setenta bombeiros de diversas corporações, 21 viaturas e um helicóptero estão envolvidos no combate a um incêndio que deflagrou esta terça-feira à tarde perto de Setúbal, disse à agência Lusa Patrícia Gaspar, adjunta de operações da Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC).
Segundo Patrícia Gaspar, o incêndio deflagrou numa zona florestal no Casal dos Combros, à entrada de Setúbal e, cerca das 19:45, ainda estava ativo.
Familiares de moradores na zona do incêndio disseram à agência Lusa que o fogo estava relativamente próximo do hospital da Luz, de algumas moradias e de uma bomba de gasolina na EN 10, que está cortada ao trânsito, mas a ANPC diz não ter informação de qualquer zona sensível que esteja na linha de fogo.
Proteção Civil de Setúbal pede evacuação da Reboreda e da Quinta dos Vidais
A Proteção Civil Municipal de Setúbal está a apelar à população da Quinta dos Vidais e da Reboreda para abandonar o local devido à proximidade do incêndio que lavra hoje naquela zona da cidade.
“Apelamos à população para se dirigir para zonas de menor risco, designadamente para a avenida Luísa Todi, ou outras”, disse à agência Lusa fonte da Proteção Civil Municipal, admitindo que o incêndio está muito próximo destas zonas habitacionais.
Várias corporações de bombeiros, com, pelo menos, cerca de 70 operacionais, prosseguem o combate ao incêndio que deflagrou durante a tarde na zona de Casal dos Combros, à entrada de Setúbal, e que permanece ativo.
Castelo Branco e Santarém são os distritos que mais preocupam
Os incêndios que lavram no distrito de Castelo Branco e na zona de Mação, distrito de Santarém, são aqueles que concentram uma maior atenção por parte da Proteção Civil, que esta terça-feira já registou 104 ocorrências de incêndios florestais.
“Desde as 00:00 de hoje, Portugal regista já um total de 104 ocorrências de incêndios florestais. Destas 104, as nossas atenções centram-se para três ocorrências que eu destacaria: Sertã, no distrito de Castelo Branco, Vale de Coelheiros, também no distrito de Castelo Branco, e a ocorrência de Mantela (Mação) já no distrito de Santarém. Estas são aquelas ocorrências que concentram neste momento uma maior atenção”, explicou a adjunta de operações da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) Patrícia Gaspar, pelas 19:00.
O grande desafio, de acordo com a ANPC, tem sido encontrar o equilíbrio entre o combate direto às chamas e, ao mesmo tempo, assegurar a proteção da população e dos seus bens, face às chamas.
“É importante referir que todas estas operações, sobretudo nestes três teatros de operações, o grande desafio que temos tido é, de facto, conseguir criar aqui um equilíbrio entre aquilo que é o combate direto às diferentes frentes de incêndio e, em simultâneo, conseguir garantir toda a proteção necessária às localidades, às povoações que se localizam nas linhas de propagação deste incêndio, garantindo assim a devida proteção, quer às pessoas, a nossa grande prioridade, quer também às suas habitações”, frisou Patrícia Gaspar.
Casas arderam em Mação, mais de uma dezena de aldeias evacuadas
O fogo que lavra em Mação continua numa situação “muito preocupante, com vento muito forte, aldeias em perigo e casas a arder”, estando o secretário de Estado da Administração Interna a caminho do local, disse o presidente do município.
Em declarações à Lusa no posto de comando, Vasco Estrela, disse, cerca das 19:00, que o secretário de Estado Jorge Gomes estava a caminho do local (distrito de Santarém) e mostrou-se preocupado com a situação, tendo em conta que há “várias aldeias e populações em perigo ou com potencial perigo”, enquanto o vento regista mudanças de direção.
“Vamos ver como é que é possível tentar defender essas pessoas e localidades, tirando essas pessoas das aldeias para evitar que haja dramas humanos ou situações como a que se está a verificar em Envendos, onde já arderam hoje várias casas [algumas de primeira habitação]; ver concretamente o que aconteceu, para tentarmos perceber como é que podemos aliviar esse problema”, afirmou, contabilizando um total de 10 mil hectares de área ardida desde domingo no concelho.
O autarca disse ainda que já foram evacuadas mais de uma dezena de aldeias, num total de cerca de 200 pessoas, mas algumas já regressaram a casa. “É uma situação inimaginável que não se previa que pudesse acontecer”, lamentou. Em termos de danos materiais, os mesmos continuam a aumentar a toda a hora.
Incêndios: Estradas cortadas nos distritos de Santarém, Castelo Branco, Setúbal e Aveiro
Os incêndios que lavram um pouco por todo o país estavam pelas 20:30 desta terça-feira a provocar o corte de estradas nos distritos de Santarém, Castelo Branco, Setúbal e Aveiro, disse à Lusa fonte da Guarda Nacional Republicana (GNR).
No distrito de Santarém, a A23 – Autoestrada da Beira Interior encontra-se cortada ao trânsito entre os quilómetros 49 e 77, na localidade de Mouriscas, no concelho de Abrantes, informou a GNR, referindo que as vias alternativas são a Estrada Nacional 118 (EN118) e o Itinerário Principal 2 (IP2).
Devido aos fogos que lavram no distrito de Castelo Branco, estão interditas ao trânsito a Estrada Nacional 244 (EN244), na localidade de Marmeleiro, no concelho da Sertã, a Estrada Nacional 3 (EN3), na localidade de Perdigão, no concelho de Vila Velha de Ródão, e a Estrada Regional 351 (ER351), junto à localidade de São Pedro do Esteval, no concelho de Proença-a-Nova.
Em Setúbal, a Estrada Nacional 10 (EN10) estava pelas 20:30 de hoje cortada ao trânsito na localidade de Viso, desde o quilómetro 32 ao 38, apresentando-se como via alternativa o cruzamento Vale da Rasca – Arrábida.
No distrito de Aveiro, encontra-se interdita a Estrada Municipal na Rua Dr. José Eduardo Sousa Lamy, na localidade de Pardilhó, no concelho de Estarreja, em consequência dos incêndios que lavram na zona. Segundo a página na internet da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), às 20:50, a nível nacional registavam-se 64 incêndios rurais, que estavam a ser combatidos por 2.963 operacionais, auxiliados por 902 viaturas e 20 meios aéreos.
(Notícia atualizada às 21h50)
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