Impresa tomba 14% em bolsa desde falhanço de emissão
As ações da dona da SIC negoceiam em mínimos de um mês, com os analistas a considerarem uma má notícia o falhanço da emissão de 35 milhões de euros que serviria para refinanciar dívida da empresa.
O recuo na emissão de dívida continua a fazer danos no desempenho bolsista da Impresa. As ações da dona da SIC seguem no vermelho, estendendo para 14% das perdas acumuladas nas duas últimas sessões. Quebras que levam o título para mínimos de um mês.
As ações da Impresa, recuam 7,95%, para os 33,6 cêntimos, depois de já terem estado a perder 8,77% nesta sessão, com os investidores a verem com maus olhos o cancelamento da emissão de obrigações no valor de 35 milhões de euros na passada sexta-feira. A pressão vendedora é de tal ordem que, apesar de a sessão bolsista ainda não ter chegado ao meio, já trocaram de mãos 566 mil ações, um volume já próximo dos 581 mil de títulos transacionados diariamente, em média, nos últimos seis meses.
Isto acontece depois de o grupo de media ter cancelado na passada sexta-feira uma emissão de obrigações no montante de 35 milhões de euros, numa operação que serviria sobretudo para refinanciar a dívida anterior, mas também para financiar a expansão da sede.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Impresa justificou essa retirada com as alterações recentes de que o setor de media foi alvo, mas fontes de mercado contactadas pelo ECO garantem que o motivo foi outro: a operação falhou porque não houve procura por parte dos investidores. O cancelamento da operação aconteceu após dois prolongamentos sucessivos no prazo para que os investidores qualificados, a quem se destinava a emissão, pudessem participar.
Ações da Impresa sob pressão
Entretanto, tanto o BPI como o CaixaBI já comentaram a desistência da Impresa desta emissão, destacando ambos que se trata de uma má notícia. Numa nota de segunda-feira, os analistas do BPI consideraram que o cancelamento desta emissão “não são boas notícias” dado que “poderá levantar preocupações junto dos credores e desafios de liquidez à Impresa”. O CaixaBI emitiu numa nota já desta terça-feira um comentário no mesmo sentido. O banco de investimento diz ser uma “notícia negativa na medida em que este empréstimo obrigacionista iria alongar o prazo médio da dívida da Impresa”. Em novembro de 2018 há uma linha de obrigações no valor de 30 milhões de euros que vence, lembram os dois bancos.
A recente turbulência sofrida pelas ações da Impresa é, contudo, insuficiente para anular o forte desempenho bolsista acumulado ao longo do ano. Desde o início de janeiro, as ações da Impresa valorizam 77%, sendo que recentemente beneficiaram de um empurrão no seguimento dos rumores de que poderia ser alvo de uma oferta por parte da Nos, na sequência da compra da TVI pela Altice, dona da Meo.
Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.
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