Avaliação bancária das casas em máximos de seis anos
O preço a que os bancos avaliam as casas para efeitos de concessão de crédito à habitação atingiu, em junho, o valor mais elevado desde julho de 2011. Fixou-se numa média de 1.112 euros/m2, diz o INE.
O preço a que os bancos avaliam as casas para efeitos de concessão de crédito não para de crescer. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a avaliação bancária das casas fixou-se, em junho, no valor mais elevado em praticamente seis anos.
Nesse mês, o preço do metro quadrado foi de 1.112 euros, em média, a nível nacional, o que corresponde à fasquia mais elevada desde julho de 2011. Em maio, tinha sido de 1.111 euros. A subida deste indicador vem no seguimento da recuperação do setor imobiliário, e também da maior abertura dos bancos para conceder crédito, e em específico para a finalidade de aquisição de casa.
Avaliação das casas em alta
A subida deste indicador não foi, contudo, transversal a todas as regiões. Na área metropolitana de Lisboa, uma das regiões do país onde a avaliação bancária é mais elevada e onde existe uma pressão altista sobre os preços dos imóveis, este indicador caiu. Em junho, a avaliação bancária nessa região ficou nos 1.344, aquém dos 1.350 euros por metro quadrado verificados em maio.
Já o Algarve manteve-se como a região do país, onde os valores da avaliação bancária são mais elevados, sendo que em junho foi registado um novo máximo do final de 2011. Em junho, a avaliação bancária das casas foi, em média, de 1.401 euros por metro quadrado nessa zona do país. Este valor supera a média de 1.395 euros verificada em maio, sendo ainda o mais alto desde novembro de 2011.
A avaliação bancária das casas é um indicador muito relevante para o setor imobiliário, mas também para quem pretende adquirir um imóvel com o recurso ao crédito. É com base nesta avaliação que os bancos determinam até quanto estão dispostos a emprestar. Enquanto antes da crise financeira, a generalidade das instituições bancárias estavam disponíveis para financiar até 100% do montante da avaliação que faziam dos imóveis, desde aí o cenário mudou muito. Na maioria das situações estão disponíveis a financiar no máximo até 70% do valor da casa, independentemente do preço a que esta é adquirida.
Esta subida da avaliação bancária acaba por seguir a tendência de crescimento dos imóveis. De acordo com dados revelados há poucos dias pelo Confidencial imobiliário, só no 1º trimestre de 2017, o preço das casas em Portugal Continental subiu 6,2% face ao mesmo período do ano passado.
A contribuir em grande medida para o aumento do indicador estará também a maior disposição por parte dos bancos em conceder crédito, e em concreto com o destino habitação. Dados revelados pelo Banco de Portugal na primeira metade deste mês indicam que, em maio, os bancos nacionais concederam 728 milhões de euros em crédito à habitação. Trata-se do montante de concessão mais elevado desde dezembro de 2010.
(Notícia atualizada às 11h54 com mais informação)
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