Espanha identifica gemas líquidas contaminadas com fipronil
As autoridades espanholas anunciaram que detetaram, pela primeira vez em Espanha, produtos obtidos a partir dos diferentes componentes do ovo contaminados com o pesticida tóxico fipronil.
A descoberta de um lote de “20 mil unidades de gemas líquidas pasteurizadas” contaminadas com fipronil foi feita na sexta-feira à tarde “numa empresa agroalimentar no País Basco espanhol [norte]”, indicou, este sábado, em declarações à AFP, um porta-voz do departamento de saúde pública do Governo regional do País Basco.
Estes ovoprodutos — produtos obtidos a partir dos diferentes componentes do ovo — “não tinham sido ainda utilizados” e vão ser destruídos, precisou o porta-voz. O representante, que não quis ser identificado, afirmou não saber qual era a origem do lote contaminado. Alguns meios de comunicação espanhóis estão a avançar que o lote em questão teria sido importado de França.
Com este novo caso, eleva-se para 16 o número de países da União Europeia (UE) afetados por esta crise dos ovos contaminados com fipronil, que também abrange a Suíça e o território de Hong Kong. A Comissão Europeia já informou que se vai reunir com representantes dos países afetados por esta crise a 26 de setembro.
Em Portugal, segundo a Direção-Geral da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural (DGAV), os ovos em causa não estão à venda. Portugal continua sem qualquer caso registado, garantiu ao ECO, na sexta-feira, fonte oficial do Ministério da Agricultura. “O Ministério da Agricultura desenvolveu um conjunto de diligências que nos deixaram absolutamente tranquilos. As nossas autoridades foram para o terreno assim que foi desencadeado o alerta. Ainda assim estão permanentemente em alerta”, acrescentou a mesma fonte.
Ou seja, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) está de alerta para a situação e “preparada para intervir no terreno caso haja informação que o justifique”. A ASAE disse, ao ECO, que “até ao momento Portugal não é referido como tendo sido abrangido por alguma comercialização direta ou indireta, quer de ovos quer de produtos à base dos mesmos”.
Além disso, a ASAE tem conhecimento, através da Embaixada de Portugal em Haia, de que não existe nenhuma situação “de envio do produto em apreço para Portugal”. Acresce que existe um sistema europeu de alerta rápido em rede (RASFF) que permite à ASAE ser notificada caso existem riscos diretos ou indiretos para a saúde humana, ligados a géneros alimentícios ou a alimentos para animais.
Em grandes quantidades, o fipronil, usado para eliminar ácaros e insetos, é considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como “moderadamente tóxico” para o homem. O uso deste pesticida é expressamente proibido em animais destinados ao consumo humano.
A “crise” dos ovos contaminados iniciou-se a 20 de julho, quando a Bélgica alertou as autoridades comunitárias de que tinha detetado ovos contaminados. Oito dias depois, a Holanda lançou um alerta alimentar por suspeita de contaminação, mas foi só a 3 de agosto é que as autoridades holandesas advertiram de que, em alguns lotes de ovos, a quantidade do pesticida era superior aos limites e poderia representar um perigo para a saúde dos consumidores.
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