Alívio do IRS deveria ser para todos, defende Campos e Cunha
Luís Campos e Cunha, ex-ministro das Finanças, defende que o alívio do IRS no OE2018 deveria chegar também aos contribuintes com maiores rendimentos.
O antigo ministro das Finanças, Luís Campos e Cunha, defende que qualquer alívio do IRS inscrito no próximo Orçamento do Estado para 2018 deveria ser transversal a todos os contribuintes portugueses, sobretudo aqueles com rendimentos mais altos que, na ótica do economista, foram dos mais penalizados por aumentos de impostos.
Numa entrevista ao Jornal de Negócios (acesso pago) e Antena 1, Campos e Cunha disse que um alívio do IRS, “a haver”, deveria ser “um pouco para todos”. “As pessoas, digamos, menos pobres, dos escalões mais altos, tiveram sobretaxa. Portanto, há cinco ou sete anos, foi-lhes pedido um esforço adicional para ajudar as contas públicas. Esse esforço excecional e que era considerado ser excecional deveria ser tirado pura e simplesmente”, considerou.
Mais: Campos e Cunha, também administrador não-executivo do Santander Totta, alertou que, “agora, retira-se com uma mão e volta a pôr-se com a outra” e que isso “retira a credibilidade das medidas” extraordinárias daqui para a frente. “Se toda a gente acha que um aumento temporário de impostos é permanente, isso é mau”, indicou.
O Governo está a preparar o desdobramento do terceiro escalão do IRS, que abrange rendimentos entre os 20.000 e os 40.000 euros, segundo o Diário de Notícias — uma medida exigida pela esquerda e que trará novamente sete escalões à tabela do IRS. Ainda assim, o ex-ministro prefere aguardar pela divulgação do documento: “Quanto sair o Orçamento, poderemos falar disso mais em concreto”, atirou, durante a entrevista.
Se toda a gente acha que um aumento temporário de impostos é permanente, isso é mau.
Entre outras coisas, Campos e Cunha, na entrevista ao Negócios e Antena 1, considerou que as decisões do Tribunal Constitucional salvaram a economia e que os portugueses não estão preocupados com os cortes no investimento público — nem dariam por ele se não fossem as notícias que saíram nos jornais.
O economista português disse, por fim, antever um aumento da pressão da esquerda sobre o Governo do PS e que os conselheiros de Passos Coelho fizeram um mau trabalho, tendo em conta que o ainda líder do PSD esteve à espera de uma crise económica que não chegou a existir.
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