Costa passa no teste: esquerda chumba moção de censura apresentada pelo CDS
A moção de censura do CDS ao Governo foi chumbada pelos partidos da esquerda e pelo deputado do PAN. Não houve abstenções. PSD e CDS-PP votaram favoravelmente.
A moção de censura ao Governo, apresentada pelo CDS-PP, foi esta terça-feira chumbada pelos partidos da esquerda, na Assembleia da República. Apesar dos avisos deixados pelo BE, PCP, Verdes, e PAN, o primeiro-ministro António Costa passou no teste do Parlamento.
Às 18h44 os partidos da esquerda e o deputado do PAN chumbaram a moção de censura ao Governo. Já o PSD votou favoravelmente à moção, concordando com o argumento dos centristas de que o Executivo merece uma censura política pela forma como reagiu aos incêndios. Feitas as contas, a moção foi rejeitada com 122 votos contra e 105 a favor.
No final do debate, foi Luís Montenegro, deputado do PSD e ex-líder da bancada parlamentar dos social-democratas, quem anunciou que o PSD votaria ao lado do CDS. “Um primeiro-ministro que chefia assim um Governo e que trata assim o seu povo com insensibilidade, sim, é um primeiro-ministro de um Governo que merece censura”, disse Montenegro.
João Almeida, pelo CDS, aproveitou para responder a quem acusa os populares de oportunismo político, devolvendo a crítica aos partidos da esquerda: “Os oportunistas deste debate são os que não estão nem de um lado nem do outro”, criticou, assegurando que “todos sabem” o que fariam PCP e BE caso o Governo em funções fosse de direita.
Esquerda pede medidas a Costa
Apesar de votar contra a moção de censura, e de criticar duramente os termos escolhidos pelos centristas — na apresentação da moção, Assunção Cristas, líder do CDS, convidou os partidos a comparar os motivos da atual censura com os motivos de moções de censura anteriores — os partidos da esquerda foram deixando avisos a António Costa.
“A meteorologia não pode justificar tudo”, disse Pedro Soares, deputado do Bloco de Esquerda. “Os erros mais difíceis de corrigir estão no campo da prevenção”, somaria o bloquista Jorge Costa. “É evidente que as opções e decisões do atual Governo têm de ser questionadas e criticadas”, reconheceu João Oliveira, líder da bancada parlamentar do PCP. E frisou: “Não é admissível que a dívida, o défice ou quaisquer outras imposições estranhas aos interesses dos trabalhadores e do povo condicionem a capacidade de resposta aos graves problemas da floresta e do mundo rural.”
“O país precisa de credibilidade”, disse Heloísa Apolónia, pelos Verdes, criticando a nomeação de Tiago Oliveira, que “esteve diretamente” ligada à indústria relacionada com a floresta. Tiago Martins Oliveira saiu da The Navigator para presidir à Estrutura de Missão para Fogos Rurais.
André Silva, deputado do PAN, criticou as medidas apresentadas pelo Governo de António Costa, frisando que nenhuma tem um caráter estrutural.
António Costa foi reconhecendo responsabilidades, evocando as medidas apresentadas no último Conselho de Ministros, prometeu que haverá verbas suficientes no Orçamento do Estado para 2018 para responder às necessidades e pediu, desde o início do debate, união para uma reforma “sem ruturas”.
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