Trabalhadores da Autoeuropa contestam segundo pré-acordo sobre novos horários
Aprovação do pré-acordo assinado pela administração a 20 de novembro no referendo previsto para quarta-feira não é certa. Trabalhadores contestam termos e mantém-se conflito laboral.
O pré-acordo sobre novos horários de trabalho da Autoeuropa foi contestado nos plenários da semana passada e não é certo que seja aprovado no referendo que está previsto quarta-feira, disseram, esta terça-feira, à agência Lusa fontes conhecedoras do processo.
Segundo as mesmas fontes, que pediram anonimato, muitos trabalhadores contestaram os termos do pré-acordo que foi assinado pela administração e por todos os elementos da Comissão de Trabalhadores, pelo que se mantém o conflito laboral”.
O pré-acordo assinado no passado dia 20 de novembro estabelece os termos do trabalho ao sábado e da laboração contínua (três turnos diários), que deverá ter início depois das férias de agosto de 2018, questões que estiveram na origem da primeira greve na empresa por razões laborais e que provocaram a demissão da anterior Comissão de Trabalhadores, após a rejeição de outro pré-acordo.
Sinal de que a situação na fábrica de automóveis de Autoeuropa está longe da pacificação que o pré-acordo as poderia fazer prever, o SITESUL, Sindicato dos Trabalhadores das Industrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul defendeu, esta terça-feira, em comunicado distribuído aos trabalhadores “a retribuição de todo o trabalho extraordinário em conformidade com os valores atualmente praticados”.
No documento, a que a agência Lusa teve acesso, o SITESUL defende também que “o futuro regime de horário de trabalho a implementar após as férias (de agosto de 2018) seja de adesão voluntária” e que a “laboração contínua” seja discutida à margem do processo negocial sobre os horários que deverão vigorar de fevereiro a agosto de 2018 (fase transitória até ao arranque da laboração contínua).
A Autoeuropa estima produzir mais de 200.000 veículos Volkswagen T-Roc em 2018, quase triplicando a produção de 2016, o que levou a empresa a contratar cerca de 2.000 novos trabalhadores e a decidir a abertura de um sexto dia de produção aos sábados.
A agência Lusa tentou ouvir uma fonte oficial da empresa e a Comissão de Trabalhadores mas não foi possível.
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