Facebook lança Messenger para crianças e gera discussão
Messenger Kids é a nova aplicação móvel do Facebook. Permite a comunicação entre crianças dos seis aos 12 anos com total controlo parental. As críticas a este produto têm-se multiplicado.
O Facebook acaba de transformar as conversas entre crianças, no mundo digital, com o seu novo Messenger Kids. Nesta aplicação móvel, os utilizadores (com idades entre os seis e os 12 anos) podem mandar mensagens e fazer chamadas de vídeo ou voz apenas com familiares e amigos previamente selecionados pelos pais.
“Os pais controlam totalmente a lista de contactos e as crianças não se podem conectar com contactos que não sejam aprovados previamente“, explica em comunicado a empresa de Zuckerberg. A aplicação, que deve ser, assim, instalada nos dispositivos dos pequenos utilizadores, é controlada através da conta de Facebook dos pais. Deste modo, o uso da app não é sinónimo da criação de um perfil próprio para a criança (até porque continua a ser proibido abrir uma conta antes dos 13 anos).
De acordo com a Wired, mais de 100 colaboradores estiveram envolvidos na criação desta reinvenção do tradicional Messenger. Nos 18 meses de construção, essa equipa consultou grupos de pais e especialistas no desenvolvimento infantil para que as preocupações expressas por esses responsáveis fossem, desde logo, tidas em conta.
Por outro lado, o Messenger Kids não mostrará anúncios publicitários, nem usará os dados das comunicações para fins comerciais. Ainda assim, informações como o conteúdo das mensagens, as fotografias enviadas, as funcionalidades preferidas pelos utilizadores e o perfil dos dispositivos usados serão armazenadas e partilhadas “dentro da família empresarial que constitui o Facebook” e com companhias externas que forneçam suporte e ajudem no desenvolvimento da infraestrutura técnica.
Quão cedo é demasiado cedo?
Poucas empresas de tecnologia tiveram a ousadia de criar produtos para crianças nesta faixa etária, escreve o The New York Times. A coragem do Facebook não tem sido, contudo, acolhida com o mais quente dos abraços: os críticos acusam a rede social de usar esta aplicação para atrair e viciar utilizadores com apenas seis anos de idade.
Além disso, há quem reclame da invasão sorrateira da tecnologia na vida familiar e questione “quão novo é demasiado novo” para se ser utilizador deste género de plataformas. Outros dos pontos em discussão é a partilha dos dados com as empresas detidas pelo Facebook ou que mantenham laços com esta multinacional. Os contornos difusos desta política têm deixado os especialistas de pé atrás, particularmente face à revelação, em maio deste ano, de um documento confidencial que mostrava que esta companhia norte-americana tinha oferecido aos anunciantes a possibilidade de assumirem como alvo das suas campanhas 6,4 milhões de jovens utilizadores (alguns apenas com 14 anos), em momentos de vulnerabilidade psicológica.
O Messenger Kids está, por agora, apenas disponível para iOS — isto é, para dispositivos da marca Apple. Nas próximas semanas, deverá chegar também à Google Play Store e Amazon App Store. A aplicação está disponível somente nos Estados Unidos.
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