#metoo: Time nomeia movimento contra assédio sexual como Personalidade do Ano
Na capa da próxima edição da revista surgem cinco mulheres que denunciaram casos em que foram vítimas de assédio sexual e fizeram com que milhares de outras pessoas partilhassem as suas histórias.
As pessoas que nos últimos meses denunciaram casos de assédio e abuso sexual, num movimento coletivo denominado “#MeToo”, surgido nos Estados Unidos, foram nomeadas “Personalidade do Ano”, pela revista norte-americana Time.
Na capa da próxima edição da revista surgem cinco mulheres, entre as quais a atriz Ashley Judd e a cantora Taylor Swift, que quebraram o silêncio, denunciaram casos em que foram vítimas de assédio sexual, e fizeram com que milhares de outras pessoas partilhassem histórias semelhantes.
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Nas redes sociais, e de uma forma geral na Internet, acabou por sobressair um movimento coletivo espontâneo de denúncia e partilha com a designação #MeToo (#EuTambém), mas, para o editor Edward Felsenthal, da revista Time, isso é só “parte do retrato” sobre assédio e abuso sexual.
“É a mudança social mais rápida a que assistimos em décadas“, disse Edward Felsenthal, quando hoje anunciou a escolha de “Personalidade do Ano”, deixando para trás figuras como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o Presidente da China, Xi Jinping, e o jogador norte-americano Colin Kaepernick.
"É a mudança social mais rápida a que assistimos em décadas.”
Um dos casos mais mediáticos envolveu o produtor norte-americano Harvey Weinstein, acusado de assédio e abuso sexual por mais de oitenta mulheres, entre as quais várias estrelas de Hollywood, como Gwyneth Paltrow, Ashley Judd e Angelina Jolie.
Depois destas denúncias, através de investigações pelo jornal The New York Times e a revista The New Yorker, e que levaram Harvey Weinstein a ser despedido da empresa que cofundou e à sua expulsão de várias associações e organizações, nomeadamente da Academia de Hollywood, outros casos foram surgindo.
Entre os acusados de assédio e abusos sexuais, mas também de má conduta sexual, estão atores como Kevin Spacey e Dustin Hoffman, o ex-presidente da Amazon Studios Roy Price, os realizadores Brett Ratner e James Toback, os jornalistas Charlie Rose, Glenn Thrush e Matt Lauer, o fotógrafo Terry Richardson e o comediante norte-americano Louis C.K..
No Reino Unido, o deputado Kelvin Hopkins, do Partido Trabalhista, foi suspenso por alegado assédio sexual, o ministro da Defesa, Michael Fallon, demitiu-se por comportamento impróprio com uma jornalista, e outros dois ministros foram acusados de assédio.
No início desta semana, a Ópera Metropolitana de Nova Iorque suspendeu toda a colaboração com o maestro James Levine, alvo de denúncias de agressões sexuais.
Roy Moore, o candidato republicano a senador pelo Estado do Alabama, nos EUA, foi denunciado por assédio sexual de menores, mas mantém a candidatura, com apoio público do presidente Donald Trump, embora o Partido Republicano já tenha pedido a sua renúncia às eleições de 12 de dezembro.
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