Hamas apela a uma nova Intifada
Os EUA reconhecem Jerusalém como a capital do Estado israelita. EUA são o único país do mundo a tomar essa decisão que representa uma rutura em relação a décadas de neutralidade.
O movimento islâmico Hamas apelou esta quinta-feira a uma nova revolta popular palestiniana contra a decisão do Presidente norte-americano, Donald Trump, que reconheceu Jerusalém como a capital de Israel.
“Só podemos enfrentar a política sionista – apoiada pelos Estados Unidos – lançando uma nova Intifada”, disse o líder do Hamas, Ismail Haniyeg, num discurso na Faixa de Gaza.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconheceu na quarta-feira Jerusalém como capital de Israel, tornando-se no único país do mundo a tomar essa decisão que representa uma rutura em relação a décadas de neutralidade da diplomacia norte-americana no âmbito do processo israelo-palestiniano.
Perante este apelo o exército israelita reforçou a presença de militares na Cisjordânia onde já se verificaram esta manhã alguns confrontos.
Já o Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, acusou esta quinta-feira o seu homólogo norte-americano, Donald Trump, de lançar o Médio Oriente para um “círculo de fogo” com a sua controversa decisão de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel. “Fazer isso é lançar a região para um círculo de fogo”, afirmou Erdogan, aos jornalistas, a partir do aeroporto de Ancara.
Fazer isso é lançar a região para um círculo de fogo.
“Trump, o que é que tu queres fazer? Os líderes políticos não estão lá para agitar as coisas, mas antes para as pacificar. Agora, com estas declarações, Trump cumpre as funções de uma batedeira”, disse Erdogan, aos jornalistas, no aeroporto da capital, perante uma multidão que exibia cartazes com mensagens como “Abaixo Israel” ou “Não te rendas, a nação apoia-te”.
“Os Estados não respeitam de todo as decisões da ONU. Até agora, além dos Estados Unidos e Israel, nenhum país violou a decisão da ONU de 1980”, afirmou o Presidente turco em referência à resolução das Nações Unidas que define Jerusalém como cidade ocupada e apela para que não sejam ali instaladas embaixadas até que o conflito seja resolvido.
O Presidente turco recordou a convocatória de uma cimeira extraordinária de líderes da Organização para a Cooperação Islâmica, a ter lugar na quarta-feira na cidade de Istambul, para abordar a questão, indicando que se planeiam também “atividades depois” dessa reunião. “Estou a chamar vários dirigentes, e não apenas de países islâmicos. Pedi para falar com o Papa [e] iremos conversar esta noite ou amanhã, porque [Jerusalém] também é um templo para os cristãos. Falarei com [o Presidente russo, Vladimir] Putin, com a Alemanha, Inglaterra, França, Espanha”, salientou Erdogan.
“Se Trump pensa que é forte e, por isso, tem a razão, engana-se. Os fortes não têm razão, os que têm razão é que são os fortes”, concluiu o Presidente turco antes de partir para uma visita oficial à Grécia, a primeira de um Chefe de Estado turco em 65 anos.
(Notícia atualizada com confrontos na Cisjordânia)
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