Francisco Lacerda: Plano de reestruturação dos CTT teve de ser “antecipado um ou dois trimestres”
"A digitalização ultrapassa-nos a todos", afirmou Francisco Lacerda, assumindo que o Governo é um dos agentes que tem reduzido o volume de correio enviado, substituindo-o pelo email.
Francisco Lacerda, presidente dos CTT, afirmou que foi uma queda mais acelerada do volume de correio enviado ao longo de 2017 que levou à antecipação da apresentação do plano de reestruturação da empresa, em um ou dois trimestres.
Entrevistado no ECO24, programa emitido pela TVI24, Lacerda explicou que “o ritmo da queda [do correio] não foi sempre o mesmo”, tendo-se acelerado nos primeiros nove meses desde ano, de 3,7% entre 2014 e 2016 para 6,1% nos primeiros três quartos de 2017.
“É este acelerar que leva a uma pressão maior sobre as receitas”, explicou Francisco Lacerda, e foi por isso que o plano de reestruturação dos CTT, apresentado terça-feira, teve de ser antecipado: “Foi obrigatório antecipá-lo um ou dois trimestres”, disse.
Questionado sobre um possível papel do Governo na redução do volume do correio, com a crescente digitalização da comunicação com os cidadãos e contribuintes, Francisco Lacerda acabou por concordar. “Todas as empresas” estão a diminuir o volume de cartas que enviam, afirmou, e “o Governo está a tomar medidas na mesma direção, o que é natural”. Disse esperar, porém, que a evolução fosse gradual. Cada queda de 1% no volume de correio “são cinco milhões a menos” para os CTT, afirmou.
A ideia, explicou Francisco Lacerda, é que haja uma reinvenção “de toda a área de operações”, para se voltar mais para o digital. As receitas podem diminuir do lado do correio postal devido à digitalização, mas esta abre novas oportunidades: “O comércio eletrónico está em grande crescimento”, afirmou. Embora Portugal esteja atrás de Espanha no volume, e Espanha atrás dos países do centro da Europa, “não quer dizer que não vá no mesmo caminho”.
Recorde-se que no debate quinzenal desta quarta-feira, o próprio primeiro-ministro que sublinhou que hoje são escritas menos cartas e mais e-mails, o que significa que a empresa terá de se reinventar.
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