Santana Lopes: “Nunca aceitarei uma solução do bloco central”
O candidato à presidência do PSD diz querer conquistar a "legitimidade, desta vez direta, e não por passagem de testemunho", para governar o país.
Pedro Santana Lopes vê em Rui Rio um adversário “muito exagerado” e “muito radical”. Mas vê também um candidato à liderança do PPD-PSD que assume uma “cumplicidade” e uma “posição equívoca” na relação com a esquerda. Essa, garante, é uma relação que nunca terá. “Nunca aceitarei uma relação do bloco central“, afirma, em entrevista ao Jornal de Notícias, publicada este domingo.
Na entrevista ao JN, o antigo primeiro-ministro e também ex-presidente da Câmara Municipal de Lisboa explica que se candidata para legitimar o seu percurso político. “Candidato-me porque quero ir buscar ao país, e ao partido primeiro, a legitimidade, desta vez direta, e não por passagem de testemunho como aconteceu em 2004, para fazer no país aquilo com que sonho há muito tempo”. Recorde-se que Santana Lopes foi nomeado primeiro-ministro em 2004, pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio, depois de Durão Barroso ter apresentado demissão para chefiar a Comissão Europeia.
"Candidato-me porque quero ir buscar ao país, e ao partido primeiro, a legitimidade, desta vez direta, e não por passagem de testemunho como aconteceu em 2004, para fazer no país aquilo com que sonho há muito tempo.”
Santana Lopes sublinha, ainda assim, que só se candidata à presidência do PSD porque Pedro Passos Coelho já abandonou este cargo. “Não entrava nesta corrida se Passos Coelho continuasse a ser presidente do partido, ao contrário de Rui Rio, que diz que mesmo que Passos Coelho fosse presidente do partido, candidatava-se. Logo aqui há uma diferença enorme”.
Sobre o projeto que tem para o partido, explica que quer um PSD “iminentemente popular, próximo das pessoas, de matriz social-democrata e preparador, nesta fase da vida de Portugal, de uma alternativa coerente e determinada ao governo da frente de esquerda”. E aproveita para lançar mais crítica ao seu opositor: “[Rui Rio] tem uma proximidade da esquerda, uma cumplicidade e uma posição equívoca que eu não tenho. Eu nunca aceitarei uma solução do bloco central“, frisa.
Quanto a Rio, diz ainda que é “muito exagerado, muito radical no que diz”, lembrando o momento em que o ex-presidente da Câmara do Porto considerou que o modelo de debates entre os dois candidatos, proposto por Santana Lopes, era um “circo ambulante”.
"[Rui Rio] tem uma proximidade da esquerda, uma cumplicidade e uma posição equívoca que eu não tenho. Eu nunca aceitarei uma solução do bloco central.”
Por outro lado, critica, Rui Rio não tem o perfil certo para liderar o PSD porque não gosta de exposição mediática. “O líder do PPD-PSD tem de ser alguém com capacidade de adaptação e de disputa, neste tempo que se vive do nosso sistema político. Marcelo Rebelo de Sousa, só por ele, toma conta do tempo de comunicação todo, sobra pouco. Mais António Costa. Se o PPD-PSD tem um líder mais fechado em gabinete e que não gosta dessas situações… Não vou dizer, como Rui Rio, que o partido corre o risco de desaparecer, mas não seria bom para o partido”.
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