Ações da Nos cedem 3% e pressionam abertura da bolsa

Operadora volta a cair em Lisboa depois de o CEO não ter deixado grandes novidades sobre o futuro da empresa. Bolsa cede pelo segundo dia. Lá fora, brilham as ações do grupo PSA Peugeot Citröen.

A bolsa nacional abriu em terreno negativo esta segunda-feira, com as ações da Nos sob pressão vendedora pela segunda sessão consecutiva desde que apresentou resultados. Na Europa, o sentimento também é negativo nos primeiros minutos de negociação. Destaca-se a PSA Peugeot Citröen, que apresenta algum entusiasmo na sequência do acordo para comprar a Opel por 2,2 mil milhões de euros.

O PSI-20, o principal índice português, abriu a cair 0,76% para 4.625,22 pontos, depois de ter caído mais de 1% na passada sexta-feira. Um dos principais pontos de pressão reside na Nos. As ações cedem 3,56% para 5,17 euros, depois de Miguel Almeida, CEO da operadora, não ter adiantado grandes novidades a propósito das perspetivas futuras para a empresa, algo que os analistas criticaram por trazer “pouca visibilidade” sobre a empresa.

“A Nos realizou a sua conferência de resultados e, no geral, ficamos algo desapontados, em particular com a falta de quantificação das perspetivas para 2017 e com a mensagem da administração da Nos de que não está confortável para estabelecer uma política de dividendo para vários anos, o que à luz do perfil de geração de caixa que prevemos para o grupo representaria um importante gatilho para as ações”, refere o Haitong. “Em cima disso, a falta de confirmação em relação à data da atualização do plano estratégico não não ajuda”, acrescentaram os analistas do Haitong.

Nos volta a cair com falta de visibilidade

Eram 13 as cotadas nacionais que seguiam no vermelho. Nota ainda para as super-cotadas nacionais: a Galp, Jerónimo Martins, EDP e EDP Renováveis apresentam-se em baixa entre os 0,4% e 0,8%.

As ações do BCP seguiam inalteradas à volta dos 16 cêntimos, no dia em que presta contas anuais ao mercado. Os analistas esperam prejuízos de aproximadamente 85 milhões de euros em 2016.

Lá por fora, com um arranque em tom negativo das principais praças europeias, o destaque do mercado vai para o negócio da PSA Peugeot Citröen-Opel. O grupo francês, liderado pelo português Carlos Tavares, vai comprar a unidade europeia da General Motors por 2,2 mil milhões de euros. As ações da PSA disparam 4,8% para 19,925 euros.

(Notícia atualizada 8h25 com mais informação)

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Função Pública vai ter limites nas progressões na carreira

  • ECO e Lusa
  • 6 Março 2017

As progressões automáticas poderão ter os dias contados - a reestruturação da Função Pública deverá trazer consigo limitações às promoções e progressões. Fesap quer uma audiência com o Governo.

O Governo está a planear pôr fim às progressões automáticas nas carreiras da Função Pública, segundo escreve esta segunda-feira o Público (acesso pago), através da implementação de critérios diferentes para o acesso às promoções. Um responsável do Governo disse ao jornal que será criada uma “nova lógica” de gestão de recursos humanos, com prémios e promoções e “não apenas uma lógica de progressões automáticas”. A FESAP já anunciou que vai pedir uma audiência com o Ministério das Finanças para clarificar este assunto.

A mudança no regime de progressões será motivada por uma maior contenção orçamental, já que as promoções geram maior despesa. Os atuais critérios, que existem desde a primeira legislatura de José Sócrates, estipulam que a progressão aconteça automaticamente após uma avaliação positiva, havendo uma segunda via que permite a progressão se o responsável pelo serviço assim entender, embora esta última esteja quotizada.

De acordo com o Público, a restruturação das carreiras da Função Pública servirá como contrapeso ao descongelamento das carreiras e integração dos trabalhadores com vínculos precários nos quadros, compromissos que o Governo já assumiu para 2018. Desde o início dos anos 1990 que as carreiras neste setor não são restruturadas profundamente, assinala o jornal.

No entanto, o responsável político que falou ao jornal acrescentou que a restruturação também tem por detrás uma vontade de melhor valorizar o setor, tornando-o atrativo mesmo em áreas onde atualmente não o é em relação ao privado, como no da informática.

Fesap quer reunir com Governo

A Federação dos Sindicatos da Administração Pública (Fesap) vai pedir uma audiência ao ministro das Finanças para clarificar as intenções do Governo quanto à reestruturação da função pública e aos limites às progressões na carreira. Em declarações à Lusa, José Abraão, da Fesap, afirmou que já hoje 75% dos trabalhadores da função pública mudam de 10 em 10 anos, sublinhando que “há trabalhadores que há 10, 15 ou 20 anos não têm promoção e muito menos qualquer progressão na carreira”.

“Vamos solicitar uma audiência ao ministro das Finanças com o objetivo de clarificar toda esta matéria, já que temos em cima da mesa a exigência de um processo negocial que não só tenha a ver com a negociação do descongelamento e das progressões nas carreiras profissionais, mas também uma revisão de carreiras e uma revisão da tabela remuneratória única, pois há trabalhadores que poderiam trabalhar 80 e 90 anos que não chegariam ao topo da sua carreira”, afirmou José Abraão.

O responsável disse ainda: “Tudo aquilo que exigimos é negociação, não podemos aceitar qualquer imposição e não queremos ler no que diz respeito ao descongelamento das progressões e das carreiras que se viesse a manter o congelamento das carreiras para além deste momento”.

“Para nós, o que é essencial é que o processo negocial se inicie e não se fique apenas e só por aquilo que tem que ver com o levantamento dos impactos dos descongelamento e das promoções porque qualquer limitação pode até frustrar, violar a confiança que os trabalhadores da administração pública depositaram no seu empregador”, acrescentou.

Notícia atualizada às 9:45 com a reação da Fesap.

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Peugeot compra Opel por 2,2 mil milhões

Grupo francês liderado por Carlos Tavares vai comprar a unidade europeia da General Motors por 2,2 mil milhões de euros, um negócio que vai dar lugar ao segundo maior fabricante europeu de automóveis.

O grupo PSA Peugeot Citröen, liderado pelo português Carlos Tavares, chegou a acordo para comprar a Opel num negócio avaliado em 2,2 mil milhões de euros, criando o segundo maior fabricante europeu automóvel.

O acordo visa a compra da unidade europeia da General Motors e deverá representar poupanças anuais na ordem dos 1,7 mil milhões de euros até 2026. Além disso, os responsáveis da marca francesa acreditam que a unidade da Opel, que tem somado prejuízos nos últimos anos, deverá apresentar uma margem operacional de 2% até 2020, subindo para os 6% até 2026.

De acordo com o comunicado divulgado esta manhã, além da Opel, estão incluídos no negócio a marca britânica Vauxhall e as unidades financeiras da General Motors. De resto, metade do negócio financeiro será adquirido pelo BNP Paribas por cerca de 450 milhões de euros.

“Estamos confiantes de que colocar a Opel/Vauxhall na rota dos lucros irá acelerar significativamente com o nosso apoio, referiu o CEO da PSA Carlos Tavares, em comunicado. “Tendo já criado produtos vencedores no mercado europeu, sabemos que a Opel/Vauxhall é o parceiro certo”, acrescentou.

A General Motors, que deteve a Opel por cerca de 90 anos, vende a unidade europeia depois de ter falhado o objetivo de breakeven em 2016, ano que contribuiu para o avolumar de prejuízos de nove mil milhões de dólares desde 2009. Já o grupo francês pretende cimentar as vendas com a aquisição da Opel, assim como ter acesso à engenharia alemã.

A aquisição deverá abrir um processo de redução de postos de trabalho e de produção na medida em que tanto a Peugeot Citröen como o Opel se posicionam no mesmo segmento de mercado, segundo a Bloomberg, embora a PSA tenha já garantido que manter os postos de trabalho até 2018.

Com esta aquisição, o grupo PSA Peugeot Citröen assume 16% de quota de mercado, tornando o grupo no segundo maior fabricante no Velho Continente, apenas atrás da Volkswagen e à frente da rival francesa Renault.

O acordo deixa em aberto a possibilidade de a General Motors comprar ações da PSA. Adicionalmente, os dois fabricantes automóveis deverão estabelecer parcerias em várias frentes, nomeadamente no desenvolvimento de sistemas de células de combustível, assim como no fornecimento da unidade australiana da Opel.

(Notícia atualizada às 7h54)

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5 coisas que tem de saber antes de abrirem os mercados

  • Marta Santos Silva
  • 6 Março 2017

No dia em que o BCP apresenta os resultados, também pode haver novidades no mundo do petróleo e dos fabricantes de automóveis, e o INE mostra um novo retrato das empresas em Portugal.

Entre os resultados do BCP, cuja expectativa promete influenciar o PSI-20, e o relatório da Agência Internacional de Energia que pode abanar os títulos do petróleo, não faltam novidades esta segunda-feira, incluindo a abertura da feira automóvel de Genebra que vai juntar os principais fabricantes europeus.

BCP divulga resultados de 2016

O BCP apresenta esta segunda-feira os seus resultados do ano passado. Na sexta os títulos do banco valorizaram mais de 1%, o que pode ser uma indicação de que os investidores estão confiantes de que vêm aí notícias positivas. A apresentação é às 17h00, mas a expectativa dos resultados deverá refletir-se na evolução das ações ao longo do dia.

Petróleo pode levar empurrão

A Agência Internacional de Energia (AIE) lança a edição de 2017 do Relatório do Mercado do Petróleo a Médio Prazo. Este relatório, que trará previsões para 2018, promete influenciar o preço do crude com a sua avaliação da evolução do cumprimento de metas da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).

Fabricantes automóveis europeus com novidades

É em Genebra que os fabricantes de automóveis europeus voltam a juntar-se a partir desta segunda-feira e até quarta, numa altura em que o setor enfrenta desafios e procura aproveitar as oportunidades que se lhe apresentam. As vendas de automóveis têm começado a abrandar após três anos de recuperação na Europa.

Pistas para a economia alemã nas encomendas à indústria

Tanto os EUA como a Alemanha divulgam hoje os dados das suas novas encomendas na indústria. O indicador, não sendo o de maior importância para perceber a evolução económica dos países, permite ter uma ideia clara da confiança na expansão da economia e no aumento da procura privada.

INE pinta o retrato das empresas portuguesas

O INE publica o seu relatório anual de empresas em Portugal, referente a 2015. O relatório “atualiza os principais indicadores estatísticos caracterizadores da estrutura e evolução do setor empresarial português”, para dar a conhecer como se tem desenvolvido o setor.

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“Se o Governo quer demitir o governador, assuma-o”

Luís Marques Mendes diz que o Governo está a fazer a "vida negra" ao governador do Banco de Portugal. Há uma grande pressão, defendendo que se o Governo quer demiti-lo, que o assuma.

Carlos Costa tem estado sob pressão. A atuação do governador do Banco de Portugal no caso BES tem merecido duras críticas, levando os partidos mais à esquerda a apontarem para “falhas graves”. E o próprio Governo tem feito a “vida negra” ao responsável pela supervisão bancária, diz Marques Mendes. “Se o Governo quer demitir o governador, que o faça. Mas assuma-o com frontalidade”, diz.

O governador e Governo estão a discutir as recomposição do Banco de Portugal. “Há um braço de ferro” entre António Costa e Carlos Costa, com o líder do Executivo a chumbar vários nomes propostos por Carlos Costa, diz Marques Mendes no espaço de comentário na SIC. Uma situação que não é agradável, diz o comentador.

“Se o Governo quer demitir o governador, que o faça. Mas assuma com frontalidade” que é isso que pretende fazer, diz. “Se acha que não pode, deixe o governador trabalhar. Não lhe faça a vida negra”, pede Marques Mendes. Assim, está a minar a independência do banco de Portugal. E isto na praça publica enfraquece instituições”, nota. Por isso, defende, “o Presidente devia fazer alguma mediação. Tentar por ordem na casa”.

Carlos Costa no Parlamento

A atuação do Banco de Portugal no BES, que esta semana voltou a ser colocada em causa com as reportagens da SIC que apontam para um conhecimento prévio da situação por parte da instituição liderada por Carlos Costa, veio colocar novamente o regulador na mira das críticas.

“Fica confirmado que Ricardo Salgado é uma espécie de génio do mal”, diz Marques Mendes. E o “Banco de Portugal sai maltratado”, refere, defendendo que o “governador devia pedir para ir ao Parlamento para esclarecer as dúvidas”. De resto, o PS admitiu chamar o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, a prestar novos esclarecimentos ao Parlamento por causa do caso BES.

Marques Mendes diz que “quem não deve não teme”, mas reconhece que o “Banco de Portugal agiu de forma tardia. Devia ter agido seis, sete ou nove meses antes”. Agora, “isto não chega para crucificar Carlos Costa. Agiu de forma tardia, mas agiu, Correu com ele [com Ricardo Salgado]. Houve coragem para o fazer”, disse.

Núncio? Duplo desastre

No seu comentário semanal, Marques Mendes também falou sobre a polémica das declarações para as offshores que não foram publicitadas, nem verificadas pela máquina fiscal. E apontou o dedo a Paulo Núncio, o secretário de Estado à data a que se referem essas falhas e que, de resto, já assumiu a responsabilidade política.

As explicações dadas por Núncio não são “nem credíveis nem convincentes. Parecia Mário Centeno a explicar as SMS com António Domingues“, disse o comentador, acrescentando que o “que beneficia o infrator e o secretismo”. E rematou: “Ninguém acredita que só ele é que sabia”. Mas “admitindo que fala verdade, se fez sozinho foi um duplo desastre: para ele e para o ministro ou ministra“.

No período em que foram feitas essas transferências para offshores os ministro das Finanças eram Vítor Gaspar e Maria Luís Albuquerque. “É fundamental ouvi-los”, diz Marques Mendes, que criticou as costas largas dos computadores depois de uma semana em que a culpa tem sido apontada ao sistema informático da Autoridade Tributária.

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Esquerda ataca Carlos Costa, direita defende

Carlos Costa está no centro da polémica. A esquerda quer afastá-lo de Governador do Banco de Portugal. A direita, que o reconduziu, quer mantê-lo. Mas o Governador é cada vez mais um homem só.

O Governador do Banco de Portugal está no epicentro político nacional. Depois de meses sossegado, a guerra está declarada ao Governador do Banco de Portugal sendo mesmo o alvo preferido dos políticos de esquerda. A direita, que o reconduziu no cargo — meses antes do governo de Costa, o primeiro-ministro, ter tomado posse — tenta segurar o Governador. Mas Costa está cada vez mais isolado.

A última semana foi, de resto, particularmente penosa para o homem responsável pela supervisão bancária nacional. Primeiro foi a lista de nomes apresentado por Carlos Costa para a administração do Banco de Portugal a não receberem o aval de António Costa. Depois as reportagens da SIC sobre a queda do BES.

Costa é “acusado” de ter tido conhecimento das fragilidades do banco liderado por Ricardo Salgado e de não ter agido atempadamente e ainda de ter omitido informação na comissão de inquérito. Em causa estarão três relatórios, um apresentado por Fernando Ulrich, presidente do BPI a alertar para a falência do GES, o outro do regulador do Dubai e um último de técnicos do banco central. Este último, apresentado nove meses antes do colapso do banco, defendia mesmo a saída de Ricardo Salgado, mas Costa alegou no Parlamento que não podia ter retirado a idoneidade ao ex-presidente do BES por estar impedido juridicamente.

Mas vejamos o que dizem os vários partidos.

BE. Catarina Martins aponta para “falha grave”

A líder bloquista esteve este fim de semana particularmente ativa a apontar baterias ao Governador do Banco de Portugal. Catarina Martins é taxativa “o Governador tem de sair” e invoca “várias falhas graves” por parte do regulador na supervisão da banca. Falhas graves é de resto o único motivo pelo qual um Governador do Banco Central pode ser exonerado do cargo para o qual foi reconduzido pelo Executivo de Passos Coelho.

PCP. Jerónimo de Sousa fala em falta de condições

O líder comunista, Jerónimo de Sousa diz que Carlos Costa “não tem condições” para exercer funções. Para Jerónimo de Sousa “a permanência de um Governador em funções com o rasto de decisões lesivas do interesse nacional é de inteira responsabilidade do então Governo de Passos e Portas”.

Jerónimo de Sousa referia-se assim à recondução de Costa à frente dos destinos do Banco de Portugal em 2015 pelo governo PSD/CDS. Costa foi nomeado a primeira vez para o BdP pelo governo de José Sócrates, em junho de 2010.

PS. Carlos César diz que BdP não agiu “atempadamente”

Carlos César, presidente do PS, também veio criticar Carlos Costa, mas foi mais brando do que os partidos à esquerda do PS. “Não há qualquer dúvida que houve falhas muito significativas de supervisão”, disse, referindo-se à atuação do regulador no caso BES. O supervisor não foi “suficientemente atento” nem agiu “atempadamente” sobre o sistema financeiro.

César diz que “o Banco de Portugal não agiu bem, atempadamente e de forma suficientemente atenta e proficiente nos casos que ocorreram e que tiveram tristes consequências no setor financeiro”. Questionado sobre a continuidade de Carlos Costa à frente do Banco de Portugal, o presidente do PS respondeu: “Estamos a refletir sobre essa matéria”.

Governo. António Costa e a “inamovibilidade”

As críticas do Governo liderado por António Costa não são novas. Mal entrou em funções, o Executivo, quer pela voz do primeiro-ministro, quer pela voz de outros intervenientes, sempre apontou baterias a Costa, o Carlos. Do Banif ao BES (dívida sénior, solução dos lesados) passando pelo Novo Banco, o Governo não poupou o Governador.

Este fim de semana e em plena erupção dos acontecimentos, António Costa veio dizer que o Governo tem trabalhado de “forma leal e construtiva” com Carlos Costa. E o estatuto do Governador do Banco de Portugal não foi esquecido: tem um “estatuto de inamovibilidade e sujeito à fiscalização própria do sistema de supervisão europeu”.

CDS-PP. Assunção Cristas destaca “gestão antiquada”

A líder do CDS-PP tentou afastar-se da polémica à volta da continuidade ou não de Carlos Costa à frente dos destinos do banco central português. Para Cristas, a organização e gestão interna do BdP deve ser melhorada na medida em que “é muito antiquada“. Cristas disse ainda que “respeita e reconhece” o estatuto de independência da instituição.

De resto, Assunção Cristas já anteriormente afirmou que o modelo de regulação tem “mostrado deficiências”. Recorde-se que Cristas chegou mesmo a propor uma revisão Constitucional que alterasse o modelo de nomeação do Governador do Banco de Portugal. Mas deixou o alerta: “não confundamos: dizer que o modelo tem que ser melhorado não é criticar pessoas”.

PSD. Passos Coelho destaca condições “para cumprir mandato”

O líder do PSD, responsável pela recondução de Costa à frente do BdP diz que não conhece qualquer fato que impeça o Governador de levar o seu mandato até ao fim. Passos lembrou o estatuto de independência do supervisor que “deve ser respeitado”. E Passos apontou também ele baterias mas…ao Governo. “Tenho assistido ao longo de mais de um ano a ataques políticos muito fortes que são dirigidos pessoalmente ao governador e não apenas ao Banco de Portugal”, referiu.

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Os melhores sítios para viver o American Dream

  • ECO
  • 5 Março 2017

Da lista do U. S. News and World Report, dos 100 locais nos Estados Unidos onde pode construir uma melhor vida a nível económico e viver o Sonho Americano, selecionámos o top 20.

O site do U.S. News and World Report elaborou uma lista com aquelas que são consideradas as melhores cidades nos Estados Unidos para trabalhar e viver. A contagem vai até à 100ª cidade, mas ficámo-nos pelo top 20, liderado por San Jose, na Califórnia.

 

 

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Captur renovado à imagem do Kadjar

A Renault vai renovar o seu pequeno crossover. O Captur vai ganhar novos argumentos, essencialmente estéticos, que o colocarão mais próximo do Kadjar.

O Captur tem sido um sucesso de vendas. É o líder de vendas dos crossovers do segmento B na Europa, posição que a Renault quer continuar a ocupar. Por isso, a marca francesa decidiu lançar uma versão renovada, com alterações estéticas que o aproximam da restante gama, especialmente o SUV Kadjar.

 

“O Captur vai reforçar o seu parentesco com o Kadjar”, diz a marca. Para isso, a grelha dianteira deste novo modelo passa a ser similar à dos outros crossovers da marca, integrando uma moldura cromada. “O para-choques integra, tanto na dianteira como na traseira, novos skis de proteção que afirmam o lado aventureiro do Captur”, nota.

Nesta atualização, a tempo de ser mostrada no Salão de Genebra, na Suíça, a Renault aproveitou para rever a assinatura luminosa do Captur que agora tem faróis dianteiros full LED. “Na parte inferior do para-choques, o Captur recebe os faróis diurnos de LED em forma de C, tal como os restantes modelos da Renault. Os faróis traseiros integram igualmente esta assinatura luminosa”.

Ainda no exterior, a marca francesa revela que o Captur mantém a pintura bi-tom, mas irá estrear novas cores de carroçaria e de teto, que permitirão mais de 30 combinações diferentes. Já no interior, há seis packs de personalização. E, estando no interior, poderá olhar para fora através de teto fixo em vidro.

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Deutsche Bank confirma aumento de capital de oito mil milhões

O Deutsche Bank acaba de confirmar que vai proceder a um aumento de capital no valor de 8 mil milhões de euros. O objetivo é melhorar os rácios do banco. Operação estará concluída em abril.

O Deutsche Bank acaba de confirmar um aumento de capital de oito mil milhões de euros, através da emissão de novas ações. O objetivo é aumentar os rácios do banco.

A operação foi aprovada este domingo, após uma reunião do conselho de administração da instituição, avança o banco em comunicado e deverá estar concluída até 6 de abril deste ano.

Segundo o Deutsche Bank a operação será organizada por um sindicato bancário onde se inclui o Crédit Suisse, Barclays, Goldman Sachs, BNP Paribas, Commerzbank, HSBC, Morgan Stanley e UniCredit e está sujeita à aprovação por parte do regulador. O prospeto do aumento de capital será publicado a 20 de março.

Mas esta não é a única medida levada a cabo pela administração do gigante alemão. O plano do banco alemão prevê a manutenção do PostBank e a integração das operações de banca de retalho e de private banking, a fusão dos negócios dos mercados globais, finanças corporativas e banca de transações num única divisão e a venda de ativos onde se inclui a alienação de uma posição minoritária na Deutsche Asset Management no prazo de 24 meses.

As medidas terão um custo de dois mil milhões de euros durante o período compreendido entre 2017 e 2021, sendo que a grande maioria desses custos (70%) será refletida nos primeiros dois anos.

Após a operação o banco deverá ter um rácio de capital common equity tier 1 de 14,1%.

Dividendo para atrair investidores

As dificuldades do banco alemão tem-se agudizado ao longo dos últimos tempos. O banco está há dois anos com os resultados no vermelho, tendo fechado o último trimestre de 2016 com um prejuízo de 1,9 mil milhões de euros, fruto dos custos com questões judiciais.

As dificuldades do banco alemão agudizaram-se após as autoridades norte-americanas terem pedido um pagamento de 14 mil milhões de dólares, em setembro passado. O montante exigido pelos norte-americanos tinha como finalidade colocar um ponto final no processo judicial relacionado com títulos hipotecários.

No auge das dificuldades o banco deu início a um processo de restruturação que entre outras coisas previa o encerramento de 200 agências na Alemanha e a redução de pelo menos nove mil postos de trabalho em todo o mundo.

Tudo somado levou o banco a cancelar o pagamento de dividendos.

Agora ao fazer o anúncio do aumento de capital e numa clara tentativa de captar investidores, o Deutsche Bank informa que irá propor um dividendo de 0,19 euros por ações, na assembleia geral de acionistas que terá lugar em maio.

(notícia atualizada às 17:39)

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Benfica ganha menos, mas tem lucro

A Benfica SAD fechou os primeiros seis meses com lucros de 2,6 milhões de euros. Resultado encolheu face ao exercício anterior, mas não contempla a alienação de jogadores.

A Benfica SAD registou lucros de 2,6 milhões de euros no primeiro semestre de 2016/2017, informa o clube em comunicado enviado este domingo à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Resultado encolheu no entanto quase 50% quando comparado com o período homólogo do exercício anterior, mas não incorpora a alienação de nenhum jogador, dado que as alienações de Gonçalo Guedes e Hélder Costa, que irão ter um impacto de 38,9 milhões nas contas do Benfica, ocorreram após 31 de dezembro de 2016.

A venda dos dois jogadores ascendeu a um montante global de 45 milhões de euros.

O clube da Luz realça que “o resultado deste período está principalmente alicerçado no crescimento da atividade operacional do grupo, excluindo as transações de direitos de atletas, com especial ênfase para a exploração dos direitos de televisão”.

Já o resultado operacional terá atingido os 11,641 milhões de euros, um decréscimo de 14,1% face ao período homólogo.

De destacar que sem direitos de atletas o resultado operacional supera os 18,1 milhões de euros. O Benfica adianta que este valor “representa o melhor desempenho de sempre em períodos homólogos” o que é justificado pelo crescimento de receitas operacionais e da entrada em vigor do novo contrato de exploração dos direitos de televisão com a Nos.

Por seu turno, o resultado operacional com direitos de atletas é negativo em 6,5 milhões de euros.

Os rendimentos operacionais consolidados, excluindo os direitos dos atletas ascenderam a 69,4 milhões de euros, um crescimento de 7% face ao período homólogo. Este é o valor mais alto de sempre num primeiro semestre, como o clube faz questão de destacar.

O ativo ultrapassa os 459,6 milhões de euros e o passivo diminui 20,5 milhões de euros para 434,958 milhões de euros. O capital próprio do Benfica ascendia a 24,7 milhões de euros a 31 de dezembro de 2016.

(Notícia atualizada às 16h09)

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Do banco para o banco dos réus. Os bons rapazes da banca nacional

Caíram uns atrás dos outros. A regulação apertou, a crise destapou buracos e, desde o início dos anos 2000, a lista de escândalos financeiros que sentaram banqueiros no banco dos réus só aumenta.

Terça-feira, 30 de abril de 2002. José Alberto Vasconcelos Tavares Moreira abandona a presidência do conselho de administração do Central Banco de Investimento (CBI). Em dezembro, pede a suspensão do mandato de deputado do PSD. Eram as primeiras consequências do processo de contraordenação movido pelo Banco de Portugal contra a instituição bancária que veio a falir. Em causa, a prestação de informações falsas ao regulador, a manipulação e a falsificação das contas do CBI para ocultar prejuízos de 25 milhões de euros, práticas que vieram a custar a Tavares Moreira uma multa de 180 mil euros e a inibição do exercício de funções no setor bancário durante sete anos. A sentença, conhecida a 31 de julho de 2008, seria uma das primeiras aplicadas a um banqueiro em Portugal e inaugurava uma lista, já longa, que continua a aumentar.

A Tavares Moreira, seguiu-se Jardim Gonçalves. A Jardim Gonçalves, seguiram-se Oliveira e Costa e João Rendeiro. As peças do dominó caíram umas atrás das outras e já chegaram a Tomás Correia, antigo presidente da Caixa Económica Montepio Geral, o mais recente banqueiro a ser constituído arguido. O que se passa na banca portuguesa? É culpa dos banqueiros, que dantes eram idóneos e agora não? É culpa da regulação, que está mais apertada? É culpa da crise, que levantou o véu a muitos destes casos?

O que quer que seja, não é exclusivo da banca portuguesa. Veja-se o caso da Islândia, que tem, numa só prisão, mais de 20 banqueiros considerados responsáveis pela crise financeira de 2008. Ou o do antigo diretor geral do Deutsche Bank no Reino Unido, condenado a quatro anos e meio de prisão por abuso de informação privilegiada. Mas não há como ignorar que, desde o início dos anos 2000, há uma inundação de processos contra banqueiros como nunca antes houve.

Entre as acusações, primeiro dos supervisores, depois do Ministério Público, e as condenações, vão muitos passos. E muitos dos casos ainda em investigação não chegaram a julgamento.

Zangam-se os compadres, descobrem-se as fraudes

Foi em junho de 2011 que teve início a investigação à maior rede de branqueamento de capitais descoberta em Portugal. A operação Monte Branco, que começou como uma investigação a transferências de dinheiro entre gestores de fortunas suíços e os seus clientes portugueses, é a que envolve o maior número de banqueiros, empresários e políticos, cruzando-se com outras investigações. Mas há vida antes e para lá do Monte Branco. Há casos que valem por si — olá, BPN e BPP –, há casos tão complexos que têm estatuto de Universo (Espírito Santo), há amizades que viram caso.

Um por um, relembremos os mais marcantes.

Jardim Gonçalves

Jorge Jardim Gonçalves, fundador e antigo presidente do BCP.Inácio Rosa / Lusa

A grande crise do BCP foi a primeira a expor verdadeiramente a opacidade da banca nacional. 2007 é o ano de referência desta crise, mas é preciso recuar ao ano anterior para a compreender. Mais precisamente, a 13 de março de 2006, quando o BCP lança uma OPA ao BPI. A OPA falhou: menos de 4% dos acionistas do BPI aceitaram vender as ações na operação. Chegados a 2007, em maio, Jorge Jardim Gonçalves, o fundador e presidente do BCP durante 25 anos, apresenta uma proposta de alteração de estatutos. O objetivo: reforçar os mecanismos de blindagem do BCP e os poderes e competências do Conselho de Supervisão e do Conselho Superior (presididos por Jardim Gonçalves), que passariam a ser responsáveis pela escolha do presidente do conselho de administração executivo. O resultado: zangaram-se os compadres.

Joe Berardo e João Rendeiro, acionistas do BCP, contestaram esta proposta, que acabou por ser retirada na Assembleia Geral desse ano. Começa aqui a guerra de acionistas do BCP. De um lado, os que apoiavam o histórico Jardim Gonçalves. Do outro, os apoiantes do então presidente do banco, Paulo Teixeira Pinto, que acabou por ser afastado — com uma indemnização de 10 milhões de euros e o compromisso de receber uma pensão vitalícia de 500 mil euros por ano.

É nessa altura que Joe Berardo vem acusar Jardim Gonçalves de ter comprado ações próprias do BCP para inflacionar a cotação das mesmas. Só depois destas acusações é que veio a descobrir-se que o BCP tinha ocultado a existência de 17 offshores, que compravam ações próprias do banco e permitiam, assim, contornar a regra de não se poder ultrapassar o limite de 10% de ações próprias. E só depois destas acusações é que o Banco de Portugal entra em cena, para descobrir que as contas do BCP eram mascaradas, pelo menos, desde 2000. O buraco era de 600 milhões de euros. Jardim Gonçalves e outros três ex-administradores do BCP foram acusados de manipulação de mercado e falsificação de documentos.

Oliveira e Costa

José Oliveira e Costa deixou a presidência do BPN em 2008.Mário Cruz / Lusa

Da saída de José Oliveira e Costa do BPN à nacionalização do banco foi um sopro. O antigo banqueiro abandonou a presidência do grupo SLN/BPN em fevereiro de 2008, invocando problemas de saúde, numa altura em que a sua liderança era colocada em causa por alguns dos acionistas. Mais uma vez, foram os desentendimentos entre acionistas que aceleraram a queda em desgraça de um banqueiro.

Dias depois da renúncia, Oliveira e Costa vê-se envolvido na Operação Furacão, o processo que se arrasta desde 2005 e que investiga crimes financeiros. Em outubro desse ano, Miguel Cadilhe, antigo ministro das Finanças que entretanto tinha assumido a presidência da SLN, denunciou crimes financeiros que envolviam três quadros superiores. No centro das “irregularidades”, estava a identidade do proprietário do Banco Insular de Cabo Verde, que, veio a saber-se depois, era detido pelo BPN. O banco ocultou este facto através de uma offshore, detida, por sua vez, por outras duas offshore.

E chegamos a novembro de 2008, quando o governo de José Sócrates anuncia que vai propor a nacionalização do BPN, depois de ter descoberto um buraco de 700 milhões de euros. A nacionalização foi aprovada a 5 de novembro de 2008; era a primeira desde março de 1975. No dia 20, Oliveira e Costa é constituído arguido e detido por suspeitas de burla, branqueamento de capitais e fraude fiscal.

João Rendeiro

João Rendeiro está envolvido em vários processos do BPP.Mário Cruz / Lusa

Ainda o país não estava refeito da nacionalização do BPN e o então ministro das Finanças Fernando Teixeira dos Santos já anunciava uma injeção de capitais públicos no BPP. A saga começa a 20 de novembro de 2008, quando João Rendeiro, o fundador, maior acionista e presidente do BPP, pede uma garantia de Estado para um empréstimo de 750 milhões de euros que ia contrair junto do Citigroup. O Banco de Portugal dá parecer negativo ao pedido. Uma semana depois, João Rendeiro renuncia ao cargo de presidente.

A 1 de dezembro, o BPP recebe o financiamento de que precisava: não são 750, mas sim 450 milhões, valor emprestado por seis outros bancos portugueses e suportado por uma garantia estatal. Teixeira dos Santos assegurava que não era preciso uma nacionalização porque o problema não chegava à dimensão do BPN. Pode até ser verdade, mas, pelo menos nos tribunais, o BPP atingiu uma dimensão igual ou superior à do BPN.

Após o colapso do BPP, João Rendeiro acabou por se ver envolvido em três processos diferentes. A primeira acusação está relacionada com o caso da Privado Financeira. Aqui, é acusado, juntamente com os ex-administradores Paulo Guichard e Salvador Fezas Vital, de burla qualificada, por ter atraído investidores para um aumento de capital da holding Privado Financeiras, quando essa empresa já estaria falida na altura da operação. O segundo caso em que Rendeiro se vê envolvido é o processo principal do BPP, no qual é acusado de ter falsificado a contabilidade do banco para esconder prejuízos. Por fim, no ano passado, Rendeiro foi acusado de evasão fiscal no valor de 16,4 milhões de euros, relativos ao pagamento de salários e prémios de gestão que nunca foram declarados. Estes pagamentos foram feitos através de sociedades offshore sediadas nas ilhas Caimão.

Jorge Tomé

Jorge Tomé é arguido num processo relacionado com a privatização da REN.João Relvas / Lusa

O nome de Jorge Tomé tem passado despercebido no meio das grandes investigações à banca nacional, mas o antigo presidente do já extinto Banif também tem a sua quota-parte nesta história. Em 2011, soube-se que tinha sido constituído arguido numa investigação à fusão da Compal com a Sumolis. Essa operação, concluída em 2008, foi conduzida pela Caixa Banco de Investimento (Caixa BI). Na altura presidente da Caixa BI, Jorge Tomé foi um de vários administradores do universo CGD que foram constituídos arguidos, por suspeitas de burla tributária e abuso de confiança fiscal.

Em 2013, novo processo: o Monte Branco. Mas só em fevereiro de 2016, numa reportagem da Sábado, é que veio a saber-se que, três anos antes, Jorge Tomé tinha sido constituído arguido nesse processo, novamente pela sua atuação enquanto presidente da Caixa BI. Desta vez, estava em causa o papel de Tomé como assessor do Estado no processo de privatização da REN.

Jorge Tomé foi presidente do Banif até ao último dia, até à venda do banco ao Santander, quando o Estado já era o maior acionista.

António Guerreiro

A 18 de março de 2014, em entrevista ao Jornal de Negócios, António Guerreiro, então presidente do Finantia, dava a crise financeira por encerrada e dizia estar à procura de oportunidades de crescimento. Só que a crise perseguiu o Finantia e, em novembro de 2014, o Banco de Portugal acusava os administradores do banco de terem prestado informações falsas ao regulador e de ocultarem aplicações numa offshore, entre setembro de 2007 e final de 2008, com o propósito de mascarar as contas do Finantia, que, nesse período, terá entrado em rutura de liquidez.

O Banco de Portugal condenou António Guerreiro e outros quatro gestores do Finantia a pagarem, no conjunto, multas de 2,4 milhões de euros. Os acusados contestaram as multas em tribunal mas, no ano passado, o Tribunal da Relação de Lisboa acabou por confirmar as condenações do Banco de Portugal.

Ricardo Salgado

Ricardo Salgado caiu em 2014 e, desde então, já esteve em prisão domiciliária.

Quando caiu, era o ancião da banca nacional. Ricardo Salgado era, em 2014, ano do colapso do universo Espírito Santo, o banqueiro português há mais tempo no ativo. A 24 de julho desse ano, foi detido no âmbito da operação Monte Branco, para ser ouvido pelo juiz Carlos Alexandre. Na origem das suspeitas de burla, abuso de confiança, falsificação e branqueamento de capitais, estavam as transferências que Salgado recebeu numa offshore pessoal, incluindo aquilo que descreveu como um “presente” de 14 milhões de euros da parte do construtor José Guilherme.

As investigações tinham acelerado depois de o seu primo José Maria Ricciardi ter entregado ao Banco de Portugal documentos que comprovavam que o valor da dívida que constava das contas oficiais da Espírito Santo International era bastante inferior à que os clientes do BES detêm em papel comercial. As guerras internas levavam à queda de mais um banqueiro; desta vez, o maior deles todos.

Hoje, e depois de já ter estado em prisão domiciliária, está envolvido em três grandes processos de investigação a crimes financeiros: o Monte Branco, o Universo Espírito Santo e, mais recentemente, a Operação Marquês, caso em que o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) está a investigar a origem do dinheiro em contas de Carlos Santos Silva, o amigo de José Sócrates.

Tomás Correia

Tomás Correia é o atual presidente da Associação Mutualista Montepio Geral.Mário Cruz / Lusa

Tomás Correia foi o último a levantar suspeitas da Justiça. Primeiro, o Expresso avançou que o antigo banqueiro, presidente da Caixa Económica Montepio Geral entre 2008 e 2015, é suspeito de ter recebido 1,5 milhões de euros do construtor José Guilherme, estando por isso envolvido num inquérito-crime sobre burla qualificada, abuso de confiança, branqueamento de capitais, fraude fiscal e eventualmente corrupção.

Tomás Correia, recorde-se, já não é presidente do Montepio, esse é José Félix Morgado, e passou para a presidência da Associação Mutualista, a única acionista do banco.

Depois, o Público noticiou que Tomás Correia foi constituído arguido no final de janeiro deste ano, juntamente com mais 14 pessoas. Os arguidos são suspeitos de insolvência dolosa, burla qualificada, emissão de cheques sem provisão, acordos estabelecidos com intuito de não serem cumpridos e venda de terrenos sem que estes tenham sido pagos ao proprietário inicial. Em causa, estará a venda de um terreno de 30 hectares, próximo de Coimbra. A aquisição dos terrenos, em 2010, decorre na mesma altura em que o Montepio lançava uma OPA sobre o Finibanco, numa operação de 341 milhões de euros, 100 milhões acima das avaliações efetuadas.

Onde a supervisão não chegou, chegou a crise

O início desta chuva de processos e investigações à banca está intimamente ligado com o aperto das regras de supervisão. Imediatamente antes de começarem a descobrir-se as fraudes, é implementado na União Europeia, entre 2006 e 2007, o acordo de Basileia II, que, entre outros aspetos, altera as regras de cálculo dos requisitos de fundos próprios, tornando mais exigentes os requisitos mínimos de fundos próprios. Por outro lado, as autoridades de supervisão, incluindo o Banco de Portugal e o Banco Central Europeu, ganhavam novas responsabilidades, passando a avaliar diretamente os mecanismos de controlo de capital dos bancos e podendo impor medidas corretivas quando considerassem que os fundos próprios não eram suficientes.

Se a chegada do Basileia II não chegou para assustar os bancos, a nacionalização do BPN tratou disso. No mesmo dia em que Teixeira dos Santos anunciou que o banco ia ser nacionalizado, Vítor Constâncio, então governador do Banco de Portugal, informa que o regulador vai passar a exigir aos bancos um rácio de capital de 8% a partir de setembro de 2009, quando, até ali, a banca só tinha de cumprir um rácio de 4%.

Foi para responder a este aperto da supervisão que, por exemplo, o BPP decidiu avançar com o aumento de capital de 100 milhões de euros — o tal aumento de capital numa empresa que já estava falida –, de forma a conseguir cumprir os rácios de solvabilidade que passaram a ser exigidos pelo Banco de Portugal. Ou que os administradores do Finantia decidiram parquear, fora da contabilidade oficial, investimentos financeiros de alto risco, no período mais quente da crise financeira, de forma a ocultar a rutura de liquidez que veio depois a descobrir-se.

Houve, como sabemos hoje, casos em que não foi o aperto da supervisão que destapou os buracos nas contas, mas sim a crise. Só o fantasma da crise, ainda tão presente nos dias da “saída limpa” da troika, em maio 2014, poderia ter levado Governo, bancos e amigos — todos, no fundo — a recusarem a Ricardo Salgado o empréstimo de que o Dono Disto Tudo precisava para manter o império GES de pé. Meses depois, em julho, Ricardo Salgado abandona definitivamente o BES, sendo substituído por Vítor Bento, que assume a liderança do banco a 14 de julho de 2014.

Os reguladores já estavam a perseguir Salgado há um ano, tentando afastá-lo por questões de idoneidade. Mas ninguém — nem Banco de Portugal, nem CMVM, nem Governo, nem Presidente da República — alguma vez suspeitou do que realmente se passava no banco, muito menos que o banco servia para financiar o grupo. Aliás, transmitiam todos, o BES era sólido e estava protegido das falências das empresas do GES.

A 30 de julho de 2014, quarta-feira, o BES divulga prejuízos históricos, de 3,6 mil milhões de euros, quase o dobro do que se esperava. No domingo, o Banco de Portugal anuncia que o BES vai ser “resolvido” (no caso, dividido em banco mau e banco bom) e nascia aí o Novo Banco.

Onde estão os bons rapazes?

É um cenário agridoce. Se, por um lado, há dezenas de investigações e processos-crime que envolvem banqueiros, por outro, há poucas sentenças — e as que há não resolveram grande coisa. Mais uma vez, revistemos uma por uma as conclusões que já se conhecem:

  • Em 2008, o Tribunal de Pequena Instância de Lisboa confirmou a condenação imposta pelo Banco de Portugal a Tavares Moreira. O antigo presidente do Central Banco de Investimento ficou inibido de exercer funções de gestão no setor financeiro durante sete anos e foi obrigado a pagar uma multa de 180 mil euros. No ano seguinte, o Tribunal da Relação anula esta decisão e manda repetir o julgamento, por considerar que o primeiro tribunal não recolheu prova necessária em sede de audiência de julgamento. O processo acabou por prescrever. Publicou a sua defesa, em livro, em 2009, com o título “Processo Indecente: Os bastidores e até agora desconhecidos do caso CBI”.
Jardim Gonçalves na apresentação do seu livro de memórias.Miguel A. Lopes/ Lusa
  • Jardim Gonçalves foi condenado pela primeira vez em 2013. O Tribunal de Pequena Instância Criminal deu como provadas as acusações da CMVM, de manipulação de mercado e falsificação de documentos, e condenou o fundador do BCP a uma multa de um milhão de euros. Jardim Gonçalves recorreu, recorreu, recorreu e este processo acabou por prescrever, acabando por anular este multa. Em 2014, conheceu nova sentença: uma multa de 600 mil euros e dois anos de prisão com pena suspensa. Foi ainda proibido de exercer cargos de administração em instituições financeiras durante quatro anos. Jardim Gonçalves voltou a recorrer. Em 2015, o Tribunal da Relação de Lisboa confirmou estas condenações, rejeitando o recurso do antigo banqueiro — mas também o do Ministério Público, que queria uma pena mais grave. Jardim Gonçalves recorreu então ao Tribunal Constitucional, alegando inconstitucionalidades no Código de Valores Mobiliários. O Constitucional também rejeitou este recurso. Entretanto, estes processos também se aproximam da prescrição. Passaram-se quatro anos desde que a primeira sentença foi conhecida e Jardim Gonçalves ainda não pagou qualquer multa, além de receber uma reforma de 175 mil euros por mês, paga pelo BCP. Pelo meio, em 2014, lançou o livro de memórias “Jorge Jardim Gonçalves – O poder do silêncio” escrito pelo jornalista Luís Osório, onde conta episódios do processo BCP, da sua relação com a Opus Dei e do conflito com personalidades como António Champalimaud ou Vítor Constâncio.
  • Oliveira e Costa é, até ver, o banqueiro na posição mais desconfortável desta lista. Chegou a estar preso durante oito meses. O Banco de Portugal aplicou-lhe uma multa de 1.250 milhões de euros, mas o ex-presidente do BPN alegou falência. Os investigadores procuraram, mas não há vestígios de bens em nome de Oliveira e Costa. O Estado ficou apenas com uma casa em nome da sua ex-mulher, que só pode vender após a morte desta. Entretanto, as alegações finais do processo BPN decorreram em meados do ano passado e o Ministério Público pediu que Oliveira e Costa fosse condenado a uma pena de prisão entre os 13 e os 16 anos. Uma sentença que, considerando os 81 anos do antigo banqueiro, a defesa caracterizou como “prisão perpétua”.

Não digo que não cometi erros, o que digo é que continuo vivo e a exercitar os meus dons, uns bons e outros maus, mas tento que apareçam mais os bons, de maneira a sentir-me vivo, útil e feliz.

João Rendeiro

Em entrevista ao Sapo 24

  • É difícil traçar o rasto das multas que já foram aplicadas a João Rendeiro, das que já prescreveram e das que continuam em recurso. No ano passado, as várias multas ultrapassavam, no conjunto, 4 milhões de euros. Em 2015, o Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa determinou o arresto de bens de Rendeiro, para garantir o pagamento de indemnizações aos lesados do BPP. Tem havido muitas decisões, mas também muitos avanços e recuos. O último foi já no final do ano passado, quando o Tribunal da Relação de Lisboa anulou um acórdão que determinava a absolvição do crime de burla qualificada. Rendeiro vai, assim, ser novamente julgado por este crime. No meio de processos, João Rendeiro vive entre Lisboa, Nova Iorque, Londres e Bruxelas, faz consultoria internacional e continua a ser sócio do restaurante de luxo Eleven, em Lisboa.
  • O Banco de Portugal condenou, em 2014, António Guerreiro e outros gestores do Finantia a pagarem multas que, no conjunto, ascendiam a 3,1 milhões de euros. Os gestores impugnaram a decisão. O Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão de Santarém confirmou a condenação, mas reduziu a multa para 2,62 milhões. Os gestores voltaram a recorrer, desta vez ao Tribunal da Relação. Este último voltou a confirmar a condenação no ano passado, mas a multa já vai em 2,4 milhões.

Isto não é um processo, é uma farsa. Iremos, naturalmente, recorrer para os tribunais.

Francisco Proença de Carvalho

Advogado de Ricardo Salgado

  • Ricardo Salgado tem os bens arrestados e chegou a estar em prisão domiciliária durante cinco meses. Pagou uma caução de 1,5 milhões de euros para ficar em liberdade. Em junho do ano passado, foi conhecida a primeira sentença, passada pelo Banco de Portugal: uma multa de quatro milhões de euros e a inibição de exercer qualquer cargo ou atividade no setor financeiro durante dez anos. A defesa, “naturalmente”, recorreu daquilo que “não é um processo, é uma farsa”. Entretanto, para além dos cinco processos sancionatórios que o Banco de Portugal abriu contra a comissão executiva do antigo BES, Ricardo Salgado está envolvido em três processos: o Monte Branco, o Universo Espírito Santo e a Operação Marquês. No âmbito desta última, está proibido de sair do país sem autorização, além de não poder contactar com os restantes arguidos da operação e com algumas pessoas com ligações ao GES.

E como nos deixaram?

Há outra conta que custa fazer: a fatura deixada pelos deslizes na gestão dos bancos. No mais recente parecer sobre a Conta Geral do Estado, o Tribunal de Contas revela que, entre 2008 e 2015, e em termos brutos, as despesas públicas com o setor financeiro ultrapassaram os 20,3 mil milhões de euros, o equivalente a 11% do PIB de 2015. Por outro lado, e uma vez que o Estado também pode receber retornos por via, por exemplo, de juros ou ganhos obtidos com as garantias cedidas aos bancos, a ajuda pública à banca gerou receitas de cerca de seis mil milhões de euros.

Feitas as contas, os contribuintes desembolsaram, em oito anos, 14,3 mil milhões de euros para ajudar a resgatar os bancos. Portanto, a tese de Fernando Ulrich de que os contribuintes não pagaram para salvar bancos fica por demonstrar. Os acionistas perderam muito, sim, mas perderam o que era deles, os contribuintes salvaram muito, o que não era deles.

Do bolo total, destaca-se, claramente, o BPN: o banco de Oliveira e Costa custou até agora mais de três mil milhões de euros aos contribuintes. O Banif não fica muito atrás, com uma conta de 2.255 milhões, aos quais se soma uma garantia pública.

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Brexit. Reino Unido “vai contra-atacar” se não chegar a bom acordo com a UE

  • Lusa
  • 5 Março 2017

O ministro das Finanças britânico, Philip Hammond diz que o Reino Unido "vai contra-atacar" se não alcançar o acordo que pretende para a saída da UE.

O ministro das Finanças britânico, Philip Hammond, disse hoje que o Reino Unido “vai contra-atacar” e “fará o que tiver de fazer” se não alcançar o acordo que pretende para a saída da União Europeia (‘Brexit’).

“Se alguém na União Europeia pensar que o Reino Unido se vai comportar como um animal ferido se não chegar a acordo com a União Europeia, isso não vai acontecer. Os britânicos têm um grande espírito de luta e vão contra-atacar. Vamos fazer novos acordos comerciais em todo o mundo e definiremos o nosso negócio a nível mundial”, disse Philip Hammond, numa entrevista à BBC.

"Se alguém na União Europeia pensar que o Reino Unido se vai comportar como um animal ferido se não chegar a acordo com a União Europeia, isso não vai acontecer. Os britânicos têm um grande espírito de luta e vão contra-atacar. Vamos fazer novos acordos comerciais em todo o mundo e definiremos o nosso negócio a nível mundial”

Philip Hammond

Ministro das Finanças britânico

O ministro sublinhou que “irá reforçar e fazer o que tiver de fazer para garantir que a economia britânica seja competitiva e que o país tenha um futuro grande e de sucesso“.

Philip Hammond não adiantou se uma das “armas de contra-ataque” poderá ser a redução ao máximo dos impostos, de forma a atrair empresas, em grande concorrência com a União Europeia, algo que o Governo tinha insinuado no passado.

“Não vou especular sobre a resposta do Reino Unido a um resultado que não espero”, disse à BBC, referindo-se a uma eventual falta de acordo com Bruxelas.

Hammond lembrou, no entanto, que se trata de uma “negociação” e que “há que tomar posições”.

“Esperamos conseguir um amplo acordo de livre comércio com os nossos parceiros europeus, mas todos devem saber que a alternativa não vai ser empurrar o Reino Unido para um canto”, disse.

"Esperamos conseguir um amplo acordo de livre comércio com os nossos parceiros europeus, mas todos devem saber que a alternativa não vai ser empurrar o Reino Unido para um canto”

Philip Hammond

Ministro das Finanças britânico

O Reino Unido tem endurecido a sua posição face ao início das negociações com Bruxelas, prevendo a primeira-ministra, Theresa May, que este mês comece a concretização do Artigo 50.º do Tratado de Lisboa, que ativa a saída da União Europeia.

O ministro do ‘Brexit’, David Davis, já alertou na terça-feira os seus colegas no Governo para que devem estar preparados para “o cenário improvável” de que “um acordo mutuamente satisfatório possa não ser alcançado” com a União Europeia.

Na quarta-feira, Hammond vai apresentar o seu primeiro orçamento para o ‘Brexit’.

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