Feedzai entre as startups tecnológicas que mais crescem

A 'fintech' Feedzai, com sede em Coimbra, integra pelo segundo ano consecutivo a lista "Tech Tour Growth 50", um índice que integra algumas das startups tecnológicas de maior crescimento.

É o segundo ano consecutivo em que a Feedzai integra o índice.DR

A startup portuguesa Feedzai, que aplica tecnologias de inteligência artificial na deteção de fraudes financeiras, integra pelo segundo ano consecutivo o ranking “Tech Tour Growth 50”. O índice inclui apenas marcas tecnológicas de rápido crescimento e “segue critérios rigorosos no processo de seleção das 50 empresas” escolhidas anualmente, indica a Feedzai.

“Sermos selecionados para a lista significa que estamos prontos para ser globais. Ao contarmos com clientes importantes em todos os continentes, provamos que a grande tecnologia pode transcender fronteiras geográficas”, diz Nuno Sebastião, o presidente executivo desta empresa com sede em Coimbra, em comunicado.

As empresas como a Feedzai estão a estimular a necessidade mundial por tecnologia de inteligência artificial acessível, garantindo que a inovação europeia continua a ser competitiva.

William Stevens

Presidente executivo da Tech Tour

O comité do “Tech Tour Growth 50” identifica todos os anos mais de 300 empresas de rápido crescimento. Depois, avalia-as com base em critérios de “crescimento das receitas, potencial de inovação e qualidade da equipa de gestão”, sublinha o comunicado. Na edição anterior, a Feedzai foi a única empresa portuguesa a integrar a lista elaborada pela Tech Tour.

“Estamos muito satisfeitos em contar com a Feedzai, pelo segundo ano consecutivo, no ‘Tech Tour Growth 50’. As empresas como a Feedzai estão a estimular a necessidade mundial por tecnologia de inteligência artificial acessível, garantindo que a inovação europeia continua a ser competitiva”, frisa William Stevens, líder da Tech Tour. Na edição deste ano estão ainda empresas como a WeTransfer, a Babbel e a Improbable.

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Ferraz da Costa: Caixa “vai pagar indemnizações principescas”

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 15 Fevereiro 2017

"Não há ninguém que diga que isto afeta o princípio da igualdade ou da proporcionalidade? Onde é que está o Tribunal Constitucional?", questiona o presidente do Fórum para a Competitividade.

O presidente do Fórum para a Competitividade diz que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai pagar “indemnizações principescas” aos trabalhadores que venham a abandonar o banco, depois de ter aumentado os salários em “quase 70% entre 2004 e 2010”.

“Devem ter aquelas vantagens todas do sistema bancário em termos das reformas e das reformas antecipadas que agora é pago por nós todos através da Segurança Social, porque entretanto o sistema foi metido na Segurança Social”, afirmou Pedro Ferraz da Costa em entrevista ao Jornal de Negócios. E questionou: “Não há ninguém que diga que isto afeta o princípio da igualdade ou da proporcionalidade? Onde é que está o Tribunal Constitucional?”

Ferraz da Costa salienta ainda que não acredita “no Estado a tomar conta das coisas” e por isso entende que “é melhor não nacionalizar” o Novo Banco. Uma posição que assume tendo por base a sua experiência: “as coisas que foram feitas na Caixa Geral de Depósitos em termos de empréstimos eram alguma vez possíveis se o banco fosse privado!”.

O antigo líder da CIP — Confederação Empresarial de Portugal salienta ainda que é contra o salário mínimo “no geral”. Sublinha que existem “30 mil salários mínimos em Portugal”, referindo-se aos limites fixados em convenções coletivas de trabalho. “Quando os sindicatos dizem que não se valoriza a negociação coletiva, os próprios a desvalorizam através do salário mínimo”, diz o ex-líder patronal, acrescentando: “Se as pessoas tiverem um salário mínimo, que é fixado pelo Governo, 50% dos interessados na contratação coletiva deixam de estar [interessados]. Têm o problema das remunerações à volta do salário mínimo resolvidas muito mais por decisões governamentais na concertação social do que na negociação setorial”.

Sem salário mínimo fixado pelo Governo, “os setores com mais futuro pagariam mais e os com menos futuro pagariam menos”, refere. Ferraz da Costa diz mesmo que “às vezes” tem “dificuldade em perceber o que leva os patrões a assinar estes acordos“. “Mas suponho que foi uma tentativa de travar mais algumas reversões das medidas tomadas no tempo da troika na área laboral”, remata.

Olhando já para o cenário político, Ferraz da Costa diz que ficou admirado com a proposta fiscal feira por Rui Rio: “Não sei se em termos do seu futuro político não foi uma proposta suicida. A maior parte dos eleitores do PSD acharão aquilo péssimo. Se calhar comprometeu-se definitivamente. E a dra. Cristas está concentrada na Câmara de Lisboa”, diz.

O presidente do Fórum para a Competitividade entende que há um problema na oposição e acrescenta: “Só estou a constatar que se houver uma chatice nos mercados financeiros ficamos aí a pedir mais um resgate que, ainda por cima, ninguém nos vai dar, e anda aí tudo muito descansado”.

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Energéticas ditam segundo dia de ganhos em Lisboa

Os títulos do universo EDP e a Galp Energia suportam o arranque positivo do PSI-20, numa sessão em que o BCP é o que mais sobe: 2%.

A praça lisboeta inaugurou a sessão com com o pé direito, com o PSI-20 a avançar pela segunda sessão consecutiva suportado pela subida dos títulos do setor energético. Mas o BCP é o título que mais sobe. Na Europa, a tendência também é de subida.

O índice PSI-20 arrancou a sessão a valorizar 0,35%, para os 4.621,72, com os títulos do universo EDP a figurarem entre os principais destaques positivos. As ações da elétrica liderada por António Mexia valorizam 0,64%, para os 2,84 euros, enquanto as da EDP renováveis, liderada por Manso Neto somam 0,5%, para os 6,24 euros. Já a Galp Energia, vê os seus títulos progredirem 0,4%, até aos 13,86 euros, depois de terem sido alvo de uma revisão em alta de preço-alvo. O Haitong elevou o preço-alvo para o título até aos 13,5 euros, tendo reiterado a recomendação de “neutral”.

Nota positiva também para o BCP, cujas ações encabeçaram os ganhos do PSI-20 no arranque de sessão. As ações do banco liderado por Nuno Amado valorizam 2%, para os 14,8 cêntimos. No mesmo sentido, destaque para os CTT, cujos títulos avançam 0,7%, para os 5,02 euros.

Em terreno negativo referência para a queda da Pharol e da Semapa. As ações da Pharol deslizam 1,05%, para os 38 cêntimos, enquanto as da Semapa perdem 1,23%, para os 13,27 euros, no dia em que apresenta o balanço das suas contas relativo ao último trimestre do ano passado. Fora do PSI-20, o BPI abriu em ligeira queda: 0,11%, para os 93 cêntimos.

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Credit Agricole: Lucros caem para 291 milhões com imparidades

O registo de imparidades relacionadas com a unidade de retalho francesa penalizou os resultados do banco no último trimestre de 2016.

O Credit Agricole — o maior banco de retalho francês — viu os seus lucros baixarem no último trimestre do ano passado, penalizados por imparidades da sua unidade de retalho francesa e pela quebra das receitas de negociação.

Nos últimos três meses do ano passado, os lucros do Credit Agricole ascenderam a 291 milhões de euros, o que compara com um resultado líquido de 882 milhões de euros registado no mesmo período do ano anterior. Os lucros do banco francês ficaram abaixo das previsões de seis analistas sondados pela Bloomberg que antecipavam que os resultados do Credit Agricole se tivessem situado nos 315 milhões de euros.

Apesar da quebra dos lucros trimestrais, o banco reportou um aumento de 7% das suas receitas, que ascenderam a 4,58 mil milhões de euros, apoiadas pelos resultados mais fortes na atividade de gestão de ativos e da banca de investimento. Os lucros do Credit Agricole acabaram por ser afetados por imparidades relacionadas com a sua unidade de retalho em França e que resultaram do ambiente de juros historicamente baixos.

O banco assumiu 491 milhões de euros em imparidades na rede de agências francesa LCL, depois de “massivas” operações de refinanciamento de hipotecas de clientes, já tinha afirmado o banco há cerca de um mês. O banco também teve de fazer face a um encargo de 161 milhões de euros relacionados com a revisão dos ativos por impostos diferidos.

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Fisco estuda solução informática para evitar congelamento de todas as contas em caso de penhora

  • ECO
  • 15 Fevereiro 2017

Em caso de penhora, há contribuintes que se queixam de não conseguir movimentar as contas. Acontece sobretudo quando os devedores têm mais do que uma conta bancária.

O Fisco quer evitar o congelamento de todas as contas bancárias dos contribuintes com dívidas fiscais e já está a estudar uma solução informática nesse sentido, avança o Diário de Notícias (acesso pago). Embora a lei imponha limites ao saldo a bloquear, há quem se queixe de não conseguir aceder a qualquer conta.

Quando notifica os bancos, a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) diz qual o valor da dívida e indica que a penhora não deve ultrapassar aquele limite. Mas há relatos de dificuldades no acesso à conta, incluindo o valor que não pode ser penhorado (557 euros), diz o jornal.

O Ministério das Finanças afirma então que “estão a ser estudadas soluções ao nível informático no sentido de facilitar o cumprimento daquelas notificações por parte dos bancos”. A medida consta do programa Simplex e o último trimestre de 2017 é o prazo de concretização apontado pelo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais para.

Os problemas surgem quando o contribuinte não tem dinheiro suficiente na conta para saldar a dívida ou quando tem mais do que uma conta bancária. Neste caso, o fisco pode notificar vários bancos, uma vez que não sabe onde é que o contribuinte tem contas, e cada uma destas entidades avança com o congelamento.

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Governo quer rever em alta meta de crescimento para 2017

  • ECO
  • 15 Fevereiro 2017

O Orçamento do Estado para 2017 previa um crescimento de 1,5% para este ano, mas no Programa de Estabilidade, em abril, o número deverá subir, empurrado pelos novos valores do INE.

O Governo prevê rever em alta a meta de crescimento económico para 2017, segundo escreve o Expresso (acesso pago), impulsionado pelos números positivos registados no último trimestre de 2016, divulgados esta terça-feira.

Se no Orçamento do Estado para 2017 o Governo antevia que o país crescesse 1,5% este ano, o número deverá ser revisto em alta em abril, no Programa de Estabilidade, após serem conhecidos mais dados sobre a atividade económica do ano passado. Segundo o Expresso, ainda não existe um valor certo para a subida, mas a meta deve expandir-se algumas décimas.

Ontem, o INE surpreendeu ao revelar que o PIB português crescera 1,4% no total do ano, acima do esperado pelo Governo, embora menos do que em 2015, quando o crescimento se fixou nos 1,6%. O valor registado em 2016 resulta especialmente de uma melhoria económica no segundo semestre.

Em comunicado enviado pelo gabinete do ministro das Finanças, Mário Centeno, o Governo sustenta que o investimento suportou a aceleração do crescimento económico no quarto trimestre do ano passado. “Estes dados confirmam a solidez e o rigor das estimativas subjacentes ao Orçamento do Estado de 2017, reforçando a convicção do Governo nos pressupostos orçamentais e no crescimento em 2017“, lê-se no comunicado.

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5 coisas que tem de saber antes de abrirem os mercados

No dia em que é conhecida a taxa de inflação, a presidente da Fed volta a falar. Na Europa, os investidores estarão atentos aos resultados da banca, isto quando Portugal volta ao mercado da dívida.

Dia cheio para os mercados norte-americanos. A presidente da Fed volta a falar, agora perante o Congresso, onde deverá reiterar a ideia de que uma nova subida da taxa de juros nos EUA está para muito breve, isto quando se aguarda a divulgação da taxa de inflação. Ao mesmo tempo, na Europa, prossegue a época de apresentação de resultados, com especial atenção à banca. Em Portugal, há mais um leilão de dívida, desta vez de bilhetes do Tesouro.

Portugal volta às taxas negativas?

Portugal volta hoje ao mercado, depois de, na semana passada, o Tesouro português ter obtido um financiamento de 1.180 milhões de euros em obrigações a cinco e sete anos. A operação ficou aquém do máximo previsto, sendo que a taxa exigida pelos investidores também ficou muito acima das emissões anteriores. Numa altura em que os juros da dívida a dez anos estão acima dos 4%, o IGCP vai leiloar títulos de curto prazo. Será que vai conseguir novamente taxas negativas? No mercado secundário, os juros até 12 meses estão abaixo de zero.

Yellen fala, agora no Congresso

Janet Yellen disse esta terça-feira, no Senado, que é “imprudente” esperar demasiado tempo para subir os juros face ao contínuo crescimento e subida da inflação. Ou seja, a Reserva Federal dos EUA pode subir as taxas de juro já em março. Primeiro assustou os investidores, mas incorporada a nova subida da taxa as bolsas norte-americanas voltaram a recordes: atingiram máximos históricos pela quarta sessão consecutiva. Esta quarta-feira, Yellen volta a falar. A presidente do banco central norte-americano discursa perante a Câmara dos Representantes onde deverá repetir o discurso: vem aí uma nova subida dos juros na maior economia do mundo.

Investidores atentos à inflação norte-americana

A inflação é um dos indicadores mais importantes para a Reserva Federal dos EUA quando toma decisões de política monetária. Por isso, hoje a sua divulgação será um evento de relevo para os investidores. Mas, segundo a Bloomberg, os preços não devem registar grandes alterações. E, por isso, os dados não devem alterar de forma significativa os planos futuros do banco central dos EUA. Yellen, ao que parece, já tomou a decisão de subir a taxa diretora em março.

EUA divulgam reservas de petróleo

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo tem cumprido o que prometeu: cortar a produção de petróleo. E este acordo tem impulsionado os preços da matéria-prima. Mas o mesmo pode não estar a acontecer nos EUA. A Agência Internacional de Energia já antecipou um incremento “significativo” da produção de petróleo do outro lado do Atlântico, o que tem impedido uma subida mais expressiva dos preços da matéria-prima. O Departamento de Energia dos EUA divulga esta quarta-feira as reservas de crude da última semana, um dado que poderá influenciar as cotações do “ouro negro”, numa semana que até começou bem para os preços.

Época de resultados continua a todo o vapor

Na Europa, a época de resultados continua. A Cisco Systems e a Pepsi apresentam resultados, mas os investidores vão estar atentos, sobretudo, à banca, depois dos prejuízos superiores a dois mil milhões reportados pelo Credit Suisse. Hoje, é a vez do Crédit Agricole. Os analistas da Bloomberg antecipam que o banco francês tenha lucros antes de impostos superiores a mil milhões de euros no conjunto do ano passado.

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Esquerda ‘apaga’ SMS de Centeno, Marcelo já os leu…

A Comissão de Inquérito à CGD 'apagou' os SMS de Centeno com o voto da Esquerda, mas Marcelo já os leu... e sentiu-se traído pelo ministro. Domingues está disponível para os revelar se a lei o exigir.

Os deputados do PS, BE e PCP chumbaram a possibilidade de a Comissão de Inquérito (CPI) à Caixa Geral de Depósitos (CGD) discutir a troca de correspondência entre Mário Centeno e António Domingues, mas o Presidente da República já a leu, incluindo os SMS ainda em segredo, e isso explica a decisão de Marcelo, que se sentiu enganado pelo ministro: forçou uma conferência de Imprensa de Centeno e, depois, já noite dentro, divulgou um comunicado duro, no qual segura o ministro das Finanças ‘à condição’, por “estritas razões de estabilidade financeira”, e sem margem para novos erros.

A vida de Centeno está, por isso, agora nas mãos do Presidente da República. Depois de meses a negar a existência de um acordo para isentar António Domingues e a sua equipa de entregarem a declaração de rendimentos no Tribunal Constitucional, a revelação de emails e cartas trocadas entre o ministro e o gestor não deixavam margem para dúvidas. Mesmo assim, Centeno manteve a sua tese, com o apoio de António Costa, que classificou a discussão de ‘tricas’ políticas. Foi com base nestas afirmações que Marcelo Rebelo de Sousa fez a defesa do ministro, porque não havia um documento assinado a comprovar esse acordo. Afinal, havia. Sob a forma de SMS. E isso, em Belém, foi considerado uma traição.

O DN e o Público revelam na edição desta quarta-feira que o Presidente da República tomou conhecimento dos sms trocados entre o ministro das Finanças e o ex-presidente da CGD no fim de semana. Qual foi a fonte? Segundo os dois jornais, terá sido António Lobo Xavier, que tinha dito na quinta-feira anterior ter conhecimento de mensagens que comprovavam o acordo. Lobo Xavier, recorde-se, é conselheiro de Estado de Marcelo. Daí ao almoço de segunda-feira, foi um passo. E foi indigesto.

Uma fonte de Belém disse ao ECO que o ministro “meteu os pés pelas mãos” nas explicações dadas ao Presidente. Aliás, a expressão “erro de perceção mútuo”, tese desenvolvida por Centeno na conferência de imprensa, obviamente, não convenceu o Presidente. Marcelo já tem as cartas todas na mão e sabe exatamente os compromissos assumidos, mas sempre negados. Daí que, no comunicado emitido na segunda-feira à noite, o Presidente deixou claro o voto de desconfiança a Centeno e só urgência de “estabilidade financeira” não levou a outras consequências. Portugal ainda não saiu do Procedimento dos Défices Excessivos, o Novo Banco está por vender, a CGD ainda não foi ao mercado para a recapitalização privada no valor de 500 milhões e os juros da dívida não saem dos 4% nas obrigações a 10 anos. São muitos riscos.

O ECO sabe que António Domingues revelará o conteúdo dessas mensagens na comissão parlamentar de inquérito se a tal for obrigado. Uma fonte próxima do gestor revelou ao ECO que esses SMS, já do conhecimento do Presidente, não deixam margem para dúvidas. E como são trocadas diretamente com o ministro, comprometem-no diretamente. Até agora, os emails e cartas envolviam ‘apenas’ várias entidades, o secretário de Estado Mourinho Félix, o escritório de advogados de Domingues e também a direção geral do Tesouro. E há uma carta de 15 de novembro em que Domingues refere explicitamente que o acordo sobre a não entrega da declaração de rendimentos não tinha sido cumprido. A esta carta, Centeno responde, sem nunca pôr em causa o referido acordo.

Domingues confidenciou a pessoas próximas que se sente “chocado” com a possibilidade de revelação de SMS privados, mas garante também que cumprirá a lei, “como o fez em todo este processo”, acrescenta outra fonte. Por isso, não quer incorrer em qualquer ato que configure uma desobediência qualificada, porque a CPI tem poderes judiciais. “É uma matéria de lei, e de advogados, mas cumprirei o que for exigido legalmente”, terá dito.

Mário Centeno é, desde ontem, um ministro sob pressão, com contrato a prazo, e nem os resultados económicos lhe dão estabilidade. Mesmo com o apoio de António Costa.

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Novo Banco: Lone Star convida Amorim, Sonae, Jerónimo Martins e Violas

  • ECO
  • 15 Fevereiro 2017

O fundo americano está a convidar grupos empresariais portugueses a assumirem uma posição no capital do Novo Banco. Amorim, Sonae, Jerónimo Martins e Violas estão na lista.

O fundo Lone Star está determinado a comprar o Novo Banco. E para demonstrar ao Governo que não é um mero fundo abutre, está a convidar empresas portuguesas para assumirem uma posição no capital da instituição no âmbito do processo de aquisição do banco de resolução. Amorim, Sonae, Jerónimo Martins e o Grupo Violas estão entre os destinatários de uma carta enviada pelo fundo.

Nessa carta, citada por vários órgãos de informação nacionais, entre eles o Público (acesso condicionado), o fundo norte-americano convida os “potenciais co-investidores a considerarem participar, juntamente com a Lone Star, no controlo de longo prazo do Novo Banco e, desta forma, partilhar dos benefícios resultantes da recapitalização e da reestruturação previstas”.

Os grupos Amorim, Sonae, Jerónimo Martins fazem parte da meia dúzia de empresas contactadas pelo fundo, sendo que também o grupo Violas, que vendeu a sua posição no BPI no âmbito da OPA do CaixaBank, foi contactado. Recorde-se que Violas tinha sido dado como alinhado da Apollo, outro fundo norte-americano, na corrida à compra do Novo Banco.

Banco focado nas empresas

O convite às empresas portuguesas é feito para que participem no capital de um banco que a Lone Star pretende manter como um todo — garante que não será retalhado para posterior venda como é hábito fazerem os fundos abutre — e ao serviço da economia, nomeadamente através do financiamento de empresas.

O plano referido na carta prevê a concessão de seis mil milhões de euros de crédito por ano a empresas portuguesas, dos quais quatro mil milhões destinados a pequenas e médias empresas (PME) nacionais. Isto ao mesmo tempo que o fundo reduz a exposição internacional, embora assegure a manutenção do negócio em Espanha.

Bolsa? Sim, mas mais tarde..

A Lone Star mostra, nesta carta, que quer ficar com o Novo Banco, assumindo que esta será uma aposta de longo prazo. Compromete-se, se houver negócio, em manter a sua posição no banco durante oito a dez anos, sendo que depois o objetivo será o de dispersar parte do capital na bolsa de Lisboa.

… e partilha de risco com o Estado

O convite às empresas portuguesas faz parte de um plano mais vasto. Como o ECO revelou em primeiro mão, o Lone Star está disponível para abdicar da exigência de uma garantia de Estado, mas continua a exigir uma partilha de risco com o Estado. Uma solução em estudo pelo governo e pelo Banco de Portugal é a possibilidade de o próprio Estado ficar com uma participação minoritária no Novo Banco, ao lado do Lone Star e, eventualmente, de algum grupo português disponível a aceitar o desafio agora conhecido.

A maioria do capital terá de ser sempre de Lone Star, para o Novo Banco deixar de ser um ‘banco de transição’, e, neste contexto, o governo está a negociar com o Eurostat uma solução que permita que o apuramento do impacto dessa operação no défice seja feito apenas quando se efetivar uma venda posterior da posição do Estado, revelaram ao ECO várias fontes conhecedoras do processo.

Esta partilha de risco entre o Lone Star e o próprio Estado é um processo complexo. Desde logo, é necessário definir que entidade do Estado poderá entrar no negócio. Segundo revelou o Público, poderia ser mesmo o Fundo de Resolução a ficar com uma participação de 25% no Novo Banco, mas isso, do ponto de vista de impacto nas contas públicas, teria o mesmo efeito de qualquer outra entidade pública. É que o Fundo de Resolução é financiado pelos bancos do sistema, mas é uma entidade que integra as Administrações Públicas. Mas há outro problema: O Fundo de Resolução é um veículo alimentado pelos outros bancos e, a concretizar-se este modelo, estariam a financiar um concorrente. Pior, sem as limitações que existem hoje, por exemplo, do ponto de vista comercial por ser um banco de transição.

Esta é mais uma semana decisiva, os responsáveis do Lone Star estão em Lisboa para mais uma ronda de negociações com o Banco de Portugal e em contactos com o governo.

 

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Gosta de bicicletas? A EMEL está à sua procura

  • Lusa
  • 14 Fevereiro 2017

A Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa pretende encontrar voluntários para testarem o serviço de bicicletas partilhadas em Lisboa.

A Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL) vai abrir candidaturas para voluntários que queiram, durante o mês de março, testar a rede de bicicletas partilhadas no Parque das Nações, fazendo depois recomendações ao projeto.

“A experiência que nós temos, com [a aplicação] ePark foi de envolver os utilizadores a experimentar a aplicação, a dar-nos feedback e, de facto, isso permitiu enriquecer muito a solução final”, disse à agência Lusa o administrador da EMEL, João Dias.

Por isso, a EMEL quis através do ‘bike sharing’ [rede de bicicletas partilhadas] dar “a oportunidade aos utilizadores de eles próprios serem cocriadores da solução e, durante um período de tempo e num espaço limitado” testarem e depois darem sugestões, acrescentou o mesmo responsável, que falava no final de uma apresentação sobre o tema, em Picoas, Lisboa.

Caberá depois à empresa “selecionar as melhores sugestões e incorporá-las na solução final, que vai estar a funcionar na cidade antes do verão”, assinalou João Dias.

Em causa está uma rede de 1.410 bicicletas (940 elétricas e 470 convencionais) distribuídas por 140 estações: 92 no planalto central da cidade, 27 na baixa e frente ribeirinha, 15 no Parque das Nações e seis no Eixo Central (que abrange as avenidas Fontes Pereira de Melo e da Liberdade).

Em março, arranca apenas uma fase piloto com “10 estações e um máximo de 100 bicicletas” no Parque das Nações, apontou João Dias.

Quem se quiser voluntariar a experimentar, de forma gratuita, poderá inscrever-se através de um website que a empresa vai criar nos próximos dias. O teste será também feito por convidados da EMEL.

“Queremos comportar o número máximo de pessoas”, vincou o administrador, apontando que se pretende que haja rotatividade (pessoas que deem lugar a outras) “até o sistema comportar”.

No que toca ao impacto de tais sugestões no projeto final, o representante admitiu que não provocarão “alterações de estrutura”,mas antes “pequenas melhorias” ao nível dos equipamentos e da tecnologia usada.

O investimento da EMEL no projeto é na ordem dos 23 milhões de euros, através de um contrato de prestação de serviços celebrado com a empresa portuguesa Órbita, para um período de oito anos.

De acordo com o plano de negócio do projeto, divulgado em fevereiro do ano passado, o passe anual deverá custar 36 euros e o bilhete diário dez euros, pelo que a empresa perspetiva uma receita de 897.321 euros por ano.

Questionado pela Lusa se estes valores se mantêm, João Dias escusou-se a responder, garantindo apenas que será um “tarifário muito, muito acessível”.

Os números “podem ser ligeiramente diferentes, mas a mensagem que temos do nosso acionista, a câmara, é que isto é para ser uma solução de transporte público muito acessível, principalmente para os residentes ou para as pessoas que já tenham um título de transporte, ou seja um passe”, precisou.

Pela publicidade, o plano de negócio prevê a cobrança de 350 euros por bicicleta, o que deverá representar um encaixe financeiro anual superior a 400 mil euros.

No que toca às idades dos utilizadores, a rede só estará acessível a partir dos 16 ou dos 18 anos, para haver “cobertura do seguro de responsabilidade civil”, adiantou João Dias.

A iniciativa, que decorreu no Centro de Informação Urbana de Lisboa, foi promovida pela agência municipal de energia Lisboa E-Nova.

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200M faz primeiro investimento antes do Web Summit

  • Lusa
  • 14 Fevereiro 2017

O secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, diz que está a finalizar pormenores e a regulamentação do fundo. Há 200 milhões de financiamento público português para apoiar novas ideias.

O Governo espera concretizar a primeira operação de co-investimento com o fundo 200M antes de novembro, afirmou hoje o secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, em Londres, onde apresentou o programa a potenciais investidores.

“Estamos a finalizar pormenores e a regulamentação deve ser publicada dentro de dois a três meses. Gostava de ter o primeiro dinheiro investido antes da próxima Web Summit”, disse, numa apresentação na incubadora, na capital britânica.

O programa “200M – Co-invest with the best” conta com 200 milhões de financiamento público português e incentiva os privados, nacionais ou estrangeiros, a investirem na mesma proporção, potenciando um total de investimento de 400 milhões de euros e a iniciativa tem dois objetivos: segurar empreendedores portugueses em Portugal, ao mesmo tempo que atrai investidores internacionais com experiência para ajudar com o desenvolvimento dos negócios.

A prioridade vai ser dada a investimentos em startups de Ciências da Vida, Biotecnologia, Tecnologias de Informação, Digital, Turismo e indústria 4.0 (nanotecnologia, Internet das Coisas ou robótica).

Para beneficiar do investimento, a empresa tem de ter a sede em Portugal, mas pode ser criada por estrangeiros. O Estado está disposto a co-financiar investimentos de entre um mínimo de 500 mil euros e um máximo de 3,75 milhões.

Para Maria Dramalioti-Taylor, sócia-administradora da Beacon Capital, um fundo de investimento em startups de tecnologia, o 200M “é uma tentativa interessante” de atrair investidores para Portugal.

“A melhor coisa para uma startup ser interessante é estar avançada em termos tecnológicos ou na comercialização e não ter medo de ir para os mercados globais”, afirmou.

Os investidores, disse à Lusa, só vão interessar-se por uma startup portuguesa “se a proposta [de negócio] for boa”, mas acredita que este fundo pode ajudar a quebrar uma eventual resistência sobre ir para Portugal.

O secretário de Estado da Indústria termina na quarta-feira uma visita de três dias a Londres, onde se encontrou com potenciais investidores e visitou as instalações das tecnológicas Farfetch e Seedrs, fundadas pelos portugueses José Neves e Carlos Silva, respetivamente.

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Teodora Cardoso: estabilidade fiscal e legislativa são fundamentais para atrair investimento

  • Lusa
  • 14 Fevereiro 2017

A presidente do Conselho das Finanças Públicas voltou hoje a afirmar que a estabilidade fiscal e legislativa são fundamentais para atrair investimento.

A presidente do Conselho de Finanças Públicas (CFP), Teodora Cardoso, insistiu hoje que a estabilidade fiscal e legislativa são fundamentais para a atração de investimento.

Há um impacto muito mau nas empresas da nossa política orçamental que tem a ver com as mudanças habituais, constantes e detalhadas nos impostos”, alertou Teodora Cardoso, num debate sobre a Reforma do Estado que decorreu ao final da tarde de hoje na Faculdade de Economia da Universidade Nova, em Lisboa.

“A capacidade de saber com que impostos se vai contar quando se faz um investimento é absolutamente fundamental. E ter uma legislação que seja clara, simples e estável sobre essa matéria”, disse a presidente do CFP.

"A capacidade de saber com que impostos se vai contar quando se faz um investimento é absolutamente fundamental. E ter uma legislação que seja clara, simples e estável sobre essa matéria”

Teodora Cardoso

Presidente do Conselho das Finanças Públicas

Anteriormente, a secretária de Estado da Modernização Administrativa, Graça Fonseca, e que também participou no debate, defendeu a necessidade de introduzir “sumários em português claro” sobre a legislação existente para aumentar a participação dos cidadãos.

A secretária de Estado adiantou ainda que o Governo encomendou um estudo à Universidade de Coimbra para perceber qual o aumento de custos de contexto teve, ao longo dos anos, a introdução de diretivas europeias na legislação portuguesa – e quanto dessa subida se deveu ao legislador português

Teodora Cardoso considerou que “é absolutamente essencial aumentar a transparência” do Estado com os cidadãos, mas defendeu que “também é absolutamente essencial que a legislação e os contratos sejam rigorosos”.

“Sempre que tentamos escrever essas coisas de uma maneira que o comum dos cidadãos entenda, isso colide, conflitua, com o rigor da linguagem. E se se faz uma lei com pouco rigor de linguagem, o que acontece é que quando se vai aplicar a lei surgem dúvidas”, considerou.

Sobre a descentralização de competências do Estado para os municípios, que o Governo pretende aprofundar, a presidente do CFP admitiu o “imenso potencial” da medida, mas defendeu que “esse impacto tem de ser também subordinado a uma disciplina orçamental”.

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