Processo dos Vistos Gold começa hoje

  • Lusa
  • 13 Fevereiro 2017

O julgamento do processo dos vistos gold que envolve o ex-ministro Miguel Macedo começa hoje em Lisboa. Para além de Macedo processo envolve ex-diretor nacional do SEF e do IRN.

O julgamento do caso “Vistos Gold”, que envolve o antigo ministro Miguel Macedo e o ex-presidente do Instituto dos Registos e Notariado António Figueiredo, entre 21 arguidos, começa hoje na Instância Central Criminal de Lisboa.

Além de Miguel Macedo e António Figueiredo, o processo, com um total de 21 arguidos – 17 pessoas singulares e quatro empresas -, coloca ainda no banco dos réus o ex-diretor nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Manuel Jarmela Palos, a ex-secretária-geral do Ministério da Justiça, Maria Antónia Anes, três empresários chineses (Zhu Xiandong, Zhu Baoe e Xia Baoling), um empresário angolano (Eliseu Bumba), o empresário português da indústria farmacêutica Paulo Lallanda de Castro e dois funcionários do Instituto dos Registos e Notariado (IRN).

O processo “Vistos Gold” resultou da “Operação Labirinto”, desencadeada pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) em novembro de 2014 e que investigou a aquisição de vistos “Gold” por cidadãos estrangeiros interessados em investir e residir em Portugal e outros alegados negócios paralelos envolvendo altos responsáveis da Administração Pública.

Em causa estão indícios que para o Ministério Público e para o juiz de instrução criminal configuram crimes de corrupção ativa e passiva, recebimento indevido de vantagem, prevaricação, peculato de uso, abuso de poder, tráfico de influência e branqueamento de capitais.

Vários arguidos juntaram aos autos nas últimas semanas a contestação às imputações de que são acusados, entre eles Miguel Macedo, António Figueiredo e Jarmela Palos.

Segundo disse à Lusa fonte do tribunal, as sessões de julgamento do processo “Vistos Gold” irão decorrer semanalmente à segunda, terça e quarta-feira, já que o coletivo de juízes, formado por Francisco Henriques, Rui Coelho e Alexandra Veiga, não está em exclusividade, estando também a julgar o processo “Money One”, relacionado com o branqueamento de capitais proveniente do tráfico de droga.

O magistrado do Ministério Público designado para o julgamento dos “Vistos Gold” é o procurador José Nisa.

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Revista de imprensa internacional

  • Marta Santos Silva
  • 13 Fevereiro 2017

A recuperação da economia japonesa, o agravamento do défice espanhol, a postura de Merkel em relação ao Brexit e os testes de mísseis na Coreia do Norte. Os seis temas quentes desta segunda-feira.

As previsões de Bruxelas não são favoráveis ao défice espanhol, embora antevejam que a economia do país vai continuar a crescer a um ritmo saudável — como no Japão, onde se comprova com os números mais recentes do crescimento do PIB que estratégia de Shinzo Abe está a funcionar. Conheça aqui os seis temas que marcam a atualidade mundial esta segunda-feira.

El País

Bruxelas revê previsões: défice espanhol aumenta para os 3,5% em 2017

As previsões da Comissão Europeia apontam que Espanha continue a crescer com taxas acima dos 2% em 2017 e 2018, mas as suas previsões para o défice espanhol pioraram: agora, Bruxelas espera que a dívida do país se fixe nos 3,5% do PIB, não só acima das metas mas também acima dos valores registados há três meses. O motivo? “Incerteza em relação ao impacto das mais recentes medidas fiscais”. Leia a notícia completa no El País. (Conteúdo em espanhol / Acesso gratuito)

Financial Times

Economia japonesa evolui positivamente, mostra PIB

Parece que a estratégia de revitalização da economia japonesa implementada pelo primeiro-ministro Shinzo Abe está a resultar. Os valores do crescimento económico divulgados esta segunda-feira mostram que o Japão cresceu 1% no último trimestre de 2016, e que o enfraquecimento do yen resultou num aumento das exportações e do investimento privado. Leia a notícia completa no Financial Times. (Conteúdo em inglês / Acesso pago)

Les Échos

Frente Nacional apresenta projeto económico “inconsequente”

O jornal francês Les Échos passa em revista o projeto económico do partido de extrema-direita Frente Nacional, cuja prioridade nunca foi a economia mas desenvolveu um plano porque “o assunto é incontornável para aceder ao poder”. Do projeto, considerado “inconsequente”, destaca-se a necessidade de “recuperar a soberania monetária”, o que poderá ir até a um referendo para a saída do euro, a proposta de taxar a 10% os novos contratos de trabalho feitos a imigrantes, e ainda um imposto de 3% sobre as importações para financiar um estímulo ao poder de compra. Leia a notícia completa no Les Échos. (Conteúdo em francês / Acesso pago)

BBC

Coreia do Norte testou “com sucesso” novo míssil balístico

O teste do novo míssil balístico da Coreia do Norte foi “bem-sucedido”, segundo afirma o regime totalitário do país dirigido por Kim Jong-un. O Ministério da Defesa da Coreia do Sul já acusou a sua vizinha de estar a tentar provocar o Presidente dos Estados Unidos. Donald Trump, por sua vez, deu para já uma resposta tímida ao teste nuclear, limitando-se a reforçar a condenação emitida pelo Japão: “A América apoia o Japão, o seu grande aliado, a 100%”. Leia a notícia completa na BBC. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito)

Washington Post

Trump continua programa ambicioso de corte de regulamentações federais

Desde que chegou ao poder que o Presidente Donald Trump tem cortado dezenas de regulamentações federais ao mesmo tempo que dificulta que novas sejam criadas, uma opçao que tem contado com grande apoio dos representantes republicanos no Senado. Este processo de desmantelamento das regras impostas pelo Estado central em vários domínios entusiasma os grandes grupos empresariais mas preocupa sindicatos e ativistas ecologistas. Leia a notícia completa no Washington Post. (Conteúdo em inglês / Acesso condicionado)

Bloomberg

Merkel não está interessada em ajudar May a negociar o Brexit

Diplomatas britânicos em Berlim dizem que os seus alertas têm sido ignorados: a chanceler alemã Angela Merkel não está interessada em ajudar o Reino Unido a obter um acordo mais favorável em detrimento dos interesses dos restantes 27. Se o apoio de Merkel é desejado por Theresa May, é possível que a primeira-ministra britânica veja goradas as suas expectativas de que a chanceler possa ser persuadida a negociar a favor do Reino Unido em troca de maiores vantagens económicas. Leia a notícia completa na Bloomberg. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito)

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Pedro Nuno Santos, o homem que faz andar a aliança à esquerda

  • Helena Garrido
  • 13 Fevereiro 2017

Pedro Nuno de Oliveira Santos, a completar 40 anos dia 13 de abril, tem a política no sangue. Foi sempre um dos grandes defensores desta solução governativa.

Pedro Nuno de Oliveira Santos, a completar 40 anos dia 13 de abril, tem a política no sangue. Foi sempre um dos grandes defensores desta solução governativa, em que o PS é parlamentarmente apoiado pelos partidos à sua esquerda pela primeira vez na história da democracia portuguesa.

Com a Assembleia da República no centro da governação é ao secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares de António Costa que tem cabido a tarefa de encontrar os pontos de união entre o PS, o PCP, o Bloco de Esquerda e o PEV. Que fazem o governo governar.

Nasceu em São João da Madeira, filho de um empresário. Veio para Lisboa aos 18 anos para estudar e licenciou-se em Economia pelo ISEG. Aí foi muito ativo nos movimentos e organizações estudantis. Foi membro da Associação de Estudantes do ISEG e do Senado da Universidade Técnica de Lisboa. Entre 2004 e 2008, quando chegou aos seus 30 anos, foi secretário-geral da Juventude Socialista onde já se tinha notabilizado nos encontros promovidos por António Guterres.

A sua vida política tem uma pequena interrupção quando se dedica à empresa da família, a Tecmacal, em São João da Madeira onde nasceu. Na última legislatura foi um dos deputados que integrou, pelo PS, a comissão parlamentar de inquérito ao BES. E na era da troika ficou famosa uma intervenção sua contra a austeridade em que defendeu implicitamente, num jantar de socialistas em Castelo de Paiva, que Portugal não pagasse a dívida dizendo “estou a marimbar-me que nos chamem irresponsáveis”.

Pedro Nuno Santos sempre defendeu um modelo de aliança do PS com os partidos à sua esquerda. Faz parte do grupo de jovens socialistas que se aproximou da esquerda, integrando desde 2007 o blogue “Ladrões de Bicicletas”. Como confessa na entrevista ao Eco, nunca pensou que isso fosse possível tão cedo como foi. Será António Costa a construir aquilo com que sempre sonhou e acaba por ser ele um dos elementos centrais ao sucesso da atual solução governativa. Participou na construção dos acordos do PS com três partidos da sua esquerda e agora, como secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, garante o constante diálogo que permite encontrar os elementos de união que viabilizam a governação.

Na secretaria de Estado dos Assuntos Parlamentares, no primeiro piso da Assembleia da República, as reuniões são constantes e frequentes para garantir o quotidiano do Governo. Pedro Nuno Santos é um dos grandes entusiastas. Na entrevista ao ECO assim o demonstra, rejeitando qualquer cenário e análise que aponte para o esgotamento da aliança à esquerda.

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Energéticas ditam ganhos em Lisboa

A bolsa nacional arrancou em alta pela terceira sessão, acompanhando os ganhos das pares europeias. Em Lisboa, a Galp e o grupo EDP suportam a subida ligeira do PSI-20.

A bolsa nacional arrancou a semana em alta, com o PSI-20 a somar a terceira sessão consecutiva de ganhos, a acompanhar o sentimento positivo das ações europeias que somam o mais extenso ciclo de ganhos desde outubro do ano passado. Em Lisboa, o índice PSI-20 está a ser suportado sobretudo pelos títulos da Galp, mas também do grupo EDP. A Pharol volta a destacar-se na liderança dos ganhos.

O índice PSI-20 abriu a valorizar 0,18%, para os 4.612,48 pontos, com apenas cinco títulos dos seus atuais 17 a conhecerem ganhos. A Galp é a principal responsável pelo desempenho positivo do índice nacional ao avançar 0,61%, para os 13,93 euros, num dia em que as cotações do brent londrino seguem com ganhos ligeiros a aguardar a divulgação do relatório mensal da OPEP. Os restantes títulos do setor energéticos também apoiam o comportamento do PSI-20, com as ações da EDP a somarem 0,18%, para os 2,79%, e as da participada EDP Renováveis a progredirem 0,13%, para os 6,13 euros.

Em alta referência também para a subida dos títulos dos CTT e da Nos que valorizam 0,57% e 0,53%, respetivamente, para 4,93 e 5,28 euros.

Na banca o BCP também segue em alta, com um avanço modesto de 0,07%, para os 14,73 cêntimos por ação. Fora do índice, o BPI avança 1,09%, para os 93 cêntimos por ação.

A Pharol volta a destacar-se com o melhor registo do PSI-20, com as suas ações a valorizarem 2,29%, para os 45 cêntimos, depois de terem disparado mais de 11% na sessão de sexta-feira, perante notícias de que a sua participada Oi tem uma nova proposta de aquisição.

Em queda destaque para as retalhistas que ajudam a travar a subida do índice bolsista nacional. As ações da Jerónimo Martins perdem 0,25%, para os 16,19 euros, enquanto as da Sonae caem 0,61%, para os 81 cêntimos.

Na Europa, assiste-se ao maior ciclo de ganhos desde outubro do ano passado, com o Stoxx Europe 600 a valorizar 0,12%, para os 367,82 pontos, naquela que é a quinta sessão consecutiva de subidas. Avanços que dão seguimento aos ganhos na Ásia depois de o Japão ter anunciado um crescimento de 1% do PIB, em termos anualizados, no último trimestre de 2016. Seguem também após os recordes históricos dos três principais índices bolsistas norte-americanos — S&P 500, Dow Jones e Nasdaq — na passada sexta-feira.

(Notícia atualizada às 8:32 horas)

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PS, PCP e Bloco querem proteger inquilinos em caso de obras

  • ECO
  • 13 Fevereiro 2017

PS, BE e PCP vão apresentar um novo conjunto de propostas de alteração à lei das rendas. Objectivo é proteger os inquilinos em caso de obras. Câmaras devem atestar real necessidades das obras.

As rendas antigas vão ser protegidas em caso de obras. Esta é pelo menos a intenção de um novo conjunto de propostas de alteração à lei das rendas apresentada pelo PS, Bloco de Esquerda e PCP, que vai ser discutida no Parlamento, avança a edição desta segunda-feira do Jornal de Negócios.

O objetivo é proteger os inquilinos de prédios que estão a precisar de obras, ou que estão em vias de demolição. Para isso a proposta de lei quer dar mais responsabilidade às autarquias, sendo estas chamadas a atestar a real necessidade das obras ou a eventual demolição.

Helena Roseta, deputada socialista e coordenadora do grupo de trabalho no Parlamento que acompanha as matérias da habitação, citada pelo Jornal de Negócios adianta que a prioridade é que a “realização das obras não seja uma forma encapotada de despejar as pessoas”.

"Realização das obras não seja uma forma encapotada de despejar as pessoas.”

Helena Roseta

Deputada do PS e coordenadora do grupo de trabalho da habitação no Parlamento

Do novo pacote propostas consta ainda a alteração do período de transição na atualização de rendas antigas a inquilinos de cinco para dez anos, no caso de inquilinos com 65 anos ou mais e a pessoas com deficiência igual ou superior a 60%.

Por seu turno o Bloco de Esquerda e o PCP apresentaram também novas iniciativas que visam a eliminação do Balcão Nacional de Arrendamento, a prorrogação do prazo de transição para inquilinos com carências financeiras e a criação de um subsídio para senhorios de imóveis cujas rendas antigas não possam subir livremente.

A este propósito, Helena Roseta quando questionada se o PS irá acompanhar as propostas apresentadas apenas por bloquistas e comunistas adianta: “Não é altura de dar sinais errados ao mercado do arrendamento com alterações profundas à lei das rendas. Antes ainda é preciso avançar com outras medidas, como o seguro de renda ou a diminuição da carga fiscal para o arrendamento”.

O conjunto destas novas propostas junta-se às já aprovadas na generalidade em 2016 e que desceram à especialidade.

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Validar faturas: hoje é o último dia

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 13 Fevereiro 2017

O prazo para validar as faturas pendentes no Portal das Finanças termina hoje. Só assim pode garantir o benefício fiscal.

Apresse-se: o prazo para validar as faturas pendentes ou introduzir despesas em falta no Portal das Finanças termina hoje. Só depois de completar a informação poderá beneficiar destas deduções no IRS.

Onde vejo as minhas faturas?

No Portal das Finanças. E só constam as faturas com número de contribuinte.

As despesas dividem-se nos seguintes setores de atividade: despesas gerais familiares; saúde; educação; imóveis; lares; manutenção e reparação de veículos automóveis; manutenção e reparação de motociclos; alojamento, restauração e similares; atividades de salões de cabeleireiro e institutos de beleza; atividades veterinárias; aquisição de passes mensais para utilização de transportes públicos coletivos.

O que faço às faturas consideradas “pendentes”?

Deve completar a informação em falta, nomeadamente o respetivo setor de atividade da empresa, sob pena de as faturas “não serem reconhecidas para a atribuição do incentivo fiscal”, explica o Portal das Finanças.

As faturas são consideradas pendentes quando a entidade que as emite têm mais do que uma atividade ou quando o consumidor é passivo de IVA.

Se tem atividade aberta, deve indicar se a despesa está relacionada com a atividade profissional.

Também podem surgir como pendentes despesas de farmácia. É o que acontece no caso de produtos com IVA a 23%, que devem ter associados uma receita médica para serem dedutíveis.

E não se esqueça das faturas em nome dos seus dependentes, que surgem nas suas páginas pessoais do e-fatura.

E se a fatura não constar?

Neste caso, o consumidor pode inserir os dados da fatura em falta. No entanto, tem de guardar as faturas por quatro anos, uma vez que o Fisco pode pedir esta informação. Não se esqueça, porém, que há entidades que têm mais tempo para comunicar os dados às Finanças: informação relativa a propinas ou taxas moderadoras, por exemplo, não são registadas no e-fatura mas sim mais tarde. Os recibos eletrónicos de renda também não surgem aqui.

Como procedo em caso de fatura “divergente”?

As faturas são consideradas “divergentes” quando há uma discrepância entre os valores comunicados pelo consumidor e pelo comerciante. Se o registo do consumidor for o correto, é o comerciante que tem de regularizar a situação. Mas se não for esse o caso, o consumidor deve corrigir os valores.

Que despesas são dedutíveis?

Há um conjunto de despesas que pode deduzir no IRS. Estas são algumas delas:

  • Despesas gerais familiares: Dedução de 35% das despesas, com o limite de 250 euros por contribuinte (500 euros por casal) — inclui a generalidade das despesas como, por exemplo, faturas de luz, roupa ou supermercado.
  • Saúde: Dedução de 15% das despesas, com o limite de 1.000 euros.
  • Educação e formação: dedução de 30% das despesas, com o limite de 800 euros. São aceites despesas isentas de IVA ou com IVA a 6%. Refeições escolares são abrangidas este ano.
  • Imóveis: Dedução de 15% de rendas, com o limite de 502 euros, ou de 15% dos juros de créditos à habitação celebrados até final de 2011 (para habitação própria e permanente), com o limite de 296 euros.
  • Lares: dedução de 25% das despesas, com o limite de 403,75 euros.
  • Exigência de fatura: dedução de 15% do IVA, com o limite de 250 euros por agregado (125 euros se a entrega for feita em separado) — inclui manutenção de veículos, alojamento, restauração e cabeleireiros.

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IGCP quer autorização para voltar a pagar mais ao FMI

  • ECO
  • 13 Fevereiro 2017

Cristina Casalinho afirma que pagar mais do que o previsto "faz sentido", e vê como "aceitáveis" os juros de 4% da dívida portuguesa. O IGCP vai emitir menos dívida através dos balcões dos bancos.

O IGCP, que gere a dívida pública portuguesa, pretende procurar autorização dos parceiros europeus para voltar a amortizar mais dívida ao Fundo Monetário Internacional (FMI) do que o inicialmente previsto — uma estratégia que Cristina Casalinho, presidente do instituto, considera fazer sentido, numa entrevista ao jornal Público (acesso pago).

Durante este ano, o Tesouro vai pagar antecipadamente os 1,7 mil milhões de euros que tem autorização para reembolsar, mas vai procurar acordo para poder pagar mais: pelo menos 3,5 mil milhões de euros em 2018, apesar de o próximo pagamento contratualizado estar agendado para 2019.

Ao Público, Cristina Casalinho afirmou que apesar de Portugal se estar a financiar atualmente com juros superiores a 4% nos mercados, nas taxas a dez anos, os reembolsos antecipados ao FMI fazem sentido porque os juros praticados pelo fundo são mais altos, e ainda porque os títulos reembolsados ao FMI não são a dez anos, mas sim a prazos onde Portugal encontra taxas inferiores nos mercados.

Dívida de 4% é aceitável

Sobre as taxas de juro a dez anos superiores a 4%, a presidente do IGCP reconhece o entrave causado pela redução das compras do Banco Central Europeu (BCE), mas considera que “as taxas subirem um bocadinho não é necessariamente mau para se registar uma normalização e os investidores voltarem a sentir-se confortáveis com a dívida pública europeia”, mesmo que suba para “um nível mais alto do que aquilo de que gostaríamos”.

Esta manhã de segunda-feira, a dívida portuguesa subia ligeiramente 2,5 pontos base para os 4,14%, tendo recentemente atingido máximos de 2014. Mas Cristina Casalinho não se mostra preocupada. “Se eu continuar a ter superavits primários como aconteceu em 2016, e espero que volte a acontecer este ano, se tudo continuar a evoluir nesse sentido, taxas de 4% são aceitáveis”, afirmou. “Só tivemos taxas muito longe dos quatro e qualquer coisa no pico da crise, em 2011, quando estávamos fora do mercado. Taxas em torno dos 4,2% são taxas historicamente normais”.

Para a presidente do IGCP, os investidores internacionais têm preocupações semelhantes às das agências de rating: o défice, o crescimento, e também as políticas do BCE. Já a reestruturação da dívida parece estar fora da mesa. “Não tenho ouvido falar nenhum investidor sobre isso. Em 2012, sim”, relembra. “Desde essa altura nunca mais ninguém colocou questões sobre reestruturação”.

Menos dívida nos balcões dos bancos

2017 vai trazer menos Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV) aos balcões dos bancos, e em valores inferiores aos do ano passado. “Há condições para que este produto tenha regularidade. Mas não estamos a pensar fazer volumes como os do ano passado”, afirmou Cristina Casalinho. “Dissemos que a ideia era uma ou duas vezes por ano, talvez uma por semestre, em volumes mais pequenos”.

A emissão de OTRV permitiu ao Tesouro aceder a uma camada de investidores nova: o retalho, com um perfil “mais conservador, e mais modesto”, afirmou a presidente. “Acho que as OTRV são um produto bom, e que podemos manter alguma regularidade. Há espaço para fazer outros [produtos], mas acho que as OTRV também podem ser exploradas”. Em 2016, os portugueses colocaram 6934 milhões de euros nos produtos de poupança do Estado.

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Novo modelo Peugeot-Citroën deverá criar mais 250 a 300 postos de trabalho em Mangualde

  • Lusa
  • 13 Fevereiro 2017

Um novo modelo na fábrica Peugeot-Citroën de Mangualde deverá criar mais 250 a 300 empregos em 2019.

A produção de um novo modelo na fábrica Peugeot-Citroën (PSA) de Mangualde deverá criar uma terceira equipa de trabalhadores em 2019, que poderá incluir entre 250 a 300 pessoas, segundo o diretor da unidade.

“As primeiras expectativas para o carro novo (denominado K9) são de aumentar a produção até aos 75 mil carros, o que nos obriga a montar uma terceira equipa (de trabalhadores), que é o que todos esperamos”, afirmou José Maria Castro Covello, em declarações à Lusa.

As expectativas são de que, se tudo correr bem, em 2019 a fábrica tenha de meter uma terceira equipa para suprir as necessidades do mercado”, previu.

"As expectativas são de que, se tudo correr bem, em 2019 a fábrica tenha de meter uma terceira equipa para suprir as necessidades do mercado.”

Castro Covello

Diretor Geral da fábrica de Mangualde

Segundo o responsável, na fábrica de Mangualde, no distrito de Viseu, trabalham cerca de 725 pessoas, prevendo-se que no lançamento do novo modelo estarão duas equipas, integrando 650 pessoas.

“Uma terceira equipa incluiria 250/300 pessoas. Além das necessidades próprias da fábrica, haverá um aumento do sourcing (abastecimento externo)”, adiantou o responsável à Lusa, indicando que dos atuais 4% de compras a fornecedores portugueses se deverá passar para 25% aquando do novo modelo.

Castro Covello referiu que haverá, assim, “100 empregos indiretos de proximidade que se devem criar”.

Já quanto à produção atual veículo, denominado B9 (Citroën Berlingo e Peugeot Partner), pode ter chegado às 50 mil unidades fabricadas em 2016 (os valores ainda não estão fechados), envolvendo 260 fornecedores e criando 200 empregos indiretos.

Atualmente, a fábrica está a ser preparada para o novo modelo (o K9), cuja primeira caixa deverá ser produzida no final deste ano, estando agendado o lançamento do veículo em 2018.

“Os ensaios estão a ser muito positivos e o carro deverá ser um grande sucesso. Mas temos um pequeno problema em Portugal, que pode ter certos riscos para a atividade industrial, que é o tema das portagens”, admitiu o responsável, indicando que o eixo dianteiro superior a 1,20 metros deixará o K9 de fora da classe que paga menos nas portagens (classe 1).

Acho que está em vias de solução” a questão das cobranças nas autoestradas, indicou o responsável, numa referência à constituição de um grupo de trabalho e a uma conversa que teve com o primeiro-ministro, António Costa, sobre o tema.

Em causa está a discussão dos critérios de classificação de veículos para pagamento de portagens nas autoestradas, nomeadamente a alteração do critério de altura no eixo dianteiro dos automóveis. A Associação Automóvel de Portugal (ACAP) já solicitou que dos atuais 1,10 metros se passe para mais de 1,30 metros.

José Maria Castro Covello referiu ainda a aposta do grupo PSA na indústria digital, que será acelerada com a participação no projeto INDTECH 4.0 – novas tecnologias para fabricação inteligente, que terá a duração de 36 meses.

Este projeto envolve um investimento estimado de 12 milhões de euros e junta a PSA de Mangualde, três universidades e cinco parceiros tecnológicos, assente nos seguintes eixos: sistemas robóticos inteligentes (robôs colaborativos), sistemas avançados de inspeção e rastreabilidade (visão artificial), sistemas autónomos de movimentação, fábrica digital e fábrica do futuro.

Anteriormente tinha sido já anunciado o investimento na unidade de Mangualde, até 2018, de cerca de 48 milhões de euros.

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Precários no Estado: Negociação “começa mal”

  • Marta Santos Silva
  • 13 Fevereiro 2017

Esta tarde os sindicatos da Função Pública encontram-se com o Ministério das Finanças para calendarizarem as negociações. Mas para os dirigentes sindicais a conversa não começou da melhor maneira.

Num dia em que os sindicatos da Função Pública reúnem com o Ministério das Finanças para calendarizar a negociação das principais reivindicações do setor, o principal assunto na ordem do dia é o da integração dos funcionários com vínculo precário nos quadros da Administração Pública. Mas o relatório apresentado na sexta-feira passada chegou tarde aos sindicatos, o que deixou os dirigentes sindicais José Abraão e Ana Avoila de pé atrás para a negociação desta tarde de segunda-feira.

O levantamento de instrumentos de contratação temporária no Estado foi apresentado na sexta-feira dia 3 de fevereiro, mas só foi entregue à FESAP (Federação de Sindicatos da Administração Pública) na quinta-feira da semana seguinte, segundo disse ao ECO o dirigente José Abraão. “Na reunião vamos lamentar que o Ministério das Finanças só nos tenha enviado o relatório uma semana depois”, afirmou o sindicalista.

Ana Avoila, da organização sindical Frente Comum afeta à CGTP, foi mais longe: “Há uma questão, que é o Governo estar a violar a lei da negociação quando não entrega o relatório às associações sindicais antes da publicação”, afirmou.

Manifestação dos Sindicatos da Frente Comum exige progressões na carreira.Paula Nunes / ECO

José Abraão criticou ainda o próprio relatório, cujos resultados considerou insuficientes. O levantamento mostrou que cerca de 90 mil trabalhadores exercem funções na Administração Central e no Setor Empresarial do Estado através de vínculos precários, como contratos a prazo ou prestação de serviços. No entanto, falta saber quais destes contratos temporários se referem a necessidades permanentes. “Não é possível identificar em concreto qual a dimensão da precariedade existente”, lê-se no relatório, visto ser necessário saber quando os instrumentos contratuais estão a ser utilizados indevidamente, o que só pode ser avaliado “no contexto de cada serviço”.

“É um relatório com muitas insuficiências, onde se mistura tudo, e sinceramente não se resolve coisíssima nenhuma”, afirmou o dirigente da FESAP. A negociação da integração dos trabalhadores com vínculo precário nos quadros “é um processo que tudo indica estar a começar mal, porque tem criado enormes expectativas, e a nossa principal preocupação é saber o que é que o Governo realmente quer resolver”.

Em cima da mesa para esta reunião de calendarização entre os sindicatos e o Governo estão também duas outras questões principais: os impactos orçamentais do descongelamento das carreiras na Função Pública e o tema da avaliação de desempenho.

Comissões bipartidas? Ainda se sabe pouco

No último Conselho de Ministros foi aprovada uma resolução para criar o “programa de regularização extraordinária dos vínculos precários na Administração Pública”, com a sigla PREVPAP. Este programa prevê a criação de uma comissão bipartida em cada ministério, com representantes ministeriais e das organizações dos trabalhadores, para identificar quais os postos de trabalho que se qualificam como necessidades permanentes. Esses postos de trabalho vão ser abrangidos pelo PREVPAP, que deverá arrancar até 31 de outubro de 2017 e ficar em vigor até 31 de dezembro de 2018.

Para Helena Rodrigues, do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), as comissões, à partida, fazem sentido. “Esperamos que sim, que naquilo que são os processos negociais os trabalhadores tenham assento, de acordo com aquilo que tem sido anunciado”, disse ao ECO. “Pensamos que um processo de resolver as questões da precariedade terá com certeza balizas e formas de proceder iguais para todos os trabalhadores”, acrescentou. No entanto, ainda falta informação.

“Queremos entender o que vai acontecer. Nós, os sindicatos, para além da informação que está na comunicação social, não sabemos nada”, afirmou José Abraão.

Também na Frente Comum esta questão ainda precisa ser esclarecida. “Não temos opinião ainda, porque temos de discutir o assunto com os sindicatos da Frente Comum”, afirmou a dirigente Ana Avoila. “Para já temos de perceber o que é aquilo e qual é o objetivo destas comissões”.

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5 coisas que tem de saber antes de abrirem os mercados

A OPEP divulga um relatório mensal importante, que permitirá avaliar se o acordo do corte de produção está a ser cumprido. Também hoje, a Comissão Europeia lança novas previsões para a economia.

É um dia importante para os produtores de petróleo, com a divulgação do relatório mensal da OPEP que permitirá avaliar se o cartel está a cumprir o corte de produção acordado. Por cá, é dia de prestar atenção à Pharol, que se mantém como a cotada com melhor desempenho do PSI-20, e aos juros da dívida, que no prazo a dez anos se mantêm acima dos 4%. Lá fora, o Japão presta contas e a Comissão Europeia lança novas previsões.

Momento da verdade para o acordo do petróleo

Esta segunda-feira, é divulgado o relatório mensal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que permitirá avaliar se o cartel está, ou não, a cumprir o corte de produção acordado no final de novembro. Até agora, parece tudo dentro do previsto. A Agência Internacional de Energia (AIE) refere mesmo que nunca os países da OPEP cumpriram tão à risca um acordo para cortar a produção e aponta que, em janeiro, o cartel implementou 90% dos cortes prometidos.

Pharol vai continuar luminosa?

A Pharol recuperou em menos de dois meses as perdas de um ano inteiro. Desde o início de 2017, disparou mais de 100% em bolsa e é a cotada com o melhor desempenho do PSI-20 neste ano. Tudo graças à Oi, a operadora brasileira onde a Pharol é a principal acionista, que prossegue o plano de recuperação e tem mais um interessado na sua aquisição: a Cerberus Capital Management. Vai continuar a brilhar em bolsa?

Atenção aos juros da dívida

Portugal volta ao mercado esta semana, depois de, na semana passada, o Tesouro português ter obtido um financiamento de 1.180 milhões de euros em obrigações a cinco e sete anos. A operação ficou aquém do máximo previsto e o preço exigido pelos investidores também ficou muito acima das emissões anteriores. Agora, resta ficar atento ao comportamento dos juros da dívida, numa altura em que, na dívida a dez anos, estão acima dos 4%.

Japão presta contas

As autoridades japonesas divulgam esta segunda-feira os resultados preliminares do produto interno bruto (PIB) do quarto trimestre do ano passado. Os economistas consultados pela Bloomberg antecipam que a economia japonesa tenha crescido 1,1% no último trimestre de 2016. Isto numa altura em que os esforços do Banco do Japão para combater a deflação não estão a ser suficientes.

Comissão Europeia divulga previsões de inverno

A Comissão Europeia divulga as suas previsões económicas de inverno. Nas últimas previsões, Bruxelas criticou o fraco crescimento de Portugal e apontou que o Governo de António Costa não tem feito esforço suficiente para cortar o défice programado para 2017. Já para a zona euro, a Comissão Europeia antecipava, em novembro, que a economia crescesse 1,7% em 2016 e 1,5% em 2017.

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Aicep: Já há substituto de Frasquilho. E é da casa

Luís Filipe de Castro Henriques foi o nome escolhido pelo Governo para substituir Miguel Frasquilho na liderança da Aicep. A decisão ainda tem de ir a Conselho de Ministros.

A decisão de não renovar o mandato de presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (Aicep) terá sido de Miguel Frasquilho. O antigo secretário de Estado do Tesouro de Manuela Ferreira Leite, em entrevista ao Diário de Notícias e à TSF, a 18 de novembro, disse que tinha “o sentimento de dever cumprido” e que quando o mandato terminasse, pretendia “abraçar novos desafios profissionais”. Logo, o Executivo tinha de encontrar alguém para o substituir. Luís Filipe de Castro Henriques, vogal executivo da atual administração, foi o nome escolhido, sabe o ECO.

Luís Filipe de Castro Henriques é licenciado em Economia pela Universidade Católica, tem mestrado na mesma área pela Universidade de Cambridge e MBA do INSEAD. Antes de se juntar ao conselho de administração da Aicep estava na EDP, onde desempenhou funções nas áreas de marketing e inovação. No seu currículo ainda consta uma passagem pela McKinsey e pelo Governo como adjunto do ministro da Economia e da secretária de Estado da Habitação, Rosário Águas.

Mais ninguém será reconduzido e todos regressaram aos seus lugares de origem — só José Vital Morgado era quadro da Aicep.

O ECO sabe que a equipa de Castro Henriques já está escolhida e toda ela feita com prata da casa. João Rodrigues, que integrou o gabinete de José Sócrates, é tido como um nome mais próximo do Ministério da Economia, nomeadamente do secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos. António Silva, diretor do centro de negócios da Aicep em Paris e Madalena Oliveira e Silva que, presentemente, tem a seu cargo os dossiers relacionados com os custos de contextos e os projetos de interesse nacional (PIN). A equipa vai ainda contar com Maria Serrano, que também é quadro da Aicep, mas tem estado a trabalhar no Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Apesar dos nomes já estarem escolhidos, ainda é necessário passar o crivo final do Conselho de Ministros. O Ministério dos Negócios Estrangeiros explicou ao ECO que “foi solicitado o necessário parecer à Cresap sobre a nova administração da Aicep”. “Logo que o parecer seja recebido, o Conselho de Ministros terá a possibilidade de aprovar o conselho de administração. Feita essa aprovação, será imediatamente dada nota pública”, acrescenta fonte oficial do ministério liderado por Augusto Santos Silva.

Frasquilho, cujo mandato terminou no final de 2016, já tinha dito que antes de sair ainda iria fechar os dossiers referentes ao ano passado, e garantiu na mesma entrevista ao Diário de Notícias e TSF que a sua saída nada tinha a ver com a mudança de Governo já que tinha sido nomeado por Pedro Passos Coelho, em abril de 2014.

Foi uma iniciativa que partiu de mim e não tem rigorosamente nada a ver com o facto de ter havido uma mudança de Governo, ou se outras quaisquer leituras que possam ser feitas.

Miguel Frasquilho

Presidente da Aicep

O Expresso, inclusivamente, avançou (acesso pago) que a vontade do primeiro-ministro, António Costa, teria sido reconduzi-lo admitindo mesmo mexer na tutela da agência que é do secretário de Estado da Internacionalização, Jorge Costa Oliveira, com quem Frasquilho tinha uma relação difícil. Mas Frasquilho preferiu sair, queria “abraçar novos desafios profissionais”. O Jornal Económico avançou (acesso pago) que o ainda presidente da Aicep será um dos quatro nomes que constam da short-list para ocupar o cargo de presidente da Euronext Lisbon, para substituir Maria João Carioca que deverá iniciar funções na Caixa Geral de Depósitos em março.

Recorde-se que a primeira baixa na administração de Frasquilho foi Pedro Ortigão Correia, que apresentou a demissão no final de outubro, uma notícia que o ECO avançou em primeira mão. Uma saída sem uma nova posição imediata em vista, como confirmou o próprio ao ECO, na altura.

Frasquilho sai da Agência com a abertura de delegações na Austrália, Argentina e Tailândia previstas no primeiro trimestre deste ano, segundo o próprio anunciou, em entrevista à Lusa. “Estamos nesta altura na fase de escolher ou de assinalar as datas no primeiro trimestre do próximo ano em que abriremos as delegações na Austrália, na Argentina e na Tailândia, são as únicas que nos faltam cumprir”, no âmbito do plano estratégico, disse Miguel Frasquilho. Em jeito de balanço o responsável também revelou que, em 2016, angariou investimento “acima dos 1.000 milhões de euros”, apesar de ter havido algum abrandamento.

(Notícia atualizada às 19h06 com o nome de mais um elemento da equipa)

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CGD: “Governo fez marosca com Decreto-lei”

Luís Marques Mendes critica a postura adotada por Mário Centeno na CGD. Diz que "não se portou como um homenzinho". E atacou António Costa, acusando-o de manipular a publicação do Decreto-lei.

António Domingues e Mário Centeno tinham um acordo sobre a confidencialidade das declarações de património. Isso ficou provado com as cartas divulgadas pelo ECO. Luís Marques Mendes diz que Centeno “não se portou como um homenzinho” neste processo, acusando ainda António Costa de manipular a publicação do Decreto-lei que permitia essa confidencialidade ao ex-presidente da CGD. Diz que houve “marosca”.

“Conjunto de elementos divulgados pelo ECO, que teve aqui um furo jornalístico, fica confirmado o que todos sabiam: houve, de facto, um acordo. Ninguém no país tem dúvida. Claro que houve acordo. Chame-se acordo, compromisso ou entendimento. Seja escrito ou verbal. Seja por carta, por email ou por SMS“, afirmou no seu comentário semanal na SIC.

“António Domingues fez um pedido para não entregar a declaração e rendimentos. Bastava que Mário Centeno tivesse dito que não aceitava. Acabava-se”, mas não foi isso que aconteceu. E as cartas divulgadas na última semana mostram que Centeno não o fez. “O povo costuma dizer que quem cala, consente”. “O que correu mal foi que isto veio a público”, disse. Mas só porque houve “marosca”.

Estava tudo “preparado para ficar em segredo. Estava tudo feito para ser secreto. O Governo fez uma coisa que é feia, não é normal e inaceitável. O Governo manipulou a data deste Decreto em Diário da República, Qualquer Decreto-lei tem data de aprovação e data de promulgação”.

Mas o “Governo congelou este Decreto-lei, manipulou a data. Só foi publicado a 28 de julho no início das férias da Assembleia da Republica. O Governo queria diminuir o risco de os deputados se aperceberem”, que podiam chamar o Decreto a apreciação parlamentar. Neste ponto, Marques Mendes acusa Costa. “A manipulação do Decreto-lei é mais com António Costa”.

Centeno fica… mas fragilizado

Marques Mendes diz que “tudo isto é um processo em que houve acordo, não precisa ser verbal. E houve a preocupação de fazer com que não houvesse marosca. Isto é uma trica? Não“, contrariamente à classificação que António Costa fez de todo este processo. Centeno saiu fragilizado, mas não sai do Governo.

“Mário Centeno não é um génio político. Mas era uma pessoa respeitada, não tanto pela qualidade política, mas pelos resultados. A partir de agora, fica fragilizado. Quem perde o respeito, perde a autoridade. Ele não vai sair [do Governo] porque estamos em Portugal“, disse, acrescentando que “o ministro não se portou nem com hombridade nem com humildade. Não se portou como um homenzinho” neste processo da CGD.

“Se António Domingues divulgar SMS comprometedores, a situação complica-se. Mas sem isso, não cai. Se isto acontecesse lá fora, Mário Centeno já tinha caído“, rematou. Mas, conclui Marques Mendes, “a saída dele [Mário Centeno] era um tiro no porta-aviões. E António Costa não o vai permitir”, rematou.

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