Combustíveis puxam inflação para máximos de 2012

  • ECO
  • 10 Fevereiro 2017

Os preços voltaram a acelerar no arranque deste ano. O INE revela um aumento de 1,3% em janeiro, impulsionado pela subida dos preços do combustíveis.

A subida dos preços dos combustíveis puxou pelos preços no arranque deste ano. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a variação homólogo do índice de preços no consumidor (IPC) ascendeu a 1,3% no mês de janeiro, atingindo assim o nível mais elevado desde o último mês de 2012.

“A variação homóloga do IPC passou de 0,9% em dezembro de 2016 para 1,3% em janeiro de 2017, refletindo sobretudo a aceleração dos preços dos combustíveis”, refere o INE, salientando, no entanto, que excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos, registou-se uma variação homóloga de 0,5%, taxa idêntica à do mês anterior. A taxa registada em janeiro é a mais elevada desde dezembro de 2012.

O agregado relativo aos produtos alimentares não transformados registou uma variação homóloga de 2,8% em janeiro (1,2% em dezembro de 2016), enquanto o índice referente aos produtos energéticos apresentou uma taxa de variação de 7,4% (4,0% no mês anterior). Ou seja, quase duplicou o aumento.

A um nível mais desagregado, por classes de despesa, o INE destaca “os aumentos das taxas de variação homóloga da classe dos transportes e dos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas, com variações de 5,4% e 1,3%, respetivamente (1,9% e 0,6% no mês anterior)”.

Em sentido oposto, o INE aponta que registou-se uma “diminuição da taxa de variação homóloga da classe das comunicações e dos bens e serviços diversos com uma variação de 2,5% e -0,1%, respetivamente (5,2% e 0,4% no mês anterior)”.

(Notícia atualizada às 11h35)

 

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Jorge Portugal: “Economia circular é muito mais do que reciclagem”

O diretor-geral da COTEC Portugal, Jorge Portugal, alertou esta sexta-feira, em Madrid, que "economia circular é mais do que reciclagem" e que os países do sul da Europa podem liderar a transição.

Jorge Portugal é o diretor-geral da COTEC Portugal, Associação Empresarial para a Inovação.DR

Naquela que foi a primeira sessão do 11º Encontro Anual COTEC Europa, Jorge Portugal, diretor-geral da COTEC Portugal, interveio para dizer aos parceiros espanhóis e italianos que “os países do sul da Europa não estão atrás” dos da Europa central no que toca à transição para uma economia mais circular: “Queremos participar, pois temos todos os elementos para liderar este processo”, disse, no evento que decorre esta sexta-feira no Palácio Real de El Pardo, em Madrid.

O atual modelo económico é linear e, dada a finitude dos recursos, não é sustentável. “Uma indústria mais circular é uma transição que passa por mudar a natureza da produção e do consumo”, explicou. E passa por “criar uma relação sustentável com a natureza e com os recursos”. O conceito de economia circular assenta na ideia de que os recursos e os materiais devem ser aproveitados ao máximo, reduzindo o desperdício e reaproveitando quando possível.

Ainda assim, Jorge Portugal deixou o alerta: “A economia circular é muito mais do que reciclagem.” Para o diretor geral da Associação Empresarial para a Inovação, a Europa central “lidera o tema” desse ponto de vista, mas também é necessária uma compreensão destes e doutros temas “por parte da sociedade e não só dos empresários e decisores políticos”.

A chamada sharing economy é um bom exemplo que nada tem a ver com reciclagem e que, para o engenheiro, “há evidentes tendências” de que é bastante popular entre as camadas mais jovens. “Os nossos associados são players que lideram a mudança”, garantiu depois, apontando empresas como a Lipor, a Galp e a Secil, que têm empenhado esforços em adotar medidas mais de acordo com os valores da circularidade.

"Os nossos associados são players que lideram a mudança.”

Jorge Portugal

Diretor-geral da COTEC Portugal

Contudo, não se pode descorar a importância do “apoio público” ao “investimento em pesquisa e desenvolvimento”, uma vez que, indicou Jorge Portugal, “os problemas relacionados com a economia circular são multidisciplinares” e, sobretudo, carecem da geração de “novo conhecimento”.

O diretor-geral da COTEC Portugal terminou, deixando cinco mensagens aos homólogos italiano e espanhol, perante uma plateia de empresários e até do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral:

  1. Transitar para uma economia circular é possível (e deve ser feito) mantendo os mesmos níveis de consumo;
  2. É preciso cruzar a agenda da digitalização com a dos temas da economia circular;
  3. Os empresários do setor privado são um elemento-chave nesta transição;
  4. Há que investir em mais conhecimento e investigação;
  5. A transição deve ser gerida com cuidado, devido aos muitos desafios. Por isso, são necessários indicadores que meçam o progresso.

De recordar que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, também está em Madrid e vai discusar, em conjunto com o Rei de Espanha, Filipe VI, e o Presidente da República Italiana, Sergio Mattarella.

O ECO viajou para Espanha a convite da COTEC Portugal.

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AIE: Nunca a OPEP cumpriu um plano tão à risca

  • Rita Atalaia
  • 10 Fevereiro 2017

A Agência Internacional de Energia (AIE) refere que o cartel implementou 90% dos cortes prometidos em janeiro, o primeiro mês de um acordo que criou meses de impasse entre os produtores de petróleo.

Nunca os países produtores da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) cumpriram tão à risca um acordo para cortar a produção. A Agência Internacional de Energia (AIE) refere que o cartel implementou 90% dos cortes prometidos em janeiro, o primeiro mês de um acordo que criou meses de impasse entre os membros dentro e fora da OPEP. O aumento surpreendente da procura no ano passado foi determinante para o sucesso desta estratégia que tem mantido os preços do petróleo acima dos 50 dólares.

A OPEP “parece ter começado bem este processo que vai durar seis meses”. Esta é a conclusão da AIE no seu relatório sobre o mercado petrolífero. A agência refere que o cartel implementou 90% dos cortes prometidos nesta primeira fase, um máximo histórico. E tudo graças à Arábia Saudita, que aplicou um corte à produção superior ao que tinha ficado estabelecido, e ao aumento da procura, que se intensificou no ano passado e deve manter a tendência este ano. Angola, apesar da situação financeira debilitada, foi o país que mais cortou: mais de 140% da meta definida.

OPEP implementou 90% dos cortes prometidos em janeiro

Fonte: Bloomberg (valores em percentagem)

“O primeiro corte é certamente um dos mais acentuados na história da OPEP”, refere a AIE, que aconselha as grandes economias sobre políticas energéticas. Mesmo depois de os produtores de petróleo terem chegado a acordo para reduzir a produção, os investidores continuaram céticos em relação ao cumprimento deste corte. Mas nunca os países produtores da OPEP cumpriram tão à risca um acordo para cortar a produção, nota a agência.

O sucesso da OPEP levou a AIE a aumentar as estimativas da procura por petróleo global em 2016 pelo terceiro mês consecutivo. E também melhorou as perspetivas para 2017, projetando um aumento de 1,4 milhões de barris por dia este ano. Já as reservas mundiais vão cair 600 mil barris por dia durante a primeira metade do ano, caso a OPEP continue a cumprir o acordo, diz a AIE. Embora as reservas tenham caído durante cinco meses consecutivos, e registado a queda mais acentuada em três anos no quarto trimestre, continuam significativamente acima da média.

O facto de ainda existirem muitas reservas, em conjunto com os receios de que os cortes da OPEP apenas vão levar a produção noutros países, como nos EUA, a aumentar explica porque é que os preços continuam limitados perto dos 50 dólares por barril, remata a agência. Hoje o dia é de ganhos para o petróleo. O barril do Brent segue em alta de 1,1% para os 56,24 dólares, enquanto o barril do WTI acelera 0,98% para os 53,51 dólares.

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Revista de imprensa internacional

  • Juliana Nogueira Santos
  • 10 Fevereiro 2017

A nova vida do Banco Popular e do Twitter e as consequências internacionais do muro de Trump. Estas e outras notícias que marcam o final de semana na imprensa internacional.

Na reta final desta semana, o destaque internacional continua a ir para Trump e as suas propostas. Atenção também para a redução de vendas no mercado da arte, o aumento de preço do novo iPhone e a descoberta de novas abordagens, tanto na banca como nas tecnológicas.

Cinco Días

Saracho planeia vender TotalBank, a banca privada e outros ativos do Popular

Com a mudança de presidente avista-se também uma mudança de paradigma. Segundo várias fontes, Emilio Saracho, agora presidente do Banco Popular, quer vender o TotalBank, a sua filial norte-americana, a secção de banca privada da instituição e aumentar a venda de imobiliário através da criação de sociedades anónimas.

Este, contrariamente ao que quereriam os bancos de investimento, não vai proceder a um aumento de capital, preferindo assim vender uma série de ativos que estavam paralisados, castigando por sua vez os acionistas.

(Acesso gratuito / Conteúdo em espanhol)

Bloomberg

Muro vai reduzir preço dos combustíveis para todos… menos para os Estados Unidos

Se Trump queria construir o muro para melhorar a vida aos americanos, parece que isso não vai acontecer, pelo menos no que diz respeito aos combustíveis. Um grupo de analistas do Goldman Sachs chegou à conclusão que a imposição de um imposto fronteiriço como o que está a ser proposto pela nova administração vai fazer com que o dólar desvalorize, levando com ele os preços do carvão e do gás natural liquefeito.

Embora isto signifique um aumento dos lucros para os exportadores norte-americanos, não se traduz em ganhos para os consumidores, visto que os Estados Unidos importam pouco gás natural e carvão. Esta desvalorização obrigará também o Canadá a descer os preços dos seus combustíveis para se manter competitivo no mercado.

(Acesso gratuito / Conteúdo em inglês)

MarketWatch

Mercado da arte com piores resultados em 2016

Há uma nuvem negra a pairar sobre o mercado da arte. As principais leiloeiras viram as suas vendas a diminuírem significativamente em 2016. A Christie’s International está a perder clientes há dois anos consecutivos, com uma redução de vendas de 27% em relação a 2015. Nesse ano, o valor já tinha caído 36%. A sua rival americana, a Sotherby’s, também reduziu em 30% o valor das suas vendas.

A principal causa desta queda será a escassez de novas descobertas, que fez com que não houvessem grandes obras a serem leiloadas. Excluem-se desta regra os exemplos de “Grainstack” de Claude Monet, vendida por 81,2 milhões de dólares e de “Untitled XXV” de Willem de Kooning por 66,2 milhões de dólares.

(Acesso gratuito / Conteúdo em inglês)

Fast Company

Edição comemorativa do 10º aniversário do iPhone custará mais de 1.000 dólares

Data especial, preço especial. Mas não vai ser de amigo. A edição que comemora uma década de iPhone vai custar mais de 1.000 dólares, comparativamente com os 800 dólares que custava o iPhone 7. E porquê? O simples facto de ser uma edição comemorativa já aumenta o seu valor, mas espera-se também que ocorram melhoras na memória, no ecrã e no design.

O nome, por si só, também é acompanhado por uma áurea de exclusividade: iPhone X. Ainda não são conhecidas datas para o lançamento.

(Acesso gratuito / Conteúdo em inglês)

Racked

Twitter conta nova história de crescimento aos investidores

Depois de ter apresentado resultados bem mais baixos do que o esperado, a Twitter quer mudar a abordagem em relação ao número de utilizadores que utilizam a plataforma, para assim apelar mais facilmente aos investidores. O ano de 2016 registou um mínimo recorde de novas adesões, mas Jack Dorsey diz que a partir de agora o que contam são os utilizadores diários — valor esse que aumentou 11% no último trimestre do ano.

Os utilizadores mensais, por sua vez, cresceram apenas 4%. Será que é o suficiente para que a empresa volte a ser apelativa, ou é só uma maneira diferente de dizer a mesma coisa?

(Acesso gratuito / Conteúdo em inglês)

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Empresas com salário mínimo descontam menos pela última vez

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 10 Fevereiro 2017

Corte da TSU em 0,75 pontos percentuais para empresas com salários mínimos termina com o pagamento das contribuições em fevereiro, referente aos salários de janeiro.

As empresas com salários mínimos vão descontar este mês, pela última vez, um valor mais baixo para a Segurança Social. A entrega de contribuições decorre entre dia 10 e 20 do mês seguinte àquele a que dizem respeito os salários.

A medida que reduz em 0,75 pontos percentuais as contribuições abrange os salários pagos entre fevereiro de 2016 e janeiro de 2017. Mas como os descontos são sempre feitos no mês seguinte, só agora que as empresas com trabalhadores a receber salário mínimo vão pagar, pela última vez, a Taxa Social Única (TSU) reduzida.

Esta foi a solução encontrada em concertação social para compensar as empresas pelo aumento do salário mínimo para 530 euros no início de 2016. Este ano, Governo e parceiros sociais negociaram uma medida idêntica (embora mais abrangente) no âmbito de um novo aumento da remuneração mínima (desta vez para 557 euros) mas, neste caso, a intenção acabou por ser travada no Parlamento, com o apoio dos partidos mais à esquerda e do PSD. Em alternativa, o Pagamento Especial por Conta (PEC) será reduzido.

O corte da TSU que termina agora abrange empresas com trabalhadores contratados antes de 1 de janeiro de 2016 que ganhassem, em dezembro de 2015, uma retribuição base entre 505 e 530 euros. Além de empresas, a medida também se destina a entidades sem fins lucrativos, o que inclui não só IPSS, como associações sindicais e patronais, Ordens profissionais ou partidos políticos. Este direito termina com a entrega de declaração de remunerações até 10 de fevereiro de 2017.

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O que é a contratação coletiva? Leia este texto

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 10 Fevereiro 2017

Quem intervém na negociação? Que tipo de convenções existem? E como caducam? O ECO ajuda-o a conhecer o regime.

São termos bem conhecidos para as associações patronais e sindicais mas ainda causam estranheza a muitos trabalhadores. As centrais sindicais já disseram que querem discutir o tema da contratação coletiva em sede de concertação social e o assunto também é chamado esta sexta-feira ao Parlamento, para um debate requerido pelo PCP.

Sendo um tema importante para a vida de patrões e trabalhadores, os parceiros sociais têm vindo a apontar para os bloqueios na contratação coletiva e pedem soluções. As confederações que assinaram o acordo tripartido — patrões e UGT — comprometeram-se a transmitir às suas estruturas a mensagem de que não devem denunciar convenções coletivas durante 18 meses. E ainda no primeiro trimestre, o Governo apresentará alterações às portarias de extensão. Conheça o regime.

O que é a contratação coletiva?

É o processo através do qual os empregadores e os representantes dos trabalhadores negoceiam condições específicas de trabalho, a aplicar à empresa ou ao setor.

Que tipos de acordo existem?

Chegando a acordo, são celebradas convenções coletivas de trabalho. Há três tipos de convenções:

  • Contrato coletivo: entre associação sindical e associação de empregadores;
  • Acordo coletivo: entre associação sindical e uma pluralidade de empregadores para diferentes empresas;
  • Acordo de empresa: entre associação sindical e um empregador para uma empresa ou estabelecimento.

As convenções coletivas são consideradas Instrumentos de Regulamentação Coletiva de Trabalho (IRCT) negociais. Também há IRCT não negociais, como as portarias de extensão.

As matérias que constam das convenções coletivas aplicam-se a quem?

Num primeiro momento, apenas aos trabalhadores e às empresas abrangidas pelas entidades que negociaram o acordo. Mas se o Governo decidir publicar uma portaria de extensão, estas condições passam a aplicar-se também a empregadores e trabalhadores de todo o setor.

Qual tem sido a postura do Governo?

Até à chegada da troika a Portugal, as portarias de extensão eram publicadas com regularidade, o que fazia com que grande parte dos trabalhadores estivesse abrangida por convenções coletivas. Mas no final de 2012, o Governo liderado por Passos Coelho aprovou uma resolução que indicava um conjunto de critérios a ter em conta para a publicação. Só seriam emitidas portarias de extensão se, entre outras condições, a parte empregadora que subscrevia a convenção representasse mais de metade dos trabalhadores do setor. E isto restringiu fortemente a publicação de portarias.

A questão gerou intensas críticas, tanto a parceiros sindicais como patronais. Os sindicatos contestavam o facto de a medida limitar o número de trabalhadores abrangidos por condições mais favoráveis e acusavam o patronato de bloquear a contratação. Já os patrões diziam que a iniciativa fomentava a concorrência desleal, uma vez que havia empregadores que podiam praticar condições abaixo das negociadas em contratação coletiva — bastava que para isso não estivessem filiados nas estruturas que negoceiam os acordos. E atribuíam a este congelamento das portarias a culpa da travagem a fundo da negociação coletiva.

A contestação produziu resultados: em 2014, as portarias de extensão passaram a poder ser publicadas também se a entidade empregadora subscritora da convenção fosse constituída em, pelo menos, 30% por micro, pequenas e médias empresas.

Ainda assim, o assunto voltará à concertação social. Do lado sindical, já se pediu um regresso ao regime antigo, quando a publicação de portarias não estava condicionada. E o Governo já prometeu apresentar uma proposta com mudanças no enquadramento desta figura ainda no primeiro trimestre.

Que condições são negociadas?

O Código do Trabalho dá margem para a negociação de várias matérias em sede de contratação coletiva. Já hoje as convenções determinam, em vários casos, regimes de tempo de trabalho, férias, pagamento de horas extra ou o valor mínimo a pagar em cada categoria profissional. Mas a lei geral também indica matérias que não podem ser afastadas por IRCT: é o caso de um conjunto de normas relacionadas com a cessação de contrato.

Os IRCT também podem afastar normas previstas no contrato de trabalho — apenas em sentido mais favorável nalguns casos — desde que daí não resulte o contrário.

As convenções duram até quando?

A convenção vigora pelo prazo que dela constar. Se não existir esta indicação, vigora pelo prazo de um ano e renova-se sucessivamente por igual período. Porém, as partes podem acordar em revogar o contrato.

A lei também permite que qualquer uma das partes possa denunciar a convenção — não se considerando aqui a proposta de revisão do acordo. O que acontece depois? Depende. Há convenções que têm uma cláusula específica, que indica que o acordo vigora até ser substituído por outro — neste caso, essa cláusula caduca decorridos três anos da publicação da convenção, da denúncia ou da apresentação da proposta de revisão. Depois deste prazo, a convenção entra em sobrevigência.

Porém, também existem acordos sem aquela cláusula específica: neste caso, a convenção entra em sobrevigência logo após a denúncia.

O regime de sobrevigência estende-se pelo período de negociação (incluindo conciliação, mediação ou arbitragem voluntária) ou, no mínimo, durante 12 meses. No máximo, a negociação pode atingir 18 meses, contando já com eventuais suspensões, que ocorrem em caso de interrupção por mais de 30 dias.

Se as partes não chegarem a acordo neste período, a convenção ainda vigora por 45 dias depois de qualquer uma das partes comunicar ao Ministério do Trabalho que o processo terminou sem consenso. E só depois caduca.

O regime de caducidade e sobrevigência foi revisto em 2014: na altura, admitiam-se novos cortes nos prazos mas tal não aconteceu. Aliás, as centrais sindicais continuam contra o regime em vigor. A CGTP quer mesmo acabar com a norma da caducidade. Já a UGT quer regular a figura da denúncia, para que não possa ser utilizada apenas como forma de conduzir à caducidade das convenções.

Que efeitos se mantêm em caso de caducidade?

Os que sejam acordados pelas partes ou, caso não existam, os que dizem respeito a retribuição, categoria, duração do tempo de trabalho e regimes de proteção social específicos. O trabalhador fica ainda abrangido pela lei geral.

O que acontece quando não há nova convenção?

Se uma convenção caducar e não for celebrada outra nos 12 meses seguintes — nem exista outro acordo aplicável a pelo menos metade dos trabalhadores da mesma empresa, grupo ou setor — pode haver lugar a arbitragem necessária, por despacho do ministro do Trabalho depois de feito um requerimento por qualquer uma das partes.

As convenções podem ser suspensas?

Sim. A convenção, ou parte dela, pode ser suspensa temporariamente “em situação de crise empresarial, por motivos de mercado, estruturais ou tecnológicos, catástrofes ou outras ocorrências que tenham afetado gravemente a atividade normal da empresa, desde que tal medida seja indispensável para assegurar a viabilidade da empresa e a manutenção dos postos de trabalho”, diz o Código do Trabalho. A medida exige acordo escrito entre as partes.

A lei também prevê mecanismos de arbitragem voluntária e obrigatória para dirimir questões relacionadas com as convenções coletivas.

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BCP: Unidade polaca não precisa de mais capital

  • Rita Atalaia
  • 10 Fevereiro 2017

O Bank Millennium, a unidade polaca do BCP, não precisa de capital externo. João Brás Jorge, presidente do banco, diz que todas as potenciais necessidades de capital serão cobertas pelo lucro.

O Bank Millennium, a unidade polaca do BCP, não precisa de capital externo. João Brás Jorge, presidente executivo do banco, explica ao jornal polaco Parkiet que todas as potenciais necessidades de capital do banco serão cobertas internamente pelos lucros, que é o que “vai acontecer com o lucro líquido de 2016”. Isto depois de o comité de estabilidade financeira da Polónia ter feito uma recomendação ao Ministério das Finanças, dizendo que os bancos polacos com empréstimos hipotecários em moedas estrangeiras devem criar provisões no caso de estes créditos terem de ser convertidos.

Todas as potenciais necessidades de capital que podem vir a surgir na unidade polaca do BCP serão cobertas internamente através dos lucros, diz João Brás Jorge, presidente executivo do banco, ao jornal polaco Parkiet (acesso pago). “Isso, por exemplo, acontecerá com o lucro líquido registado em 2016”, refere. Ou seja, não será preciso recorrer a capital externo.

O Bank Millennium precisará de alocar mais capital para cumprir as recomendações feitas pelo comité de estabilidade financeira da Polónia. As autoridades polacas alertam que os bancos devem criar provisões caso tenham de converter os empréstimos em moeda estrangeira, incluindo francos suíços. O comité refere que estes créditos precisam de ser reestruturados. Uma solução que deve basear-se em acordos voluntários entre bancos e os detentores destes empréstimos.

João Brás Jorge refere também que a solução para estes créditos não deve fragilizar o sistema e deve proteger os depósitos. Para 2017, o presidente executivo da unidade polaca do BCP prevê que o lucro líquido combinado dos bancos da Polónia deve cair em relação a 2016.

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“Phenomenal” de Trump puxa pelos juros na Europa

Donald Trump prometeu, para breve, uma revisão na tributação das empresas americanas. O impulso económico da medida faz aumentar a expectativa sobre juros mais altos, castigando o mercado de dívida.

Donald Trump continua a fazer mexer com os mercados. Se o foco na imigração acalmou o entusiasmo com a nova Administração, a promessa de uma revisão na fiscalidade que, como Trump afirmou, vai ser “phenomenal” (fenomenal, em português), está a puxar pelos mercados acionistas. Mas está a pesar nos mercados de dívida. As obrigações estão em queda, com os investidores a anteciparem que o maior crescimento económico em resultado da medida possa acelerar o aumento dos juros. As taxas da dívida sobem, até na Europa. E Portugal está a ser dos mais castigados.

A revisão da fiscalidade para as empresas vai ser anunciada dentro de “duas a três semanas”, disse o Presidente dos EUA. Trump quer baixar os impostos às empresas, permitindo assim maiores lucros que se traduzirão em mais postos de trabalho. Neste sentido, deverá assistir-se a um maior crescimento da economia. Com mais crescimento, os preços sobem, o que forçará a uma subida mais rápida das taxas de juro da Fed. É bom para as ações, mas mau para as obrigações: os retornos caem.

Perante esta promessa, as obrigações norte-americanas, as Treasuries, têm vindo a cair, com a taxa a acelerar. E o mesmo está a acontecer deste lado do Atlântico, com os investidores a anteciparem que juros mais altos nos EUA podem forçar uma inversão mais rápida da política seguida por Mario Draghi. O resultado é uma queda também no valor das obrigações soberanas do Velho Continente, desde a Alemanha a Portugal, sem esquecer a Grécia.

As taxas da dívida alemã seguem a subir dois pontos base. Em Espanha e Itália registam-se subidas de cerca de cinco a seis pontos base no prazo a dez anos, já em Portugal a yield está a agravar-se em dez pontos base, para 4,151%. Esta subida acompanha a tendência geral, sendo que no caso português reflete também a maior perceção de risco dos investidores perante o país, numa altura em que o setor financeiro continua a estar sob os holofotes dos investidores internacionais.

Pior está a Grécia, que continua a ver os juros da sua dívida a disparar. A taxa a dois anos mantém-se acima da fasquia dos 2% com os investidores receosos quanto ao futuro do país. Depois de o FMI vir a público avisar que o país precisaria de alívio para conseguir pagar a sua dívida, poderá estar em vista um novo resgate, os credores preparam-se para apresentar a Alexis Tsipras uma proposta com medidas adicionais. Querem, assim, ajudar a desbloquear mais uma tranche do programa de resgate para evitar que o país seja alvo de um novo… resgate.

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Quinta Alegre: uma casa reabilitada em três fases

  • ECO + SCML
  • 10 Fevereiro 2017

Antigo Palácio do Marquês de Alegrete e Jardim Romântico transformados num espaço intergeracional.

Foi solar de veraneio, com jardim e palácio, do 1º Marquês de Alegrete. Manuel Telles da Silva mandou construir a Quinta Alegre, na Charneca do Lumiar, em meados do século XVIII. Ao longo dos séculos, foi sofrendo alterações até que, em 1983, passa a ser propriedade da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

A Quinta Alegre está agora a ser reabilitada pelos novos donos: ali nascerão uma unidade social, uma unidade assistida para os aposentados da Santa Casa e uma unidade residencial.

A reabilitação da Quinta Alegre é um dos mais emblemáticos projetos da instituição, onde haverá áreas que juntam mais novos e mais velhos em áreas comuns. Neste quinta serão criadas três unidades: a Unidade Social, na zona do palácio do Marquês de Alegrete e do Jardim Romântico, a Unidade Assistida, para pessoas seniores com uma ocupação e para reformados da Santa Casa e a Unidade Residencial, para pessoas que precisem de uma residência provisória.

O projeto será executado em três fases. Atualmente o Palácio do Marquês de Alegrete e o Jardim Romântico estão a ser integralmente restaurados. A Unidade Social terá espaços lúdicos, culturais, de convívio e serviços abertos ao público. Esta unidade terá uma área bruta de mais de 5.000 m², entre palácio e jardins.

A reabilitação no Palácio e Jardim prevê a conservação do edifício e da arquitetura paisagística, através do restauro dos elementos decorativos existentes, especialmente dos frescos. As funções da Quinta de Recreio como um espaço de acolhimento e receção regressam com funções lúdico-recreativas, abertas à comunidade, estando também projetada a implementação de um lar residencial de idosos, como ponto de encontro entre gerações.

A empreitada no Palácio Marquês do Alegrete, ou Quinta Alegre, como também é conhecido, é um dos projetos mais complexos e emblemáticos da Santa Casa, não só pelo investimento envolvido (cerca de quinze milhões de euros no total das tês unidades), mas também pelo restauro do edifício, já que se manterá a traça original.

No entanto, o motivo principal para destacar este projeto deve-se ao facto de permitir à instituição trabalhar em dois eixos de ação fulcrais para a comunidade: por um lado, valoriza, rentabiliza e recupera o património, permitindo novas vivências; por outro, reforça o conceito de intergeracionalidade.

A intergeracionalidade, prioridade da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa do século XXI, está na génese do projeto desenhado para a Quinta Alegre. Ao instalar o lar residencial de idosos e a unidade residencial para jovens num espaço contíguo, pretende-se facilitar a relação intergeracional as jovens e idosos, promovendo proximidade e interação, diálogo, desenvolvimento intelectual e social, evitando o isolamento e a exclusão, recorrentes na terceira idade.

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BCE prepara um novo teste de stress

  • ECO
  • 10 Fevereiro 2017

Mario Draghi avalia feitos da sua própria política. Testes vão incidir sobre a carteira de crédito e a dívida. Formulários seguem para os bancos em meados de fevereiro.

O Banco Central Europeu (BCE) está a preparar um novo tipo de teste de stress para os bancos da Zona Euro, avança o jornal espanhol Expansión. O banco liderado por Mario Draghi deverá, em meados de fevereiro, remeter os formulários que os bancos têm de preencher depois de fazerem os testes de resistência a parte do balanço.

“Só será necessário fazer o teste de stress a uma parte concreta: a carteira de crédito e à dívida”, explicam as fontes citadas pelo Expansión. Ainda que os testes sejam determinados pelo supervisor europeu, cada banco será responsável pela modelação dos fluxos. Os bancos terão ainda de enviar as suas expectativas quanto à evolução da margem financeira nos próximos três anos.

Estes novos testes surgem de uma necessidade do próprio BCE avaliar o impacto que a sua política expansionista está a ter nos bancos. O cenário prolongado de juros muito baixos cria desafios adicionais à banca europeia para encontrar novas formas de rentabilidade que não assentem exclusivamente nos juros.

Um dos cenários colocados nos testes de stress é a possibilidade de a curva dos juros ficar plana (flattening), noutro é que a curva se torne mais pronunciada (steepening). Outro dos cenários que as provas vão explorar o aprofundar dos juros negativos (exceto para particulares) e ainda outros dois cenários para as projeções baseadas em “situações históricas”, explicam fontes bancárias.

As carteiras serão submetidas a cenários de variação das taxas de juro, em alta ou em baixa, até 200 pontos base“, revela ao Expansión uma das entidades a quem o BCE pediu para levar a cabo os novos testes.

Outras fontes do setor bancário espanhol, citadas pelo jornal, revelam que a finalidades destes teses é ajudar o supervisor a fixar as novas exigências de capital. Em 2017, segundo os planos do supervisor, haverá dois tipos de exigências de capital obrigatório e de reservas de capital. A primeira exigência cobre todos os riscos da entidade (P2R) e a segunda refere qual “o nível adequado de capital que uma instituição deve manter para ter uma almofada suficientemente grande para aguentar situações de stress, em particular aquelas que são indicadas nos cenários adversos definidos nos testes de stress do supervisor”, segundo um comunicado do próprio de novembro.

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Grécia: Credores têm Plano B para evitar novo resgate

  • Juliana Nogueira Santos
  • 10 Fevereiro 2017

Com o cerco à Grécia a apertar, os credores estão a preparar um pacote de medidas adicionais a ser aplicado caso o país falhe as metas definidas. A ideia é tentar desbloquear as verbas do resgate.

A pressão sobre a Grécia está a ficar mais intensa. Depois de o FMI vir a público avisar que o país precisaria de alívio para conseguir pagar a sua dívida, poderá estar em vista um novo resgate, os credores preparam-se para apresentar a Alexis Tsipras uma proposta com medidas adicionais. Querem, assim, ajudar a desbloquear mais uma tranche do programa de resgate para evitar que o país seja alvo de um novo… resgate.

Duas pessoas próximas do processo afirmaram à Bloomberg que esta proposta será apresentada até sexta-feira. Dela farão parte medidas fiscais correspondentes a 2% do PIB grego que serão utilizadas caso o país não consiga cumprir as metas orçamentais acordadas no último programa de assistência financeira.

A Grécia continua num impasse, com uma parte destes credores a reiterarem a necessidade de alívio da dívida pública do país — nesta incluída o FMI –, e outra a afirmar que não é uma hipótese a considerar, visto que vai abrir um precedente que poderá ser aproveitado por outros países com situação idêntica. Ou seja, com dívidas públicas bem acima dos 100% do PIB.

O país precisa de cerca de 7 mil milhões de euros para evitar a bancarrota. A pressão para obter mais verbas que lhe permitam cumprir com as suas obrigações é grande. Nos mercados, a taxa de juro da dívida grega a dois anos está esta quinta-feira nos 10,002% tendo já chegado a atingir máximos desde junho — 10,03%.

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Depois da tempestade, a bonança. BPI recupera

  • Rita Atalaia
  • 10 Fevereiro 2017

Hoje a sessão é de recuperação para o BPI. Depois de uma queda de 12%, as ações estão a avançar quase 2%. Este otimismo está a contagiar o PSI-20, que abriu a sessão no verde, animado pela energia.

A bolsa nacional está a apanhar boleia da recuperação dos títulos do BPI. As ações do banco português tombaram 12% na quinta-feira. Mas hoje avançam quase 2% na abertura. Com esta subida, o PSI-20 abre a última sessão da semana no verde, animado pelos ganhos no setor energético.

O índice de referência nacional, o PSI-20, abriu a sessão a ganhar 0,23% para os 4.605,51 pontos, num dia de recuperação dos títulos do BPI. As ações arrancaram a subir 1,63% para 94 cêntimos. Mas esta subida intensificou-se, com os títulos a valorizar agora 6,52% para os 98 cêntimos, animadas pela decisão da agência Fitch de melhorar o rating do BPI, retirando-o da zona considerada investimento especulativo (lixo).

Uma “decisão positiva para o banco” ainda liderado por Fernando Ulrich, refere o CaixaBI, numa nota de research. Os títulos recuperam assim de um tombo de 12% na quinta-feira, provocado pela decisão da Euronext de excluir o BPI do PSI-20, que fica novamente com 17 cotadas a partir desta sexta-feira.

O mesmo não se pode dizer do BCP, que cai 1,30% para os 14,48 cêntimos. O banco liderado por Nuno Amado chegou a tocar um novo mínimo histórico de 13,3 cêntimos depois de ter lançado mais 14 mil milhões de novas ações no mercado.

O bom desempenho do setor energético também está a ser determinante para os ganhos da praça portuguesa. Destaque para o grupo EDP, com a casa-mãe a subir 0,32% e a EDP Renováveis a avançar 0,46%. Já a Galp Energia arrancou a negociação a perder. A petrolífera descia 0,22% para 13,77 euros, contrariando a subida dos preços do petróleo. A retalhista Jerónimo Martins também não começou a sessão da melhor maneira, cedendo 0,28%.

(Notícia atualizada às 08h19)

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