BPI tem novo CEO espanhol, Ulrich passa a chairman

Pablo Forero, atual diretor geral do CaixaBank, é o nome indicado pelo grupo espanhol para a liderança executiva do BPI. Já Fernando Ulrich passa a presidente do conselho de administração.

Fernando Ulrich, Artur Santos Silva, Gonzalo Gortázar e Pablo Forero durante a apresentação dos resultados da OPA do CaixaBank sobre o BPI.Paula Nunes/ECO

Nova vida no BPI. O CaixaBank vai propor o nome de Pablo Forero para o cargo de presidente da Comissão Executiva do banco português, enquanto Fernando Ulrich é o nome escolhido pelo grupo espanhol para as funções de chairman. Mudanças que surgem depois de o banco catalão ter finalizado esta semana com sucesso a Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre o BPI.

Ulrich abandona a posição de CEO depois de 13 anos naquele cargo. É agora substituído por Pablo Forero, diretor-geral do CaixaBank, cuja equipa integra desde 2009. De resto, Forero acompanhou esta quarta-feira o presidente do CaixaBank, Gonzalo Gortázar, na viagem a Lisboa para a apresentação dos resultados da OPA catalã.

Mas há mais mudanças no seio da estrutura governativa do BPI a propor aos acionistas em assembleia geral a realizar no dia 26 de abril. Até agora presidente do Conselho de Administração, Artur Santos Silva passa a Presidente Honorário e presidente de uma nova comissão do Conselho de Administração dedicada à responsabilidade social.

Adicionalmente, da nova equipa de gestão saem Maria Celeste Hagatong e Manuel Ferreira da Silva. Além do CEO Pablo Forero, a comissão executiva proposta pelo CaixaBank conta com José Pena do Amaral, Pedro Barreto, João Oliveira Costa, Alexandre Lucena e Vale, António Farinha de Morais, Francisco Manuel Barbeira, Ignacio Alvarez Rendueles e Juan Ramon Fuertes.

"O banco agradece a Fernando Ulrich “a contribuição fundamental que deu ao longo de 34 anos para a afirmação, prestígio e resultados do banco. (…) Reconhece, em especial, o decisivo desempenho de Ulrich e da equipa executiva no período mais difícil da crise financeira.”

Banco BPI

CMVM

Em relação ao conselho de Administração, que será agora liderado por Ulrich, saem Armando Leite de Pinho, Carlos Moreira da Silva e Mário Leite da Silva, sendo composta pelos seguintes nomes: Pablo Forero (vice-presidente), António Lobo Xavier (vice-presidente), Alexandre Lucena e Vale, António Farinha de Morais, Carla Bambulo, Francisco Manuel Barbeira, Gonzalo Gortázar, Ignacio Alvarez Rendueles, João Oliveira Costa, José Pena do Amaral, Javier Pano, Juan Antonio Alcaraz, Juan Ramon Fuertes, Lluis Vendrell, Pedro Barreto, Tomás Jervell e Vicente Tardio (vogais).

No comunicado enviado esta quarta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o banco agradece a Fernando Ulrich “a contribuição fundamental que deu ao longo de 34 anos para a afirmação, prestígio e resultados do banco”. “Reconhece, em especial, o decisivo desempenho de Ulrich e da equipa executiva no período mais difícil da crise financeira“, destaca o conselho de administração do banco português.

O CaixaBank passou a controlar 84,52% do capital do BPI na sequência da oferta que lançou sobre a instituição portuguesa. Este resultado, anunciado esta quarta-feira, na Euronext Lisboa, não permite ao banco catalão avançar com a aquisição potestativa das restantes ações.

(notícia atualizada às 18h33)

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Gortázar: “Queremos manter o BPI em bolsa”

  • Rita Atalaia
  • 8 Fevereiro 2017

O banco liderado por Fernando Ulrich realiza uma conferência de imprensa sobre a OPA do CaixaBank pelo BPI. Isto depois de se saber que o banco espanhol ficou com 84,5%. Acompanhe aqui em direto.

O banco liderado por Fernando Ulrich realiza uma conferência de imprensa sobre a Oferta Pública de Aquisição (OPA) do CaixaBank pelo BPI. Isto depois de se saber que o banco espanhol ficou com 84,52% do BPI na OPA. O resultado anunciado esta quarta-feira, na Euronext Lisboa, não permite ao banco catalão avançar com a aquisição potestativa das restantes ações. O banco fica em bolsa, mas com muito menos liquidez. Acompanhe aqui em direto.

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Costa abre a porta à reavaliação das comissões bancárias

  • Margarida Peixoto
  • 8 Fevereiro 2017

O primeiro-ministro admitiu esta quarta-feira rever as comissões que estão a ser cobradas pelos bancos, no sentido de proteger os clientes das instituições financeiras. Questão foi colocada pelo PCP.

O primeiro-ministro, António Costa, comprometeu-se esta quarta-feira no debate quinzenal a analisar as propostas do PCP e do BE sobre a proteção dos consumidores no que toca às comissões bancárias, bem como a contribuir para uma solução que proteja os clientes dos bancos.

A questão foi suscitada por Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, que criticou o aumento das comissões cobradas pelos bancos aos seus clientes. O deputado comunista referiu mesmo o “saque” que está a ser feito pelas instituições financeiras, a “fartura” que estão a arrecadar com este expediente. “Com a descida das taxas de juro, os bancos aproveitaram para cobrar serviços aos clientes”, serviços que antes era “inimaginável” que fossem cobrados, disse Jerónimo de Sousa. E pediu respostas ao primeiro-ministro.

António Costa começou por lembrar que “a crise, com a alteração do quadro regulatório, tem alterado os níveis de rentabilidade do sistema bancário”. Contudo, reconheceu que “esta matéria exige regulação” e apontou para os dois projetos de lei do PCP e do BE sobre a matéria. Costa frisou que o Governo se compromete a contribuir para uma solução que “proteja os consumidores”.

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Sobe a pressão: Cristas coloca em causa Mário Centeno

  • Margarida Peixoto
  • 8 Fevereiro 2017

Assunção Cristas, líder do CDS, repete a acusação de Luís Montenegro e diz que Centeno mentiu. Quer saber se o primeiro-ministro mantém a confiança no titular da pasta das Finanças.

Assunção Cristas, líder do CDS, repetiu esta quarta-feira a acusação do PSD de que o ministro das Finanças mentiu sobre a polémica da gestão da Caixa Geral de Depósitos. Mas foi mais longe: quis saber se António Costa mantém a confiança em Mário Centeno.

A deputada do CDS-PP estava a falar do aumento da dívida e dos juros, quando afirmou que Mário Centeno está “fragilizado”de tal forma que Costa teve de reforçar a equipa das Finanças com um novo secretário de Estado, notou. Mas de seguida Cristas aproveitou e passou para a questão da Caixa: “Centeno tão atrapalhado está, que mentiu nesta casa”, acusou.

Esta mesma acusação tinha sido feita pouco tempo antes por Luís Montenegro, líder da bancada parlamentar do PSD. Contudo, Assunção Cristas foi mais longe e colocou mesmo em causa o ministro: “Mantém a confiança num ministro que mentiu nesta casa?”

A deputada centrista referia-se ao facto de Mário Centeno ter dito que desconhecia as razões da demissão de António Domingues. Esta quarta-feira, o ECO revelou uma troca de correspondência entre o ministro das Finanças e António Domingues onde o ex-presidente da Caixa dá conta do compromisso assumido pelo Governo de isentar a gestão do banco público de entregar declarações de rendimentos e património ao Tribunal Constitucional.

Na resposta, António Costa não se alongou. Disse apenas que “talvez a palavra mentira deva ser utilizada com menos ligeireza”. A Luís Montenegro, o primeiro-ministro já tinha defendido Mário Centeno, recusando que o ministro tenha mentido e argumentando que nada prova que o Executivo tivesse assumido tal compromisso com António Domingues.

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Banca afunda antes dos resultados da OPA ao BPI

As quedas do BPI e do BCP arrastaram o PSI-20, que acabou por encerrar a sessão a perder 0,07%.

Imediatamente antes de ser conhecido o resultado da oferta pública de aquisição (OPA) lançada pelo CaixaBank, o BPI fechou a sessão desta quarta-feira a afundar mais de 6%. A queda foi acompanhada pelo BCP, que tombou 7%, na véspera de colocar em negociação mais 14 mil milhões de novas ações.

O resultado da OPA foi anunciado esta tarde na Euronext Lisboa e revelou que o CaixaBank ficou com 84,52% do BPI, o que não permite ao banco catalão avançar com a aquisição potestativa das restantes ações. O banco liderado por Fernando Ulrich vai ficar em bolsa, mas com muito menos liquidez, uma vez que o CaixaBank fica com a quase totalidade dos títulos.

O BPI caiu 6,58%, para 1,05 euros, e o BCP recuou 7,01% para 14,6 cêntimos, acabando por arrastar o PSI-20, que encerrou a sessão a perder 0,07%, para os 4.560,11 pontos.

Fonte: Bloomberg

A impedir maiores quedas esteve o setor energético. A EDP subiu 2,91%, para os 2,76 euros, e a EDP Renováveis avançou 1,55%, para os 6,14 euros. Já a REN somou 2,14%, para os 2,62 euros.

Também a Pharol se destacou pela positiva. A empresa de telecomunicações disparou 9,71%, para os 33,9 cêntimos, numa altura em que a Oi prossegue o seu plano de recuperação perante o interesse de investidores na operadora brasileira.

Notícia atualizada às 16h50 com mais informações.

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CaixaBank fica com 84,52% do BPI na OPA

O CaixaBank conclui a OPA ao banco português. Ficou com quase 85% do capital, percentagem que não permite avançar com a compra potestativa dos restantes títulos.

O CaixaBank ficou com 84,52% do BPI na OPA. O resultado anunciado esta quarta-feira, na Euronext Lisboa, não permite ao banco catalão avançar com a aquisição potestativa das restantes ações. O banco fica em bolsa, mas com muito menos liquidez.

O banco espanhol conseguiu comprar 568 milhões de ações, o equivalente a 39% dos direitos do BPI com a venda de posições por parte de Isabel dos Santos, do Grupo Violas e também de muitos pequenos acionistas.

Após a operação, o banco liderado por Gonzalo Gortázar acabou por ficar com 84,52%. Para poder avançar com uma oferta potestativa teria de conseguir 90% do objeto da oferta, bem como 90% do capital da instituição. Na apresentação, a Euronext não confirmou se poderia ou não ser exercida a compra potestativa.

No prospeto, o CaixaBank disse não ter intenção de retirar o banco do mercado de capitais, mas também não fechou a porta a fazê-lo. Mesmo que não saia, o BPI fica com uma liquidez muito reduzida, o que coloca em causa a continuidade do banco no índice de referência português.

Maria João Carioca, a ainda presidente da bolsa de Lisboa, disse que a permanência ou não está a ser avaliada. “Ainda durante o dia de hoje será revelada a posição referente à manutenção ou não no PSI-20”. Caso saia, o índice passa de 18 para 17 títulos, sendo que as regras exigem 18 cotadas.

(Notícia atualizada com mais detalhes da operação)

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E a atração turística mais recomendada em Portugal é…

  • ECO
  • 8 Fevereiro 2017

O site Vouchercloud fez um mapa a partir das atrações mais recomendadas pelos utilizadores do site TripAdvisor. A preferida em Portugal é a Quinta da Regaleira.

Para os utilizadores da plataforma TripAdvisor, a Quinta da Regaleira, em Sintra, é o ponto turístico português de eleição. Não quer dizer que, na prática, seja o que recebe o maior número de visitas por ano. Significa, isso sim, que é o mais mencionado na lista de “Coisas Mais Interessantes” no país.

A infografia da Vouchercloud tem quatro cores diferentes, consoante o tipo de atração eleita para cada país. Ao todo, nos 197 países incluídos no mapa, foram escolhidas 76 atrações naturais (assinaladas a cor de rosa), 54 históricas (a verdes), 38 turísticas (a roxo) e 29 religiosas (a cinzento).

E há mais resultados surpreendentes além da Quinta da Regaleira. Em Inglaterra, os estúdios do Harry Potter batem o Big Ben ou o London Eye. Nos Estados Unidos, o Central Park fica à frente do Empire State Building ou do Grand Canyon. No México, foi o Museu Nacional de Antropologia o mais votado. E, na Alemanha, ganhou o maior modelo ferroviário do mundo à escala.

Mas também há referências que já se esperavam: em Espanha, o local mais aconselhado é a Basílica da Sagrada Família, em Barcelona. Em Itália, o Coliseu romano lidera a lista e, na Grécia, o Museu da Acrópole sai vencedor no ranking. Na Austrália nada venceu a baía de Sidney e, na Índia, o Taj Mahal manteve-se campeão.

E há que considerar também que, de entre tantas pontos de referência que podiam ser escolhidos, muitos dos países são representados por atrações pagas. Na Quinta da Regaleira, por exemplo, a entrada de crianças até aos 5 anos é gratuita, mas daí em diante é paga. Os bilhetes de adulto custam 6€ e os de seniores 4€. Há descontos para cartões Jovem, para famílias, guias turísticos, professores e jornalistas que apresentem comprovativos, e para todos os munícipes, aos domingos. Se escolher a opção de visita guiada, os preços duplicam em relação às livres, mas mantêm-se os gratuitos. E além das visitas, os turistas podem ainda contar com exposições, atividades lúdicas e pedagógicas, concertos, peças de teatro, ou assistir a cursos e conferências.

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Montenegro acusa Centeno de mentir sobre a Caixa

  • Margarida Peixoto
  • 8 Fevereiro 2017

O líder parlamentar do PSD acusou esta tarde o ministro das Finanças de ter mentido sobre a Caixa. António Costa nega: "não há provas" de que tenha assumido os compromissos, diz.

Luís Montenegro, líder da bancada parlamentar do PSD, acusou esta quarta-feira o ministro das Finanças de ter mentido sobre a polémica da Caixa Geral de Depósitos. O deputado pediu ainda contas ao primeiro-ministro sobre a correspondência trocada entre Mário Centeno e António Domingues, revelada hoje pelo ECO.

“Não estranha que o seu ministro das Finanças lhe tenha ocultado o teor da correspondência que trocou com o anterior presidente da Caixa?” questionou Luís Montenegro, frisando que “notícias que vieram hoje a público confirmam que o ministro das Finanças mentiu” quando disse que desconhecia a razão da demissão de Domingues.

“O senhor ministro das Finanças não mentiu”, respondeu António Costa, frisando que não tira conclusões com base nas cartas, já que “não há qualquer prova de que tenha assumido compromissos que outros alegam que assumiu”.

Em causa está uma troca de correspondência entre António Domingues e Mário Centeno onde o ex-presidente da Caixa recorda ao ministro das Finanças que a não entrega da declaração de rendimentos e património ao Tribunal Constitucional era uma das condições para a equipa de gestão aceitar o convite. Pode ver a carta, ponto por ponto, aqui.

Anteriormente, Costa também já tinha defendido que o Governo está “empenhado em que a comissão parlamentar de inquérito possa apurar a verdade até às ultimas consequências”. E aproveitou para sublinhar que “hoje a Caixa tem os recursos necessários para ser capitalizada e não ser privatizada”, bem como a “autorização das instituições europeias para manter a caixa 100% pública”.

Costa garantiu que a Caixa “não será um novo BES nem o novo Banif” porque “é tutelada por um Governo que não esconde na gaveta as intimações da Comissão Europeia” nem “finge que não há problemas”.

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Trabalhadores vão ajudar a identificar necessidades permanentes na Administração Pública

  • Margarida Peixoto
  • 8 Fevereiro 2017

Primeiro-ministro foi ao debate quinzenal fazer um ponto de situação do Programa Nacional de Reformas. E aproveitou para revelar a criação de comissões bipartidas para resolver questão dos precários.

O Conselho de Ministros vai aprovar esta quinta-feira a criação de comissões bipartidas, uma em cada ministério, para identificar as necessidades permanentes de trabalhadores na Administração Pública. A ideia das comissões já era conhecida, mas ficou esta tarde a saber-se que os trabalhadores vão colaborar na tarefa de identificar os casos em que os vínculos precários devem dar lugar a contratos permanentes. Acompanhe o debate em direto

“Será aprovada amanhã, em Conselho de Ministros, a criação em cada Ministério de uma Comissão de Avaliação bipartida encarregue de analisar, caso a caso, todas as situações para identificar as necessidades permanentes, para que vínculos precários deem lugar a verdadeiros contratos que dignifiquem o trabalho em funções públicas”, disse António Costa. Fonte do gabinete do primeiro-ministro confirmou que estas comissões bipartidas integram a representação de trabalhadores.

Costa aproveitou ainda para fazer um ponto de situação do Programa Nacional de Reformas, recuperando as diferentes medidas aprovadas nos últimos meses pelo Executivo. Entre muitas outras medidas, lembrou os programas:

  1. Indústria 4.0, que será desenvolvido com empresas de cinco clusters e visa promover a revolução digital;
  2. Programa Interface, que visa estabelecer a ponte entre as academias e o tecido empresarial;
  3. Programa Capitalizar, cujo objetivo é ajudar as empresas a capitalizar-se. Este programa será avaliado pelo Conselho de Ministros no início de março e deverá entrar em vigor a 1 de julho;

No final, reafirmou a política do Governo: “Não podemos repetir o engano de confundir reformas com cortes”, disse.

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Travão no eucalipto. Navigator ainda vai investir?

Na apresentação dos resultados do anuais, os investidores deverão ficar a saber se a Navigator avança ou cancela os projetos de 200 milhões de euros. Possibilidade de expansão do eucalipto é fulcral.

Foi há três meses, na apresentação dos resultados do terceiro trimestre de 2016, que Diogo da Silveira, presidente executivo da Navigator, verbalizou a ameaça: o desenvolvimento dos novos projetos da antiga Portucel em Cacia e Figueira da Foz vão depender da nova lei para as plantações de eucalipto. O Governo já carregou no travão.

Amanhã, na apresentação dos resultados do anuais da empresa, os investidores deverão ficar a saber qual a decisão — se a Navigator avança ou cancela os projetos que, no seu conjunto representam um investimento que ronda os 200 milhões de euros, apurou o ECO. Em causa está o maior investimento empresarial que tem garantidos apoios comunitários no âmbito do sistema de incentivos.

Principais investimentos empresariais com apoio comunitário

Fonte: Compete. Valores em milhões de euros. Dados referentes a 22 de novembro

A Navigator propôs-se a investir 120 milhões de euros, no projeto Smoth, construção de uma linha de produção de papel “tissue” (para guardanapos, lenços de papel ou papel higiénico). Um montante totalmente elegível para apoio comunitário, que ascende a 42,16 milhões. Além disso, dada a dimensão deste investimento, o Executivo optou por apoiar o projeto através de um regime contratual, que lhe permitirá beneficiar além das verbas de Bruxelas, outras contrapartidas como benefícios fiscais, apoios à formação profissional, aumentar a parte do investimento a fundo perdido, etc.

O outro projeto CelSmartSense, a desenvolver em Almada, Figueira da Foz e Aveiro, pretende desenvolver plataformas eletrónicas de base celulósica para biodeteção. Em causa está um investimento de 621,45 mil euros que será alavancado com o apoio de 287,54 mil euros do Compete, o programa operacional das empresas.

Apesar de os projetos estarem em banho-maria há vários meses — o Smoth deveria ter começado a 1 de julho e o CelSmartSense a 1 de outubro de 2016 — o ECO confirmou que, em termos de regras comunitárias “está tudo dentro do prazo” e “não há qualquer tipo de incumprimento” por parte do promotor, ou seja, a Navigator. O único aspeto que falta acertar é o cálculo do minimis –de acordo com as regras comunitárias cada empresa pode receber do Estado um montante máximo de 200 mil euros de auxílios de minimis durante um período de três anos consecutivos.

A paragem dos projetos, avançada em primeira mão pelo Jornal de Negócios, em julho do ano passado, foi determinada pela indefinição ao nível da legislação sobre o eucalipto. O Governo assumiu a intenção de revogar a legislação que liberalizou o eucalipto, proibindo a expansão desta espécie para além da área atual. Em setembro, aprovou a revisão do regime jurídico das ações de arborização e de rearborização, mas ficou a dúvida sobre se há ou não um travão para a plantação de eucalipto.

Esta semana, o Público avançou que “a área de eucalipto vai ficar congelada até 2030” e que o Executivo se está a basear num diploma assinado por Pedro Passos Coelho para travar a expansão dos 812 mil hectares de eucalipto. O argumento é de que o Governo está apenas a cumprir o que estava estipulado na Estratégia Nacional para as Florestas.

Numa conferência com analistas após a apresentação de resultados do terceiro trimestre, Diogo da Silveira disse que “há muitas maneiras” de expressar a intenção de travar a expansão da área de eucalipto. À Navigator interessa “saber se podemos ter mais metros cúbicos em Portugal” ou não, frisou. Amanhã deverá ser desfeita a incerteza.

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Domingues, Centeno e a dívida subordinada

  • Rita Atalaia
  • 8 Fevereiro 2017

A emissão de dívida subordinada é uma das exigências das autoridades europeias. Mas Domingues disse a Centeno que sem o "urgente" reforço de capital não era uma opção "viável".

Setembro e outubro. Foram estes os meses em que houve muitas trocas de correspondência, emails e cartas entre António Domingues e Mário Centeno. Isto de acordo com os documentos que foram entregues pelo ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) à comissão de inquérito do banco público, a que o ECO teve acesso. Depois das promessas e acordos feitos entre Domingues e o ministro das Finanças, era o momento de tratar questões relacionadas com a capitalização do banco do Estado. E o então presidente da CGD alertava: era necessário realizar rapidamente o reforço de capital do banco para que fosse possível emitir dívida subordinada. Uma emissão que, sem esse processo, não era “viável” aos olhos do presidente demissionário.

Na carta enviada por António Domingues a Mário Centeno, a 22 de setembro de 2016, o antigo presidente da CGD referia que o banco deveria proceder à emissão de dívida de elevada subordinação. Ou seja, de elevado risco. Esta operação aconteceria em duas fases. A primeira logo que fosse feito o aumento e redução de capital imposto no plano de recapitalização da Caixa — o que já aconteceu — e a segunda 18 meses depois. A CGD “deverá proceder à emissão, num primeiro momento, de, pelo menos, 500 milhões de euros de instrumentos que se classifiquem como Additional Tier 1 (“AT1”), seguida, nos 18 meses subsequentes, por uma segunda emissão, também de, pelo menos, 500 milhões de euros dos mesmos instrumentos, em ambos os casos a colocar junto de investidores privados não relacionados com o Estado Português”.

"A CGD deverá proceder à emissão, num primeiro momento, de, pelo menos, 500 milhões de euros de instrumentos que se classifiquem como Additional Tier 1 (“AT1”), seguida, nos 18 meses subsequentes, por uma segunda emissão, também de, pelo menos, 500 milhões de euros dos mesmos instrumentos, em ambos os casos a colocar junto de investidores privados não relacionados com o Estado Português”

António Domingues

Presidente demissionário da Caixa Geral de Depósitos

Mas porquê AT1? Porque é a única que conta para o capital do banco. Mas para que seja assim classificada, tem de cumprir uma série de condições. Como Domingues refere na carta enviada sobre as “questões associadas à emissão de instrumentos Additional Tier 1”, estas características passam pela “perpetuidade dos instrumentos, não podendo as disposições que os regem incluir qualquer incentivo ao seu reembolso pela instituição de crédito, e a total e permanente discricionariedade da instituição de crédito emitente para cancelar as distribuições associadas, durante um período ilimitado e numa base não cumulativa, podendo a instituição de crédito utilizar sem restrições tal cancelamento para cumprir as suas obrigações à medida que estas vencem”.

Na mesma carta, o presidente demissionário da CGD refere que a “proibição de pagamento de cupões e juros relativos a instrumentos híbridos e dívida subordinada, quando não exista legalmente a obrigação de efetuar tal pagamento” deve cessar no momento do reembolso dos instrumentos de capital Core Tier 1 subscritos pelo Estado. Ou seja, os CoCo’s. Para além disso, este pagamento facilita “o acesso da CGD a este mercado”, explica António Domingues a Mário Centeno, pedindo, por isso, urgência na recapitalização do banco. Para isso, este assunto deveria ser rapidamente esclarecido junto da Direção-Geral da Concorrência.

Outubro. Emissão não é “viável”

Em outubro, outra carta. Foi a 14 de outubro que António Domingues deixou claro: para que a emissão destes instrumentos aconteça, como é exigido pelas autoridades europeias, tem de se avançar rapidamente com o reforço de capital do banco. “É necessário e urgente realizar uma operação de aumento e redução do capital da CGD em termos que permitam atingir os objetivos”. Portanto, “criar condições para colocação no mercado da emissão pela CGD de instrumentos de fundos próprios adicionais de nível 1”.

" É necessário e urgente realizar uma operação de aumento e redução do capital da CGD em termos que permitam atingir os objetivos”

António Domingues

Presidente demissionário da Caixa Geral de Depósitos

Esta primeira fase — a redução e aumento de capital — já foi ultrapassada. É que sem estas operações, a CGD não poderia realizar a emissão destes instrumentos. Esta emissão “depende, pois, da existência, à data da sua emissão, de elementos do balanço suscetíveis de serem distribuídos, sendo que o mercado impõe que tais elementos do balanço ascendam a, no mínimo, o dobro da remuneração projetada até ao momento do exercício da opção de compra do instrumento”, refere Domingues, alertando para o facto de os investidores quererem garantia de capacidade da CGD para cumprir com o pagamento dos juros.

Domingues alerta: “A CGD não dispõe de elementos distribuíveis pelo que, a manter-se tal situação, não é viável proceder à emissão de instrumentos de fundos próprios adicionais de nível 1″. Uma emissão que está dependente do interesse de privados, a quem serão vendidas estas obrigações de risco elevado.

Por isso, António Domingues pedia que:

  1. Fossem implementados todos os procedimentos necessários à concretização da proposta operação de aumento e redução de capital;
  2. Autorização para a aquisição, pela CGD, das Ações Parcaixa;
  3. Que fosse diligenciado junto da Comissão Europeia a obtenção das confirmações e autorizações necessárias à eliminação de quaisquer limitações à capacidade da CGD de remunerar os seus instrumentos híbridos de capital ou instrumentos de capital;
  4. Por fim, a confirmação de que a proibição de pagamentos de cupões e juros relativos a instrumentos híbridos e dívida subordinada, quando não exista legalmente a obrigação de efetuar tal pagamento, deixe de ser aplicável com o cancelamento dos instrumentos CET1 subscritos pelo Estado.

Domingues queria ver esta última questão, a de garantir o cancelamento dos CoCo’s, rapidamente esclarecida. O presidente demissionário da CGD salientava que este ponto era “crítico nos contactos com os potenciais investidores de futura emissão de instrumentos AT1 por parte da CGD”. Ou seja, sem deixar de ter o peso dos encargos com os CoCo’s, seria difícil conseguir atrair investidores para títulos com um retorno atrativo, mas com risco elevado.

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Wall Street recua. Dow acima dos 20 mil

  • Rita Atalaia
  • 8 Fevereiro 2017

Os principais índices norte-americanos arrancaram a sessão no vermelho, pressionados pelo setor energético. Apesar do pessimismo, o Dow Jones mantém-se acima da fasquia psicológica dos 20 mil pontos.

As bolsas norte-americanas abriram em terreno negativo. Nem o índice Dow Jones acima dos 20 mil pontos foi suficiente para animar os títulos no outro lado do Atlântico. Os principais índices dos EUA estão a ser pressionados pelas perdas no setor energético, num dia de queda dos preços do petróleo.

Wall Street regressa hoje às perdas, depois do bom desempenho da sessão anterior. E a culpa é do setor energético, que está a ser penalizado pela descida das cotações do “ouro negro”. Isto no dia em que serão conhecidos os números para as reservas semanais de energia dos EUA.

O principal índice de referência norte-americano, o S&P 500, abriu a sessão a cair 0,28% para os 2.286,68 pontos. O índice Dow Jones cede 0,23%, mas mantém-se acima da fasquia psicológica dos 20 mil pontos, nos 20.044,65 pontos. Já o tecnológico Nasdaq cai 0,27% para 5.658,86 pontos. As ações têm registado movimentos limitados este mês, influenciados pela cautela em torno das medidas que têm vindo a ser adotadas pelo novo Presidente dos EUA, Donald Trump.

Os traders continuam hesitantes depois das eleições, uma vez que ainda estão por revelar os detalhes sobre as políticas para fomentar o crescimento, de acordo com a Bloomberg. Isto está a fazer com que os investidores procurem ativos considerados seguros, apesar de os resultados empresariais nos EUA e na Europa reforçarem a perspetiva de que o crescimento económico está a acelerar.

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