Imobiliária que deve à CGD falha plano de recuperação

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2017

A Birchview deve 278 milhões de euros à Caixa Geral de Depósitos, mas essa dívida está em risco de ser paga. A empresa não conseguiu apresentar um Plano Especial de Revitalização.

A imobiliária Birchview, promotora de um empreendimento de luxo na Quinta do Lago, no Algarve, não conseguiu apresentar um Plano Especial de Revitalização (PER), pelo que o crédito de 278 milhões de euros concedido pela CGD está em risco.

Jorge Calvete, administrador judicial provisório do PER pedido pela empresa que pertencia ao universo BPN, assina um requerimento disponível no Citius (portal do Ministério da Justiça), dando conta que “se mostra encerrada a fase das negociações sem apresentação de Plano Especial de Revitalização”.

O responsável deu agora um prazo máximo de 10 dias para ouvir quer a empresa devedora, quer os seus credores, de forma a avaliar a situação de “insolvência atual ou iminente” da Birchview. Contactada pela Lusa, fonte oficial da CGD escusou-se a fazer qualquer comentário sobre a matéria.

Segundo noticiou esta segunda-feira o Jornal de Negócios, foi a Caixa Geral de Depósitos (CGD), a maior credora da Birchview, que “rejeitou a recuperação” da promotora imobiliária, uma decisão que terá sido tomada numa reunião ocorrida a 31 de janeiro.

Já em meados de dezembro do ano passado, o Correio da Manhã tinha revelado que o banco público reclamava um crédito à Birchview de 278 milhões de euros (247,3 milhões de euros em capital, 26,4 milhões de euros em juros, 2,7 milhões de euros em comissões, 1,3 milhões de euros em impostos e 83,5 mil euros em despesas).

De acordo com o CM, o crédito reclamado pela CGD representa 93% do total de 299 milhões de euros de créditos reclamados e reconhecidos a um conjunto de 39 credores, onde não há mais nenhum banco mas figura o Estado português.

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Placard suspende apostas em jogo da Liga

A casa de apostas Placard suspendeu a atividade relacionada com o jogo Feirense-Rio Ave por movimentos suspeitos de apostadores. Também a Bet.pt e a Betclic cancelaram o jogo nas suas plataformas.

O Placard, a casa de apostas da Santa Casa de Misericórdia, suspendeu as apostas no jogo Feirense-Rio Ave devido a um fluxo anormal de transações relacionadas com esta partida a contar para a 20.ª jornada da Liga Nos e que tem lugar esta segunda-feira, às 21h00.

“O evento 105 (Feirense vs Rio Ave) foi suspenso. As apostas encontram-se suspensas em todos os tipos e prognósticos”, lê-se numa informação publicada no site do Placard às 15h50.

Em causa está, entre outros movimentos, uma alegada aposta de 100 mil euros de um apostador chinês, apurou o ECO.

“O Departamento de Jogos decidiu suspender a aceitação de apostas no evento (…) atendendo ao volume atípico de apostas registado e ao risco financeiro envolvido, cumprindo o disposto no art. 19º, alínea 8, da Portaria que regulamenta o jogo Placard”, adiantou o departamento de jogos da Santa Casa em comunicado enviado às redações.

Além do Placard, também a bet.pt e a BetClic, as outras duas casas de apostas com licença para operar em Portugal, cancelaram as apostas associadas a este jogo.

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O Feirense ocupa neste momento a 14.ª posição da Liga portuguesa, com 19 pontos. Já o Rio Ave tem 27 pontos, seguindo na 9.ª posição.

Notícia atualizada às 20h38 com a reação oficial da Santa Casa.

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Governo da Madeira oficializa contrato de concessão da praça financeira

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2017

A SDM irá manter a concessão que já detinha, tendo para o efeito o Governo acordado, de mútuo acordo com a concessionária, revogar o anterior contrato que terminava em 2017.

O executivo madeirense publicou esta segunda-feira no Jornal Oficial da Região uma resolução que formaliza a adjudicação da “concessão do serviço público” do Centro Internacional de Negócios (CINM) à mesma sociedade que já detinha a sua exploração. A Sociedade de Desenvolvimento da Madeira mantém a concessão.

Esta nova concessão será por dez anos com o executivo madeirense a “definir que as instalações, infraestruturas e equipamentos afetos à Zona Franca Industrial manter-se-ão, para todos os efeitos, na posse da concessionária SDM sem dependência de quaisquer formalidades, a fim de assegurar o funcionamento e desenvolvimento contínuos do CINM e nos termos do novo contrato de concessão”.

Este novo contrato faz com que a região fique com uma participação de 49%, valor que no anterior era de apenas 25%, ficando os privados com a maioria do capital (51%). A 10 de novembro de 2016, o plenário do Governo insular autorizou a Secretaria Regional das Finanças e da Administração Pública a iniciar o concurso de contratação para a concessão de serviço público do CINM.

O secretário regional das Finanças, na altura, complementou que a alteração da concessão ocorreria por “processo concursal por convite à atual concessionária, dentro da transparência”. Esta oficialização do contrato ocorreu na última reunião do Conselho de Governo, de dia 2 de fevereiro de 2017, apesar de não ter sido tornada pública nas resoluções finais.

O CINM gerou, em 2016, 191 milhões de euros de impostos para os cofres regionais de acordo com dados fornecidos pelo presidente do executivo regional. O CINM foi criado na década de 1980 com o objetivo de atrair investimento externo e diversificar e modernizar a base produtiva e económica da Madeira.

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Centeno revê em baixa previsão do desemprego

  • Margarida Peixoto
  • 6 Fevereiro 2017

O ministro das Finanças antecipa uma taxa de desemprego mais baixa para este ano do que aquela que está inscrita no Orçamento do Estado. Número deverá ficar abaixo dos dois dígitos já em 2017.

O ministro das Finanças já está a antecipar uma taxa de desemprego mais baixa para este ano, do que aquela que inscreveu no Orçamento do Estado. Durante a apresentação do Economic Survey da OCDE sobre Portugal, esta segunda-feira, Mário Centeno deixou a promessa: “Baixaremos do limiar dos dois dígitos”. Esta foi a primeira vez que um governante se comprometeu com tal meta no horizonte até 2018.

“Portugal registou, ao longo de 2016, das maiores descidas da taxa de desemprego na Europa, dois pontos percentuais, com a taxa a ficar no limiar dos 10%”, disse o ministro das Finanças. E prometeu: “Baixaremos do limiar dos dois dígitos”. Centeno reconheceu que “o relatório [da OCDE] prevê que tal não aconteça”, mas aproveitou a diferença nas previsões sobre o mercado de trabalho para introduzir uma nota de humor: “Teremos de pedir desculpa ao secretário-geral Gurría”, disse, acrescentando que está certo que “assim que isso acontecer, a equipa da OCDE ficará genuinamente satisfeita”.

Ao que o ECO apurou, o Governo está a antever uma taxa em torno de 10,4% para o quarto trimestre de 2016, o que é compatível com um número para o conjunto do ano em torno de 11% ou 11,1%. Os números finais serão revelados pelo Instituto Nacional de Estatística já na quarta-feira.

Com este resultado em 2016, o Executivo espera que o arranque deste ano seja já muito próximo do limiar dos 10%, baixando dos dois dígitos ao longo de 2017, confirmou o ECO junto do Ministério das Finanças. Por isso, em termos médios, a taxa poderá ficar abaixo dos dois dígitos já em 2017, antecipa a equipa das Finanças.

Consultando as previsões do Orçamento do Estado para 2017, verifica-se que o Governo desenhou os planos de contas públicas para este ano com base numa taxa de desemprego média de 10,3%. Para 2018, não há projeções oficiais atualizadas — as mais recentes são as do Programa de Estabilidade 2016-2020, apresentado em abril do ano passado. Mas neste documento, o Executivo contava ainda com uma taxa de desemprego de dois dígitos em 2018 (10,4%) e uma taxa de 9,8% para 2019.

Contudo, o mercado de trabalho surpreendeu em 2016, tal como surpreendeu o comportamento da economia no segundo semestre do ano passado. Aliás, o ministro das Finanças frisou que o efeito de arrastamento do PIB de 2016 para 2017 é três vezes superior ao que se registou de 2015 para 2016.

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Dois meses depois, PSD ainda não avançou para o Tribunal Constitucional

Ainda se lembra do PSD dizer que ia enviar para o Tribunal Constitucional o decreto-lei do Governo relativo ao Estatuto do Gestor Público? Dois meses depois, o partido ainda não avançou.

A 6 de novembro o PSD ameaçou. Um dia depois, Luís Montenegro anunciou: o PSD ia avançar com o pedido de fiscalização sucessiva das alterações introduzidas ao Estatuto de Gestor Público por um decreto-lei do Governo. Estávamos no auge da polémica com António Domingues, ex-presidente da CGD, com a proposta dos sociais-democratas para reverter as mudanças a ser chumbada no Parlamento. A vontade, no entanto, não se efetivou. Dois meses depois, o PSD ainda não avançou até ao momento.

As mudanças envolvem os salários dos administradores das instituições financeiras do Estado, como é o caso da Caixa Geral de Depósitos, mas não só. O Estatuto do Gestor Público envolve ainda questões como a entrega da declaração de rendimento e património ou regras de conduta, por exemplo, a que os gestores públicos estão sujeitos. A exceção a este regime foi criada pelo Governo, em julho de 2016, através de um decreto-lei que o PSD afirma que é inconstitucional.

Esgotadas que estão as possibilidades de o legislador resolver o problema, vamos suscitar a questão ao Tribunal Constitucional.

Luís Montenegro

7 de dezembro de 2016

Porquê? Quando o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, anunciou que o partido ia avançar explicou que estavam “a aprofundar o requerimento, mas está centrado em não haver um tratamento igual em todo o setor público e no setor empresarial do Estado”. “Demos três oportunidades aos partidos que suportam o governo para revogar o regime que está hoje em vigor e que resultou do compromisso entre a atual administração e o Governo”, justificou na altura, referindo que “esgotadas que estão as possibilidades de o legislador resolver o problema, vamos suscitar a questão ao Tribunal Constitucional”.

No dia anterior, o deputado Luís Marques Guedes tinha explicado ao ECO outra linha de argumentação, diferente do tratamento desigual. O que está em causa para o ex-ministro da Presidência? Há um artigo do Regime Jurídico do Setor Público Empresarial sobre o qual o Governo não pode legislar por cima.

Segundo o deputado do PSD, a responsabilidade da lei de bases gerais do setor empresarial do Estado é do Parlamento, uma vez que existe reserva de competência desta matéria para a Assembleia da República. O artigo 21º, relativo ao “gestor público”, do Regime Jurídico do Setor Público Empresarial refere que é “aplicável o disposto no Estatuto do Gestor Público” a todos os gestores públicos. O deputado social-democrata explicou ao ECO que, “pela ordem jurídica”, o Governo não pode fazer este decreto-lei, pois “tem de se subordinar” à lei de bases.

Se o partido realmente enviar o pedido para o Palácio Ratton, os juízes vão analisar se as normas em concreto são ou não inconstitucionais, não tendo prazo para o fazer. Se o Tribunal Constitucional chumbar as normas enviadas, a decisão tem força obrigatória geral, o que significa que tem de ser eliminada a ordem jurídica.

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Cavaco lança livro sobre 10 anos em Belém

O ex-presidente da República vai lançar um livro sobre a década que passou em Belém. Cavaco Silva intitulou-o de "Quinta-feira e Outros Dias", por esse ser o dia da reunião com o primeiro-ministro.

Aníbal Cavaco Silva vai voltar a editar um livro, após os dez roteiros que publicou enquanto Presidente da República entre 2006 e 2016. Um ano depois de ter abandonado o cargo, o ex-chefe de Estado lança “Quinta-feira e Outros Dias” no dia 16 de fevereiro, na próxima terça-feira, avança a Rádio Renascença. O livro conta as memórias presidenciais do tempo passado em Belém.

Quinta-feira costuma ser um dia da semana bastante concorrido para o primeiro-ministro: primeiro porque tem, normalmente, Conselho de Ministros e, segundo, porque também costuma ser o dia da reunião semanal com o Presidente da República. Essa é a razão para o nome do livro que Cavaco Silva vai lançar no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Segundo a Renascença, o ex-presidente da República escreve na primeira pessoa e justifica decisões anteriores.

Nunca [ocorreu] fugas de informação para a comunicação social sobre o que se passou nos meus encontros com o Primeiro-Ministro e outros membros do Governo.

Cavaco Silva

Ex-Presidente da República

No site da loja Fnac já se encontra disponível uma descrição do livro: “Tendo mantido até agora reservada parte importante da minha ação como Presidente da República, convicto de que essa era a melhor forma de defender o superior interesse nacional – e nunca tendo ocorrido fugas de informação para a comunicação social sobre o que se passou nos meus encontros com o primeiro-ministro e outros membros do Governo –, entendo que é altura de completar a prestação de contas aos portugueses dando público testemunho de componentes relevantes da minha magistratura que são, em larga medida, desconhecidos dos cidadãos”.

Cavaco Silva

Neste momento, Cavaco Silva está no Gabinete do Sacramento, as instalações no antigo Mosteiro do Santíssimo Sacramento, em Alcântara, Lisboa. O ex-Presidente da República tem sido reservado desde que deixou o cargo de chefe de Estado, mas recentemente, por ocasião dos 25 anos do Tratado de Maastricht, Cavaco apelou à responsabilidade do líderes europeus.

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Google Maps tem nova funcionalidade. Só para dispositivos Android

Há um novo painel com sugestões de sítios, horários de transportes públicos e informações de trânsito para condutores. Para já, a nova funcionalidade do Google Maps só está disponível para Android.

Os mapas da Google para dispositivos Android têm uma novidade. A empresa está a atualizar a aplicação Google Maps para incluir um novo painel com informações úteis e em tempo real. O novo painel está dividido em três abas: sítios, condução e transportes públicos. Na primeira, a aplicação mostra, fundamentalmente, locais para almoçar ou sítios onde beber um café nas redondezas. A aplicação indica também outros locais a pedido, como mercearias, postos de combustível, caixas multibanco e por aí em diante.

Na aba de condução, o Google Maps mostra os sítios guardados pelo utilizador, como a morada da casa ou do trabalho. Além disso, indica informações de trânsito em tempo real, bem como uma estimativa do tempo que demora a chegar a cada destino. Por fim, na terceira aba, o utilizador tem acesso aos vários transportes públicos e horários de chegada de autocarros, metro e por aí em diante. Tudo em tempo real, com base nas informações a que a Google tem acesso.

Os três novos painéis do Google Maps para Android.Google

Nada disto é novo na aplicação da Google. No fundo, o que a empresa fez foi reunir, num único local, as várias informações que já era possível obter na aplicação, com uma melhor usabilidade. A mudança já foi lançada para dispositivos Android e, brevemente, deverá chegar a todos os telemóveis e tablets com o sistema da Google. A aba é acessível arrastando o novo painel a partir do fundo do ecrã.

Para já, não há informação de quando é que a novidade vai chegar aos dispositivos da Apple. Num artigo no blogue oficial da empresa, um porta-voz da Google refere apenas que “quando estás em viagem, não há tempo para aplicações que não te conseguem acompanhar”.

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França pinta mercados de “rouge”

Os receios em torno do desfecho das eleições presidenciais francesas penalizaram os juros da dívida europeias e arrastaram as bolsas do Velho Continente para o vermelho. Lisboa acompanhou.

Com as eleições francesas cada vez mais perto, os receios dos investidores começam a vir à tona face à força da extrema-direita. O agravamento dos juros da dívida soberana e a queda das bolsas europeias na sessão de hoje comprovam a deterioração do sentimento. Os juros nacionais e a bolsa lisboeta acompanharam as perdas do resto da Europa, com o BPI a ser uma das principais referências negativas da praça nacional. Já o BCP foi o único destaque positivo: acelerou 3%.

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BPI abaixo da OPA do CaixaBank. Mas porquê?

  • Rita Atalaia
  • 6 Fevereiro 2017

Há meses que as ações do banco liderado por Fernando Ulrich registam poucas alterações. Mas esta tendência parece estar a mudar, inclinando-se para uma descida. Mas porquê? Incerteza e menor liquidez.

Há meses que as ações do banco liderado por Fernando Ulrich registam poucas alterações. Mas esta tendência parece estar a mudar, inclinando-se para uma descida. Isto numa altura em que estamos perto da conclusão da oferta pública de aquisição (OPA) que o Caixabank lançou sobre o banco. Mas porquê? Os investidores preveem um bom resultado para a instituição espanhola e estão a excluir do seu portefólio uma ação que terá menos liquidez.

Parece haver uma mudança no horizonte das ações do BPI. Os títulos negociavam há meses com poucas alterações. Mas a tendência está a mudar. Os títulos estão a deslizar, baixando mesmo do valor da OPA com a aproximação da conclusão… da OPA. A queda não está relacionada com a incerteza dos investidores em torno do sucesso da oferta que o acionista espanhol lançou ao BPI. Muito pelo contrário. Os analistas estimam que o resultado será positivo para o CaixaBank.

O banco espanhol transmitiu este otimismo quando apresentou os resultados: “Esperamos que o resultado da OPA, que termina na próxima semana, seja satisfatório“, afirmou Gonzalo Gortázar, o presidente executivo do CaixaBank, sublinhando a confiança do banco catalão na instituição portuguesa, nomeadamente na equipa de gestão liderada por Fernando Ulrich.

BPI afunda mais de 5%

Fonte: Bloomberg (Valores em euros)
Fonte: Bloomberg (Valores em euros)

O problema parece ser o que se segue quando esta primeira fase estiver concluída, o que está para breve. A oferta decorre até às 15h30 de dia 7 de fevereiro. A queda pode estar relacionada com “o final do período da oferta do CaixaBank e a incerteza que poderá seguir-se: OPA potestativa ou manutenção da negociação dos minoritários em bolsa num contexto de menor liquidez?”, refere a Patris Investimentos ao ECO.

“A segunda fase será novamente alvo de especulação, uma vez que representa o ponto de partida para um processo de transição e integração que irá determinar o futuro da instituição pois irá marcar as intenções da nova administração para o banco”, explica Eduardo Silva, gestor da XTB. Mas também realça: não se devem tirar muitas conclusões destas oscilações intradiárias na fase final da OPA.

"A segunda fase será novamente alvo de especulação, uma vez que representa o ponto de partida para um processo de transição e integração que irá determinar o futuro da instituição pois irá marcar as intenções da nova administração para o banco”

Eduardo Silva

gestor da XTB

Para a equipa de research do BiG, o movimento parece “injustificado”, podendo estar relacionado com a “necessidade de liquidez de algum investidor maior que não esteja disposto a esperar até que seja feito o pagamento da OPA”. Os investidores também podem estar simplesmente a desfazer-se de uma ação que terá menos liquidez.

Abaixo da OPA. Faz sentido?

Nem por isso. Os analistas do BiG referem que não faz sentido que o valor esteja abaixo do preço da OPA do CaixaBank — os catalães oferecem 1,134 euros por cada ação do BPI e os títulos seguem perto dos 1,118 euros. Uma opinião partilhada pela XTB. Eduardo Silva nota que “alguns investidores que estejam preocupados com a especulação de curto prazo poderão estar interessados em garantir que vendem as ações ao melhor preço atual possível. O otimismo é realista considerando as necessidades limitadas de aquisição e a evolução do preço nas últimas semanas. Assim, receios de última hora parecem infundados”.

O valor das ações em bolsa está dependente da OPA, mas também de uma eventual OPA potestativa. Ou seja, se os restantes acionistas forem obrigados a vender as suas ações ao CaixaBank. A Patris Investimentos explica que “se houver uma OPA potestativa, o mercado irá concentrar-se no preço dessa mesma oferta. Se não houver OPA potestativa, e uma vez concluída a oferta do CaixaBank, a cotação do BPI voltará a transacionar com base nos ‘fundamentais’ do banco, nomeadamente no que se refere às expectativas de evolução dos seus resultados para os próximos anos”.

E se não vender as ações?

Pode ser arriscado não vender na OPA. A Patris diz que “conservar as ações do BPI (ou seja, não as entregar na oferta do CaixaBank) pode ter como implicações ser posteriormente sujeito a uma oferta potestativa ou, na sua ausência, manter uma posição no capital do banco aceitando a menor liquidez que poderá haver em bolsa na sua negociação”.

E quanto maior a participação que o CaixaBank conseguir adquirir do BPI, maior o risco para o investidor que não vender as ações, esclarece a equipa de research do BiG. Os analistas dizem que as “as ações correm o risco de ficar com um free float muito baixo, o que tem implicações para a liquidez de negociação e consequentemente para a atratividade das ações para os investidores institucionais. Um baixo free float acaba por ter um impacto negativo no preço da ação”.

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Paulo Neves acumula cargos de chairman e CEO da PT Portugal

O anúncio é feito na sequência da saída de Armando Pereira, até aqui presidente do conselho de administração da PT Portugal, para integrar o conselho consultivo da Altice.

Paulo Neves, presidente executivo da PT Portugal, vai acumular este cargo com o de presidente do conselho de administração da empresa que detém a Meo.

O anúncio foi feito esta segunda-feira pela PT Portugal, na sequência da saída de Armando Pereira, que era o presidente do conselho de administração da empresa, para integrar o conselho consultivo da Altice, o grupo francês que detém a PT Portugal.

“A Altice reforça a sua confiança em Paulo Neves, cujo currículo no mercado da indústria das telecomunicações é altamente reconhecido e cujo desempenho na liderança da equipa executiva que gere a PT Portugal permitiu atingir os objetivos do seu plano estratégico: investimento inovação qualidade de serviço e desempenho financeiro e comercial”, refere a empresa, em comunicado enviado às redações.

Michel Combes, CEO da Altice, salienta a “estreita relação que [Paulo Neves] cria com os clientes”.

O comité executivo da PT Portugal, por seu lado, mantém-se como estava, composto por Gui Pacheco, João Zúquete, Alexandre Fonseca, Luís Nascimento, João Sousa, Sónia Machado e Alexander Freeze.

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O essencial do relatório da OCDE sobre Portugal

  • Margarida Peixoto
  • 6 Fevereiro 2017

A OCDE avaliou a economia portuguesa e apresentou um relatório onde faz um ponto de situação e deixa recomendações. Centeno avisou que não concorda com tudo. Aqui está um resumo do fundamental.

O Economic Survey da OCDE sobre Portugal, apresentado esta segunda-feira em Lisboa, faz uma radiografia da economia portuguesa e apresenta um conjunto de recomendações para potenciar o crescimento económico. O ECO faz-lhe um resumo com o essencial do documento, as chamadas de atenção feitas pelo secretário-geral Angel Gurría, e as reações do ministro das Finanças português, Mário Centeno.

O que diz a OCDE sobre o estado da economia?

A organização liderada por Angel Gurría reconhece que Portugal está a recuperar da crise e está a resolver alguns dos seus desequilíbrios fundamentais. Nota que as reformas estruturais aplicadas no passado estão a surtir efeito. Evidências dessa melhoria são:

  1. As exportações: em 2015 já pesavam mais de 40% no PIB, enquanto em 2005 não passavam dos 27%. Este ganho parece ser “estrutural”, avança a organização.
  2. A redução dos desequilíbrios externos: a balança de transações correntes está positiva — uma conquista que Gurría fez questão de sublinhar na cerimónia de apresentação do relatório — e a poupança interna aumentou.

Contudo, permanecem dificuldades por resolver:

  1. Os níveis de investimento estão demasiado baixos e sem uma retoma deste indicador, dificilmente Portugal consolidará a saída da crise.
  2. A força de trabalho em Portugal tem baixas qualificações, o que prejudica o potencial de crescimento da economia e a produtividade.
  3. Portugal é um dos países mais desiguais da Europa e tanto as desigualdades como a pobreza têm vindo a aumentar desde a crise. As crianças e os jovens foram os mais afetados pelo aumento da pobreza, com uma subida de três pontos percentuais, enquanto a pobreza entre os idosos caiu seis pontos.
  4. O setor financeiro continua a braços com um peso grande de malparado. Segundo a OCDE, mais de 12% do crédito concedido estava vencido, de acordo com dados do FMI, para o final do segundo trimestre de 2016. Isto prejudica a saúde do sistema financeiro e compromete a capacidade de financiar investimentos.
  5. A dívida pública portuguesa é elevada e levanta riscos, sobretudo num ambiente de baixo crescimento económico. Portugal tem “de remar um pouco contra a corrente”, disse Gurría.
  6. A eficácia dos impostos sobre o consumo está prejudicada pela utilização frequente de exceções.
  7. Os procedimentos de insolvência são morosos, o que torna os empréstimos a empresas mais arriscados.

O que prevê para Portugal?

A OCDE prevê menos crescimento do que o Governo está neste momento a antecipar, tanto para 2016, como para 2017. Enquanto o Executivo já está a contar com uma taxa de crescimento acima de 1,2% (a última previsão oficial do ministro das Finanças, apresentada em outubro), que deverá acelerar para 1,5% em 2017, a OCDE espera uma estagnação do ritmo no próximo ano.

Também no mercado de trabalho o Executivo português está mais otimista, com Mário Centeno a assumir que o Governo espera uma taxa abaixo dos dois dígitos, enquanto a organização liderada por Angel Gurría antecipa uma taxa de 10,1% tanto em 2017, como em 2018.

Previsões da OCDE

Fonte: OCDE
Fonte: OCDE

Que recomendações deixa?

A OCDE deixa recomendações para diferentes setores de atividade e de diferentes âmbitos. Deixa sugestões sobre as políticas macroeconómicas, o ambiente de investimento e o reforço das competências da força de trabalho. Aqui ficam algumas das medidas sugeridas:

Política macroeconómica

  1. Manter as reformas estruturais, juntamente com avaliação antes e depois de aplicadas. A OCDE nota, por exemplo, que a ‘regra 2 por 1’ para as admissões na Função Pública deve continuar a ser seguida e avisa que há professores e polícias a mais.
  2. Continuar a consolidação orçamental, mas de forma gradual para não comprometer a retoma económica;
  3. Reduzir os benefícios fiscais, taxas reduzidas e despesas fiscais — a OCDE duvida que a redução do IVA para a restauração surta os efeitos desejados, por exemplo.
  4. Reforçar os incentivos à redução do malparado;
  5. Apoiar o desenvolvimento de um mercado para o crédito malparado, nomeadamente através da criação de empresas de gestão de ativos.

Mercado de trabalho

  1. Cuidado com os aumentos do salário mínimo, diz a OCDE. A subida de 2017, para 557 euros, já coloca 20% dos trabalhadores em Portugal a receber menos, ou ao nível, da remuneração mínima. Se o Governo aumentar o salário mínimo para 600 euros, conforme previsto no seu Programa para a legislatura, este número sobe para 30%. Aumentos do salário mínimo fortes, sem o contraponto da subida da produtividade ameaçam reverter os ganhos obtidos com as reformas do passado.
  2. Cuidado com as portarias de extensão para os acordos coletivos. A OCDE defende que exigir requisitos mais apertados para a aplicação destas portarias, bem como a possibilidade de empresas poderem optar por ficar fora do âmbito da extensão, poderiam promover um alinhamento mais correto entre a situação financeira da empresa e os salários que esta pratica. A menor utilização destas portarias poderia também facilitar a entrada de mais empresas no mercado.

Reforçar o investimento

  1. Melhorar as regras de insolvência, nomeadamente reconsiderando o tratamento preferencial dos credores públicos, alargando a possibilidade de maiorias simples para a tomada de decisões dos credores e reduzindo os procedimentos nos acordos sem recurso ao tribunal;
  2. Resolver estrangulamentos administrativos, reduzindo, por exemplo, a discricionariedade na decisão das autarquias em questões de licenciamento;
  3. Aumentar a capacidade dos tribunais e atribuir juízes especializados aos tribunais especializados.

Melhorar as qualificações

  1. Reavaliar os programas de formação, unificar os diferentes sistemas de educação profissional;
  2. Aumentar o apoio para estudantes em risco de repetição dos anos letivos e melhorar a formação dos professores, atribuindo mais recursos à educação primária e pré-primária.

Como reagiu Mário Centeno?

O ministro das Finanças agradeceu os contributos, frisou que serão úteis, mas deixou um aviso: “Não concordaremos com tudo”. Mário Centeno fez questão de sublinhar que este relatório não é do Governo sugerindo, desta forma, que não deverá aproveitar todas as recomendações deixadas.

O governante optou também por defender os resultados já obtidos pelo Governo e lembrou algumas das medidas que estão a ser trabalhadas para resolver constrangimentos identificados pela OCDE. Por exemplo, Centeno garantiu que o trabalho preparatório indispensável ao arranque do investimento público no quadro do Portugal 2020 foi feito em 2016 e prometeu que os números “vão aparecer” este ano.

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Montepio investe seis milhões para renovar balcões

Ao longo dos próximos três anos, o Montepio vai renovar os cerca de 330 balcões que tem, com o objetivo de melhorar a relação com os clientes.

O Montepio Geral vai renovar a rede de balcões e apostar na transformação digital. O banco liderado por Jorge Félix Morgado vai investir, numa primeira fase, cerca de seis milhões de euros para melhorar a relação com os clientes, num plano que será implementado ao longo dos próximos três anos.

O objetivo desta renovação, explicou o presidente executivo do banco, é “corresponder àquilo que os clientes pedem em termos de comodidade, de simplificação no acesso ao banco e de resposta breve”. Na apresentação da nova imagem do balcão da Rua Barata Salgueiro, em Lisboa, Jorge Félix Morgado disse aos jornalistas que, com a transformação digital, os clientes do Montepio poderão agora ser atendidos “em qualquer lugar e a qualquer hora”.

Quer isto dizer que “o cliente passa a ter acesso ao banco por diversos canais, incluindo o home banking ou o mobile banking“. No futuro, acrescenta Félix Morgado, “há margem para ter horários diferenciados em termos de balcões”.

Ainda que o investimento inicial seja de seis milhões de euros, o valor investido poderá ultrapassar esse montante. “O investimento será aquele que se justifica à medida que formos desenvolvendo os diferentes canais, de acordo com as novas tendências da tecnologia”, referiu o CEO do Montepio.

O plano de renovação é para ser implementado em três anos e “ainda não está fechado o número de balcões que serão renovados este ano”. O Montepio conta, ao todo, com cerca de 330 balcões.

Depois do balcão da Barata Salgueiro, o próximo a ser inaugurado já com a imagem renovada é o da avenida Almirante Reis, também em Lisboa.

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