BCP aprova aumento de capital de 1.300 milhões

O BCP reuniu hoje em conselho de administração extraordinário para decidir a cooptação de dois novos administradores e o aumento de capital do banco até 1,3 mil milhões de euros.

Hoje é um dia importante para Nuno Amado neste segundo mandato que termina no final de 2017, uma espécie de primeiro dia do resto da vida do BCP: o conselho de administração do banco reuniu de forma extraordinária para aprovar a nomeação de dois administradores e, também, a decisão sobre um aumento de capital até 1,3 mil milhões de euros, apurou o ECO junto de diversas fontes conhecedoras do processo. Mas, até ao momento, não foi possível obter qualquer resposta do BCP.

Quando, no dia 19 de dezembro, os acionistas do Millennium bcp aprovaram a revisão dos limites de voto de 20% para 30%, estavam a responder à última das exigências da Fosun, o investidor chinês dono da Fidelidade que já é o maior acionista com 16,7% do capital. A Fosun anunciou estar disponível para chegar até aos 30%, mas precisava daquela decisão. E o presidente do BCP, Nuno Amado, naquela data, afirmou que “estão criadas as condições para o banco ter uma base de acionistas algo mais forte e de acompanharem a evolução do banco”. E mais: A tomada de medidas necessárias seria feita “rapidamente e bem, no sentido da defesa dos interesses do banco, dos seus acionistas e clientes”. Mais rápido era difícil.

Na sequência do acordo com a Fosun, a comissão executiva seria revista e aumentada com dois novos administradores, mas agora a Fosun só indica um, João Nuno Palma, antigo administrador financeiro da CGD na equipa de José de Matos. E será também cooptado um não-executivo, em princípio de nacionalidade chinesa. A seguir, vem o aumento de capital, cuja deliberação tem de ser aprovada em conselho. A operação, refira-se, será tomada firme por um sindicato bancário liderado por dois americanos, a J.P. Morgan e o Goldman Sachs.

Se, como tudo indica, o aumento de capital vier a confirmar-se – o que poderá ser feito nas próximas horas -, Nuno Amado vai resolver dois problemas de uma cajadada só:

  1. Pode reembolsar o empréstimo do Estado no valor de 750 milhões de euros que ainda não foi pago e que evita a possibilidade de arriscar ter o Estado como acionista.
  2. O BCP aumentará os rácios de capital, nomeadamente o mais relevante, para valores acima dos 11%, claramente acima do exigido pelo BCE.

É certo que a Fosun quer aumentar a sua participação até 30% e, por isso, vai acompanhar o aumento de capital na proporção da sua participação e vai também comprar no mercado direitos de voto que lhes permita chegar àquela participação. A Sonangol, por seu turno, é a segunda maior acionista com cerca de 14% e já tem a devida autorização do BCE para ultrapassar os 20%. A petrolífera liderada por Isabel dos Santos quer manter uma relação de forças equilibrada com a Fosun e, por isso, deverá reforçar a sua posição, e pode ultrapassar a fasquia dos 20%. O outro acionista de referência, recorde-se, era o banco espanhol Sabadell, com cerca de 4% do capital, mas decidiu sair e vendeu toda a participação ainda em 2016. Por outro lado, há dias, a EDP adquiriu à sua participada EDP Imobiliária e Participações perto de 14,5 milhões de ações do banco, correspondentes a 1,53% da instituição, e transferiu-as para o seu fundo de pensões. O Fundo de Pensões, por seu lado, já detinha 0,58% do capital, pelo que agora passa a ser titular de quase 20 milhões de ações do BCP, representativas de 2,11% do respetivo capital social e direitos de voto.

Há outra boa razão para o BCP acelerar o aumento de capital. Com a incerteza na banca internacional, e na italiana em particular, os investidores estão a penalizar os títulos financeiros e, no caso português, o BCP é o mais afetado, sobretudo porque há a convicção de que este aumento de capital é inevitável. Neste momento, o BCP já está a tocar novos mínimos e está praticamente colado a um euro por ação.

A Fosun, recorde-se, comprou 16,7% do capital do banco liderado por Nuno Amado a 20 de novembro. Uma compra feita através de uma colocação privada de ações que exigiu um investimento de cerca de 175 milhões de euros, isto é, a 1,1089 euros por ação, o que correspondeu a um desconto de cerca de 11% face à cotação naquele dia. Mas esse desconto já foi ultrapassado, porque no fecho de sexta-feira, o BCP valia 1,055 euros por ação.

(em atualização)

Evolução das ações do BCP

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Chocolate Mars compra hospital veterinário por 9,1 mil milhões

A fabricante dos chocolates Mars cimentou a sua liderança no setor dos cuidados de saúde de animais domésticos com a aquisição do hospital veterinário VCA, num negócio avaliado em 9,1 mil milhões.

A fabricante de chocolates Mars vai adquirir a cadeia de hospitais veterinários VCA num negócio avaliado em 9,1 mil milhões de dólares (aproximadamente 8,6 mil milhões de euros).

A Mars vai pagar 93 dólares por ação em numerário pela VCA, num acordo que inclui uma dívida de 1,4 mil milhões de dólares, representando um prémio de 31% face ao preço de fecho da última sexta-feira, nos 70,77 dólares. Os títulos da VCA disparam esta segunda-feira 28% para os 90,685 dólares.

À primeira vista pode parecer um negócio estranho para a Mars, mas não é. Com a aquisição da da VCA, a Mars reforça a sua liderança no setor dos cuidados de animais domésticos, já que detém ainda as marcas de alimentação de animais Pedigree e Whiskas. Além disso, a empresa já detém o Banfield Pet Hospital e o BluePearl Veterinary Partners.

Ambas as empresas anunciaram que esperam concluir o negócio no terceiro trimestre.

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Diogo Freitas do Amaral operado de urgência à coluna

  • Lusa
  • 9 Janeiro 2017

O ex-líder do CDS, Diogo Freitas do Amaral, teve de ser submetido de urgência a operação à coluna dorsal e vai falhar o funeral de Mário Soares esta terça-feira.

Diogo Freitas do Amaral teve de ser operado de urgência à coluna dorsal.TIAGO PETINGA/LUSA

O ex-líder do CDS Diogo Freitas do Amaral está impedido de participar nas cerimónias fúnebres do antigo Presidente da República Mário Soares, devido a ter sido submetido a “uma intervenção urgente na coluna dorsal”, informou hoje o seu gabinete.

Freitas do Amaral teve de ser submetido a “uma intervenção urgente na coluna dorsal, no fim de semana passada, pelo que está em casa em repouso completo o que o impede de sair de casa e participar nas cerimónias fúnebres de hoje e de amanhã [terça-feira], respeitantes ao Dr. Mário Soares, o que muito lamenta”, lê-se na nota do gabinete de Freitas do Amaral enviada à Lusa.

Fundador do CDS, Freitas do Amaral foi candidato derrotado por Mário Soares nas presidenciais de 1986, mas de quem se tornou amigo. A 14 de dezembro de 2016, um dia depois de Mário Soares ter sido internado no hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde viria a falecer no sábado passado, Freitas do Amaral recordou a amizade com o antigo Presidente da República e sublinhou a “admiração pelo muito que fez” por Portugal, mostrando-se triste com a situação de saúde “muito crítica”.

“Sempre me tratou muito bem, desde 1974, quando tantas outras pessoas mais próximas me evitavam e algumas me chamavam fascista, ele acreditou sempre em mim e isso é uma coisa que nunca esqueci, apesar de termos tido as nossas divergências e até um confronto eleitoral, mas a amizade é muito superior a tudo isso. Não é só amizade, é admiração também pelo muito que ele fez pelo nosso país”, disse.

O Governo português decretou três dias de luto nacional, até quarta-feira pela morte de Mário Soares, aos 92 anos. O corpo do antigo Presidente da República está em câmara ardente no Mosteiro dos Jerónimos desde as 13h10 de hoje, depois de ter sido saudado por milhares de pessoas à passagem do cortejo fúnebre pelas principais ruas da capital com escolta a cavalo da GNR.

O funeral realiza-se na terça-feira, pelas 15h30, no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, após passagem do cortejo fúnebre pelo Palácio de Belém, Assembleia da República, Fundação Mário Soares e sede do PS, no Largo do Rato. Nascido a 7 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares, advogado, combateu a ditadura do Estado Novo e foi fundador e primeiro líder do PS.

Após a revolução do 25 de abril de 1974, regressou do exílio em França e foi ministro dos Negócios Estrangeiros e primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, tendo pedido a adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e assinado o respetivo tratado, em 1985. Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante dois mandatos, até 1996.

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Nova ferramenta da Uber ajuda cidades a serem mais eficientes

  • Juliana Nogueira Santos
  • 9 Janeiro 2017

Gostava de saber o percurso mais rápido para atravessar a cidade, evitando acidentes e estradas cortadas? A Uber pensou em si e pôs-se em movimento.

O espetro de negócios da Uber tem-se expandido a cada dia que passa: entrega de comida, divisão de boleias, aluguer de bicicletas, entre tantos. Agora, o unicórnio mais bem-sucedido de sempre vai utilizar a sua larga frota de dispositivos GPS em benefício das cidades.

Chama-se Uber Movement e é um site que agrega os dados de trânsito recolhidos pelos vários condutores da plataforma para assim ajudar a população em geral a planear o percurso ideal.

Através da análise dos percursos diários dos condutores, incluindo tempos de espera, zonas de maior trânsito e influência das ocorrências pontuais, o algoritmo vai possibilitar o cálculo do tempo real da viagem dependendo dos fatores que se verifiquem nessa altura, bem como a comparação com outras horas do dia, do mês e do ano. São também disponibilizadas as estatísticas gerais do percurso.

Uber Movement
A análise detalhada de dois mil milhões de viagens permite a disponibilização de estatísticas diárias precisas.Uber

O objetivo máximo desta ferramenta é maximizar a eficiência das infraestruturas já existentes, através de dados que são recolhidos pelos milhões de utilizadores do serviço. A porta também se abre aos investigadores, que podem ter no Uber Movement uma ferramenta precisa e eficaz. O anonimato dos dados recolhidos é garantido pela Uber, de modo a proteger a privacidade dos utilizadores

A Uber segue assim o exemplo do Waze que, através do seu programa “Connected Citizens”, já trabalha com várias cidades mundiais para calcular com mais precisão os tempos dos percursos e apresentar informação de trânsito, acidentes e estradas cortadas em tempo real.

O serviço está em período de teste em três grandes cidades, Manila, Sidney e Washington, e ainda só está disponível para agências de planeamento e investigadores. É esperado que esteja disponível para acesso geral, em mais de uma dezena de cidades até fevereiro.

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Estado não tem de devolver rendas por terminar exploração de petróleo no Algarve

  • Lusa
  • 9 Janeiro 2017

O Governo só terá de restituir à Portfuel os montantes depositados a título de caução, considera a Procuradoria-Geral da República. Em causa estão 15 mil euros para cada área de concessão.

A Portfuel, do empresário Sousa Cintra, não tem direito à devolução de rendas e taxas pagos desde 2015 para a prospeção e exploração exclusiva de petróleo no Algarve. A conclusão é da Procuradoria-Geral da República e consta de um parecer publicado esta segunda-feira.

“O Estado, ao rescindir os contratos com a concessionária, não tem de reconstituir a situação patrimonial originária”, diz a PGR, referindo-se aos contratos outorgados à Portfuel – Petróleo e Gás de Portugal, assinados a 25 de setembro de 2015, para explorar a Bacia do Algarve, mais concretamente Aljezur e Tavira.

O tribunal acrescenta: “Terá apenas de restituir-lhe os montantes depositados a título de caução, conservando as quantias liquidadas como rendas de superfície e como taxas ou emolumentos”, acrescentando tratar-se de 15 mil euros para cada área de concessão.

A PGR lembra que este parecer, do final de 2016 mas só agora publicado no Diário da República, não foi o primeiro da PGR sobre a concessão e resultou de um pedido do secretário de Estado da Energia para “prosseguir a consulta precedentemente solicitada e já preliminarmente prestada”, na parte considerava urgente.

As rendas de superfície e taxas auferidas pelo Estado foram recebidas pela Entidade Nacional para o Mercado dos Combustíveis (ENMC), em troca do exclusivo das pesquisas e prospeções contratadas em setembro de 2015.

A PGR passa em revista os argumentos do Governo para uma rescisão do contrato, lembrando que foi em 11 de fevereiro do ano passado que o presidente da ENMC “considerava junto” do Secretário de Estado da Energia essa possibilidade, alegando que o concessionário não apresentou a apólice de seguro, incumprindo uma obrigação contratada.

"Parecem-nos reunidos os pressupostos da rescisão das concessões outorgadas.”

Procuradoria-Geral da República

“Parecem-nos reunidos os pressupostos da rescisão das concessões outorgadas”, conclui a PGR, salientando a “especial gravidade” da violação da obrigação de ter seguros contratados para a operação.

A PGR destaca que “tudo o que foi reportado” pelo consórcio quanto a seguros foi “a intenção de envio de número de apólice da Lusitânia Seguros”, por email a 23 de dezembro de 2015, e sem nunca ter sido enviado e ou prestado algum esclarecimento adicional.

Quase três meses depois, em março de 2016, “nada se modificara, apesar de o transcurso do tempo tornar cada vez mais eloquente o comportamento ilícito da concessionária”, diz a PGR, concluindo que esta “ou estava a operar sem seguro nem aprovação dos projetos de trabalhos de campo, ou estava a incumprir o plano anual de trabalhos” aprovado em janeiro desse ano.

A PGR diz ainda que “é neste contexto” que a ENMC, através de ofícios de 23 de março de 2016, interpela a Portfuel para se pronunciar em audiência prévia sobre um projeto de rescisão de ambos os contratos de concessão, por incumprimento.

O consórcio acabou por exibir apenas uma “declaração genérica” da apólice de seguro, com um teor “que se limitou a dar nota” de ter convencionado uma cobertura de riscos “incerta”, razão que, na opinião da PGR, permite concluir ter havido incumprimento da obrigação contratada.

"A não junção da apólice de seguro de responsabilidade civil é violação gravíssima.”

Procuradoria-Geral da República

“A não junção da apólice de seguro de responsabilidade civil nos termos descritos, face às atividades em causa e aos riscos inerentes é, por isso, violação gravíssima”, alega a PGR, explicando não bastar apresentar o contrato de seguro, sendo necessário fazer prova de as sondagens estarem cobertas por seguro, “explicando onde, como e quando” iam ser empreendidas as operações de pesquisa e sondagem de petróleo.

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Dow Jones nos 20.000 pontos? Wall Street abriu em baixa

Investidores continuam atentos ao industrial Dow Jones. Mas as notícias no arranque da sessão não são assim tão positivas, deixando o índice mais longe da barreira dos 20.000 pontos.

É a história do momento em Wall Street: saber se o índice Dow Jones sempre supera a fasquia dos 20.000 pontos. Esse cenário parecia mais afastado no arranque da sessão da bolsa norte-americana, com a praça industrial a ceder cerca 0,23% para os 19.917,01 pontos por causa do mau desempenho da P&G e da Coca-Cola.

“O mercado está a construir um enredo em torno dos 20.000 pontos. Se tivermos e quando tivermos relatórios de resultados promissores, Dow vai superar aquela fasquia como uma faca quente sobre manteiga”, referiu Andre Bakhos, gestor da Janlyn Capital, à Bloomberg.

Também o S&P 500 iniciou o dia em baixa: o índice de referência mundial recuava 0,21%. Em sentido contrário, o tecnológico Nasdaq somava 0,11%.

A quebrar um pouco do sentimento entre os investidores norte-americanos está a evolução negativa dos preços do petróleo na sessão desta segunda-feira. Tanto o brent com o crude perdiam mais de 2% depois de ter sido revelado que o número de explorações petrolíferas nos EUA continua a aumentar de forma significativa, deixando antever maior oferta de ouro negro.

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Governo aumenta apoio aos sapadores florestais

As equipas de sapadores florestais vão ter mais financiamento. O novo regime jurídico publicado em Diário da República refere ainda a criação de agrupamentos para flexibilizar a intervenção.

O Governo seguiu a recomendação do Parlamento e aumentou o financiamento das equipas de sapadores. Pelos seis meses de funcionamento ao serviço do Estado, cada equipa recebia 35 mil euros. Com a aprovação do novo regime, publicado esta segunda-feira em Diário da República, o montante pago passa a ser 40 mil euros, um valor que não era atualizado desde 2000 e que o Bloco de Esquerda queria que fosse 47 mil euros.

Este é o valor máximo atribuído, sendo que o novo regime obriga a ser atualizado “com periodicidade não inferior a cinco anos”. O apoio financeiro serve para a formação profissional, a aquisição de equipamento e o funcionamento das equipas de sapadores florestais. “As fontes de financiamento podem ser nacionais ou comunitárias, não podendo em caso algum haver sobreposição de apoios”, esclarece o novo regime, nomeadamente com o Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos, integrado no Portugal 2020, tutelado pelo Ministério do Ambiente.

Além de fazer este aumento, o novo regime cria a figura de agrupamento de equipas de sapadores florestais,” tendo em vista flexibilizar e otimizar a capacidade de intervenção das equipas na área da silvicultura preventiva, definindo-se a figura da transferência de titularidade e eliminando potenciais processos de extinção de equipas de sapadores florestais, por razões alheias ao interesse da sua permanência em funcionamento”.

Por fim, o decreto-lei é mais direto quanto à atividade do sapador florestal, “com a sua afetação designadamente à primeira intervenção em incêndios florestais, apoio a operações de rescaldo e vigilância ativa pós-rescaldo”. Esta redefinição das funções têm em vista uma ação mais ativa no combate aos incêndios florestais, um problema que voltou a afetar Portugal de forma muita intensa no verão de 2016.

Este diploma tinha sido promulgado no final do ano pelo Presidente da República. Nessa altura, Marcelo Rebelo de Sousa avisou que a promulgação tem como “pressuposto de que a aplicação do regime não introduz desigualdade em matéria laboral e de que ela tomará em consideração o parecer da Associação Nacional de Municípios Portugueses sobre a substituição periódica de equipamento”.

Este novo regime vem também no seguimento da recomendação ao Governo, aprovada na Assembleia da República em outubro e publicada em Diário da República em dezembro, onde os deputados pediam ao Executivo para reforçar o “financiamento das equipas, por forma a viabilizar a sua atualização salarial e permitir suportar o aumento dos respetivos custos de manutenção e funcionamento”. Além disso, o Parlamento queria mais equipas, mais estabilidade e equipamento renovado.

Editado por Paulo Moutinho

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Trabalho também dá musical

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 9 Janeiro 2017

Fundação Inatel associa-se ao centenário do Ministério com "Nós, Trabalhadores", o teatro musical que olha para a evolução do mundo do trabalho nos últimos 100 anos, centrado na situação da mulher.

Já houve conferências, seminários, estatísticas. Agora, chega a vez do musical. A iniciativa é do Inatel, que, pelos laços que tem com o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, quis assinalar os seus 100 anos de existência.

“Nós, Trabalhadores” estará em cena nos dias 13 e 14 de janeiro no Teatro da Trindade. Além de marcar o centenário do ministério do Trabalho, o espetáculo dá inicio às comemorações dos 150 anos do Teatro da Trindade e assinala o seu regresso à produção própria, indica o Inatel.

Com encenação de Vicente Alves do Ó e participação especial de Lara Li, “Nós, Trabalhadores” reflete sobre o percurso do mundo do trabalho ao longo do século, sobretudo na perspetiva da mulher.

“Começa com uma entrevista de trabalho de uma mulher de 50 anos, que pretende mudar a sua vida. Depois, um acidente numa fábrica clandestina leva-nos numa viagem no tempo até ao dia 25 de março de 1911, quando no grande incêndio na fábrica Triangle Shir Waist morrem 124 mulheres, muitas delas jovens emigrantes. Este trágico acontecimento deu origem ao Dia Internacional da Mulher (inicialmente o Dia Internacional da Mulher Trabalhadora) que se celebra a 8 de março”, avança o Inatel.

Passando pela II Guerra Mundial, a Guerra Colonial, o Estado Novo, o 25 de abril, o espetáculo recorre ao cancioneiro popular para espreitar a evolução do mundo do trabalho.

“A Revolução de 74 é libertação, um momento de clima de alegria e esperança, mas também do repensar coletivo de toda a sociedade. Saneamentos revolucionários, a luta das Comissões de Trabalhadores, a relação ambígua entre patrões e empregados, são alguns dos temas que trazemos sobre este período, antes de darmos um salto até ao “Portugal da CEE”. O que nos aproxima a passos largos da atualidade com questões como a formação profissional, o desemprego, a mecanização e robotização laboral, os despedimentos coletivos, a pressão laboral sobre os objetivos e a precariedade laboral,” indica ainda o Inatel, concluindo: “Mas o futuro só se constrói com esperança e é com ela que terminamos”.

O Ministério do Trabalho completou 100 anos em março de 2016. As comemorações começaram nessa altura, com uma cerimónia que juntou todos os ex-ministros e ex-secretários de estado da tutela e com o lançamento de um livro comemorativo.

 

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Era assim o primeiro iPhone. Foi há dez anos

Esta segunda-feira assinalam-se dez anos desde que Steve Jobs apresentou o primeiro iPhone numa conferência em São Francisco, na Califórnia. Ainda se lembra dele? Recorde aqui.

O primeiro iPhone foi apresentado há dez anos.Wikimedia Commons

“Hoje é o dia em que a Apple reinventa o telefone”, disse Steve Jobs a 9 de janeiro de 2007, no palco da conferência Macworld, para um auditório a rebentar pelas costuras. O líder da Apple na altura, com o carisma que sempre lhe foi característico, dava o pontapé de saída para uma revolução que viria a pôr um telemóvel inteligente no bolso de milhares de milhões de pessoas em todo o mundo.

Isso mesmo. Foi há precisamente uma década que o público tomou conhecimento do que é que a Apple estava, afinal, a preparar há já vários anos: o primeiro iPhone. O original. E a primeira pedra de um produto que ao longo de todo este tempo vendeu mais de 600 milhões de unidades, sendo um dos mais bem sucedidos de que há memória.

Longe de ser o primeiro telemóvel do género, o iPhone original apresentou-se ao mercado com um ecrã tátil de 3,5 polegadas e resolução de 320 por 450 pixels, câmara exclusivamente fotográfica com dois megapixels, proteção Gorilla Glass, Wi-Fi, rede 2G e disponível em versões de quatro, oito e 16 GB de armazenamento. Pesava 135 gamas e só foi lançado alguns meses depois, a 29 de junho desse ano.

Do iPhone original ao iPhone 5.Yutaka Tsutano/Flickr

Numa altura em que os acessos fixos à internet já eram comuns nos Estados Unidos e na Europa, o iPhone veio trazer a conectividade para a palma das mãos e num contexto móvel. Seria, talvez, o telemóvel que mais facilmente permitia navegar na rede, aceder ao e-mail, enviar mensagens e por aí em diante.

Foi também o dispositivo que popularizou o conceito de “aplicação móvel”, ainda que a loja da Apple, a App Store, só viesse a ser lançada cerca de um ano depois, em 2008, como nota a Business Insider. Hoje, o mercado das apps é maior do que Hollywood, estima o mesmo site — e todos sabemos bem a falta que nos fazem algumas aplicações, de tão enraizada que a internet está na nossa sociedade.

E qual a melhor forma de recordar a apresentação do primeiro iPhone? Vendo-a. Abaixo, o vídeo da parte em que Steve Jobs conta aos participantes da conferência Macworld todas as funcionalidades do novo (e primeiro) telemóvel da Apple. Se preferir ver a apresentação completa, clique aqui.

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Como vão ser pagas as pensões em 2017?

  • Cristina Oliveira da Silva e Raquel Sá Martins
  • 9 Janeiro 2017

Só metade do subsídio de natal é pago em duodécimos, o que afeta o valor da pensão. Veja o que muda.

Se é pensionista, saiba que a forma como o subsídio de natal é pago vai mudar em 2017. E isso tem implicações no valor mensal da pensão.

Embora os pensionistas comecem por receber menos do que aquilo a que estavam habituados, por força desta alteração, as pensões não vão cair em 2017. A maior parte — pensões até 842,64 euros — vai avançar 0,5% já em janeiro. E em agosto, os pensionistas que, no conjunto das suas reformas, ganhem até aproximadamente 632 euros voltam a ter direito a um aumento extraordinário.

As pensões da Segurança Social que são pagas por transferência bancária chegam amanhã à conta dos pensionistas.

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Veja as imagens da despedida de Mário Soares

  • ECO
  • 9 Janeiro 2017

Urna do ex-Presidente da República atravessou a cidade para ficar um dia no Mosteiro do Jerónimos.

Urna segue na terça-feira para o Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.

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Nascimento de empresas cai pela primeira vez em três anos

Nasceram duas empresas por cada uma que encerrou no ano passado. Construção, alojamento e restauração e atividades imobiliárias são os setores mais dinâmicos.

O número de empresas criadas em 2016 caiu face ao ano anterior, mas o nascimento de empresas continua a ultrapassar as falências. A conclusão é do Barómetro da consultora Informa D&B, divulgado esta segunda-feira, que faz o balanço do ano passado.

Ao todo, foram constituídas 37.034 empresas e outras organizações no ano passado, número que representa uma queda de 2,4% face a 2015 e que interrompe um ciclo de crescimento de três anos consecutivos. Ainda assim, nota a consultora, o número de constituições manteve-se acima das 37 mil, “registo que na última década só tinha sido atingido no ano passado”.

Construção, alojamento e restauração e atividades imobiliárias foram os setores que registaram mais nascimentos de empresas, com crescimentos face a 2015 de, respetivamente, 1,6%, 3,2% e 29,6%. Os setores do retalho e da agricultura, pecuária, pesca e caça, por seu lado, foram os setores que mais contribuíram para a queda da criação de empresas.

Em sentido contrário, encerraram 15.505 empresas no ano passado, uma queda de 6,8% face a 2015, quando tinham fechado 16.634 empresas. Feitas as contas, foram criadas 2,4 novas empresas por cada uma que encerrou.

Registaram-se ainda 3.256 novos processos de insolvência, menos 23% do que em 2015.

O Barómetro dá ainda conta de que, entre 2015 e 2016, a percentagem de empresas que pagaram dentro do prazo baixou de 20,1% para 17,4%. Mas baixou também o número de empresas que pagam atrasos superiores a 90 dias.

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