Autoridade da Concorrência dá ‘luz verde’ à compra do British Hospital pela grupo Luz Saúde

  • Lusa
  • 7 Julho 2017

Autoridade da Concorrência aprovou compra do grupo British Hospital pelo Luz Saúde esta sexta-feira, em comunicado enviado à CMVM.

O grupo Luz Saúde recebeu ‘luz verde’ da Autoridade da Concorrência para comprar o grupo British Hospital, segundo informação hoje enviada à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), em que não é revelado o valor do negócio.

A compra pela Luz Saúde (pertencente aos chineses da Fosun) do grupo British Hospital inclui o hospital das Torres de Lisboa, que é a unidade de maior dimensão, com 46 camas, três salas de bloco e 34 gabinetes de consulta, que realizou em 2016 cerca de 75 mil consultas e 4.400 cirurgias.

No negócio inclui-se ainda o British Hospital Saldanha Microcular, unidade em Lisboa de cuidados de saúde sobretudo da área oftalmológica, especializada em cirurgia laser, e 90,41% do capital social do British Hospital Management Care, também integrado no campus das Torres de Lisboa, que presta cuidados na área da sinistralidade, caso de acidentes de trabalho, e serviços de fisioterapia.

O negócio deverá estar concluído no prazo que seja acordado entre as partes e no espaço de 20 dias úteis.

A Luz Saúde (antiga Espírito Santo Saúde, do Grupo Espírito Santo) foi comprada pela seguradora Fidelidade, que pertence aos chineses da Fosun, em outubro de 2014.

A empresa é dona Hospital da Luz, em Lisboa, entre outras unidades hospitalares.

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Só metade das câmaras usaram o acelerador de investimento

O acelerador municipal, representou uma majoração efetiva de 56,11 milhões de euros, que foi aproveitada por apenas 52% das câmaras. Se todas tivessem usado teria chegado aos 95 milhões.

Só metade dos municípios portugueses beneficiaram do acelerador de investimento lançado o ano passado, no âmbito dos fundos comunitários. De acordo com dados oficiais a que o ECO teve acesso, a majoração de investimento obtida com o acelerador foi de 56 milhões de euros.

Em julho de 2016 foi lançado um mecanismo acelerador do investimento autárquico para incentivar as autarquias a aplicar mais verbas dos fundos comunitários, isto porque no final do segundo trimestre do ano passado só havia 410 milhões de euros aprovados de investimento municipal, isto apesar de os concursos lançados já ascenderem a 2.378 milhões de euros.

Esta benesse determinava que os municípios com projetos aprovados, inseridos nos Planos Estratégicos de Desenvolvimento Urbano (PEDU) e nos Planos de Ação de Regeneração Urbana (PARU) contratualizados, que apresentassem um pedido de pagamento válido maior ou igual a 15% do investimento contratualizado nesse projeto tinham a dotação global contratualizada majorada em 10%. Mas o prazo limite era o final do ano passado.

Como os resultados pareciam não corresponder às expectativas — no quarto trimestre de 2016, o investimento aprovado pelas autarquias era de 1,11 mil milhões de euros — o Executivo decidiu prolongar o prazo até 15 de fevereiro. Resultado: em abril de 2017, o investimento municipal aprovado ascendia a 1,77 mil milhões de euros e os concursos lançados já representavam um investimento de 3,22 mil milhões.

Em concreto, o acelerador municipal representou uma majoração efetiva de 56,11 milhões de euros, que foi aproveitada por apenas 52% das câmaras. Caso todas tivessem optado por usufruir desta medida, então a majoração potencial máxima teria sido de 95,87 milhões de euros.

As autarquias continuam a poder usar este instrumento, mas agora com vantagens reduzidas. Os municípios que apresentassem um pedido de pagamento válido maior ou igual a 15% do investimento contratualizados no âmbito dos PEDU ou PARU até ao final do primeiro semestre deste ano, tinham a dotação global contratualizada majorada em 7,5%. Estes resultados ainda não são conhecidos.

Os dados a que o ECO teve acesso revelam ainda que os municípios do norte foram aqueles que tiveram uma majoração efetiva mais significativa (21,99 milhões de euros), mas que o maior número de projetos autárquicos a beneficiar situa-se no centro do país (64, contra 33 no Alentejo).

Avaliação às empresas feita em junho

O acelerador do investimento também estava à disposição das empresas mas, a este nível a avaliação do efeito da medida tem de ser feita projeto a projeto. Um exercício que o secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Nelson Souza, disse ao ECO, se iniciou em junho.

“Ao nível das empresas, as coisas são mais complicadas porque a avaliação tem de ser feita pelos organismos intermédios através dos pedido de pagamento, pedido a pedido”, disse Nelson Souza. “Estas regras têm de se verificar projeto a projeto. Ver qual era o ano em que estava prevista a despesa e verificar se, de facto, a empresa antecipou a despesa”, especificou.

E mesmo depois do levantamento que está a ser feito agora, os resultados podem não ser definitivos porque pode haver empresas que ainda não tenham apresentado, aos organismos intermédios, um dossiê de pagamentos este ano. Pode mesmo dar-se o caso de uma empresa decidir só apresentar em setembro os pedidos de pagamento com coisas que venham ainda ter a majoração.

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Dados do emprego dão impulso a Wall Street

Os dados do emprego deram um impulso a Wall Street esta sexta-feira. Os três principais índices subiram mesmo com um G20 aceso e o encontro de Trump e Putin.

Merkel avisou: “Estas discussões são muito difíceis”, disse a chanceler alemã no primeiro dia da cimeira do G20. Trump e Putin estiveram sob os holofotes com várias informações sobre o encontro a serem reveladas durante a tarde. Contudo, Wall Street resistiu à imprevisibilidade do que aconteceu em Hamburgo e fechou a semana em terreno positivo. Os dados positivos do emprego deram um impulso aos investidores norte-americanos.

Wall Street contrariou a tendência europeia de quedas nas principais bolsas e registou valorizações esta sexta-feira. O otimismo foi dado pela divulgação dos números da criação de emprego, um dado que foi além das expectativas. Este efeito chegou para levar o Nasdaq a subir 1,04% para os 6.153,08 pontos, o S&P 500 a valorizar 0,68% para os 2.426,14 pontos e o Dow Jones a crescer 0,44% para os 21.414,34 pontos.

Esta sexta-feira, o gabinete de estatísticas norte-americano revelou que foram criados 220 mil novos postos de trabalho (a estimativa era de 179 mil) em junho. Este dado representa um aumento face aos meses transatos. Aliás, este é o maior aumento de empregos em quatro meses e o segundo maior de 2017, o que reflete a maior procura por mão-de-obra fruto do início do verão.

“Isto deverá manter a Fed focada num novo aumento da taxa de juro”, afirmou a estratega de mercados da Prudential Financial, Quincy Krosby, à Bloomberg. “O mercado já absorveu o facto de que finalmente Janet Yellen está aparentemente com intenção de ir para a frente com uma taxa de juro neutral”, explicou a especialista, referindo que “se estes números fossem fracos, os mercados poderiam estar em queda porque estaria em causa novamente a questão de que ela estaria a aumentar a taxa de juro num ambiente em que a economia está a desacelerar”.

Por outro lado, os mercados foram afetados pela notícia de que a produção norte-americana de petróleo registou na semana passada o maior aumento desde janeiro. A produção de crude aumentou em 88 mil barris por dia na última semana para 9,34 milhões de barris, de acordo com o relatório semanal divulgado esta quinta-feira. Tanto o brent como o WTI sofreram quedas superiores a 2%, afastando o preço do barril dos 50 dólares.

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Carris lança carreiras da rede de bairros na terça-feira

  • Lusa
  • 7 Julho 2017

A Carris lança na terça-feira as primeiras duas carreiras no âmbito do projeto da "Rede de Bairros" de Lisboa, prevendo a conclusão da nova rede em 2019, anunciou hoje a operadora.

Em comunicado, a Carris, sob alçada da Câmara de Lisboa desde fevereiro, adianta que as duas primeiras carreiras vão operar em Marvila, sendo a “primeira vez em 17 anos que são lançadas novas carreiras de autocarros”.

“Trata-se de um conjunto de novas carreiras que pretende reforçar a mobilidade local, criando complementaridade à rede já operada pela Carris. Estas novas linhas procuram gerar maior proximidade às infraestruturas mais importantes dos bairros, como escolas, centros de saúde, mercados e estações de metro“, explica a Carris.

Além das duas carreiras de Marvila, vão ser integradas no projeto duas linhas já existentes, mas que tiveram os seus trajetos revistos: o 779 nos Olivais, que passa a 29B, e o 757 em Santa Clara, que fica com a designação de 40B. No Parque das Nações, o 400 também passa a integrar esta rede, como 26B, devendo o seu percurso ser reformulado em setembro.

As carreiras de bairro vão funcionar sete dias por semana, entre as 07:00 e as 22:00, com uma frequência de 30 minutos nos dias úteis e de hora a hora aos fins de semana.

Todos os títulos de transporte existentes na Carris são válidos para os novos percursos e será criado um passe especifico, que terá um custo de 10 euros por cada 30 dias.

No comunicado, a operador adianta que o objetivo é lançar, pelo menos, uma carreira de bairro por freguesia, prevendo a conclusão da rede em 2019.

A Câmara de Lisboa debateu no final do mês de junho a introdução de quatro carreiras na Carris no âmbito desta rede, prevendo que até ao final do ano de 2018 todas as 21 linhas propostas possam estar em pleno funcionamento.

Os vereadores do PCP, CDS-PP e PSD consideraram que a introdução destes quatro percursos não melhora o funcionamento da rodoviária porque não responde às necessidades dos munícipes.

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EDP Renováveis vende 23% do projeto eólico ‘offshore’ do Reino Unido por 26 milhões

  • Lusa
  • 7 Julho 2017

Venda da participação à francesa Engie valeu à empresa portuguesa 26 milhões de euros.

A EDP Renováveis (EDPR) anunciou hoje que acordou vender uma participação de 23% da central eólica no mar da Escócia por cerca de 26,1 milhões de euros à francesa Engie.

“A EDP Renováveis, SA, através da sua subsidiária EDPR UK Limited concluiu hoje um acordo com a Engie, para a venda de uma participação acionista representativa de 23% do capital social e suprimentos relativos ao projeto Moray Offshore Windfarm (East) Limited (MOWEL), por um preço global de 21 milhões de libras [26,1 milhões de euros]”, afirma a empresa em comunicado.

Assim, com a conclusão desta transação, a Engie, parceira da EDP Renováveis nos projetos eólicos ‘offshore’ de França e projetos flutuantes em Portugal e também em França, “irá participar no investimento, desenvolvimento e operação do projeto eólico ‘offshore’ Moray, localizado no Mar do Norte ao largo da costa da Escócia (Zona 1 do programa Crown Estate’s Round 3)”.

A empresa lembra que em janeiro de 2010, foi atribuído ao MOWEL, no âmbito do programa de concessão de licenças para o desenvolvimento de parques eólicos ‘offshore’ no Reino Unido, “o direito de desenvolver energia eólica ‘offshore’ na Zona 1 do Third Offshore Wind Licensing Round (UK Round 3)”.

Em março de 2014, foi concedida a autorização, pelo Governo escocês, para o desenvolvimento de até 1.116 MW de energia eólica ‘offshore’.

Em 27 de março, a EDP lançou uma Oferta Pública de Aquisição (OPA), “geral e voluntária”, sobre o capital da EDP Renováveis, em que oferece 6,75 euros por ação.

Em comunicado enviado então à CMVM, a EDP afirmou que “os valores mobiliários objeto da oferta são ações ordinárias, escriturais e nominativas, com o valor nominal de cinco euros cada, representativas do capital social” da EDP Renováveis.

Além disso, a EDP explicou que a OPA incide sobre aproximadamente 22,5% do capital social da EDP Renováveis e que a contrapartida oferecida, a pagar em numerário, é de 6,75 euros por ação.

No mesmo comunicado, a elétrica referiu que a oferta “é geral e voluntária”, o que obriga a EDP, nos termos e condições do anúncio preliminar e do anúncio de lançamento da OPA, “a adquirir a totalidade das ações representativas do capital social” da EDP Renováveis “que forem objeto de válida aceitação da oferta”.

A entidade responsável pelo apuramento e pela divulgação dos resultados da OPV será a Euronext Lisbon – Sociedade Gestora de Mercado Regulamentados.

O anúncio de lançamento e o prospeto desta OPA serão disponibilizados no ‘site’ da CMVM na Internet, em www.cmvm.pt.

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Cativações juntam esquerda e direita na pressão a Centeno

  • Margarida Peixoto
  • 7 Julho 2017

Da esquerda à direita, o ministro das Finanças foi criticado pelas cativações aplicadas no OE2016, embora as críticas sejam diferentes. O ECO selecionou os principais argumentos e descodificou-os.

FotomontagemLouise Frias/ECO

O ditado diz que é difícil agradar a gregos e a troianos. Mário Centeno, ministro das Finanças, conseguiu desagradar aos dois: as cativações aplicadas no Orçamento de 2016, que deixaram 942,7 milhões de euros de despesa aprovada por executar, estão a dar gás à oposição — da direita, à esquerda parlamentar.

Depois de uma audição na comissão de orçamento e finanças em que Centeno foi pouco claro sobre as cativações aplicadas em 2016, o PSD encontrou argumentos para exigir um debate no plenário sobre transparência na gestão da despesa pública. Mas não foi só a direita política que pressionou o ministro. Também o Bloco de Esquerda e o PCP criticaram Centeno, embora com argumentos quase opostos.

Perante a pressão, o ministro das Finanças explicou o funcionamento das cativações e apresentou argumentos para contestar a ideia de falta de transparência. Mas quando um debate político fica tomado por termos como “cativações” ou “receitas próprias”, com um lado a argumentar que cativações são cortes e o outro a ripostar que não há cortes quando a despesa cresce, a confusão instala-se. O ECO selecionou alguns argumentos deixados durante o debate de sexta-feira e explica-os.

1 – As cativações são cortes?

“Pode abanar a cabeça, mas os números falam por cima da vossa propaganda”, acusou o deputado António Leitão Amaro, do PSD. “Os portugueses sentiram [as cativações] nas suas vidas,” defendeu, “pagaram com as suas vidas,” acusou, numa referência implícita ao incêndio de Pedrógão Grande, onde 64 pessoas morreram.

“O máximo que podem dizer é que [as despesas] não aumentaram o suficiente,” respondeu João Galamba, deputado socialista, criticando a utilização do incêndio como “arma de arremesso político.” As cativações incidem sobre a parte da despesa que excede um determinado crescimento, por isso “nunca poderiam estar associadas à redução da despesa efetiva em 2016,” disse o ministro Mário Centeno.

Quem tem razão? Depende do ponto de vista. As cativações correspondem à retenção de uma parte da despesa orçamentada, que fica nas mãos do ministro das Finanças e dependente da sua aprovação para ser executada. Ora, quando não são totalmente libertadas, as cativações representam cortes efetivos face aos gastos que estavam previstos e já previamente aprovados pela Assembleia da República.

[As cativações] têm vindo a limitar a despesa pública desde ‘o dia um’. Apesar de controlarem diretamente a despesa, podem também ser apertadas para compensar uma coleta fiscal mais baixa.

Relatório de Medidas Efetivas -- Ministério das Finanças

Outubro de 2016

Foi por isso que foram usadas como medida de contingência para convencer a troika de que, apesar de a receita fiscal estar muito abaixo do projetado, o orçamento não iria derrapar. Vale a pena reler um excerto do relatório sobre medidas efetivas enviado à Comissão Europeia, em outubro de 2016, em que Centeno mostrava como iria usar as cativações para reduzir a despesa prevista:

“[As cativações] são o instrumento considerado apropriado para monitorar a execução orçamental. (…) Têm vindo a limitar a despesa pública desde ‘o dia um’. Apesar de controlarem diretamente a despesa, podem também ser apertadas para compensar uma coleta fiscal mais baixa,” explicou Centeno.

E frisou que “podem ser entendidas como medidas de contingência” e que “os serviços públicos estavam claramente alertados para elas desde que o Orçamento foi desenhado e o impacto que iriam gerar no perfil de despesa.” Depois, adiantou que do valor de cativações inicialmente previsto no Orçamento, que à data identificou como cerca de 1.500 milhões de euros (a Conta Geral do Estado apontou agora para 1.733 milhões), “445 milhões foram congelados permanentemente.”

Contudo, estes factos não invalidam que, ainda assim, a despesa executada em 2016 tenha acabado por ser superior à de 2015 — o que fundamenta o argumento socialista de que as cativações não resultaram em cortes efetivos de despesa, face ao executado. Sob este ponto de vista, as cativações serviram para conter o crescimento da despesa, ajustando-a ao nível de receita arrecadada e impedindo uma derrapagem orçamental — o risco para o qual a Comissão estava a alertar.

2 – O Governo foi além do necessário no défice?

“O Orçamento executado em 2016 não é o Orçamento que nós aprovámos”, acusou Mariana Mortágua, deputada do Bloco de Esquerda. A bloquista reconheceu que a despesa cresceu, mas queixou-se que devia ter crescido mais e que o Governo apertou a despesa para agradar à Comissão Europeia.

Verdade? É certo que o défice acabou por ficar abaixo da meta autorizada por Bruxelas. O défice de 2016 foi de 2,06%, quando a Comissão, perante o ritmo fraco de crescimento da economia no primeiro semestre de 2016, chegou a flexibilizar a meta para 2,5% do PIB. Por isso é correto dizer que o Governo superou o objetivo e que poderia ter libertado mais despesa, mesmo sem ter receita para pagá-la — teria assumido um défice mais elevado.

Mas também é verdade que só no final do ano, quando a atividade económica recuperou acima das expectativas, é que ficou claro que o défice seria cumprido. E que até os indicadores económicos melhorarem a pressão da Comissão para apertar a despesa era intensa. Mais: face à meta inicial do próprio Governo (2,2%, o objetivo do Orçamento que a esquerda validou no Parlamento), o resultado do défice não foi assim tão diferente.

3 – Dois terços dos cativos finais dependiam de receitas próprias. Isso faz diferença?

“Dois terços [dos cativos finais] resultam da evolução de receitas próprias,” argumentou Mário Centeno. “Nunca esta operação teria impacto no défice porque a receita está associada à despesa,” somou ainda o ministro.

Traduzindo, o ministro das Finanças revelou que a maior parte das cativações que ficaram por libertar correspondiam a despesa que seria paga por receitas próprias dos serviços — e não pelas receitas gerais do Estado, isto é, pelos impostos. Ou seja: os serviços conseguiram menos receita do que a que tinham estimado e, por isso mesmo, não tiveram autorização para executar o valor de despesa inicialmente planeado.

Este argumento tem duas consequências. Primeiro, transfere, em parte, a responsabilidade da decisão de permitir menos despesa para os próprios dirigentes dos serviços, retirando-a dos ombros do ministro das Finanças. Segundo, mostra que a despesa em causa só seria autorizada se houvesse receita e que, nesse caso, o défice seria precisamente o mesmo porque uma anularia a outra.

Contudo, vale a pena notar que o Governo não controla a receita da mesma forma que controla a despesa: ter menos receita do que o projetado foi um facto. Depois, coube a Centeno decidir se a despesa prevista seria inviabilizada — para respeitar a meta do défice — ou se seria, ainda assim, executada. Se o ministro tivesse decidido libertar mais despesa, o debate desta sexta-feira não teria sido sobre cativações, mas antes sobre derrapagem orçamental.

4 – Partidos querem saber que gastos foram cancelados. É possível?

Foi também uma pergunta repetida da esquerda à direita: “Importa saber quais os gastos que não se fizeram,” frisou José Luís Ferreira, deputado dos Verdes. Mas também Luís Montenegro, do PSD, pediu ao Governo que clarificasse os cortes que fez, tal como Mariana Mortágua, do BE, pediu a Centeno que mostrasse como é que os cortes aplicados no Ministério da Saúde ou da Educação não afetaram os serviços.

A pergunta é pertinente: trata-se de saber, com exatidão, quais foram os pedidos de libertação de cativos que chegaram à mesa do ministro das Finanças, mas que foram recusados. Contudo, esta informação não está sistematizada — nem é obrigatório que esteja.

A Conta Geral do Estado mostra os valores do Orçamento do Estado de 2016 que foram aprovados pela Assembleia da República e que foram libertados e a respetiva justificação. Também mostra os valores que ficaram definitivamente retidos. Mas, por lei, não tem de apresentar os pedidos não autorizados.

5 – É possível saber os cativos já libertados este ano?

“Vamos ver nesta assembleia quem está a favor da transparência,” desafiou o deputado João Almeida, do CDS-PP. Os deputados criticaram a falta de transparência da utilização dos cativos. É verdade que o valor inicial destes cativos resulta da lei do Orçamento do Estado que é aprovada na Assembleia da República, contudo, a gestão que é feita pelo ministro das Finanças, ao longo do ano, é pouco acompanhada.

Vamos ver nesta assembleia quem está a favor da transparência.

João Almeida

Deputado do CDS-PP

Os dados são publicados anualmente na Conta Geral do Estado, mas esta só está disponível cerca de seis meses depois de terminado o ano — para além de não ser um documento fácil de consultar, já que nem todas as óticas de análise desta informação estão igualmente trabalhadas no corpo do relatório.

Por isso, João Almeida apresentou durante o debate uma proposta para que a Direção-geral do Orçamento passe a disponibilizar, mensalmente, um ponto de situação dos cativos na síntese de execução orçamental.

6 – Retificativo ou cativações. Qual é a diferença?

“As cativações são o contrário dos Orçamentos Retificativos,” argumentou Mário Centeno. “Não há Orçamentos Retificativos mas há muitas retificações,” acusou o deputado do PSD, Luís Montenegro.

Qual é a diferença? As cativações são uma medida de gestão da execução orçamental que permitem, até determinado ponto, evitar Orçamentos Retificativos. Sempre que a receita fica abaixo da despesa, se o ministro das Finanças não tiver o controlo sobre nenhuma parte do Orçamento distribuído aos serviços, dificilmente consegue evitar que os gastos continuem a ser feitos como se existisse receita para pagá-los.

No caso de 2016, o Governo garantiu em outubro à Comissão Europeia que as cativações foram desenhadas precisamente com este objetivo: a meta do défice estava calculada assumindo que seriam libertadas as verbas. Mas se faltasse receita, a despesa não seria autorizada na mesma medida, evitando-se a derrapagem orçamental.

É por isso que as cativações — até ao debate desta semana — eram vistas como uma boa medida de gestão orçamental. Retiram também o estímulo aos serviços, por exemplo, para empolarem as receitas próprias só para conseguirem viabilizar a aprovação de um orçamento de despesa superior.

Já os Orçamentos Retificativos servem precisamente para quando os tetos de despesa são furados. Não se trata aqui de gastar tanto quanto o inicialmente previsto (independentemente de haver ou não receita suficiente para fazer face à despesa) mas sim de ultrapassar os valores inicialmente orçamentados. É quando isso acontece que os governos têm de pedir autorização ao Parlamento para subir os limites da despesa e, por arrasto, o limite de endividamento adicional da República.

Quando isto acontece, o Governo fica dependente da maioria que encontrar na Assembleia da República e a carga política negativa é muito elevada — como demonstrou a polémica de 2009 sobre os Orçamentos Retificativos, Redistributivos e Suplementares do então ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos.

Claro que se um Orçamento for construído com uma margem de despesa maior — que depois se controla através dos cativos — fica mais bem defendido da eventualidade de furar os limites inicialmente aprovados pelos deputados.

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FESAP: Congelamento de progressões termina em 2018

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 7 Julho 2017

Estrutura sindical diz que obteve garantias da secretária de Estado da Administração Pública: próximo Orçamento do Estado deixa cair congelamento.

No próximo ano, os trabalhadores da função pública vão poder progredir na carreira, uma vez que o Orçamento do Estado não vai prever as restrições que hoje estão no terreno. Foi pelo menos esta a indicação que a secretária de Estado Carolina Ferra passou à Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP) na reunião desta sexta-feira, adianta a estrutura sindical em comunicado.

“Nesta reunião, ficou claro que o artigo 19º do OE 2017 (prorrogação de efeitos) e o artigo 38º do OE 2015 (proibição de valorizações remuneratórias), que foi sucessivamente reproduzido nos orçamentos posteriores, não constarão do OE para 2018, o que permitirá aos trabalhadores recuperarem o direito à carreira, à sua progressão e à sua valorização remuneratória, ficando assim aberta a porta à reposição da normalidade nas carreiras da Administração Pública”, indica o comunicado enviado às redações.

A estrutura liderada por José Abraão quer garantir que ninguém fica fora deste descongelamento, independentemente do tipo de carreira em que está integrado e do sistema de avaliação que lhe é aplicado. De acordo com a FESAP, a secretária de Estado da Administração Pública também garantiu que todos os “créditos obtidos pelos trabalhadores através das avaliações que lhes foram sendo feitas no decurso dos anos de descongelamento serão considerados para efeitos de progressão ou de promoção na carreira”.

No final do processo negocial, deverá haver condições para avançar com concursos de promoção nas carreiras, salienta a FESAP.

A próxima reunião vai decorrer a 26 de julho, e a FESAP espera conhecer aí as conclusões da Recolha de Informações sobre Vencimentos e Avaliação (RIVA), que servirão de base às negociações.

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Mais contraordenações dão 2,5 milhões em coimas à CMVM

O regulador liderado por Gabriela Figueiredo Dias instaurou 158 processos de contraordenação em 2016. Nos processos em que foi proferida decisão, as coimas alcançaram os 2,5 milhões de euros.

A Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) instaurou mais processos de contraordenação no ano passado. Foram, ao todo, 158 processos, mais 27 do que no ano anterior. E naqueles em que foi deliberada a aplicação de coimas, o regulador do mercado obteve perto de 2,5 milhões de euros, revela o Relatório Anual sobre a Atividade da CMVM e sobre os Mercados de Valores Mobiliários de 2016.

“Deste montante, 572.000 euros correspondem a coimas aplicadas em processos que não foram impugnados pelos arguidos, pelo que a decisão se tornou definitiva. Os processos decididos respeitaram à prática de contraordenações graves ou muito graves, com as coimas mais elevadas a situarem-se entre 150.000 euros e 450.000 euros“, lê-se no relatório anual da entidade liderada por Gabriela Figueiredo Dias. Um documento que revela um aumento dos processos (20%), mas também do valor total das coimas: uma subida de 24% em relação a 2015.

Apesar deste aumento das coimas aplicadas, a presidente da CMVM, um regulador que se autofinancia, afirmou que a entidade se arrisca a ficar sem dinheiro para salários no final do ano devido às cativações. “Temos uma cativação orçamental como nunca aconteceu. Não temos verba para pagar salários do último mês do ano”, referiu Gabriela Figueiredo Dias na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (COFMA) no âmbito do processo dos lesados do Banif.

Mais de 2.000 reclamações. BES continua a liderar

Ocorreram também “167 processos junto dos Tribunais Administrativos, Tributários e Cíveis” lê-se no relatório, nos quais foram “proferidas decisões finais em 16 processos cíveis e em quatro de contencioso administrativo, todas elas favoráveis à CMVM”.

O regulador esclarece que, deste conjunto de processos, “130 foram iniciados em 2016, dos quais 125 são ações cíveis, sendo na sua quase totalidade relacionadas com a situação que se verificou em 2014 com o Banco Espírito Santo”.

Ao todo, foram analisadas 2.166 reclamações e foram concluídos 1.543 processos. Destes processos, a “colocação e comercialização de instrumentos financeiros foi o serviço financeiro mais contestado pelos investidores e correspondeu a mais de metade das reclamações entradas”. BES e Banif comercializaram aos seus balcões vários produtos que acabaram por lesar milhares de clientes. Os lesados do papel comercial do BES estão prestes a começar a receber parte do valor investido.

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G20: Merkel antecipa negociações difíceis sobre comércio

  • ECO
  • 7 Julho 2017

"Estas discussões são muito difíceis", avisou a chanceler alemã no primeiro dia da cimeira do G20. Trump e Putin estão sob os holofotes.

A chanceler alemã entende que o acordo do G20 em torno do comércio será difícil. No primeiro dos dois dias de cimeira do G20, Angela Merkel antecipou que ainda há muito trabalho a fazer antes da declaração sobre o comércio.

“Estas discussões são muito difíceis, não quero estar com rodeios”, afirmou a chanceler, citada pela Bloomberg.

Merkel também garantiu entretanto que a maioria dos países que integram o G20 apoia o Acordo de Paris sobre as alterações climáticas. Em declarações citadas pela Lusa, Merkel disse: “Será muito interessante ver como formulamos o comunicado de amanhã [sábado] e mostrar claramente, é claro, que existem opiniões diferentes nesta área porque os Estados Unidos da América lamentavelmente querem sair do Acordo de Paris”.

Hamburgo está no centro de todas as atenções, uma vez que recebe as 20 maiores economias do mundo quase 20 anos depois da primeira reunião. Os olhos estão postos no encontro entre Donald Trump e Vladimir Putin que já protagonizaram o vídeo que percorre as redes sociais:

Antes do encontro, o presidente dos Estados Unidos afirmou que tem vindo a discutir com Putin vários temas e salientou depois: “é uma honra estar consigo”. Já o presidente russo dirigiu-se a Trump como “sua Excelência”, notando que ambos já tiveram diversas conversas por via telefónica. “Estou encantado por poder conhecê-lo pessoalmente, Senhor Presidente e, como disse, espero que o nosso encontro traga resultados positivos”, frisou.

Durante o encontro entre Trump e Putin — que se estendeu por mais de duas horas — veio a público a notícia de que os Estados Unidos e a Rússia chegaram a acordo para o cessar-fogo no sudoeste da Síria a partir de 9 de julho. A informação terá sido avançada por funcionários que pediram anonimato, avança o The Guardian, que cita a Associated Press.

No final do encontro, Putin só teve tempo para um comentário rápido uma vez que se dirigiu de seguida para uma reunião com o primeiro-ministro japonês. Elencou então os tópicos abordados com o Presidente Trump: Ucrânia, Síria, terrorismo e cibersegurança, avança a Reuters.

Notícia atualizada às 18h38

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Novos comerciais da PSA obrigam Mora Portugal a expandir

Empresa francesa instalada em Arcos de Valdevez está já a ampliar a fábrica para o novo projeto ligado à construtora automóvel PSA. Investimento ascende os quatro milhões de euros.

A multinacional francesa Mora está a expandir a sua fábrica em Arcos de Valdevez, num investimento previsto de quatro milhões de euros que, “provavelmente”, chegará mesmo aos cinco milhões. A Mora Portugal é uma empresa especializada em injeção de peças técnicas termoplásticas e na fabricação de moldes para o setor automóvel, sobretudo. Instalou-se no norte do país em 2005.

A expansão da fábrica surge com a adjudicação ao grupo de um novo projeto por parte da empresa de adesivos Henkel, fornecedora da fabricante francesa de automóveis Peugeot Citröen. O novo desafio deverá duplicar o volume de negócios da Mora Portugal, sendo que os produtos em causa serão destinados ao projeto “K9 da PSA”, adiantou ao ECO o diretor-geral da Mora Portugal, Gonçalo Mendes. “Com este projeto, tornou-se imperativa a necessidade e ampliar quer a área logística quer a área comercial”, disse.

K9 será o nome de código do veículo sucessor dos comerciais ligeiros Peugeot Partner e Citröen Berlingo, que estarão a ser produzidos na PSA em Vigo, de acordo com um comunicado publicado pela Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel.

A dimensão é ainda maior do que o inicialmente esperado pela direção da empresa. “Estavam pensadas quatro máquinas de injeção novas e, afinal, teremos de chegar, se calhar, às sete”, referiu. “Tinha a estimativa de que chegaríamos aos dez milhões de euros [em volume de negócios] em quatro ou cinco anos. Com este incremento, provavelmente chegaremos lá mais cedo”, considerou, admitindo ser possível chegar a esse valor em três anos.

Para fazer face ao novo desafio, a Mora Portugal deverá contratar “entre 20 e 30 pessoas mais”. Serão dez as vagas a preencher “até ao final deste ano” e as restantes nos anos seguintes. As vagas existentes são para “operadores de produção”, “técnicos de logística”, “técnicos de qualidade”, “manutenção”, “alguns quadros superiores para a administração”, entre outras, adiantou Gonçalo Mendes.

Os trabalhos de ampliação começaram no final do primeiro trimestre e estão sob a alçada da construtora DST, num incremento do volume de negócios do grupo que deverá ascender a 1,3 milhões de euros, indicou a DST num comunicado. Para o presidente do conselho de administração do grupo, José Teixeira, a obra é um “motivo de satisfação redobrada”. O processo contribuirá ainda “para a dinamização da economia local e nacional”, declarou.

O projeto resultará na “ampliação do edifício destinado à produção logística, com uma área aproximada e 3.000 m2, bem como do edifício administrativo e equipamentos sociais”. A obra terá, no final, mais de 140 toneladas de estrutura metálica, cujo “corte e moldagem” é realizado pela Steelgreen. Veja as imagens:

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BCP atira PSI-20 para a quinta semana no vermelho

A bolsa nacional voltou a cair. É a quinta sessão no vermelho. Ou seja, o maior ciclo de quedas em quase um ano. BCP pressionou, mas CTT e Jerónimo Martins também se destacaram pela negativa.

O PSI-20 voltou a terminar a sessão no vermelho. É a quinta semana consecutiva de descidas para o índice de referência, naquele que é o maior ciclo de quedas em quase um ano. A pressionar a bolsa nacional esteve o BCP, com uma desvalorização de quase 1%. Destaque também para a EDP Renováveis, que recuou no segundo dia da oferta pública de aquisição (OPA) lançada pela EDP.

O PSI-20, o índice de referência português, cedeu 0,29% para 5.153,96 pontos. Ao todo, foram 12 cotadas que pressionaram a bolsa em mais uma semana negativa para a praça lisboeta. Destaque para o BCP. Os títulos do banco liderado por Nuno Amado recuaram 0,71% para 0,24 cêntimos. Mas os CTT também foram determinantes para o mau desempenho do índice, com as ações em baixa de 2,02%. Jerónimo Martins e Galp Energia acompanharam esta tendência, com perdas entre 0,3% e 0,6%.

No energia, o cenário não melhorou. A EDP Renováveis cedeu 0,49% para 6,86 euros, depois de na sessão anterior ter cedido mais de 2%. A cotada liderada por Manso Neto continua a cotar-se acima do preço da OPA. Mas a resistência dos acionistas minoritários à oferta lançada pela casa-mãe começa a dar sinais de quebrar perante a tendência de convergência do preço da ação à contrapartida da OPA. Já a EDP conseguiu escapar a esta tendência e subir 0,30%.

Na Europa, o dia também foi de perdas. O Stoxx 600 desceu perto de 0,2%, num dia marcado por alguma aversão ao risco. Nas principais praças europeias, o espanhol IBEX, o francês CAC-40 e o italiano FTSE Mib registaram perdas ligeiras.

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Portugal volta aos mercados com dívida de muito longo prazo

O IGCP vai realizar um duplo leilão de dívida durante a próxima semana. Vai emitir títulos a dez anos ao mesmo tempo que realizará um leilão de obrigações de muito longo prazo, com maturidade em 2045.

Portugal está de volta aos mercados de dívida de longo prazo. O IGCP vai realizar um duplo leilão de obrigações com maturidades de dez e quase 30 anos, numa altura marcada por alguma agitação no mercado. O objetivo da agência liderada por Cristina Casalinho é obter até mil milhões de euros com ambas as operações de financiamento.

“O IGCP vai realizar no próximo dia 12 de julho pelas 10h30 horas dois leilões das obrigações do Tesouro com maturidade em 14 de abril de 2027 e 15 de fevereiro de 2045, com um montante indicativo global entre 750 milhões e 1.000 milhões de euros“, refere o comunicado. O ECO já tinha revelado que iria ser anunciado um novo leilão na próxima semana.

O Commerzbank esperava um leilão de títulos a cinco e dez anos, num montante entre 1.000 milhões e 1.250 milhões de euros. O IGCP acabou por anunciar um duplo leilão de prazos mais longos, sendo de salientar o regresso de Cristina Casalinho a operações de muito longo prazo, de praticamente 30 anos.

Em antecipação a este anúncio, as taxas da dívida portuguesa subiam de forma considerável face a outros países da periferia. Embora a tendência de agravamento se verifique desde a manhã, intensificou-se nas primeiras horas da tarde, com a taxa a dez anos a agravar-se em 10,4 pontos base para 3,16%. No prazo a 30 anos está acima dos 4%.

O mercado de dívida tem estado sob tensão, especialmente depois de conhecidos os relatos da última reunião do Banco Central Europeu. Nestas atas é revelado que foi discutida a possibilidade de abandonar do comunicado a ideia de poder ser aumentado o programa de compras de dívida, algo que está a ser visto como um sinal de que o BCE está preparado para arrancar com a inversão da política monetária.

(Notícia atualizada às 16h40 com mais informação)

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