5 coisas que precisa de saber antes de abrirem os mercados

Da economia ao petróleo, passando pelas palavras de responsáveis do BCE, há muito a que os investidores prometem estar atentos no dia de hoje.

Os dados sobre a evolução da economia da zona euro no primeiro trimestre do ano prometem ser um dos principais focos de atenção dos investidores, num dia em que poderão surgir novas pistas sobre o rumo da política monetária no espaço do euro por parte de um dos membros do conselho de governadores do BCE: Ewald Nowotny. O rumo das cotações do petróleo também podem pesar no sentimento das bolsas, no dia em que a AIE apresenta o seu relatório mensal sobre o mercado petrolífero, e a escassos dias da reunião da OPEP onde deverá ser estendido no tempo o corte de produção da matéria-prima.

Como evolui a economia da zona euro?

Depois de nesta segunda-feira, ter sido conhecido que a economia portuguesa evoluiu, e bem, no primeiro trimestre deste ano, chega a vez de saber se o mesmo aconteceu na zona euro. O Eurostat divulga a estimativa rápida sobre a evolução do PIB do espaço do euro relativa aos três primeiros meses deste ano. As estimativas apontam para que, nesse período, o PIB da zona euro tenha crescido 1,7%. Na Alemanha, será também divulgado o indicador que mede a confiança dos investidores relativo a maio.

O turismo foi amigo da Ibersol?

O Instituto Nacional de estatística divulga os dados sobre a atividade turística, em Portugal, relativamente a março, o que permitirá fazer um balanço do setor relativo ao primeiro trimestre do ano. Estes números poderão ter impacto no rumo das cotadas da bolsa nacional mais ligadas ao setor do turismo. A Ibersol, cuja atividade está centrada no setor da restauração, é uma das empresas cujas ações poderão ser influenciadas pelo números do turismo que hoje serão conhecido sobre o rumo do turismo nesse período.

Vodafone faz o balanço das suas contas

A nível empresarial, a Vodafone promete estar no centro das atenções dos investidores. A operadora britânica anuncia o balanço das suas contas relativo aos seis meses terminados em março deste ano. As estimativas apontam para que nesse período, a Vodafone tenha registado receitas de 27,28 mil milhões de euros. Caso este valor se confirme, representa uma quebra ligeira face ao total de 27,78 mil milhões de euros de receitas apresentado em igual período do ano passado.

Há novidades do BCE? Nowotwy poderá dizer

Os investidores têm por hábito analisar ao detalhe eventuais pistas que os responsáveis dos bancos centrais possam dar relativamente ao rumo da política monetária. Esta terça-feira, o foco dos investidores promete estar centrado nas palavras de Ewald Nowotny. O membro do conselho de governadores do BCE irá falar sobre política monetária num evento que decorre em Viena. O seu discurso irá ao encontro das palavras de Draghi?

AIE divulga relatório sobre o petróleo

As cotações do petróleo têm estado em forte alta, com o mercado a antecipar que na próxima reunião da OPEP que decorre a 24 de maio possa ser anunciado o prolongamento no tempo do corte de produção da matéria-prima que visa reequilibrar o mercado global do “ouro negro”. Esta terça-feira, a Agência Internacional de Energia divulga o seu relatório mensal sobre o mercado petrolífero, onde deverá revelar as suas perspetivas relativamente ao equilíbrio de forças entre procura e oferta de petróleo, o que poderá também ter impacto no rumo das cotações do “ouro negro”.

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Recordes para o S&P 500 e Nasdaq à boleia do petróleo

Não houve euforia em Wall Street, mas dois dos principais índices norte-americanos terminaram o dia em máximos históricos. S&P 500 e Nasdaq atingem recordes à boleia do petróleo.

Dia de recordes para Wall Street à boleia da subida imparável dos preços do petróleo. O índice de referência mundial S&P 500 atingiu um novo máximo histórico. Também o tecnológico Nasdaq subiu para um patamar recorde. Impacto do ataque informático da passada sexta-feira já foi superado.

A cotação do barril de ouro negro atingiu máximos de mais de três semanas depois de a Arábia Saudita e a Rússia terem deixado a porta aberta a um prolongamento do acordo da OPEP para cortar a produção global para lá deste ano. Tanto o Brent como o crude avançam mais de 2% e deram força ao setor energético: a Exxon subiu 0,3% e a Chevron ganhou 0,84%.

“A recuperação dos preços do petróleo e a ausência de más notícias na frente geopolítica deu algum impulso no rally dos mercados acionistas”, referiu Randy Frederyck, da Charles Schwab, à Reuters. “Neste nível, não há grande correlação entre petróleo e ações, mas o rally do petróleo está a ajudar o mercado a subir ainda mais”, acrescentou.

Em termos gerais, o S&P 500 encerrou em alta de 0,48% para os 2.402,32 pontos, o valor de fecho mais elevado de sempre. O Nasdaq avançou 0,46% e também fixou uma nova marca histórica nos 6.149,67 pontos. O industrial Dow Jones somou 0,41%.

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Swaps agravam prejuízos da STCP em 2016

Sociedade de Transportes Coletivos do Porto registou prejuízo de 26,8 milhões de euros no ano passado. Swaps agravaram resultados da transportadora portuense.

A Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) registou um resultado negativo líquido de 26,8 milhões de euros em 2016, prejuízos que são inferiores aos registados em 2015 e que se explicam em parte pelo swap (contrato de gestão de risco financeiro) contratado pela transportadora pública portuense. Sem o efeito do swap, os prejuízos seriam menores, fixando-se nos 17,6 milhões de euros.

De acordo com o comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a STCP informa que obteve rendimentos operacionais de 45,1 milhões de euros no ano passado, o que se traduz numa quebra de cerca de 2% face ao ano anterior.

Ainda assim, a queda de 14% dos gastos operacionais para 57,5 milhões de euros permitiu à transportadora melhorar o seu desempenho operacional, cujo saldo ficou nos -12,3 milhões de euros — valor que compara com o resultado operacional de -21,14 milhões de euros em 2015.

Juros com swap atingem os 12 milhões

A STCP detém desde 2007 uma operação de cobertura de risco de taxa de juro, num contrato de swap contratado ao Banco Santander Totta com maturidade em junho de 2022.

Apesar de ter deixado de cumprir as obrigações que decorrem do contrato, na sequência da batalha judicial entre o Estado e o Santander Totta, os encargos do contrato estão refletidos nas contas apresentadas esta segunda-feira.

“A variação do justo valor de swap foi positiva em 4,3 milhões de euros, mas inferior em 1,6 milhões de euros face à variação registada em 2015, enquanto os juros de swap, que atingiram cerca de 12 milhões de euros, aumentaram 2,4 milhões de euros”, diz a STCP.

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Governo quer avançar com reforma a tempo parcial até 2019

  • Lusa
  • 15 Maio 2017

A ideia é um trabalhador que esteja já próximo da sua idade de reforma "poder continuar a trabalhar, mas com um contrato a tempo parcial.

O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, reiterou esta segunda-feira o compromisso de avançar até ao final da legislatura com a reforma a tempo parcial, para apoiar a integração de jovens desempregados. O jornal Público noticiou hoje que o Governo quer permitir conciliar o trabalho parcial com a reforma, de forma a libertar verbas para as empresas contratarem jovens desempregados, uma medida para entrar em vigor ainda nesta legislatura.

“Está no Programa do Governo. Mas a questão não é tanto o Governo poder vir a apoiar esse tipo de reforma a tempo parcial, mas mais apoiar a integração de jovens, que pudesse ser facilitada por esse facto“, afirmou Vieira da Silva aos jornalistas, à margem de um ‘workshop’ sobre o Rendimento Básico Incondicional (RBI), em Lisboa.

Segundo explicou o ministro, a ideia é um trabalhador que esteja já próximo da sua idade de reforma “poder continuar a trabalhar, mas com um contrato a tempo parcial e, ao mesmo tempo, ter já parte da sua reforma”, o que significa que, na prática, o trabalhador ficaria a receber o mesmo: uma parte paga pela empresa, outra pela Segurança Social.

“É uma medida exigente tecnicamente e estamos a trabalhar nela. E o compromisso é que ela seja criada nesta legislatura”, afirmou Vieira da Silva, recusando comprometer-se com a sua introdução já no próximo ano.

O governante disse que também ainda não há uma estimativa de quanto pode custar a medida e que ela ainda não foi apresentada, em termos detalhados, aos parceiros sociais, mas recordou que a ideia da reforma a tempo parcial “já é antiga e que há muito se discute, mas que não é muito comum por esse mundo fora”.

O ministro insistiu que a medida pretende “abrir espaço para essa inserção [dos jovens desempregados no mercado de trabalho] e, ao mesmo tempo, ajudar a transferir, a fertilizar, o conhecimento que aqueles que já estão próximos da saída do mercado de trabalho têm ainda para dar”.

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Medina: “Benfica representa a ambição da cidade de Lisboa”

  • ECO
  • 15 Maio 2017

O clube lisboeta foi pela quarta vez consecutiva vencedor da liga portuguesa. O presidente da Câmara de Lisboa recebeu a equipa vencedora esta segunda-feira na Praça do Município.

Fernando Medina recebeu os atletas do Benfica esta segunda-feira na Praça do Município, após o clube ter vencido novamente a principal competição portuguesa na passada sexta-feira. Nesse mesmo dia os encarnados rumaram ao Marquês do Pombal para festejar o título e hoje continuaram os festejos na baixa lisboeta. O presidente da Câmara de Lisboa — que ainda não revelou se se vai recandidatar — aproveitou o momento para discursar: “O Benfica representa a ambição da cidade de Lisboa”.

André Carrilo, Andreas Samaris e Luís Miguel Afonso Fernandes, mais conhecido por Pizzi, jogadores do Benfica (da esquerda para a direita).ANTONIO COTRIM / LUSA

Medina deu os parabéns ao clube pela vitória e congratulou os seus dirigentes. “Os adeptos pediram e o Benfica deu-lhes os 36, hoje é certo, o campeão voltou”, declarou, referindo que “este não é apenas um Benfica campeão, é um Benfica que conquistou pela primeira vez o tetracampeonato”.

O presidente da Câmara de Lisboa afirmou ainda que “o Benfica é um clube do mundo, reconhecido mundialmente”. Mas Medina não se ficou apenas pelo clube dos encarnados, referindo também o exemplo do Sporting, momento que lhe valeu vários assobios. “É com orgulho que acompanhamos o trabalho do Sporting, que faz de Lisboa uma das raríssimas capitais europeias com dois clubes a competir na Liga dos Campeões“, disse, acrescentando que também tem “orgulho no Belenenses, que, a caminho do centenário, vive na I Liga”.

Numa tarde em que se ouviu o hino do Sport Lisboa e Benfica, Fernando Medina aproveitou ainda para fazer uma oferta ao jogador Eliseu Pereira dos Santos que insistiu festejar o título com uma vespa, algo foi filmado pelas televisões. Medina ofereceu uma mota em miniatura.

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Portugueses pedem 12 mil euros de crédito ao consumo por minuto

A procura de crédito ao consumo não para de crescer. Nos primeiros três meses do ano, os portugueses foram buscar ao banco mais de 1,5 mil milhões de euros com essa finalidade.

A economia portuguesa continua a surpreender pela positiva. Cresceu ao ritmo mais acelerado em quase uma década nos primeiros três meses do ano, uma evolução que se deveu em grande medida do crescimento das exportações, mas que assentou também na recuperação do consumo interno. Os números da concessão de crédito ao consumo contribuíram para essa tendência.

Só nos primeiros três meses do ano, os portugueses contrataram um total de 1,5 mil milhões de euros em empréstimos ao consumo. Tratou-se do valor mais elevado, em termos homólogos, dos últimos quatro anos. Este número significa que, em média, por dia foram concedidos 17,3 milhões de euros. Por cada minuto que passou, os portugueses pediram 12 mil euros em crédito a consumo.

Apesar de o crédito à habitação ser a categoria de empréstimos que mais cresce e mais peso tem na recuperação do financiamento à economia, os empréstimos ao consumo também têm registado elevados níveis de crescimento. O aumento da concessão de crédito ao consumo resulta em grande medida do aumento dos empréstimos para a compra de veículos automóveis.

Nos primeiros três meses do ano, os bancos e as financeiras disponibilizaram um total de 606,9 milhões de euros em empréstimos com essa finalidade. Este valor representa um aumento de 20% face ao financiamento que tinha sido concedido no mesmo período do ano passado. Em termos da nova concessão de crédito ao consumo, este segmento representou cerca de 40% do total.

A subida da concessão de crédito automóvel tem sido suportada pela aceleração das vendas de carros. Entre o início de janeiro e o final de março, foram vendidos em Portugal 70 mil carros, segundo indicam os números da ACAP, a associação que representa os operadores do setor. Este número representa um aumento de 2,9% face ao total de veículos vendidos no mesmo período do ano passado.

O aumento das vendas de carros e também do recurso ao crédito com essa finalidade, são ilustrativas da recuperação da confiança dos portugueses relativamente ao rumo da economia portuguesa, num período em que os números do emprego também apresentam melhorias.

"Basta olhar para a publicidade e para a prática da banca na concessão nomeadamente de crédito à habitação, e mesmo de crédito automóvel, para vermos que estamos a cometer os mesmos erros que antes da crise.”

Natália Nunes

Coordenadora do Gabinete de Apoio ao Sobreendividado da Deco

Estes sinais têm também reflexo ao nível da concessão do crédito pessoal. Os números do Banco de Portugal indicam que nos primeiros três meses deste ano, os portugueses contrataram um total de 673,8 milhões de euros em créditos pessoais sem finalidade específica, para o lar, consolidado e outras finalidades. Ou seja, 12% acima dos valores registados no mesmo período do ano passado. Neste segmento de créditos cabem, por exemplo, empréstimos para a aquisição de eletrodomésticos ou de férias.

O aumento da concessão de crédito às famílias faz ressurgir o fantasma do incumprimento. Os últimos dados do Banco de Portugal indicam que nos primeiros três meses do ano, o incumprimento aumentou entre os particulares, pela primeira vez no último ano. Segundo Natália Nunes, coordenadora do Gabinete de Apoio ao Sobreendividado da Deco, a recente evolução da concessão de crédito às famílias são motivo de preocupação nesse âmbito. “Basta olhar para a publicidade e para a prática da banca na concessão nomeadamente de crédito à habitação, e mesmo de crédito automóvel, para vermos que estamos a cometer os mesmos erros que antes da crise”, disse recentemente a jurista ao ECO.

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Augusto Santos Silva: Situação na Venezuela também diz respeito à União Europeia

  • Lusa
  • 15 Maio 2017

Em causa estão os milhares cidadãos europeus que vivem no país que está a passar por uma crise económica e política. São pelo menos 600 mil cidadãos europeus, diz o ministro dos Negócios Estrangeiros.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, defendeu esta segunda-feira em Bruxelas que a crise na Venezuela “também diz diretamente respeito à União Europeia”, dado residirem no país centenas de milhares de cidadãos europeus, e não somente portugueses. Em declarações aos jornalistas após participar numa reunião dos chefes de diplomacia europeus, Santos Silva sublinhou esta posição, vertida numa nova declaração política sobre a situação que se vive na Venezuela e que os 28 aprovaram por unanimidade.

O ministro disse que nessa declaração a União Europeia “insiste em que a crise que se vive naquele país também afeta diretamente pelo menos 600 mil cidadãos europeus que vivem na Venezuela e cuja segurança e cujo bem-estar é uma matéria que diz respeito à própria UE”. “Este elemento é muito importante porque é preciso todos termos consciência de que o que se passa na Venezuela tem evidentemente um elemento de política interna venezuelana, que nós respeitamos, mas tem também um elemento através do qual há uma influência direta sobre os países europeus, e esses países europeus estão muito longe de se reduzir a Portugal”, realçou.

O ministro apontou que “há comunidades muito numerosas de nacionalidade portuguesa ou de origem portuguesa que vivem hoje na Venezuela”, estimadas “em várias centenas de milhares de pessoas”, mas “há também comunidades italianas e espanholas igualmente numerosas, e outros países europeus têm seus compatriotas vivendo hoje na Venezuela”.

“Portanto, a situação venezuelana, por essa via, também diz diretamente respeito, é uma matéria de preocupação para a UE, e as questões de bem-estar e de segurança dos cidadãos europeus residindo na Venezuela são uma preocupação da UE”, reforçou.

Entre os outros “aspetos decisivos” da declaração política hoje adotada pela UE, referiu a “insistência em que a violência não é solução para nenhuma crise politica, e portanto o apelo a todas as partes envolvidas para que se abstenham de atos de violência”, bem como “uma afirmação muito clara” do que, para UE, são “as condições essenciais para uma solução política”.

Essas condições “passam pelo respeito por todas as instituições democráticas e separação de poderes”, pelo “estabelecimento tão perto quanto possível de um calendário eleitoral para que o povo venezuelano possa soberanamente escolher o seu destino” e também “a necessidade de libertação dos opositores políticos e o respeito pelos direitos constitucionais de todos os atores políticos”, referiu.

A UE reiterou hoje o apelo ao fim da violência na Venezuela e ao respeito pelos direitos fundamentais dos cidadãos, sublinhando que julgar civis em tribunais militares viola a legislação internacional. “É crucial que todas as partes evitem recorrer a atos de violência”, lê-se na declaração hoje adotada pelo Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, que insiste que “a violência e o uso da força não resolverá a crise no país”.

Considerando “preocupante” o anúncio do reforço das milícias populares, que “não contribui para uma solução”, a UE pede que seja respeitada a lei, os direitos humanos e a separação de poderes, salientando que “o uso de tribunais militares para julgar civis viola a lei internacional”.

“A libertação de opositores políticos detidos e o respeito pelos direitos constitucionais de todos os atores políticos de votarem e participarem em eleições são passos fundamentais para a construção da confiança e ajudar o país a recuperar estabilidade política”, refere ainda a UE.

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COTEC em Matosinhos para falar de inovação e crescimento

A 14.ª edição do Encontro Nacional de Inovação realiza-se já esta terça-feira. É promovido pela COTEC no CEiiA. Neste artigo, tem tudo o que precisa de saber sobre o evento.

Seis meses depois da última edição, a COTEC, Associação Empresarial para a Inovação, organiza mais um encontro nacional. Sob o tema “Inventar o Futuro – Liderar pela Inovação Colaborativa”, os empresários associados irão partilhar ideias e assistir a intervenções para ajudar a alavancar o crescimento. A associação crê que, traçando cenários e estabelecendo parcerias, as pequenas e médias empresas (PME) poderão fazer mais e melhor inovação, retirando os proveitos económicos que daí advêm.

Entre a 8H30 e as 13H, será possível assistir a apresentações de casos como o da A-to-Be, da Celoplás, da Bluepharma, da Enermeter, da Introsys e da Vision-Box. A abertura contará com a presença de Roland Kupers, escritor e académico, autor do livro The Essence of Scenarios – Learning from the Shell Experience, que irá explicar o que é a inovação, como inovar em ambiente de incerteza e como inovar em ambiente colaborativo.

O evento contará ainda com a presença, entre outros, do Presidente a República, Marcelo Rebelo de Sousa; do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral; do presidente da COTEC, Francisco de Lacerda; do diretor-geral da COTEC, Jorge Portugal; de Isabel Furtado, do CEiiA; e do publisher do ECO, António Costa.

Esta edição do encontro servirá, por fim, para a apresentação de um estudo desenvolvido em parceria com a Deloitte, que expõe a existência de barreiras ao crescimento das PME e mostra como as empresas inovadoras têm melhores desempenhos económico-financeiros do que as restantes.

O quê? 14.º Encontro Nacional de Inovação.
Quando? 16 de maio de 2017, 8h30 – 13h.
Onde? CEiiA, Matosinhos.
Quem? COTEC Portugal.
Mais? www.cotecportugal.pt

Para antecipar…

O ECO é parceiro editorial do 14.º Encontro Nacional de Inovação. Ao longo das últimas semanas, publicámos alguns trabalhos que ajudam a antecipar o evento. Veja-os:

Programa do evento:

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Merkel e Macron admitem em Berlim alteração dos tratados europeus

  • ECO e Lusa
  • 15 Maio 2017

No decurso de uma conferência de imprensa conjunta, os dois estadistas pugnaram ainda por um “novo dinamismo” na relação franco-alemã.

A chanceler Angela Merkel e o Presidente francês Emmanuel Macron admitiram esta segunda-feira em Berlim uma possível alteração dos tratados europeus, na primeira visita ao exterior do novo chefe de Estado gaulês, um dia após a sua tomada de posse.

“Do ponto de vista alemão, é possível alterar os tratados se isso fizer sentido”, declarou Merkel, enquanto o chefe de Estado francês sublinhava, ao seu lado, que não mantém “qualquer tabu” em relação a essa ideia, também destinada a reformar o funcionamento da zona euro.

Num encontro onde sobressaiu a consonância de posições, Merkel considerou que uma Europa em progresso depende de uma “França forte”, enquanto Macron apelava a uma “refundação histórica” do projeto europeu e prometia “reformas económicas” para reduzir o desemprego.

Merkel aludiu a um “roteiro” que poderá introduzir reformas na União Europeia (UE) e na zona euro, e Macron sublinhou a necessidade de promover “profundas reformas que são necessárias e necessitam de um trabalho em comum”.

No decurso de uma conferência de imprensa conjunta, os dois estadistas pugnaram ainda por um “novo dinamismo” na relação franco-alemã, com Macron a assinalar que se opõe a uma mutualização das dívidas “do passado” na zona euro.

O Presidente francês insistiu na “refundação histórica” da Europa face à emergência dos populismos e ao risco de desintegração.

A reação a estes fenómenos apenas pode ser efetuado “com uma refundação histórica” da Europa, designadamente através de reformas em França mas ainda um “trabalho de convicção” de Angela Merkel face à sua população, observou ainda Macron.

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Mecenas financiam projeto para lidar com a crise financeira

Mecenas como Bill Gates, Jeff Bezos e Michael Bloomberg doaram 0,004% da sua riqueza para financiar um projeto que visa lidar melhor com uma potencial nova crise financeira, tal como a de 2008.

A Universidade de Yale está a preparar um projeto para responder às crises financeiras de forma mais eficaz. Personalidades como Bill Gates, Jeff Bezos e Michael Bloomberg doaram um total de dez milhões de dólares para este projeto que quer promover a “Estabilidade Financeira”. Segundo os cálculos do Quartz, este valor é mínimo (0,004%) em relação à riqueza destes investidores. A ideia não é fazer investigação para prevenir novas crises, mas para lidar com estas de forma mais eficaz.

O que é os políticos deveriam fazer na eventualidade de uma crise financeira? É à resposta a esta pergunta que os investigadores da Universidade de Yale querem chegar. Esta questão não se coloca apenas aos Governos, mas também aos bancos centrais que, desde 2009, têm sido essenciais por causa da política monetária acomodatícia. Desde a última crise financeira que tem sido aprovada nova legislação, mais supervisão e mais requisitos, principalmente imposições ao setor bancário cuja classificação de “too big to fail” tem trazido prejuízos aos contribuintes.

E, se é difícil prever quando é que vai aparecer uma nova, a solução estudada por este novo projeto é encontrar a fórmula perfeita para lidar com a recessão, o endividamento, os desequilíbrios macroeconómicos e os vários problemas que os países enfrentam durante uma crise financeira. O objetivo do “Programa sobre Estabilidade Financeira” de Yale é “criar, disseminar e preservar o conhecimento que existe sobre crises financeiras”.

O projeto divide-se em quatro partes: um instituto que incide sobre o risco sistémico, um projeto de resposta à crise segundo os textos de Walter Bagehor, um projeto para tornar inteligível as últimas crises financeiras e ainda um projeto que arquiva todos os dados relacionados com as crises financeiras para servir de base para os estudantes de economia. É aqui que vão estar as melhores práticas que possam ajudar os governos a lutar contra as crises financeiras.

O responsável pelo programa de Yale, Andrew Metrick, explicou ao Quartz que foi na crise de 2008 que enfrentou pela primeira vez este problema. Metrick trabalhava na altura com a Administração Obama e estava a elaborar leis para regular o setor financeiro. Foi nesse momento que descobriu que as pessoas em altos cargos também não sabiam o que fazer. A investigação académica era pouca, argumenta, porque se pensava que “as crises já não eram uma coisa que poderia acontecer nos países ricos, um pouco como as doenças tropicais”.

Andrew Metrick começou o programa na Universidade de Yale em 2013 tendo em vista resolver este problema. Este último projeto, no âmbito do programa, que foi financiado pelos mecenas quer, eventualmente, criar uma plataforma online que forneça dados e ajuda em tempo real para lidar com uma crise. A versão beta (preliminar) do programa deverá estar disponível no final de 2019, a tempo de uma nova crise financeira, esperemos.

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Economia cresce e o tráfego nas autoestradas da Brisa também

  • Lusa
  • 15 Maio 2017

Apesar dos efeitos negativos da Páscoa em abril e do ano bissexto em 2016, a Brisa registou um aumento de 3,3% do tráfego nas suas auto-estradas nos três primeiros meses do ano.

O tráfego nas autoestradas da Brisa Concessão Rodoviária aumentou 3,3% no primeiro trimestre, referindo a empresa que esta comparação é influenciada pela negativa pela Páscoa ter sido em abril e pelo ano bissexto de 2016.

Na informação divulgada através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), é dito que, “apesar do forte crescimento orgânico do tráfego”, de 6,5% em termos homólogos, o crescimento total do tráfego no primeiro trimestre “foi negativamente influenciado pelos efeitos Páscoa [que este ano foi em abril] e do ano bissexto” de 2016.

No ano passado, o crescimento do tráfego trimestral foi de cerca de 7% e apenas no primeiro trimestre de 2016 atingiu 9,9%.

Já analisando apenas o tráfego médio diário, o crescimento foi de 4,4%, tendo sido a A9 (CREL, em Lisboa) a autoestrada em que foi registado o maior crescimento, de 12,5%, seguida da A5 (que liga Lisboa e Cascais), com aumento de 7,6%, e da A10 (autoestrada do Ribatejo), com 7,4%.

Já a autoestrada A1, que liga Lisboa e Porto, teve um crescimento de tráfego de 3,2% entre janeiro e março.

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PIB cresceu perto de 3%. Mas o ritmo vai continuar?

  • Margarida Peixoto
  • 15 Maio 2017

Os economistas elogiam o crescimento, mas avisam que na segunda metade do ano vai ser mais difícil manter o ritmo. O mesmo quando se olha para 2018.

Na reação aos números, o Ministério das Finanças frisou que este é o “maior crescimento do século” e defendeu que é “sustentável” e equilibrado.Paula Nunes / ECO

Os números do primeiro trimestre do PIB português são inegavelmente positivos: a economia cresceu 2,8% — um ritmo que só compara com o último trimestre de 2007, mostram os dados do Instituto Nacional de Estatística. O valor surpreendeu os analistas pela positiva: superou todas as estimativas. Mas — e este é um mas importante — este ritmo é para continuar?

Apesar de, com apenas a estimativa preliminar de um trimestre, os economistas estarem a rever em alta as suas projeções para o conjunto de 2017, ainda não é garantido que a dinâmica de crescimento que se verifica agora seja sustentável. Sem querer tirar mérito ao crescimento alcançado, recomenda-se cautela. Há pelo menos quatro motivos para moderar o otimismo — ou, nas palavras do Presidente da República, para evitar embandeirar em arco.

1 – Atenção ao detalhe

A estimativa do INE ainda é preliminar. Isto quer dizer que a informação sobre os primeiros três meses não está completamente apurada e que, por isso, o detalhe dos componentes do PIB, e do que justificou a sua subida, ainda não é conhecido.

Na nota de análise sobre os números revelados hoje pelo INE, o Banco BPI sublinha um dado importante: em parte, o crescimento muito expressivo das exportações explica-se por um feito na base de comparação. “As exportações aumentaram mais do que as importações, com a comparação das exportações de combustíveis e dos carregamentos para Angola a beneficiarem de efeitos temporários negativos nos primeiros três meses de 2016″, lê-se na análise de José Miguel Cerdeira.

Os dados disponíveis para as exportações de bens mostram um aumento homólogo de 48,3% nas vendas para o mercado angolano, no primeiro trimestre deste ano, sublinha a mesma nota. Este efeito poderá dissipar-se nos próximos trimestres, e ainda não é claro qual será o impacto para o valor do crescimento.

2 – A conjuntura internacional tem de ajudar

Para que o crescimento continue a bom ritmo, é essencial que a conjuntura internacional continue a ajudar. “O país está a reagir favoravelmente a uma espécie de bonança perfeita”, diz Filipe Garcia, economista do IMF – Instituto de Mercados Financeiros, ao ECO.

"O país está a reagir favoravelmente a uma espécie de bonança perfeita. (…) Para crescer a este ritmo, precisamos sempre do contexto externo favorável.”

Filipe Garcia

IMF - Informação de Mercados Financeiros

Da mesma forma que as crises económicas em Portugal são em parte resultado de maus resultados a nível internacional, agora Portugal também está a beneficiar da melhoria da conjuntura. A política monetária do Banco Central Europeu (BCE) está extraordinariamente expansionista, o que diminui em grande medida o risco-país. Os parceiros europeus estão a recuperar e o preço do petróleo e o valor do euro continuam baixos.

“Para crescer a este ritmo, precisamos sempre do contexto externo favorável”, reforça Filipe Garcia. “Mantendo-se os ventos favoráveis, concordo que seja possível crescer acima de 2% no conjunto do ano”, adianta, indo ao encontro das estimativas do BPI e de outros gabinetes de estudos, como é o caso do Católica Lisbon Forecasting Lab, conforme noticiou a Lusa.

3 – Crescer no segundo semestre vai ser mais difícil

Há que ter sempre em conta que as taxas de crescimento dependem muito do momento com que se está a comparar. Ou seja: no primeiro trimestre deste ano é relativamente fácil atingir números de crescimento mais expressivos, porque o primeiro trimestre de 2016, período com o qual estamos a comparar, foi fraco. O mesmo vai acontecer no segundo trimestre de 2017, que ainda compara com um três meses fracos de 2016.

Mas entrando na segunda metade do ano, vai ser mais difícil continuar a crescer a bom ritmo. Os dois últimos trimestres de 2016 já foram mais fortes, o que significa que será preciso crescer mais em termos trimestrais para que a comparação homóloga saia igualmente expressiva.

O desenho do gráfico torna esta observação bastante óbvia.

Fonte: INE

4 – Sustentabilidade ainda não está garantida

“É de esperar um abrandamento do crescimento em 2018, porque ainda não há motivos que sustentem este ritmo de crescimento”, diz um economista de uma instituição financeira contactado pelo ECO, que preferiu não ser identificado. Esta análise vai ao encontro do que defende Rui Serra, economista-chefe do Montepio, em declarações à Lusa: tanto em termos homólogos, como em cadeia, estes níveis de crescimento “não se deverão repetir no resto do ano” por se tratar de valores “bem acima do atual crescimento potencial da economia”.

É precisamente esta também a avaliação das principais instituições internacionais. Tanto o Banco de Portugal, como o FMI ou a Comissão Europeia antecipam um abrandamento do ritmo de crescimento da economia portuguesa em 2018.

Fonte: CFP, Comissão Europeia, BdP, FMI

“Muitos dos assuntos sérios da Europa estão a ser colocados na prateleira até às eleições alemãs. Um desses assuntos é a alteração da política monetária, que deverá passar a ser menos expansionista”, acrescenta Filipe Garcia. Ora, um dos motivos pelos quais Portugal está agora a crescer bem é, precisamente, a ajuda da política do BCE. Esgotando-se, será mais difícil manter o ritmo.

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