McDonald’s: sempre sonhou ter um restaurante? Saiba como

  • ECO
  • 11 Abril 2017

No segundo Conversas a dois, o ECO conversou com o gestor de franchising da McDonald's, António Oliveira Martins.

Depois de, no primeiro Conversas a dois, termos descoberto que as sopas dos restaurantes da McDonald’s são feitas todas no mesmo local e transportadas, refrigeradas, para todos os restaurantes da marca, o segundo encontro do ECO foi marcado com António Oliveira Martins, gestor de franchising da empresa em Portugal.

A grande maioria dos restaurantes da marca no país funcionam em regime de franchising, sendo que apenas 20 dos 152 são geridos pela casa-mãe. No entanto, não se pense que a marca deixa de acompanhar as necessidades e as expectativas de cada franchisado: o acompanhando, caso a caso, é feito ao longo do período do contrato.

Veja a conversa completa entre António Oliveira Martins e António Costa, publisher do ECO:

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Tensões geopolíticas põem Wall Street a jogar pelo seguro

  • ECO
  • 11 Abril 2017

Trump acrescenta motivos de tensão com a Síria e Coreia do Norte. Os investidores estão mais cautelosos, com Wall Street a abrir a vermelho.

A revelação de Trump da possibilidade de novos ataques à Síria e o alerta lançado à Coreia do Norte está a provocar receios nos mercados. As suspeitas em relação ao crescimento da economia e a sombra do protecionismo nas eleições francesas também refreiam a bolsa norte-americana. Os investidores apostam no ouro, nas obrigações americanas e no iene, numa tentativa de reduzir o risco dos seus investimentos.

O industrial Dow Jones abre a cair 0,1% para os 20643,03 pontos, assim como o tecnológico Nasdaq, com uma queda de 0,13 para os 5874,48 pontos. O S&P500 confirma a tendência e abre nos 2352,43 pontos, uma descida de 0,2% relativamente ao primeiro dia da semana.

O Presidente norte-americano revelou as intenções de voltar a atacar a Síria no caso de existirem suspeitas do uso de armas químicas. Entretanto o ministro da Saúde turco já confirmou que foi usado gás sarin no ataque à Síria. A presença da marinha americana no pacífico ocidental alarmou a Coreia do Norte, que respondeu com a ameaça de um ataque nuclear aos EUA. Tensões ao rubro, mercados nervosos e mais comedidos.

Na sequência das preocupações dos investidores, o índice do dólar (DLX) registou a maior queda das últimas duas semanas. Os investimentos beneficiaram o iene, as obrigações norte-americanas e o ouro. O metal precioso contrariou a tendência do dólar registando máximos de mais de uma semana. A reação dos mercados é classificada como “modesta” por Ned Rumpeltin, o chefe europeu de estratégia monetária da TD Securities mas bem fundamentada tendo em conta que “há bastante risco geopolítico”.

A eminência das eleições francesas, com ambos os eurocéticos Marine Le Pen e Mélenchon agora como protagonistas, assim como os números da empregabilidade americana que ficaram aquém das expectativas, continuam a pesar na moderação dos mercados.

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Cartões MB Net: a partir de julho, só na app

Dentro de dois meses deixará de ser possível gerar cartões virtuais no site do MB Net, mas o serviço mantém-se na aplicação MB Way. SIBS antecipa assim nova regulamentação europeia.

O serviço MB Net continuará disponível na aplicação móvel MB Way.Flávio Nunes/ECO

O serviço de pagamentos MB Net vai deixar de estar disponível na versão web. A SIBS vai meter um ponto final no site “mbnet.pt” em julho deste ano, o que significa que vai deixar de ser possível gerar cartões de crédito temporários a partir desse endereço. Ainda assim, os cartões da MB Net continuarão a poder ser gerados na aplicação móvel MB Way ou através dos serviços online dos principais bancos.

O ECO contactou a SIBS, que explicou que esta decisão surge em antecipação “de uma nova regulamentação europeia que irá entrar em vigor em 2018”. “Desde janeiro de 2016 que o MB Net está disponível na app MB Way, tendo sido gerados até ao final do primeiro trimestre de 2017 cerca de 660.000 cartões virtuais na aplicação”, acrescenta a empresa.

Os cartões MB Net são autênticos cartões de crédito Visa e estão disponíveis em duas modalidades. Numa, o cartão gerado permite apenas um pagamento e é desativado de imediato. Noutra, permite vários pagamentos até um determinado valor definido pelo utilizador. As principais aplicações estão relacionadas com compras online e segurança nos pagamentos digitais.

A SIBS tem vindo a agregar na app MB Way vários serviços de pagamento deste género. Entre eles, o serviço com o mesmo nome, que permite fazer pagamentos com o telemóvel nos comerciantes aderentes. Também serve para transferir dinheiro de forma imediata para a conta de outro utilizador MB Way através do número do telemóvel.

“Quem ainda não for aderente do MB Way pode aderir já através da página de criação de cartões no site MB Net. Depois de efetuar o login no site MB Net, basta introduzir o número de telemóvel e alguns dígitos do cartão bancário associado ao MB Net e definir o pin MB Way de seis dígitos”, explica a empresa em comunicado.

A aplicação móvel MB Way é gratuita e está disponível em smartphones Android e iOS. E, ao que o ECO apurou, os bancos já estão a notificar os clientes do fim da versão web do MB Net.

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Quase metade das compras dos portugueses é em promoções

  • Juliana Nogueira Santos
  • 11 Abril 2017

As compras de produtos em promoção corresponderam a 44,8% do total de vendas em 2016. Os dados são da APED que justifica estes valores com os hábitos dos consumidores.

Os portugueses aproveitam mais as promoções para comprarem os produtos alimentares. O volume de vendas de produtos alimentares em promoção perfez 44,8% do total de vendas em 2016, em comparação com os 41,9% que já se registavam em 2015. Os dados são da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) que divulgou os resultados do Barómetro de Vendas relativos a 2016.

A explicação para este aumento nas compras em promoção estará na tendência que se observa no consumidor português de continuar a procurar bens com a melhor relação qualidade-preço. “As promoções foram um grande auxiliador durante os anos de crise e trouxeram uma alteração do comportamento”, justifica Ana Isabel Trigo Morais, diretora-geral da APED. “Os consumidores habituaram-se a comprar em promoção.”

Setor do retalho cresce

No geral, o setor do retalho registou um ano de 2016 de recuperação, com um aumento de 3% no volume de vendas, que se concretiza em 19.522 milhões de euros. Foi o setor alimentar que impulsionou o retalho, tendo crescido 3,6%.

Dentro deste, as categorias que registaram maior crescimento foram a dos perecíveis (7,9%) e a dos congelados (5%). Ana Isabel Trigo Morais atribui esta subida a uma viragem progressiva nos comportamentos dos consumidores: “Os portugueses preocupam-se cada vez mais com o seu estilo de vida e praticam cada vez mais uma alimentação saudável.” Destaca-se também o desempenho da categoria dos laticínios que não crescia há cerca de quatro anos. Em 2016 reverteu a tendência e registou um ligeiro aumento de 0,1%.

Os consumidores continuam a optar pelos produtos de fabricante sendo que dois terços da quota da mercado lhe pertencem. Em relação a 2015, estes produtos registaram uma expansão de 0,5 pontos percentuais, retirados aos produtos de marca branca.

Tecnologia no topo das compras

Por outro lado, o mercado não alimentar expandiu 2,1%, impulsionado pelos produtos de linha branca e pelos equipamentos de telecomunicação. A primeira categoria cresceu 6,9% relativamente a 2015, com os frigoríficos, as máquinas de lavar roupa e as máquinas de lavar louça a serem os produtos mais procurados.

Em relação aos equipamentos de telecomunicação, o volume de vendas destes cresceu 6,1%, justificado pela substituição do uso de equipamentos como os computadores e os tablets por smartphones. Os wearables e os auriculares também são os produtos mais procurados nesta categoria, sendo que expandiram as suas vendas em 7,7% e 15,3%, respetivamente.

Segundo a diretora desta associação, “os resultados do setor revelam índices de crescimento em linha com o clima económico do país e a confiança do consumidor.” Em relação aos resultados de 2017, ainda é cedo para tirar conclusões: “Olhamos com cuidado para 2017, porque sabemos que o comportamento do consumidor é volátil”, assume Ana Isabel Trigo Morais.

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Deco: Carros reparados pela VW voltam com emissões poluentes ainda piores

  • Lusa
  • 11 Abril 2017

A Deco testou mais dois automóveis que foram submetidos à intervenção da Volkswagen após o escândalo das emissões poluentes. E diz que as emissões voltam ainda piores.

A Deco Proteste insiste que se verifica um aumento das emissões poluentes de carros da Volkswagen testados depois da intervenção obrigatória da marca alemã, para reparar a fraude que afeta 11 milhões de automóveis.

"Testámos mais dois carros submetidos à intervenção obrigatória decorrente da fraude cometida pela Volkswagen. A conclusão repete-se: as emissões aumentam.”

Deco Proteste

Passado mais de um ano sobre o escândalo Volkswagen (VW), o Parlamento Europeu recordou há uma semana que os consumidores europeus afetados pelo escândalo devem ser indemnizados pelos fabricantes de automóveis implicados na fraude, tal como estão a ser os consumidores norte-americanos afetados pelo escândalo que envolver a marca automóvel alemã.

“Testámos mais dois carros submetidos à intervenção obrigatória decorrente da fraude cometida pela Volkswagen. A conclusão repete-se: as emissões aumentam. Não há qualquer correção ou diminuição”, denuncia hoje a associação de defesa dos consumidores, em comunicado hoje divulgado.

Na opinião da Deco/proteste, é “necessário reavaliar com urgência” a intervenção técnica que está a ser feita pela Volkswagen aos carros afetados pela fraude e ainda que seja assegurada “a sua eficácia na redução de emissões”.

A associação denuncia ainda, mais uma vez, a falta de apuramento da verdade pela justiça. “Tal como já tínhamos feito há cerca de meio ano, em conjunto com as nossas congéneres Altroconsumo (Itália), OCU (Espanha) e Test’Achats (Bélgica), quando testámos um Audi Q5 TDI 2.0, submetemos agora a análise laboratorial um Volkswagen Polo TDI 1.2 e um Volkswagen Golf TDI 1.6.”, refere a Deco.

A metodologia agora utilizada foi a mesma de há seis meses, uma medição aos níveis de emissões “imediatamente antes e depois” da intervenção oficial da marca alemã. “Os resultados que obtivemos – aumento generalizado das emissões de óxido de azoto (NOx) – voltam a pôr em causa a eficácia do procedimento”, alertou hoje novamente a associação.

Deco regista aumentos até 23,2%

Nos três carros agora testados, a associação diz ter sido possível verificar um aumento das emissões após a intervenção técnica, saldado em mais 13,3% de emissões no Audi Q5, mais 6,3% no VW Polo e mais 23,2% no VW Golf.

“Continuamos a aguardar que a Volkswagen ou as autoridades dos vários estados europeus comprovem a eficácia da intervenção técnica, entretanto homologada pela autoridade alemã KBA, e justifiquem a sua obrigatoriedade, dada a sua aparente ineficácia”, conclui a associação naquele comunicado.

Há menos de um mês, a 14 de março, na apresentação de resultados na sede do fabricante automóvel alemão, o presidente da Volkswagen, Matthias Müller, afirmou que os resultados de 2016, em que ganhou mais de 5,1 mil milhões de euros, demonstram que o grupo está “financeiramente bem equipado para superar as consequências da crise do ‘diesel’”. Nesse encontro, foi ainda revelado que todas as marcas do grupo Volkswagen tiveram no ano passado lucro operacional, incluindo a espanhola Seat, que regressou aos ganhos pela primeira vez desde 2007.

Em 2015, o grupo Volkswagen tinha tido resultados negativos líquidos de 1,582 mil milhões de euros devido ao escândalo do ‘diesel’, enquanto 2016, apesar das previsões de “um ano de pesadelo” para a marca, acabou por ser um ano “muito positivo”, segundo Matthias Müller.

Na semana passada, o Parlamento Europeu aprovou um reforço da fiscalização ao setor automóvel, incluindo medidas para prevenir eventuais práticas ilegais por parte dos fabricantes de automóveis, que passem a aplicar corretamente as regras europeias e a assegurar uma fiscalização eficaz. A Deco, que aplaudiu esta posição do Parlamento Europeu, enalteceu o alerta quanto à necessidade de os consumidores europeus afetados pelo escândalo serem compensados, tal como estão a ser os consumidores dos EUA, onde 10 mil milhões de dólares foram já destinados a compensações aos consumidores da marca.

A campanha www.querojustica.pt é a face visível mais recente da luta da Deco Proteste e de outras organizações europeias de defesa dos consumidores, como a Altroconsumo (Itália), OCU (Espanha) e Test’Achats (Bélgica) por um tratamento igual dos consumidores afetados pela manipulação fraudulenta de emissões.

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Câmara do Porto tem “ano histórico” de redução do endividamento

  • Lusa
  • 11 Abril 2017

“A Câmara do Porto já baixou mais o endividamento neste mandato do que nos três mandatos anteriores”, sublinha a autarquia.

A Câmara do Porto revelou hoje que o seu relatório de prestação de contas de 2016 espelha “um ano histórico de redução de endividamento bancário”, registando uma descida de 62 milhões de euros relativamente a 2013. Num comunicado publicado na sua página da internet, a autarquia diz que o documento, que vai ser votado na reunião camarária de dia 19 de abril, regista ainda “o maior saldo de gerência de sempre da Câmara do Porto”.

“A Câmara do Porto já baixou mais o endividamento neste mandato do que nos três mandatos anteriores”, sublinha a autarquia, notando que “são estas contas que permitirão concluir projetos iniciados no presente mandato, como o restauro do Mercado do Bolhão ou a reabilitação do Matadouro Municipal”.

“Quando Rui Moreira [atual presidente da autarquia, independente] tomou posse, em 2013, o ano fechou com um endividamento bancário superior a 90 milhões de euros (90.260.446,78 euros), situando-se em dezembro de 2016 em valores abaixo dos 30 milhões (28.251.354,00 euros)”, informa o município, com base no documento que vai apresentar na reunião do executivo.

De acordo com a câmara, “esta redução superior a 62 milhões de euros apenas reflete parcialmente a transferência de cerca de 28 milhões de euros feita em finais de 2016 pelo Estado, referente a parte do Acordo do Porto”. Segundo o município, mesmo sem esta transferência do Estado, “a redução da dívida bancária efetuada no mandato de Rui Moreira teria sido superior à conseguida no conjunto dos três mandatos anteriores, ou seja, entre 2001 e 2013”.

“No final de 2001, a dívida bancária da autarquia era de 104 milhões de euros, tendo crescido até 2004, ano em que atingiu os 156 milhões de euros e descido, desde então, até aos 90 milhões de euros, em 2013”, descreve a autarquia. A câmara observa que “a variação desde o início do século até ao início do presente mandato autárquico não foi além de 14 milhões de euros”.

 

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Conselho das Finanças Públicas: Dívida das empresas públicas aumentou em 2016

A dívida das empresas públicas subiu em 2016, depois de ter reduzido em 2014 e 2015. Também as empresas da administração central não conseguiram diminuir a sua dívida, tendo esta estabilizado.

As empresas públicas voltaram a endividar-se no ano passado, depois de entre 2013 e 2015 se ter assistido a uma redução da dívida total das empresas públicas incluídas nas Administrações Públicas. O alerta é feito esta terça-feira pelo Conselho das Finanças Públicas no relatório Análise da Conta das Administrações Públicas 2016, onde a entidade liderada por Teodora Cardoso analisa os desenvolvimentos orçamentais ao longo do ano de 2016.

“A dívida total das empresas públicas incluídas nas administrações públicas aumentou em 2016”, lê-se no relatório Análise da Conta das Administrações Públicas 2016, publicado esta terça-feira pelo Conselho das Finanças Públicas, acrescentando que esta evolução ocorre “depois de uma redução gradual registada entre 2013 e 2015”. No final de 2015 a dívida total das empresas públicas situou-se nos 36.975,13 milhões de euros, segundo os dados do Banco de Portugal. Um ano depois, a mesma dívida subiu para os 37.178,28 milhões de euros.

Gráfico do relatório Análise da Conta das Administrações Públicas 2016.Conselho de Finanças Públicas

Segundo o CFP, desde o início do Programa de Ajustamento Económico e Financeiro (PAEF), em 2011, que o financiamento da dívida das empresas públicas por parte das administrações públicas “ganhou maior expressão”. “De assinalar que a substituição de dívida a outros setores por empréstimos e dotações do subsetor Estado teve um efeito importante na redução da dívida das EPR (Empresas Públicas Reclassificadas)”, explica o relatório, referindo-se às empresas públicas que não estavam dentro do perímetro das administrações públicas e passaram a estar com a intervenção da Troika em Portugal, o que teve impactos no défice e na dívida.

Além disso, o Conselho das Finanças Públicas acrescenta que “considerando a dívida destas entidades numa ótica consolidada observa-se uma redução de dívida de 365 milhões de euros em 2016 (face a uma redução de 1,5 mil milhões de euros em 2015″. Ou seja, isto significa que o financiamento desta dívida através do Estado continuou a aumentar, compensando a redução feita noutras fontes de financiamento e, no total, penalizando — face a 2015 — a dívida global das empresas públicas.

Este travão na diminuição da dívida total das empresas também se verificou no caso das empresas incluídas na Administração Regional e Local. “A dívida das empresas da Administração Regional e Local também aumentou, contrariando a diminuição verificada em 2015“, refere o mesmo relatório. No final de 2015 a dívida ascendia aos 2.121,2 milhões, tendo passado a ser de 2.244,98 milhões de euros no final de 2016, segundo os dados do Banco de Portugal.

Também a dívida total das empresas incluídas na Administração Central “interrompeu o movimento descendente de 2014 e 2015, estabilizando em 2016”. Nesta lista incluem-se, por exemplo, os hospitais, entidades que também têm sido responsáveis pelo nível de pagamentos em atraso. Segundo os dados do Banco de Portugal, a dívida das empresas da Administração Central passou de 34.853 milhões, em 2015, para 34.933 milhões de euros, registando uma ligeira subida.

No caso das empresas públicas que não estão incluídas nas administrações públicas, o Conselho das Finanças Públicas refere que se continuar a observar “uma trajetória de diminuição desde 2012”.

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Investimento público foi o mais baixo desde 1995

  • Margarida Peixoto
  • 11 Abril 2017

Há mais de duas décadas que o investimento público não era tão baixo em Portugal, revela o Conselho das Finanças Públicas, na análise à conta das administrações públicas de 2016.

O investimento público realizado em 2016 registou o valor mais baixo desde 1995, revela o Conselho das Finanças Públicas (CFP), na análise à conta das Administrações Públicas de 2016, divulgada esta terça-feira. O número é o mais baixo tanto em termos absolutos, como face ao PIB e ajudou a cortar o défice para 2,1% do PIB.

Em 2016, a formação bruta de capital fixo das administrações públicas diminuiu 1.170 milhões de euros, contabiliza o CFP. Este corte colocou o investimento no valor “mais baixo da série em SEC 2010 [sistema europeu de contas] não só em termos absolutos (2.880 milhões de euros), mas também em rácio do PIB (1,6%)”, lê-se no relatório.

Conforme mostra o documento, a série em SEC 2010 recua a 1995 e mostra que nos últimos 21 anos o valor absoluto do investimento foi sempre superior ao registado no ano passado, tal como rácio do PIB também ficou sempre acima. Em 1995 o valor do investimento foi de 3.925 milhões de euros, o que representava 4,4% do PIB. Só em 2014 foi registado um peso do investimento no PIB comparável ao verificado em 2016, na ordem dos 2%.

Fonte: INE. Cálculos do CFP. Valores influenciados pelo efeito de medidas temporárias e não recorrentes.

O CFP adianta que dos 1.170 milhões de euros de investimento a menos, 992 milhões de euros dizem respeito ao âmbito de construções e edifícios, exceto habitações. Além disso, os peritos reconhecem que “uma parte desta redução poderá estar relacionada com a significativa diminuição das transferências da União Europeia”. Enquanto em 2015 as administrações públicas receberam 1.007 milhões de euros de fundos comunitários, no ano passado apenas entraram 503 milhões de euros.

Este tem sido, aliás, o argumento utilizado pelos socialistas para defender que o corte verificado no investimento (rubrica cujo valor ficou 797 milhões de euros a baixo do que estava programado no OE/16) não se refletiu, na mesma proporção, na descida do défice. Os dados do CFP apontam agora para uma relação um bocadinho superior a dois para um: por cada 2,31 euros de corte no investimento, um euro abateu ao défice.

Seja como for, a contração no investimento foi uma das medidas que contribuiu para uma consolidação orçamental pelo lado da despesa. O CFP avalia o esforço de corte no défice do lado da despesa em 83%, contra 17% de contributo do aumento da receita.

Outra medida que ajudou a uma contração da despesa acima do previsto no Orçamento (o corte total foi de 3.319 milhões de euros, contra os 950 milhões que estavam planeados) foi a “gestão das cativações”, explica o CFP. Com esta medida de controlo da execução orçamental — que na prática significa que o ministro das Finanças reteve um conjunto de verbas que só com o seu aval puderam ser usadas pelos serviços — o Governo obteve uma poupança equivalente a 0,3% do PIB no consumo intermédio, uma rubrica que tem sido associada às famosas “gorduras do Estado”.

O outro contributo para a redução dos gastos foi dado pela poupança nos juros: face ao orçamentado, as administrações públicas gastaram menos 653 milhões de euros.

Estas reduções na despesa foram, contudo, compensadas em parte pelo aumento dos gastos com pessoal e com prestações sociais. Do lado dos gastos com pessoal o principal contributo veio da reposição dos salários dos funcionários públicos, mas as despesas também subiram à boleia da atualização salarial dos efetivos da saúde e do aumento do número de postos de trabalho na função pública (o crescimento foi de 0,8%, em vez de se ter verificado uma redução de pessoal, conforme estava previsto no OE/16).

Sem PERES nem reavaliação de ativos, receita fiscal tinha subido 0,1%

E como correu a receita? “O crescimento da receita das administrações públicas abrandou em 2016 para menos de metade do verificado no ano anterior, registando-se pelo segundo ano consecutivo uma redução do seu peso no PIB”, diz o relatório do CFP.

Do lado da receita fiscal, verificou-se um crescimento de 1,4%, mas o número está fortemente influenciado pelas medidas extraordinárias adotadas pelo Executivo no final do ano. Os peritos em contas públicas lembram a cobrança de 512,4 milhões de euros realizada no âmbito do PERES e os 104 milhões conseguidos com o Regime Facultativo de Reavaliação do Ativo Fixo Tangível e Propriedades de Investimento. “Descontando estes efeitos, a receita fiscal em 2016 teria crescido 0,1%”, calcula o CFP.

Já as contribuições sociais “apresentaram uma dinâmica superior à verificada no ano anterior”, tendo crescido 4,5%. Aqui há que reconhecer o impacto positivo da melhoria das condições do mercado de trabalho, com a redução do desemprego para lá do esperado, acompanhada pela criação de emprego.

Contas feitas, “a carga fiscal reduziu-se para 34,2% do PIB refletindo um desagravamento de 0,3 p.p. do PIB face a 2015”, diz o CFP. A dúvida sobre o comportamento da carga fiscal também chegou a alimentar o combate político do ano passado, com a direita a contestar a queda do peso dos impostos e contribuições sociais.

O problema do défice está resolvido?

O Governo cortou o défice para 2,1%, e mesmo anulando o efeito das medidas extraordinárias, conseguiu cumprir a meta de Bruxelas — as contas do CFP colocam o défice sem estas medidas em 2,5% do PIB. Mas, mesmo assim, o problema não está estruturalmente resolvido. O saldo estrutural melhorou apenas uma décima, estima o CFP. Por outras palavras, isto quer dizer que o corte do défice contou com a ajuda do crescimento económico — se ele no futuro faltar, o défice regressa. Ainda assim, esta melhoria do saldo estrutural foi além da exigência mínima da Comissão Europeia, que autorizou que este rácio ficasse inalterado.

É por isso que o CFP nota que até ser atingido o objetivo de médio prazo, um saldo orçamental estrutural de 0,25% do PIB, falta corrigir 2,33 pontos percentuais.

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Crédito às empresas em mínimos históricos

Os novos empréstimos concedidos às empresas recuaram em fevereiro para mínimos de pelo menos 14 anos, indicam dados do Banco de Portugal. Nas famílias aumentaram, mas pouco.

O crédito continua a ter dificuldades em chegar à economia portuguesa. Dados divulgados esta terça-feira pelo Banco de Portugal (BdP) indicam que, em fevereiro, o novo crédito libertado no mercado pelos bancos que compõem o sistema financeiro nacional caiu para o patamar mais baixo desde o verão de 2015. A quebra registada nesse mês deveu-se exclusivamente à diminuição da concessão do crédito às empresas, um sinal de que os esforços do Banco Central Europeu no sentido de inundar o mercado de liquidez não estão a funcionar neste segmento.

De acordo com as estatísticas divulgadas pela entidade liderada por Carlos Costa, no segundo mês deste ano os bancos nacionais disponibilizaram 2.825 milhões de euros em novos empréstimos às empresas e aos particulares. Trata-se do montante mensal mais baixo desde agosto de 2015, mês em que a nova concessão se situou nos 2.745 milhões de euros. Em termos práticos, foram menos 429 milhões de euros que chegaram à economia em fevereiro face ao que se tinha observado no primeiro mês de 2017.

Crédito às empresas no último ano

A quebra na injeção de liquidez à economia teve origem nas empresas, com a concessão de crédito a esse segmento a recuar em fevereiro para o patamar mais baixo pelo menos dos últimos 14 anos. Nesse mês, as empresas nacionais foram buscar um total de 1.831 milhões de euros à banca, o que corresponde ao montante mais baixo pelo menos desde o início de 2003, período a que remonta o histórico do BdP. Face a fevereiro deste ano, a quebra foi de 434 milhões de euros.

Já do lado das famílias, a nova concessão de crédito registou, em fevereiro, um ligeiro incremento face ao registado no mês anterior. Os bancos concederam um total de 994 milhões de euros, em novo crédito, o que corresponde a um aumento de cinco milhões de euros face ao valor emprestado em fevereiro. Essa subida foi alimentada pelo crédito ao consumo que, em fevereiro, cresceu em 21 milhões de euros face a janeiro, para 318 milhões de euros.

No crédito à habitação, que tem sido o suporte do aumento da concessão no lado das famílias, observou-se pelo contrário uma diminuição do financiamento. Os novos empréstimos para a compra de casa totalizaram 530 milhões de euros no segundo mês deste ano, o que corresponde ao valor mensal mais baixo desde outubro do ano passado. Face a janeiro, as famílias portuguesas foram buscar menos 23 milhões de euros à banca para financiar a aquisição de habitação.

Já a classe de empréstimos a particulares com outros fins acompanhou a subida registada no consumo. Os empréstimos com esse fim ascenderam, em fevereiro, a 146 milhões de euros: mais sete milhões face ao valor registado em janeiro.

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S&P: Venda da Naturgas vai aumentar risco da EDP

A agência de notação afirma que a venda da operação em Espanha vai "enfraquecer" o perfil de risco da EDP. Sobre a OPA à EDP Renováveis, defende que vai simplificar a estrutura do grupo.

A venda da Naturgas, a operação que a EDP tinha em Espanha, vai “enfraquecer ligeiramente” o perfil de risco empresarial da energética portuguesa, nota a agência de notação Standard & Poor’s, depois de ter mantido o rating da empresa liderada por António Mexia. Ou seja, a venda aumenta o risco da EDP. Este desinvestimento vai, segundo a agência, diminuir a contribuição do EBTIDA nas operações reguladas na Península Ibérica.

“No seguimento do recente anúncio da EDP de que aceitou uma oferta para vender a rede de distribuição de gás em Espanha, a Naturgas, e a venda planeada da Portgas, assumimos que o perfil de risco empresarial da EDP vai enfraquecer ligeiramente, uma vez que a contribuição do EBITDA nas atividades reguladas na Península Ibérica vai diminuir em 2018 para perto de 21%, em comparação com 27% em 2016″, refere a S&P numa nota revelada pela Bloomberg.

"No seguimento do recente anúncio da EDP de que aceitou uma oferta para vender a rede de distribuição de gás em Espanha, a Naturgas, e a venda planeada da Portgas, assumimos que o perfil de risco empresarial da EDP vai enfraquecer ligeiramente, uma vez que a contribuição do EBITDA nas atividades reguladas na Península Ibérica vai diminuir em 2018 para perto de 21%, em comparação com 27% em 2016.”

Standard & Poor's

A EDP vendeu a Naturgas por 2.591 milhões de euros. Além de ajudar a reduzir a dívida, o montante arrecadado com esta venda vai servir para financiar a OPA à Renováveis, que poderá custar 1,3 mil milhões de euros à casa-mãe. Sobre a compra dos restantes 22,5% que a EDP ainda não detém na subsidiária, a S&P afirma que esta operação pode simplificar ainda mais a estrutura do grupo, caso seja bem-sucedida.

“Vamos continuar a monitorizar o desempenho operacional durante a primeira metade de 2017 e o custo total da compra da participação na EDP Renováveis”, refere a agência de notação, acrescentando que estes poderão ser os dois principais motivos de uma melhoria dos indicadores financeiros da EDP.

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Toshiba divulga contas… mas sem aprovação do auditor

  • Juliana Nogueira Santos
  • 11 Abril 2017

Os resultados do terceiro trimestre de 2016 foram divulgados com atraso. E também sem a aprovação da PwC Aarata. A tecnológica registou prejuízos de 5,2 milhões de dólares.

Depois de ter falhado por duas vezes os prazos de entrega dos resultados do terceiro trimestre de 2016, a Toshiba acabou por divulgar os mesmos, mas sem terem sido aprovados pelo seu auditor. O relatório divulgado esta terça-feira seguiu acompanhado por um aviso legal no qual a PricewaterhouseCoopers Aarata (PwC Aarata) explica que não concluiu a revisão do mesmo por dois motivos:

  • Um relatório interno revelou que o processo de compra de uma empresa de construção nuclear, a CB&I Stone & Webster, foi “inadequado”, tendo sido aberto um inquérito para perceber se houve ou não pressão de administradores seniores para que o preço fosse inflacionado;
  • Esse relatório ainda está a ser avaliado pela PwC Aarata, pelo que ainda não foi possível determinar o impacto desse processo nos resultados da tecnológica.

A Toshiba registou perdas de 5,2 mil milhões de dólares nos nove meses que culminaram em 31 dezembro de 2016, em conjunto com uma diminuição das vendas na ordem dos 33 milhões de dólares.

O prazo de divulgação dos resultados foi adiado duas vezes pela empresa, aumentando a especulação de que algo estaria a correr mal. A pressão para a tecnológica sair do mercado de valores tem sido cada vez maior, à medida que são conhecidas noticias como esta. As ações da empresa já sofreram uma queda de 20% este ano.

No final do mês passado, a Toshiba declarou a bancarrota da sua unidade nuclear, a Westington Eletric, para poder avançar com um processo de reestruturação. No mês anterior, o chairman da empresa no dia em que esta assumiu perdas avultadas.

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Trabalhador português médio ganha 72,4% do salário bruto

Em média, os trabalhadores portugueses levam 72,4% do salário bruto para casa. O valor foi revelado esta terça-feira pela OCDE no relatório "Taxing Wages 2017".

“Em Portugal, um trabalhador médio leva para casa, após os impostos e contribuições, um salário de 72,4% do seu salário bruto, o que compara com a média da OCDE de 74,5%”, revela a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico esta terça-feira no relatório “Taxing Wages 2017”. Por outras palavras, o trabalhador português médio paga uma taxa de imposto e contribuições, em média, de 27,6% em 2016 face à média da OCDE de 25,5%.

O relatório explica ainda que, no caso de um trabalhador casado, com dois filhos, Portugal está acima da média dos países da OCDE. Considerando os benefícios atribuídos ao contribuinte com filhos, o trabalhador médio casado, com dois filhos, pagou uma taxa de imposto e contribuições de 11,2% em 2016, a 25ª mais baixa da OCDE que tem como média 14,3%. Isto significa que um trabalhador médio casado, com dois filhos, em Portugal, leva para casa, depois de impostos e contribuições, um salário de 88,8% do salário bruto em comparação com 85,7% da média da OCDE.

Taxa de imposto e contribuições, em média, por trabalhador solteiro em comparação por trabalhador casado, com dois filhos.OCDE

 

Além disso, a OCDE divulga neste relatório a “tax wedge”, um cálculo em que a Organização traduz a carga fiscal sobre o fator trabalho. Este rácio calcula, na prática, o peso dos impostos e das contribuições sobre o custo do trabalho, onde se inclui, para além do salário bruto, as contribuições para a Segurança Social a cargo do empregador. Para Portugal, a ‘tax wedge’ situou-se nos 41,5% em 2016. Ou seja, este é o peso dos impostos e das contribuições no custo total de um trabalhador médio para um empregador.

Está confuso? Imagine que um empregador lhe faz uma proposta de emprego. Do seu ponto de vista, o que lhe interessa é saber o que vai receber ao final do mês, ou seja, o salário líquido, o que leva para casa. Contudo, para chegar a esse valor, o empregador tem de contar com o que, também ele, vai ter de pagar de Taxa Social Única (23%) por lhe dar emprego a si. Além disso, sobre o salário bruto que lhe oferece é da responsabilidade do trabalhador fazer os descontos de IRS e TSU (11%). Contas feitas, do custo total da ótica de um empregador, o trabalhador médio só levou para casa 58,5%, em Portugal, em 2016.

Em suma, o que este cálculo traduz é o peso destes impostos e contribuições sobre o custo total do trabalho na ótica de um empregador.

(Notícia atualizada às 11h54)

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