Juros dos depósitos atingem novo mínimo histórico. Pagam 0,22%
A taxa de média oferecida nas novas aplicações em depósitos a prazo encolheu, em novembro, para 0,22%. Trata-se do nível mais baixo em pelo menos 18 anos.
Falso alarme. Após dois meses consecutivos a subir, a remuneração dos depósitos a prazo retomou as quedas, tendo atingido um novo mínimo histórico, em novembro, indica o Banco Central Europeu (BCE).
Segundo dados divulgados pela entidade liderada por Mario Draghi, nesta sexta-feira, a taxa de juro média oferecida pelos bancos nacionais nas novas aplicações em depósitos a prazo situou-se nos 0,22%, em novembro. Trata-se do valor mais baixo do histórico do BCE, cujo início remonta a janeiro de 2000. Este valor fica aquém dos 0,26% registados em outubro, mês que tinha sinalizado a segunda subida mensal consecutiva dos juros dos depósitos a prazo após o anterior mínimo histórico de 0,24% definido em agosto.
Juros dos depósitos em novo mínimo
Fonte: BCE
A remuneração das aplicações a prazo retoma assim o percurso de quedas que tem sido ditado pelos níveis historicamente baixos das Euribor, que se mantêm em valores negativos. Mas também pelo desinteresse dos bancos em captarem recursos. A sua prioridade passa agora sim por maximizar os seus proveitos pela via do aumento das comissões, ao mesmo tempo em que apostam em força na concessão de crédito.
A diminuição da remuneração oferecida atingiu as diferentes maturidades dos depósitos. Nos novos depósitos até um ano a taxa média baixou para 0,23%, face aos 0,26% verificados em outubro. Já no caso dos depósitos com maturidades acima de um ano, a taxa de juro média recuou dos 0,38% para os 0,30%, de outubro para novembro.
Juros em mínimos. Dinheiro à ordem em máximos
A quebra dos juros oferecidos nas aplicações a prazo, coincide com um mês em que o bolo total alocado em depósitos pelos portugueses até cresceu. Dados divulgados também pelo BCE, no final de dezembro, mostram que o montante total aplicado em depósitos atingiu mesmo um novo máximo histórico em novembro. Nesse mês, as famílias portuguesas tinham um total de 143,5 mil milhões de euros depositados nos bancos nacionais, um nível máximo de um histórico que remonta ao início de 2003, e que representa um crescimento de 1.263 milhões de euros face ao nível registado em outubro.
Mas esse crescimento foi todo direcionado para as contas à ordem, enquanto nos depósitos a prazo verificou-se uma quebra das aplicações. Em novembro, o total aplicado em depósitos a prazo recuou em 366 milhões de euros, para se situar nos 94.852 milhões de euros. Já à ordem, o “bolo” aplicado aumentou em 1.624 milhões de euros face a outubro, para se situar nos 48,2 mil milhões de euros. Este valor representa um máximo do histórico do BCE, cujo início remonta a janeiro de 2003.
De salientar que o mês de novembro coincidiu com o período em que muitos portugueses receberam o subsídio de Natal, o que terá ajudado a puxar pelas quantias aplicadas em depósitos.
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