BCE preocupado com conflito comercial e com valorização do euro
A entidade liderada por Mario Draghi considera que ainda é necessário "um amplo grau de política monetária acomodatícia" para acompanhar a expansão económica da Zona Euro e a evolução da inflação.
O Banco Central Europeu (BCE) está preocupado com um eventual conflito comercial entre Estados Unidos e China e com a valorização do euro, considerando que ainda não há condições para pôr fim ao seu programa de estímulos.
Segundo as atas da reunião de política monetária do passado dia 8 de março publicadas esta quinta-feira, o conselho de governadores do BCE considera que ainda é necessário “um amplo grau de política monetária acomodatícia” para acompanhar a expansão económica da Zona Euro e a evolução da inflação.
Após essa reunião, o BCE decidiu eliminar do comunicado final a referência ao seu compromisso de aumentar as compras de dívida caso isso fosse necessário, devido ao aumento da confiança numa subida da inflação a médio prazo, em linha com o objetivo do BCE (ligeiramente abaixo de 2%).
Prescindir dessa referência foi interpretado como um sinal de um final gradual do programa de estímulos, mas as atas da reunião indicam que há ainda sérias dúvidas quanto ao anúncio de cessação da compra de dívida.
Os membros do conselho assinalaram que a eliminação dessa referência não deve ser mal-entendida, no sentido de restringir a sua capacidade de reação em caso de deterioração da situação económica.
As atas mostraram também a preocupação com a apreciação do euro e com o “endurecimento” das condições financeiras, que refletem, em parte, “os crescentes riscos de protecionismo” e uma maior sensibilidade do mercado à comunicação de políticas monetárias.
Os participantes na reunião alertaram também para o impacto negativo na economia mundial de um conflito comercial, depois de Estados Unidos e China se terem envolvido numa disputa quanto à imposição de taxas às importações.
A próxima reunião de política monetária do BCE será no próximo dia 26 de abril, mas os analistas consideram que o banco central deve adiar, possivelmente até à reunião de junho, novas decisões relativas ao fim do programa de estímulos.
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