Portugal quer pagar antecipadamente todo o dinheiro que deve ao FMI
Agência que gere a dívida pública já enviou proposta ao Ministério das Finanças para solicitar aos parceiros europeus uma nova autorização para Portugal pagar os 4,5 mil milhões que ainda deve ao FMI.
O IGCP já solicitou ao Governo para que formalize junto dos parceiros europeus um pedido para reembolsar a totalidade do empréstimo oficial do Fundo Monetário Internacional (FMI), revelou esta quarta-feira a presidente da agência que gere a dívida pública, Cristina Casalinho.
“A proposta técnica que o IGCP submeteu à tutela é de iniciar negociações com o ESM [Mecanismo Europeu de Estabilidade] e com os estados membros no sentido de autorizar uma nova amortização”, informou a gestora da dívida pública durante a audição na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, lembrando de seguida que Portugal ainda deve 4,5 mil milhões de euros à instituição.
No início do ano, Portugal pagou 800 milhões de euros ao FMI e com isso 80% do empréstimo ficou devolvido. Além disso, essa devolução permitiu que o país ficasse livre da parte mais cara da ajuda financeira concedida pela instituição em maio de 2011.
“As poupanças a partir de agora serão menos significativas”, disse Casalinho, argumentando, ainda assim, que compensa mais devolver antecipadamente ao FMI do que acelerar as recompras de títulos no mercado.
"A proposta técnica que o IGCP submeteu à tutela é de iniciar negociações com o ESM [Mecanismo Europeu de Estabilidade] e com os estados membros no sentido de autorizar um nova amortização.”
“O FMI continua a configurar uma alternativa mais vantajosa do que a recompra ao mercado nesses mesmos prazos”, justificou.
Cristina Casalinho foi ainda questionada pelos deputados sobre a almofada financeira do IGCP, que situou-se nos dez mil milhões de euros no final do ano passado.
A presidente do IGCP explicou o nível do cash buffer com as exigências estabelecidas pelo ESM para reembolsar o FMI: a almofada financeira deve ser de, pelo menos, 50% das necessidades de financiamento do país nos 12 meses seguintes numa situação de rating especulativo, baixando para os 40% em caso de “investment grade“, que é o que se verifica agora junto da Fitch e Standard & Poor’s.
(Notícia atualizada às 13h22)
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Portugal quer pagar antecipadamente todo o dinheiro que deve ao FMI
{{ noCommentsLabel }}