Merkel afirma que europeus “tudo farão” para manter Irão no acordo
A chanceler alemã confirmou que os europeus “tudo farão” para manter o Irão no acordo nuclear, acrescentando que a retirada dos EUA do pacto aumenta a responsabilidade da União Europeia.
Os europeus “tudo farão” para manter o Irão no acordo nuclear, afirmou esta quarta-feira a chanceler alemã, Angela Merkel, depois de o guia supremo iraniano ter pedido garantias aos europeus na sequência da decisão dos EUA de sair do acordo.
“Vamos respeitar o acordo e tudo faremos para que o Irão cumpra as suas obrigações”, disse Merkel. A chanceler alemã, que discursava perante membros do seu partido conservador, considerou também que a retirada norte-americana do pacto aumenta a responsabilidade da União Europeia na segurança mundial.
“O dia de ontem mostrou-nos, mais uma vez, que vamos enfrentar mais responsabilidades na Europa, na política externa, em termos de garantir a paz, em termos das soluções políticas que temos de encontrar”, disse.
Primeiro-ministro belga defende que Europa deve expandir o acordo nuclear com o Irão
Ainda esta quarta-feira, o primeiro-ministro belga, Charles Michel, disse que os líderes europeus devem apoiar, ou até expandir, o acordo nuclear com o Irão, aprofundando as relações económicas para promover a paz e o bom relacionamento, ao contrário do que fizeram os Estados Unidos. “Podemos promover a estabilidade na região reforçando as trocas económicas“, disse durante uma entrevista ao canal VTR, destacando que os líderes dos 28 deverão — na cimeira da União Europeia marcada para o próximo dia 17 em Sófia (Bulgária) –, usar o seu peso para suportar o acordo.
A presidência francesa anunciou também que os europeus “vão fazer tudo para proteger os interesses” das suas empresas no Irão “intervindo junto da administração norte-americana. A decisão do Presidente norte-americano de retirar os EUA do acordo sobre o nuclear iraniano e de restabelecer as sanções envolve as empresas deste país, mas também as europeias que recomeçaram a negociar com Teerão. Trump ameaçou sancionar todas as empresas estrangeiras que tenham trocas comerciais com o Irão e deu-lhes 180 dias para aceitarem esta imposição.
O presidente espanhol disse que a saída dos Estados Unidos desse acordo nuclear “não é uma boa notícia”, mas acrescentou que Espanha vai continuar ao lado dos seus parceiros europeus a defender a continuidade desse acordo. “Insisto, não é uma boa notícia, preferia não tê-la ouvido e respeito as razões que possam ser dadas, mas vamos continuar no acordo“, disse Mariano Rajoy.
Além das construtoras aeronáuticas norte-americana Boeing e a europeia Airbus, o conglomerado industrial General Electric e os construtores automóveis alemão Volkswagen e franco-japonês Renault-Nissan estão entre os negócios afetados. Várias empresas tinham recebido, depois do acordo sobre o programa nuclear iraniano, em 2015, licenças especiais ou a autorização do Departamento do Tesouro para relações comerciais com o Irão.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros francês, britânico e alemão já anunciaram que se vão encontrar com representantes de Teerão, na próxima segunda-feira, para arranjarem forma de preservar o acordo nuclear iraniano.
O Presidente Donald Trump anunciou na terça-feira que os Estados Unidos abandonam o acordo nuclear assinado entre o Irão e o grupo dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha. O acordo foi concluído em julho de 2015 entre o Irão e o grupo 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU – EUA, Rússia, China, França e Reino Unido – e a Alemanha) e visa, em troca de um levantamento progressivo das sanções internacionais, assegurar que o Irão não desenvolve armas nucleares. Conseguido depois de 21 meses de duras negociações, o acordo foi assinado, por parte dos Estados Unidos, pelo antecessor de Trump, Barack Obama.
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